[De Correia da Fonseca] E é possível, quase inevitável, que ao falar-se das escravaturas do passado, as que são lembradas por estátuas de pretéritos escravizadores ou escravizados, pelo menos em certos meios sejam recordadas as escravizações do presente, que não são poucas nem sempre de ligeiro peso, ainda que tenham passado de moda as grilhetas nos pés.
[…] Percorra-se com olhos de ver e cabeça de entender esta nossa sociedade civilizada e democrática e não demorará que encontremos formas específicas e peculiares de escravatura, a mais óbvia das quais é a remuneração do trabalho prestado com pagamentos muito aquém não apenas do esforço desenvolvido mas também da riqueza por ele produzida. (avante.pt)