Hoje começava a Aste Nagusia [Semana Grande das festas], mas as principais ruas de Donostia encheram-se por outra razão: uma manifestação de protesto contra a sentença das «herrikoak» [as populares, as do povo], em que o laranja da plataforma Libre foi a cor dominante. À frente, iam a faixa e as pancartas com os nomes de algumas herriko tabernas que os tribunais espanhóis querem fechar e saquear. Seguiram-nas cerca de 4000 pessoas, entre a Gipuzkoa Plaza e Zuloaga Enparantza. Aos veraneantes, a sentença foi divulgada em basco, castelhano e inglês.
Os participantes denunciaram o facto de a sentença constituir um ataque à política e à cultura e lembraram que 20 militantes independentistas foram condenados neste processo. Os manifestantes fizeram diversas paragens ao longo do percurso, nas quais houve lugar e tempo para apreciar várias expressões artísticas: do escritor Fito Rodríguez, do bertsolari Beñat Gaztelumendi, da banda Ze Esatek!, por exemplo. No final, os presentes cantaram o «Txoria txori», de Mikel Laboa.
No acto final, Joseba Álvarez, um dos militantes condenados no processo 35/02, disse que, com este ataque às herriko tabernas, se pretende verdadeiramente encerrar um «projecto político» e «um sonho» [que é em basco, independentista, feminista e já foi «socialista» mas agora é «à esquerda»] construído com milhares e milhares de horas de trabalho. Mas, notou Joseba, muito se enganam os da receita, os governantes espanhóis, que parecem nada ter aprendido, pois, lembrou, a cada ilegalização dos últimos anos, o povo respondeu com a criação de novas ikastolas, meios de comunicação [que saudades do Egin!] e organizações. O caminho passa por desobedecer, resistir, responder e construir, disse, e, neste sentido, fez um apelo à criação de novos projectos. / Ver: naiz / Ver: irutxulo.hitza.eus e topatu.info [com fotos]