sexta-feira, 30 de setembro de 2005

Ongi Etorri! Bem-vinda!

Mertxe Galdos recuperou hoje a liberdade depois de passar 19 anos em prisões espanholas. Galdos saiu da prisão de Topas por volta da uma da tarde e recebeu o abraço de familiares e próximos que a esperavam às portas da prisão de Salamanca. Prevê-se que a recém-libertada pise terras bascas ao entardecer. Galdos será recebida pelo seu povo, em Ezkio-Itsaso, às 20.00 e mais tarde será brindada com uma pequena homenagem na herriko taberna de Urretxu.

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

Dia do Combatente - Gudari Eguna



Ontem, 27 de Setembro, cumpriram-se 30 anos das execuções dos militantes da ETA Txiki e Otaegi, com mais três activistas da FRAP, sob a mão do regime franquista. Desde aquele dia e nessa mesma data, todos os anos se comemora em Euskal Herria o Gudari Eguna (Dia do Combatente) por aqueles voluntários e militantes bascos "que deram a sua vida na luta por Euskal Herria".

Em todos os actos celebrados ontem recordaram-se todos eles, desde o primeiro militante da ETA falecido, Txabi Etxebarrieta, até ao último, Imanol Gómez. Mas, com motivo do 30º aniversário, houve uma lembrança especial de todos os fuzilados por ordem de Franco.

Tochas com "a chama do fogo que simboliza a luta deste povo", ramos de flores e pancartas com as faces "dos voluntários pela liberdade caídos na luta" tomaram as ruas bascas.

Pela manhã, os centros de ensino foram cenário de mobilizações e a de Errnteria-Orereta saldou-se com duas detenções. Dois jovens de 20 e 24 anos foram presos pela Ertzaintza acusados de "enaltecimento do terrorismo e desordem pública". Segundo o Departamento do Interior, os jovens foram detidos depois de terem, numa manifestação, "lançado pedras" a uma dotação da Ertzaintza e "proferido gritos de apoio à ETA". Ficaram livres depois de presentes perante o juiz.

Em Hernani 200 estudantes realizaram uma manifestação e em todos os centros de Sestao realizaram-se concentrações. Em Zizur foram 50 os que se mobilizaram, igual número que no instituto gasteiztarra Koldo Mitxelena, onde realizaram um corte de estrada. No centro gasteiztarra Ikasbidea, como em Zarautz, foram 30 os estudantes mobilizados.

Pela tarde, os actos e mobilizações estenderam-se a todas as localidades. Em Biscaia, centenas de cidadãos acorreram às manifestações. Em Bilbau, mais de 450 pessoas, em Barakaldo foram 160, em Markina 90, em Zalla 70, em Lemoa e Derio 50, em Durango 90, em Txorierri 30, em Basauri 75, em Laudio 120, em Guernica e Bermeo 60, em Algorta 200. Em Zornotza onde a Ertzaintza identificou três pessoas que instalavam pancartas manifestaram-se 100 pessoas.

Em Gasteiz não houve problemas durante o acto e a posterior manifestação que, sob a vigilância da Ertzaintza, reuniu mais de um milhar de pessoas. 42 pessoas concentraram-se em Otxandio.

Em Baiona 70, em Hendaia 40 e Baigorri 15. Em Navarra, Iruñea foi cenário de uma manifestação na qual participaram 600 pessoas. Em Altasu foram 75, em Tafalla 30 e em Leitza 40.

Guipuscoa foi a região onde a Ertzaintza se empenhou mais em obstaculizar o Gudari Eguna. Em Arrasate 600 pessoas sofreram uma carga da Ertzaintza enquanto se realizava um acto de homenagem. Dezenas foram retidos e identificados. Em Tolosa, a Ertzaintza também quis impedir a manifestação mas os 150 manifestantes terminaram a marcha. Em Donostua foram mais de 200 os manifestantes, 40 em Aretxabaleta, 33 em Getaria, 500 em Hernani, 100 em Andoain, 800 em Orereta, 15 em Segura, 200 em Zarautz, 200 em Eibar e 100 azpeitiarras marcharam até Nuarbe, onde perante a casa de Otaegi homenagearam "todos os gudaris".

No contexto do Gudari Eguna o Batasuna fez questão de frisar que "Euskal Herria existe graças à luta".

Gara.net

terça-feira, 27 de setembro de 2005

ETA continua a luta e apela à luta por novos caminhos



Uma nova bomba explodiu, desta vez numa pequena central eléctrica não operacional, em Añón (Saragoça), na Serra do Moncayo, segundo fontes da Delegação do Governo espanhol em Aragão. A ETA fez um pré-aviso à DYA de Guipuscoa e Biscaia.

Gara.net

Hoje, saiu no Gara, por motivo do Gudari Eguna (Dia do Combatente), um novo comunicado da organização independentista basca. A ETA faz um apelo à organização e à luta a todos os cidadãos independentistas e de esquerda já que considera que só assim se pode garantir um futuro de liberdade para o País Basco. Após afirmar que a actual situação política se caracteriza por novas oportunidades mas também de novos riscos, a organização armada destaca que os inimigos do povo basco não vão ceder nada e assegura que a opção de ganhar uma situação democrática em que se reconheçam os direitos de Euskal Herria está também aí.

Gara.net

domingo, 25 de setembro de 2005

Carro-bomba explode junto a Ávila



Uma furgoneta-bomba explodiu este sábado às 22.01 horas no polígono industrial de Vicolozano, a cinco km de Ávila depois de se terem recebido duas chamadas, uma no Gara e outra no DYA, de um comunicante que, em nome da ETA, anunciou a colocação do carro-bomba. Não causou feridos mas causou, sim, importantes danos materiais.

Gara.net

sábado, 24 de setembro de 2005

Homenagem a militantes da ETA caídos na luta



Há 15 anos, Bautista Barandalla corria pela Rua del Carmen na Parte Velha fugindo à Polícia espanhola. Ele foi preso mas a seu lado Mikel Castillo teve pior sorte: um disparo policial acabou com sua vida. Ontem, o preso etxarriarra (de Etxarri) que continua preso, apesar da sua doença, não quis faltar ao breve mas emotivo acto de memória: "São muitos os que dizem que estamos num momento político histórico; poderia ser assim mas agora é hora de se passar das palavras aos actos. O processo de paz deve impulsionar-se com actos e não com palavras bonitas. E nós, cidadãos, devemos ter uma participação activa. Avante pois, porque o nosso povo necessita e porque Mikel merece-o", afirmou numa carta.

Mikel Castillo perdeu a vida como militante da ETA e a homenagem foi acompanhada por centenas de pessoas.

Em Barañain foram homenageados os militantes da ETA, José Miguel Bustinza e Gaizka Gaztelumendi, também caídos sob as balas policiais.

Gara.net

Já em Bilbau a polícia não conseguiu impedir a homenagem a Galagarra e a Gurrutxaga. Cerca de 150 pessoas reuniram-se na Praça Aita Donostia para recordar os jovens militantes da ETA que perderam a vida nas imediações, há 3 anos, quando deflagrou o artefacto explosivo que transportavam no seu veículo.

As fotografias dos combatentes independentistas foram colocadas no solo e ao mesmo tempo as pessoas começaram a depositar cravos vermelhos em cima das imagens. Acto seguido de um jovem bailando o aurresku (dança tradicional) perante os retratos e os reunidos entoaram o "Eusko Gudariak" (hino basco: "Combatente Basco").

Gara.net


quarta-feira, 21 de setembro de 2005

Saudação do Movimento Juvenil Bolivariano ao Movimento Juvenil Independentista Basco



Os jovens bolivarianos de toda a Colômbia saudamos o movimento juvenil independentista basco.

Inspirados pelos maiores valores e principios bolivarianos de internacionalismo solidário e de unidade entre os povos que lutam contra a tirania, partilhamos convosco o nosso reconhecimento e valorização da luta revolucionária do povo basco pela sua autodeterminação e independência assim como do papel activo que as juventudes de Euskal Herria têm tido nessa luta.


Os milhares de jovens colombianos que nos organizamos nos núcleos clandestinos do Movimento Juvenil Bolivariano, não regateamos sacrificios na dura luta que travamos contra o regime de terror que a oligarquia colombiana impõe ao nosso povo e pomos todos os nossos esforços na conquista de uma Nova Colômbia com igualdade social, com a verdadeira liberdade, democracia e independência. Essas bandeiras que levamos nos nossos corações e consciências são a faísca que incendeia cada vez mais o nosso fogo revolucionário e nos impulsiona a não desfalecermos nem a descansarmos um instante nas nossas batalhas contra o fascismo que hoje se passeia na Colômbia pela mão do presidente paramilitar Álvaro Uribe Vélez, com o auspicio permanente do governo dos Estados Unidos da América.

É ao fragor desse batalhar pelos ideais e necessidades revolucionárias do nosso povo que entendemos e cremos justa a luta do povo basco enquanto chamamos a continuar a prática consequente do internacionalismo solidário entre os nossos povos pois como certeiramente nos ensinava Bolívar: só a unidade dos oprimidos nos dará a força necessária para derrotar os inimigos da felicidade humana e a tirania. Coincidimos com José Martí em que a nossa pátria é a América, ainda cremos como Bolívar que "...a igualdade, a liberdade e a independência são as nossas divisas..."

Unidade contra o imperialismo!
Gora Euskal Herria!
Viva a Nova Colômbia!

Movimiento Juvenil Bolivariano
mjbolivariano@yahoo.es

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Esquerda independentista marca manifestação



Sob o lema "Orain Herria, Orain Bakea" - Agora o Povo, Agora a Paz - um grupo de cidadãos convocou uma manifestação para primeiro dia de Outubro em Bilbau, "para reivindicar o papel activo da sociedade num processo de paz".

No mesmo dia, Juan Mari Olano ficou em liberdade sob fiança passados poucos minutos das 14.30, depois da defesa ter depositado 100.000 euros imposta pelo juiz. Espera-se que chegue a Zaldibia até às 21.00 de hoje.

Comunicado da E.T.A.



Euskadi Ta Askatasuna (E.T.A.) remeteu ao jornal Gara um comunicado em que assume, entre outras acções, a colocação no passado dia 12 de Julho de 4 artefactos explosivos contra a central térmica de Boroa, em Zornotza. O atentado foi levado a cabo "a favor do respeito da vontade popular e para denunciar a imposição".


A ETA recorda que os cidadãos de Zornotza "levam anos mostrando a sua postura contrária à central e reclamando que se detenha. Realizou todo o tipo de denúncias e mobilizações. Finalmente, por meio de uma consulta popular, os cidadãos deixaram claro a sua decisão: parar a central".

Para a organização armada, esta vontade não foi cumprida porque "as autoridades autonómicas priorizaram os seus interesses económicos e continuam a engordar os seus obscuros negócios". "Os que como Ibarretxe falam tanto de consulta popular e de respeito pela vontade da cidadania perderam uma imemoravel oportunidade de efectivar as palavras com actos", acrescenta.

A ETA reclama "que se respeite a vontade que expressaram os habitantes de Zornotza através de uma consulta. Se não o fazem, pensaremos que os seus apelos em prol de uma consulta popular não são senão uma fraude. Discursos de fachada".

"Os dirigentes de Ajuria Enea responderam com grande alarido à acção da ETA contra a central de Boroa. Se tivessem mostrado metade desse vigor em respeitar a palavra dos zornotzarras, agora estariamos noutra situação. Seguramente, não teriamos tido uma acção da ETA contra a central".

No seu comunicado, a ETA reivindica outras quatro acções armadas. No dia 25 de Junho, colocou um carro-bomba no exterior do Estádio de La Peineta (Madrid), "que estava destinado a ser o principal recinto dos Jogos Olímpicos de 2012". A acção foi contra "as infraestruturas e os interesses económicos espanhóis".

No dia 22 de Julho explodiu um artefacto contra a empresa Construcciones Intxausti S.A. de Guernica por "negar-se a contribuir com dinheiro a favor da liberdade de Euskal Herria".

A ETA assume também a colocação de explosivos no dia 29 de Julho nas estradas A-4 e A-5, perto de Puerto Lápice (Ciudad Real) e Maqueda (Toledo), respectivamente. Estas acções, levadas a cabo durante a Operação Saída, efectuaram-se "contra os interesses turísticos espanhóis".

Gara.net

sábado, 17 de setembro de 2005

Argala, histórico combatente basco



Argala foi um dos homens mais carismáticos e decisivos na história da ETA. Morreu a 21 de Dezembro de 1978 depois de uma bomba colocada debaixo do seu carro em Angelu ter explodido. A data escolhida e o procedimento utilizado vinham a mostrar a operacionalidade e ideologia dos grupos para-policiais que quiseram dar o seu selo cinco anos depois da morte de Luis Carrero Blanco.

José Miguel Beñaran nasceu dem Arrigorriaga em 1949. Depois de uma infância e adolescência marcada pelo ambiente social do franquismo, Argala entrou na ETA com outros jovens do seu grupo. Em 1968 e como consequência de umas detenções, José Miguel Beñaran abandonou a sua localidade refugiando-se em Oñati durante bastante tempo e adoptando o nome de Iñaki. Exilado depois em Iparralde (País Basco norte) participaria activamente na futura evolução da organização armada. Nesses anos de intensidade dialéctica Argala fez célebre a frase de seu próprio cunho: "Eu discuto com todos, intelectualizo os militares e militarizo os intelectuais".

Em Dezembro de 1973, José Miguel Beñaran Ordeñana, agora com o nome Fernando, encontrava-se em Madrid, com os outros membros do Comando Txikia. De recordar, que Argala foi o militante que pressionou o botão que detonou a bomba que matou Carrero Blanco, privisivel sucessor de Franco. O atentado espectacular deu mais uma machadada no regime fascista e acelerou o processo de derrubamento do franquismo. Argala era o militante metódico e disciplinado que transparecia de modo natural a sua imensa qualidade humana. Viveu de forma intensa a sua clandestinidade. Adorava discutir, jamais fazia concessões, sustentava os seus argumentos com grande solidez e sempre de frente. Captava rapidamente os erros dos seus oponentes, ganhando a discussão com rapidez. De qualquer forma, fazia-o desde uma postura honesta, discutia sem descanso até equilibrar as posições, independentemente de quem tivesse o ponto de análise mais correcto.

De novo em Iparralde, participaria na restruturação da ETA. No seio da organização armada havia divergências quanto a mudanças internas e, fundamentalmente, quanto à análise do futuro político. Argala jogou aqui um papel determinante, em duplo sentido: analisando as consequências da caída do regime franquista e as mudanças que se avizinhavam, e estudando o desdobramento para abarcar todas as frentes de luta sobre um novo modelo orgânico, deixando para a ETA o campo militar. Desta forma constituia-se em Novembro de 1974 ETA militar e a análise realizada por José Miguel Beñaran ficaria marcado num manifesto que se publicaria nos últimos dias desse mês.

Em Outubro de 1976 Argala casou-se na ilha francesa de Yeu, onde estava deportado, com Asun Arana cujo companheiro, Jesús Mari Markiegi, havia sido morto numa emboscada policial em Gernilka em 1975. Depois de abandonar Yeu, alugaram uma casa em Angelu. Quando se produziu a sua morte, a Polícia bloqueou e proibiu a entrada na sua terra natal, Arrigorriaga. Como protesto pelo cerco, uma assembleia popular decidiu que todos os habitantes se fechassem em suas casas e que acompanhassem o cadáver só a mãe, os irmãos e os companheiros. Duas pessoas que levavam a bandeira de KAS abriram um pequeno cortejo que avançava lentamente perante o cordão policial. Um punhado de militantes, familiares e amigos foram os últimos testemunhos da última viagem de Argala.

Solidariedade com os presos políticos bascos



A reclamação para que se respeitem os direitos dos presos políticos bascos chegou ontem até às portas do Festival de Cinema de Donostia, o Zinemaldia, através de uma manifestação convocada por Etxerat e à qual compareceram cerca de 400 pessoas.

As manifestações estenderam-se a todo o País Basco com 460 pessoas em Gasteiz, 290 em Iruñea, 104 em Bilbau, 100 em Durango, 80 em Zornotza, 50 em Etxarri, 40 em Arrigorriaga, 35 em Elgoibar, 33 em Barañain, 25 em Leioa, 25 em Antzuola, 25 em Getaria e em Portugalete 250 pessoas assistiram à recepção de Iñaki Ruiz de Gauna, Ruso, recentemente posto em liberdade.

Por outro lado, continuam em Irun os actos de apoio a Iñaki Telletxea, que mantém uma greve de fome desde o passado dia 5 de Setembro em protesto contra a sua possivel expulsão do Estado francês ao Estado espanhol. Segundo informou Askatasuna, já perdeu uns 7 quilos, ainda que se encontre forte tanto física como moralmente. Telletexea, preso em Nantes, finalizará a sua pena no dia 26.

Durante hoje e os próximos dias estão previstas várias manifestações de solidariedade.

Reivindicação de acção armada e saudação a todos os combatentes



Um anónimo reivindicou a colocação dos artefactos explosivos de elaboração caseira debaixo de veículos que se encontravam expostos no concessionário que a marca Renault tem no alto de Armentia, em Gasteiz, "em resposta ao assassinato a mãos do Estado francês, mediante a sua política repressiva, do militante basco Imanol Gómez", explicou.

Os acontecimentos tiveram lugar no passado mês de Julho, sem que se tenha difundido algum dado oficial. "A Polícia espanholista do PNV deu a conhecer a existência de um só artefacto com o objectivo de obter informação sobre a autoria", denunciou o anónimo, que enviou um forte abraço aos familiares de Gómez e expressou o seu "apoio a todos os combatentes que dia a dia arriscam a sua vida pela liberdade de Euskal Herria".

Lukas e Saizar em liberdade

Os jovens Josetxu Lukas e Unai Saizar, duas das pessoas detidas pela Ertzaintza no dia 14 de Agosto em Donostia e as únicas que permaneciam presas, abandonaram ontem a prisão de Martutene sem que o juiz lhe tivesse imposto alguma medida cautelar, informou a Askatasuna.

Lukas e Saizar receberam um primeiro acto de recepção em Lezo, em que participaram 60 vizinhos. Depois, retiraram as suas fotografias, do conjunto de fotos dos presos políticos, colocadas na herriko taberna.


Polícia francesa detém Oier Oa

Agentes à paisana da Polícia francesa detiveram ontem em Uztaritze o donostiarra Oier Oa, tal como informou Askatasuna. A detenção produziu-se às primeiras horas da tarde na praça da localidade e, segundo assinalaram as agências, foi transferido para a esquadra de Baiona para a notificação da ordem de captura europeia.

Hoje estão previstas várias mobilizações de protesto contra a prisão do jovem.

Gara.net

Fiscal pede 300 mil euros pela libertação de independentista

Depois de cumprir quase dois anos de prisão preventiva (esteve mais dois no Estado francês), o fiscal da Audiência Nacional espanhola Enrique Molina impôs uma fiança de 300 mil euros a Juan Mari Olano para a sua libertação. Molina justifica-se com o "risco de fuga" para defender esta elevada quantidade. Askatasuna qualificou de "vingança" a decisão do fiscal e sublinhou que Olano "jamais fugiu de Euskal Herria".

Gara.net

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Joseba Sarrionandia



Ao chegar à cabine de visitas, o funcionário disse-lhe:
- Se falam em basco interrompe-se a comunicação.
Esperou um pouco. Chega o filho, delgado, com o cabelo curto, moreno, apesar de tudo, sorridente. Ao sentar-se, põe a mão contra o vidro, com os dedos estendidos; o filho disse algo que a mãe não ouviu. O funcionário, todavia, não pressionou o interruptor que permite que a voz chegue de um lado ao outro.
- Extean zer moduz, ama? (Que tal em casa, mãe?)
Agora sim, ouviu-o:
-Ondo, oso ondo...(Bem, muito bem...)
E parou olhando os lábios do rapaz, movem-se, mas não se ouve nada.
-Fica interrompida a comunicação por falar em basco.
O filho estende novamente os dedos sobre o vidro, a mãe quer dar-lhe a mão, mas não consegue tocar mais que o vidro liso e frio...

Em busca do País Basco

Quem é Joseba Sarrionandia?

Escritor e poeta basco em euskera nascido em Iurreta (Biscaia). Estudou filologia basca e foi professor de fonética na Universidade Nacional à Distância. O seu primeiro livro de poemas foi Izuen Gordelekuen Barrena (Dentro dos esconderijos dos medos). Em 1980 foi detido pela sua militância na ETA e em 1985 fugiu da prisão. Desde então anda fugido pelo mundo escrevendo e mandando livros. A sua influência na literatura em euskera é basilar e muitos dos seus livros foram número um de vendas entre os falantes de basco. Entre as suas obras destacam-se Narrazioak (Narrações), Atabala eta euria (O tambor e a chuva), Ifar aldeko orduak (As horas do norte), Ez gara geure baitakoak (Não somos de nós mesmos), Han izanik hona naiz (Estando ali, aqui estou), Ni ez naiz hemengoa (Eu não sou daqui), Kartzeleko poemak (Poemas da prisão), Marinel zaharrak (Os velhos marinheiros) e Hitzen ondoeza (O mal estar das palavras). É o principal tradutor para castelhano e euskera dos poemas de T.S. Elliot.

E o dia de San Fermin de 1985?

Dia de San Fermin de 1985. Imanol acaba de oferecer um concerto na prisão de Martutene. Horas mais tarde um funcionário dá o aviso ao administrador da prisão: os presos Iñaki Pikabea e Joseba Sarrionandia não voltaram às suas celas. Ambos viajam dentro de uma coluna de som por alguma estrada secundária do País Basco, quem sabe rumo a Iparralde (País Basco norte). Desde a sua fuga só sabemos de Sarrionandia através dos seus livros.

A sua fuga foi imortalizada pela célebre música dos Kortatu "Sarri Sarri" ecoada pelas bocas de centenas de milhar de jovens. Um dia, quando o País Basco for independente e socialista, os milhares de exilados políticos poderão regressar à sua terra.

http://phersu.blogspot.com/2004/08/joseba-sarrionandia-1958.html

whttp://www.epdlp.com/escritor.php?id=2274
http://www.javierortiz.net/Otrasvoces/Sarrionandia.htm

Atropelo aos direitos humanos dos presos bascos



A polémica estalou em pleno Parlamento espanhol com o Partido Popular a acusar o Partido Socialista Obrero Español de ter feito um acordo com o Partido Nacionalista Vasco. Tal acordo incidiria sobre a transferência de todos os presos políticos bascos para as prisões bascas e a sua libertação a partir de 2006 a troco de uma trégua da Euskadi Ta Askatasuna (Pátria Basca e Liberdade). As acusações foram baseadas em notícias que têm vindo a ser veículadas pela comunicação social e obrigaram o Governo de Zapatero a mostrar a sua verdadeira face. Os "socialistas" declararam que não iam suavizar as condições dos presos bascos e que muito menos os iam reagrupar nas prisões bascas.

elmundo.es

Às prisões espanholas, onde abundam os casos de abusos sexuais, falta de higiéne, pragas de ratazanas e falta de condições sanitárias, somam-se os atropelos aos direitos humanos mais elementares, consagrados pelas leis europeias e nacionais, como o direito à prisão junto da área de residência. A maioria dos presos políticos bascos encontra-se a centenas de quilómetros de casa e não vê reconhecida a distinção de preso por motivos políticos.

terça-feira, 13 de setembro de 2005

Estado espanhol quer a paz?

[O Fiscal Geral do Estado destaca na sua Memória correspondente a 2004 que o desaparecimento da ETA "está cada vez mais próximo" devido tanto à eficácia da acção policial e judicial, assim como da cooperação internacional "como principal, senão único, instrumento para combater o terrorismo".

A Memória foi apresentada esta manhã pelo Fiscal Geral do Estado, Cándido Conde-Pumpido no acto de abertura do ano judicial, durante o qual sublinhou que o "extraordinário nível" da eficácia policial e judicial e a acção legislativa dos últimos anos "delibitaram extraordinariamente" a ETA e permitem contemplar esperançados um fim próximo desta modalidade terrorista".]

em elmundo.es



As palavras do Fiscal Geral do Estado roçam o ridiculo. Para além de esquecerem que a ETA e o movimento independentista basco não podem ser derrotados pela repressão policial, militar e judicial, já que são organizações que nasceram do e com o povo basco e que estão enraizadas no seu seio, esquecem que o actual abrandamento de acções da ETA se deve a uma estratégia de tentativa de negociação com vista à conquista da paz, à resolução do problema dos presos políticos e, acima de tudo, à escolha democrática dos cidadãos bascos do seu próprio destino. Estas palavras pretendem lançar o descrédito na política de negociação de paz e legitimar o método repressivo usado pela "acção legislativa dos últimos anos", e ainda usada nesta legislatura, contribuindo para o insucesso das esperanças que se configuram no horizonte do conflito. É preocupante que assim se pense, que perante todos os esforços das organizações bascas para a resolução do conflito as instituições do Estado espanhol continuem a preconizar a via da repressão ao invés de seguirem a via do diálogo. O Movimento de Libertação Nacional Basco não conseguirá manter as portas abertas ao diálogo se não vê do inimigo senão a prisão, a tortura, o autoritarismo e a prepotência.

O movimento independentista já abriu as portas, resta saber se o Estado espanhol continuará a fecha-las e, se as fechar definitivamente, se voltará a mentir acusando a ETA de não pretender a paz.


segunda-feira, 12 de setembro de 2005

Especulação enquanto a luta continua



Vários meios de comunicação social espanhóis especulam, nas suas edições de hoje, sobre os supostos contactos "frutiferos" entre a ETA e o Governo espanhol. Patxi López (PSE) pela sua parte declarou hoje que há "muito boa vontade de todas as partes" para iniciar um diálogo para um eventual processo de paz.

O diário "El Mundo" titula em primeiro plano que a "ETA ultima com o Governo uma trégua para a anunciar nos próximos três meses".

no Gara



Entretanto, no mesmo dia, centenas de pessoas concentraram-se em Bilbau, Gasteiz, Baiona e Donostia para mostrar o seu apoio ao sindicato LAB, cujo Secretário-Geral comparece hoje na Audiência Nacional espanhola, assim como em defesa dos direitos civis e políticos. Participaram representantes sindicais de
ELA, LAB, CCOO, ESK, STEE-EILAS, EHNE, ELB e HIRU, para além de dirigentes políticos do Batasuna, EA, Aralar, Zutik e ANV.

no Gara

Polícia espanhol promovido por matar e torturar

Antonio Gil Rubiales, polícia espanhol condenado em 1989 pelo Tribunal Supremo por torturar até à morte Joxe Arregi, é agora comissário provincial de Tenerife. O responsável policial das Ilhas Canárias negou que constitua uma decisão política e assinalou que Gil Rubiales "merece uma oportunidade".

Lê aqui como são condecorados e promovidos os que matam e torturam cidadãos bascos

Principais notícias

O porta-voz de Lakua reclama prudência à Justiça espanhola
http://www.gara.net/idatzia/20050912/sek25.php

O ministro espanhol do Interior diz que a organização armada permanece operacional
http://www.gara.net/idatzia/20050912/art129521.php

Relacionam o condutor de um carro abandonado em Auvernia com a ETA
http://www.gara.net/idatzia/20050912/art129522.php

600 pessoas exigiram no sábado, numa manifestação em Lezo, a liberdade de Lukas e Saizar; 80 pessoas recordaram os presos políticos bascos em Otsagabia; Reivindicaram a queima de um contentor em Elorrio; Actos em apoio a Iñaki Telletxea que está em greve de fome; Reivindicam o lançamento de tintas contra o Ayuntamiento de Sopuerta e contra o Posto de Correios e da Telefónica
http://www.gara.net/idatzia/20050912/art129524.php

Joxe Antonio Fernandez, conhecido por "Magila", ex-preso político basco denuncia que o PNV deve mostrar vontade e deixar as palavras para passar aos actos
http://www.gara.net/idatzia/20050912/sek25.php





domingo, 11 de setembro de 2005

Ordem de prisão para dirigente do Batasuna



A Ertzaintza, polícia autonómica basca, deteve, esta manhã, Joseba Zinkunegi, depois de ter ido à esquadra da Ertzaintza pelo seu próprio pé. O militante indepedentista compareceu na Quarta na Audiência Nacional espanhola e o juiz impôs-lhe a obrigação de apresentar-se perante a polícia autonómica duas vezes ao dia até à próxima Segunda. O magistrado ordenou o seu ingresso na prisão de Soto del Real.

Ao que se sabe o Responsável pela Comunicação do Batasuna teve um contratempo e não conseguiu estar a tempo na esquadra. De qualquer forma, assim se vê a vontade do Estado espanhol em trabalhar pela paz. Desde a apresentação do Batasuna da proposta de paz "Agora o povo, agora a paz" já foram presos dezenas de militantes independentistas.

Milhares em Donostia em defesa dos direitos civis e políticos



Milhares de pessoas acorreram a Donostia respondendo ao apelo da central sindical independentista, LAB, para denunciarem as novas acusações a militantes independentistas por parte do magistrado do tribunal especial Fernando Grande Marlaska e para exigir o respeito pelos direitos civis e políticos.

O Secretário-Geral da LAB afirmou que criaram-se grandes esperanças e que este tipo de acusações só frustam a ilusão criada. Denunciou também o desejo de vários sectores partidários e estatais na derrota da paz. Na manifestação participaram o sindicato ELA, os partidos da esquerda independentista Batasuna e Partido Comunista das Terras Bascas e os partidos Aralar e Eusko Alkartasuna, entre outros.

mais em http://www.gara.net/azkenak/orriak/09/art129248.php

Ongi Etorri! Bem-vindos!



Por limitações constantes do sítio http://www.livejournal.com/users/euskalherria decidimos desenvolver um novo jornal solidário com o povo basco neste novo sítio. O antigo manter-se-á como arquivo, este tomará o seu lugar dando todas as novidades, conforme possivel, sobre a luta do povo basco contra os Estados espanhol e francês. Continuará também com artigos políticos e não apenas informativos. Apelamos a que todos sejam porta-vozes na divulgação deste novo sítio como ferramenta para furar os órgãos de comunicação social tendenciosos que abafam e deturpam a verdade do que naquele país se passa.


Mais um cocktail blogotov de luta solidária com o povo basco.

O povo mais antigo da Europa, com uma das línguas mais antigas do mundo. Um povo que vive ocupado há cerca de três séculos pelo Estado espanhol e pelo Estado francês mas que nunca se rendeu nem deixou de resistir. O retrato actual é um retrato manchado de sangue: o fim do franquismo não acabou com a repressão fascista, nem deu ao povo basco o direito de escolher a independência ou a dependência e, acima de tudo, não lhe deu razões para parar a luta. Nas prisões espanholas e francesas estão confinados aproximadamente mil presos políticos bascos, todos eles a milhares de Km de casa. Fora os cidadãos presos todas as semanas que, após dias de incomunicação, vexações, humilhações e bárbaras torturas fisicas e psicológicas, são soltos por nada se comprovar contra eles. O Estado espanhol ilegalizou um partido político que costuma ter entre os 10% e os 30%, o Batasuna, partido da esquerda independentista basca; ilegalizou jornais e rádios pela expressão de determinados ideais políticos; ilegalizou organizações juvenis, sociais e humanitárias; ilegaliza diariamente um povo por querer romper as amarras da opressão, por exigir paz e liberdade.

Ficará aqui mais um blog informativo da luta que se trava em Euskal Herria porque a voz dos oprimidos não tem eco nos meios de comunicação dos que oprimem. Cabe a todos nós denunciar a verdade, cabe a todos nós encetar a luta solidária e internacionalista.

Viva Euskal Herria independente e socialista!