[De José Goulão] Quem seguir o mundo através dos media corporativos fica a saber que na Bolívia não houve qualquer golpe de Estado no domingo, 10 de Novembro de 2019. Houve a renúncia do presidente, que partiu para o exílio na sequência de protestos populares através dos quais se manifestou a revolta contra a falsificação dos resultados das eleições realizadas em 20 de Outubro. Seguindo a letra da Constituição boliviana, a senadora Jeanine Áñez, presidente do Senado, foi proclamada presidente da República.
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Na Bolívia, porém, houve um golpe de Estado; e não um «golpe suave», como parecia estar na moda, mas uma mudança de regime inspirada na velha tradição, com terrorismo nas ruas, uma venenosa campanha de mentiras e os clássicos pronunciamentos policiais e militares impedindo o funcionamento das instituições eleitas com toda a legitimidade. (Abril)