Na terça e na quarta-feira da semana que vem, 14 familiares de presos políticos bascos têm de depor como testemunhas num tribunal de Madrid. Numa conferência de imprensa que hoje deu frente ao Tribunal de Donostia, apoiada por forças sindicais, políticas e sociais, a Etxerat convocou uma concentração para dia 7, no mesmo local.
«Ser familiar não é um crime nem razão para ser perseguido», afirmaram membros da associação de familiares e amigos de presos políticos bascos na conferência de imprensa de hoje, em que revelaram o facto de 14 deles terem sido chamados a depor como testemunhas num tribunal de Madrid. «O motivo? Ainda não sabemos», disse o porta-voz Urtzi Errazkin, que tinha ao seu lado três dos 14 intimados.
Para denunciar esta situação, a Etxerat marcou uma concentração nacional para o dia em que têm lugar os primeiros depoimentos em Madrid – a próxima terça-feira –, ao meio-dia, frente ao Tribunal de Donostia. «Para que o povo ponha um travão a este absurdo».
Direito à defesa jurídica
Em Abril, 127 familiares de presos políticos bascos foram intimados a depor nos quartéis de La Salve, em Bilbo, e de Intxaurrondo, em Donostia. Para os advogados, as intimações estavam relacionadas com a «operação Mate», decretada pelas forças fascistas espanholas e em que foram detidos 12 advogados de presos e quatro pessoas ligadas ao Herrira. Os familiares decidiram não comparecer e, agora, 14 têm de ir a Madrid. A Etxerat suspeita que, com estes depoimentos, se pretende atacar o direito à defesa jurídica dos prisioneiros.
«Qual é o objectivo?», perguntou Errazkin. «Mais do que dificultar as visitas, trata-se de dificultar a assistência jurídica. Isto é muito mais grave do que ter de ir a Madrid. Na verdade, o objectivo é fazer dos depoimentos dos familiares uma acusação contra os advogados; usar os familiares contra os próprios presos e contra as pessoas em que esses familiares confiam para defender os presos. É disso que suspeitamos», disse Errazkin. / Ver: Berria e etxerat.info (eus / cas)
SOLIDARIEDADE COM O PRESO RUBEN RIVERO
O preso político basco Ruben Rivero (Balmaseda, Bizkaia) encontra-se sozinho na cadeia francesa de Mont de Marsan desde o dia 18 de Maio. Para denunciar a situação e pedir às autoridades que voltem a juntar Ruben aos seus camaradas, um grupo de pessoas começou a enviar cartas [ver aqui] à direcção do estabelecimento prisional e à ministra francesa da Justiça, Christiane Taubira.
Pede-se a todas pessoas que, da mesma forma, enviem as cartas em seu nome às entidades referidas. «Milesker ta JTK danak etxean egon arte!»