Mais uma vez, centenas de pessoas participaram no tributo anual a Germán Rodríguez, que foi assassinado pela Polícia espanhola nos sanfermines de 1978, na sequência dos incidentes ocorridos na praça de touros e nas imediações, depois de a Polícia ter atacado um grupo que levava uma faixa a favor da amnistia. A homenagem foi extensiva a Joseba Barandiaran, assassinado três dias depois de Germán, quando participava numa manifestação de protesto, em Donostia, contra o que se passara em Iruñea.
A um aurresku dançado frente ao monumento em memória de Germán, seguiram-se as intervenções de Fermín Rodríguez (irmão de Germán), Joxe Miel e Inazio Barandiaran (irmãos de Joseba) e Ramón Vélez e Miguel Fernández (feridos a tiro na repressão de 1978), que lembraram as tentativas para esconder aquilo que se passou.
Afirmaram também que a Justiça nunca investigou os factos, nem imputou responsabilidades a pessoas como Rodolfo Martín Villa, ministro da Governação em 1978, depois de ter assumido funções no Sindicato Vertical e no Movimento, e que acabou por desempenhar altos cargos em empresas como a Endesa ou a Sogecable.
Gloria Bosque, que foi detida com Germán Rodríguez em Junho de 1973 e em Novembro de 1975, tendo sido torturada pela Polícia, destacou a necessidade de assumir responsabilidades para construir uma sociedade justa.
Na cerimónia, em que estiveram representantes da plataforma basca contra os crimes do franquismo, um dos promotores da queixa interposta na Argentina, denunciou-se ainda a impunidade deste crime e de casos similares ocorridos nos anos da chamada transição. A deposição de flores frente à estela dedicada a Germán e a actuação de Fermin Valencia encerraram a homenagem, que é já uma tradição do movimento popular durante os sanfermines. / Ver: lahaine.org [com várias fotos], naiz.info e Berria / Mais fotos: German gogoan (ekinklik.org)