Ao meio-dia, milhares de pessoas juntaram-se frente aos locais de trabalho, nas ruas e praças, frente às Câmaras Municipais e também junto às escolas, para protestar contra a operação levada a cabo pela Guarda Civil, na passada segunda-feira, contra o Herrira. A acção de protesto, que decorreu entre as 12h00 e as 12h30, foi convocada anteontem pela maioria dos sindicatos bascos.
O protesto chegou também à Câmara de Gasteiz: os 21 deputados do EH Bildu saíram do plenário e foram até à concentração que fora convocada para a Praça da Virgem Branca. De um modo geral, nos quatro territórios do Sul a adesão às mobilizações convocadas pelos sindicatos foi grande; em Nafarroa, foram proibidas quatro concentrações e em Iruñea houve intervenção da Polícia espanhola.
Os responsáveis máximos do ELA e do LAB, Adolfo Muñoz e Ainhoa Etxaide, estiveram em Bilbo, na concentração que se realizou nas escadarias da Câmara Municipal, com o lema «Euskal presoen eskubideen eta konponbidearen alde» [Em defesa dos direitos dos direitos dos presos bascos e da resolução]. Dezenas de pessoas participaram no acto, exibindo cartazes em que se lia «Herrira aurrera» [Herrira avante!] e «Denok gara Herrira» [Somos todos Herrira].
Em declarações à comunicação social, Etxaide afirmou que estão «contentes» pelo facto de os detidos terem sido postos em liberdade, circunstância que, no seu entender, «torna ainda mais injustificável» a operação contra o movimento popular.
«A operação tinha um objectivo claro: dizer "aqui estamos e não vamos renunciar à repressão"», disse.
Recordou que estes 18 imputados «se vêm juntar a uma extensa lista de imputados em julgamentos políticos; o Estado, em vez de construir a paz, continua a aumentar a sua lista de ilegalizações e de violações de direitos». Por isso, fez um apelo à construção de «Euskal Herria a partir de Euskal Herria».
Para o secretário-geral do ELA, Adolfo Muñoz, a operação policial contra o Herrira violou dois direitos fundamentais: os direitos humanos dos presos e o direito de associação. «O Estado espanhol não é democrático», disse Muñoz, e, com esta atitude, voltou a demonstrá-lo mais uma vez. «O Governo sabe que controla o poder judicial para fazer coisas como as que fez», denunciou.
O Estado espanhol enfrenta «múltiplos problemas» e, por isso, quer «alterar» a agenda mediática com operações como a desta segunda-feira, utilizando «descaradamente» os direitos dos presos para tal.
Amanhã, todos a Bilbo
Os sindicatos ELA, LAB, ESK, STEE-EILAS, EHNE, HIRU, CGT e CNT pediram à sociedade que venha para as ruas e participe na manifestação convocada contra a operação policial, porque assim «o Estado há-de ser derrotado no seu propósito de impedir aquilo que deve ser a solução para este país». / Ver: Berria e naiz.info / Fotos: Mobilizações de apoio ao Herrira (Berria / naiz.info / boltxe.info)
EM IRUÑEA, a Polícia espanhola dispersou a concentração
Em Nafarroa, centenas de pessoas responderam à convocatória dos sindicatos e vieram para as ruas apoiar o Herrira e os presos; em Iruñea, a Polícia dispersou a concentração
A Alba - delegada pepera em Nafarroa - proibiu quatro das 400 mobilizações convocadas pelos sindicatos bascos para hoje em Nafarroa. Assim, centenas de pessoas participaram, por todo o território, nas acções de protesto contra o assalto ao Herrira. Mas naquelas quatro localidades «não podia ser», teimou a dita cuja. Na capital, apesar de tudo, houve algum ajuntamento, e a Polícia ainda teve tempo para mostrar os seus dotes. Os sindicatos protestaram contra a mordaça e anunciaram uma nova acção para a próxima terça-feira. / Mais informação: ateakireki.com
Grande manifestação em Iruñea ao final da tarde
Ao fim do dia, centenas e centenas de pessoas manifestaram-se nas ruas da capital navarra em apoio ao Herrira. Agentes políticos, sociais e sindicais afirmaram que vão prosseguir com o trabalho de defesa dos direitos dos presos políticos. (Vídeo: ateakireki.com) / Dados sobre as mobilizações ao longo do dia no Gara
[Vídeo] «Se o PP pensa que a defesa dos direitos dos presos vai ser esquecida, engana-se» (Sortu Euskal Herria)
Leitura: «Gota a gota», de Borroka Garaia (BorrokaGaraiaDa)
El sábado en Bilbo, gota a gota seguiremos haciendo que suba ese caudal de la marea de la solidaridad hasta que finalmente con el viento nos transformemos en una ola que arrase con todo lo que impide que en este pueblo se pueda vivir en libertad.