Milhares de pessoas manifestaram-se esta tarde na capital biscainha em defesa da amnistia, considerando que esta é uma parte fundamental da resolução do conflito. Para os promotores da mobilização, só se pode pôr fim à opressão nacional e social a que o País Basco é submetido quando se enfrentar as causas que estão na origem do conflito.
4500 foi o número de participantes avançado por um meio de comunicação nada simpatizante com a causa. A mobilização de hoje ganha maior relevo se se tiver em conta o combate que lhe foi dado pela linha da «pijolandia ciudadanista», com muito show audiovisual e cada vez menos miolo ideológico. No final, uma representante do Movimento pró-Amnistia e contra a Repressão sublinhou os obstáculos enfrentados antes de afirmar: «Aqui estamos e continuaremos a estar».
A manifestação, que atravessou Bilbo entre o Sagrado Coração e o Arriaga, começou no meio dos intensos aplausos de quem estava nos passeios. Ali, e durante o percurso da marcha, foram constantes as palavras de ordem «Presoak kalera, amnistia osoa» [os presos para a rua, amnistia geral], «Borroka da bide bakarra» [a luta é o único caminho], «Amnistiarik gabe, bakerik ez» [sem amnistia não há paz] e «Jo ta ke, irabazi arte» [sem descanso até à vitória]. Em declarações à comunicação social, Sendoa Jurado, do Movimento pró-Amnistia, disse que na «esquerda abertzale não há ninguém que não queira a amnistia».
A manifestação, em que se respirou a «força e a tenacidade do povo basco» na sua luta pela independência e o socialismo, foi seguindo pela Kale Nagusia, passou pela Moyua e a Biribila, com grande ímpeto, e terminou no Arriaga. Ali, houve bertsos, foram lidas mensagens de presos políticos bascos e de refugiados, agradeceu-se às diversas delegações internacionais a sua participação na mobilização e fez-se um convite a unir a luta em prol da amnistia.
Nas intervenções que se foram sucedendo, os representantes do Movimento pró-Amnistia sublinharam que, «apesar de todos os obstáculos, ali estavam e continuarão a estar». Recordaram que foi «há um ano e meio que tomaram a decisão de trazer novamente para a rua a reivindicação da amnistia» e, considerando que esta é a «saída para o conflito» que opõe Euskal Herria aos estados espanhol e francês, afirmaram que a manifestação de hoje constitui um «ponto de viragem» nesta luta. A concluir a mobilização, os presentes cantaram o «Eusko Gudariak» e «A Internacional».
Reportagem do Ahotsa
Notícia com base no Berria, lahaine.org [com várias entrevistas] e no Twitter do lahaine e do Ahotsa