quarta-feira, 3 de março de 2010

Quem disse que estamos sozinhos?


Rubalcaba e os seus lanceiros mediáticos não descansam. Esbanjam milhões de palavras e euros mercenários para propagar a imagem de que Euskal Herria ficou «triste e só». Pobrezitos. A criatividade e a militância das nossas amizades internacionalistas carcomem esta mentira.

Acaba de se realizar mais uma Semana a favor de Euskal Herria; luz solidária que se aviva com o passar do tempo. A Europa congelada e a América abrasada puseram-se de acordo para erguer a voz em defesa da nossa causa. Se no ano passado foram internacionalistas de 13 países a promover 50 iniciativas, este ano foram 18 os países envolvidos e mais de 80 as acções realizadas. Vozes muito díspares divulgaram entre os seus respectivos concidadãos a repressão e a tortura de que somos alvo; defenderam as nossas presas e os refugiados; reafirmaram o direito que nos assiste a sermos um povo livre e soberano. Madrugaram os amigos irlandeses e inseriram a nossa causa na sua marcha de 30 de Janeiro, evocativa do Bloody Sunday; não faltou a defesa de Arturo e de Iñaki, refugiados bascos que as fauces do monstro espanhol pretendem engolir.
Gotzone Lopez de Luzuriaga esteve em frente à embaixada espanhola na Dinamarca, passou-se o mesmo com Jon Anza na Suíça, e a bandeirola repatriadora na Eslovénia. Em Paris, tal como no México, optaram por jantares internacionalistas; dois encontros com muitas milhas a separá-los e numa mesma sintonia. Numerosos actos converteram-se num espaço partilhado com militantes de outras frentes; o facto de a luta pelo socialismo ser comum e a causa internacionalista aviva fraternidades. Como resumir em tão breve espaço tantas manifestações de apoio? Noites de colóquios, cinema testemunhal e música basca disseminados por toda a Europa. Grupos já habituais e outros que se estrearam com o fervor de neófitos. Um aplauso para a massiva solidariedade italiana que mobilizou milhares de pessoas; para a tenaz e difícil de Castela, Aragão, Madrid ou Catalunya; para a antiga e necessária de Lisboa. Todas úteis e muitas delas acossadas.

No Hotel Bauen de Buenos Aires - território libertado – juntou-se a nata da Argentina popular e lutadora. Pesos pesados daquelas lutas avivaram um colóquio substancial. Declararam Garzón «arquitecto do terrorismo de Estado» e Espanha «protótipo de um Estado opressor». O Uruguai voltou a estar à altura; apesar do sossego estival, pôs em marcha um Manifesto que concita adesões. Em Caracas irrompeu com força o Colectivo Internacionalista Pakito Arriarán. Apoiado pela Coordenadora e pelo Movimento Continental Bolivarianos, transmitiu a sua solidariedade até ao coração da Venezuela. A «esquina quente» de tantas lutas populares conheceu a solidariedade com Euskal Herria e recebeu quem partilhava um delicioso marmitako. Estou seguro de que o Libertador disfrutou ao constatar que o seu povo, obrigado a lutar em tantas frentes, atende também à internacionalista. «Nunca seremos livres - lembram-nos - enquanto existir um só povo oprimido». Faremos da nossa gratidão resposta solidária.

Jesus VALENCIA
educador social
Fonte: Gara