A solidariedade com os detidos e o protesto contra a operação de ontem contra o Herrira, movimento popular de defesa dos direitos dos presos políticos, fizeram-se sentir também esta manhã. Uma das expressões mais massivas ocorreu em Bilbo, onde dezenas de pessoas participaram numa conferência de imprensa para tornar oficial a convocatória de uma mobilização para o próximo sábado. A marcha partirá às 17h30 de La Casilla e pretende ser uma «onda azul» de repúdio pela operação policial contra o Herrira, de defesa dos direitos dos presos e a favor da resolução do conflito. Os 18 detidos começam a depor hoje no quartel de Tres Cantos, em Madrid, na presença dos seus advogados de confiança.
Entre os convocantes da mobilização, encontram-se os partidos políticos Aralar, EA, Alternatiba, Sortu e Ezker Batua; os sindicatos ELA, LAB, STEE-EILAS, EHNE, CGT, ESK, HIRU; e agentes sociais como a Etxerat, Eskubideak, ESAIT, EHE, Gorripide, Ikasle Abertzaleak, EPPK bitartekaritza, Askapena, Bai Euskal Herriari, Bilgune Feminista, Sare Antifaxista ou TAT. [Lista completa aqui.]
O seu apelo: criar «uma onda em defesa dos direitos dos presos bascos; uma onda a favor da resolução do conflito». «Pretendemos transmitir ao Estado espanhol o sentir da sociedade basca perante este escândalo, e expressar a nossa solidariedade aos detidos, exigindo a sua imediata libertação».
Na conferência de imprensa, os agentes políticos, sindicais e sociais bascos manifestaram o «firme repúdio pela decisão política que inspira esta acção judicial, policial e mediática», e defenderam o trabalho desenvolvido pelo Herrira, que «é uma organização bem conhecida no nosso país; actua de forma aberta; relaciona-se com múltiplas organizações sociais e políticas do nosso meio, procurando a sua colaboração». Três traços marcaram as suas iniciativas, que descreveram como «pacíficas, plurais e sempre em defesa dos direitos humanos».
Por detrás desta ofensiva, os convocantes vêem vários objectivos. «O mais evidente, criminalizar a defesa dos direitos dos presos políticos bascos. Com esta criminalização, o Governo espanhol joga pelo seguro, deixando ficar mal o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem caso se pronuncie de forma contrária à razão de Estado».
Por outro lado, consideram que, com esta operação, «se pretende prolongar sine die o período político do pacto antiterrorista, repleto de macro-processos e ilegalizações».
É também «evidente» para os convocantes que, com esta grande operação, «se pretende criar uma cortina de fumo para ocultar os inúmeros problemas com que o actual partido do Governo espanhol depara, como sejam a corrupção ou o incremento das reivindicações nacionais a favor do direito de autodeterminação».
Por último, lamentaram que estas operações visem «transformar a questão dos presos num problema de uns quantos». / Ver: naiz.info
Herrira aurrera: conferência de imprensa em Bilbo [AlternaTB]
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