No próximo dia 26, tem lugar em Bilbo (Sagrado Coração, 18h00) a manifestação nacional a favor da amnistia convocada pelo Movimento pró-Amnistia e contra a Repressão (MpA). Hoje, numa conferência de imprensa na capital biscainha, representantes do MpA fizeram um apelo à participação na mobilização, em especial «a todos os homens e mulheres que de uma ou outra forma participaram na luta, no seio do Movimento de Libertação Nacional Basco».
«Quando passam cinco anos sobre o fim da luta armada, continuamos a ser um povo oprimido», com «quase 400 presos e presas e dezenas de refugiados e deportados», disseram, acrescentando que «o estado de saúde de muitos presos é grave, as condições de vida de muitos refugiados são penosas e os deportados vivem num limbo legal que os condena ao exílio até ao dia da sua morte, sem esquecer aqueles que têm 35 anos de cadeia pela frente».
Assim, «não é tempo de ficar em casa, mas, sim, de vir para a rua, de lutar e organizar-se», pois «cabe a todos encontrar uma saída definitiva para estas situações». A «amnistia, entendida como a resolução das razões que são a raiz do conflito, será a única alternativa capaz de garantir que hoje e no futuro não volte a haver perseguidos políticos», afirmaram representantes do MpA.
Mais de 50 anos de luta sob perspectiva
Na conferência de imprensa em Bilbo, recordaram que «a existência de presos, refugiados e deportados políticos é consequência de mais de 50 anos de luta, em concreto, da luta de um povo para fazer frente à opressão nacional e social dos estados espanhol e francês».
A «ETA surgiu no tempo do franquismo como expressão política para fazer frente à brutalidade da ditadura», afirmaram. «Com o seu nascimento, diversos sectores deram início à construção das bases do que viria a ser um amplo movimento popular, que trabalharia em prol da independência de Euskal Herria e do socialismo», explicaram.
«Desde então muitos foram os passos dados no caminho da libertação nacional, tanto no âmbito cultural como no laboral», disseram os representantes do MpA, salientando como «uma conquista geral a própria sobrevivência, através da luta, de uma consciência nacional basca que estava a ponto de desaparecer, como consequência das violências imperialistas espanhola e francesa».
A repressão intensificou-se «à medida que a luta e as ânsias de liberdade do Povo Trabalhador basco iam crescendo»: «as forças de ocupação dos estados golpearam com especial dureza quem participou na luta armada e também na kale borroka, mas igualmente as expressões políticas, sociais e culturais que trabalharam a favor da libertação de Euskal Herria em qualquer domínio da vida», recordaram. / Ver: amnistiAskatasuna 1, 2 e 3