domingo, 30 de agosto de 2009

Udan ere, ikusi Apurtu Telebista! / Também no Verão, vê a Apurtu Telebista!

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Para além da Apurtu Telebista, outras sugestões:

«As sementes que sempre brotam», de Amparo LASHERAS, em kaosenlared.net
"O meu horror nestes dias nasce da certeza, perigosa mas real, de saber que Euskal Herria enfrenta um novo fascismo espanhol"

«O último degrau», de Antonio ÁLVAREZ-SOLÍS, em Gara
"Depois da leitura do artigo de Amparo Lasheras «As sementes que sempre brotam», publicado no domingo passado, Antonio Álvarez-Solís acrescenta agora alguns pontos sobre o tema e matiza a afirmação de Lasheras acerca do 'novo fascismo espanhol', pois em seu entender trata-se 'do culminar desse fascismo que ganhou a guerra de 1939-45', a cuja descrição procede seguidamente".
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«Basta de atentados!», de Oier AZKARRAGA, em kaosenlared.net
"Não precisamos que se chame GAL, não precisamos que ninguém subscreva as acções, ainda que agora em Nafarroa a Falange as assine. Sabemos bem quem são"

«Spain's Dark Past», documentário na BBC World News
"Sue Lloyd-Roberts reports from Spain, as it confronts it's fascist past.
Spanish society is struggling to come to terms with its fascist past as General Franco's victims are exhumed from mass graves across the country.
Sue Lloyd-Roberts travels to Spain to report on a nation still bitterly divided over the legacy of its past.
Showing From Wednesday 26th August on BBC World News"
Fonte: bbcworldnews.com

Próximas emissões: 30/08/2009
Hora de Portugal: 14h30 / 21h30
Hora de Euskal Herria: 15h30 / 22h30
Hora do Estado espanhol: 15h30 / 22h30
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Nota: ainda não tivemos oportunidade de ver o documentário; a sugestão chegou-nos hoje mesmo, pelo correio, com a indicação de ser "imperdível", iluminando passado e presente.
Nota 2 (dando-se o caso de ainda aqui estarmos): Já vimos, gravámos e recomendamos; a Sra. da Justiça espanhola ficava bem no lugar de Pôncio Pilatos.
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Num resumo de Maio da Ekinklik, escrevemos erradamente o genitivo "maiatzako", tomando "maiatza" como radical; mas não é o caso, pois o radical é "maiatz" e, assim sendo, o genitivo é "maiatzeko". Fica a nota e a explicação sobre o que emendado está. O euskara fica a ganhar neste espaço e nós felizes com isso.
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Oraindik oporretan gaude. Ainda estamos de férias, mas sempre atentos e dispostos a quebrar este silêncio vergonhoso e hipócrita.
Euskal presoak, Euskal Herrira! Maite zaituztegu! Osasuna eta askatasuna! Saúde e liberdade!

Vivam Galindo, Vera, Barrionuevo, Amedo...! Vivam!


O título irónico deste artigo de Sabino Cuadra resume a impunidade que gozaram e gozam governantes, polícias e militares espanhóis. As penas a que foram condenados os membros dos GAL e as que efectivamente cumpriram são exemplo dessa impunidade, que contrasta com o caso dos presos políticos bascos, obrigados a cumprir as penas na íntegra, quando não as vêem aumentadas, ou a permanecer na prisão mesmo quando sofrem de doenças graves. Como conclusão, Cuadra acha ajustado prolongar com uma conhecida canção o discurso batido que exalta o estado de direito, a justiça e a democracia que desfrutamos.

Na verdade este artigo é uma experiência. É para ver o que é que acontece depois de o escrever. Gostaria, por outro lado, que este texto pudesse vir acompanhado das fotografias de todas estas pessoas, pois assim tudo seria mais actual. Mas vamos ao que interessa: será ilegal dar vivas aos patriotas acima mencionados, condenados a dada altura por sequestros, tortura e assassínios?

Enrique Rodríguez Galindo, ex-general da Guarda Civil: presente! Condecorado com 13 cruzes de ouro e prata, medalhas e recomendações várias. Condenado a 71 anos de prisão pelo sequestro e assassínio de Lasa e Zabala. Promovido de comandante a general enquanto tudo aquilo se passava. Cumpriu apenas quatro anos e meio de prisão, sendo posto em liberdade por motivos de saúde.

José Barrionuevo, ex-ministro do PSOE: presente! Condenado a 10 anos de prisão e a 12 de inabilitação pelo sequestro de Segundo Marey e por malversação de fundos públicos. Foi parcialmente indultado (um terço da pena) e obteve um terceiro grau especial. Passou apenas três meses na prisão.

Rafael Vera, ex-secretário de Estado para a Segurança com o PSOE: presente! Condenado a 17 anos de prisão e a 12 de inabilitação pelo sequestro de Segundo Marey, malversação de fundos públicos e corrupção. Indultado parcialmente por Aznar. Cumpriu apenas dois anos e dois meses de prisão, a maior parte dos quais em regime aberto, indo lá somente dormir.

José Amedo, ex-subcomissário de Polícia: presente! Condenado a 117 anos de prisão por seis crimes de assassínio, sequestro, lesões e associação ilícita. Passou doze anos na prisão, metade dos quais em regime aberto.

A lista deste clube prossegue com Julen Elgorriaga, ex-governador civil de Gipuzkoa com o PSOE, condenado a 71 anos de prisão pelo sequestro e assassínio de Lasa e Zabala. A sua estada na prisão não chegou a dois anos, ficando livre por motivos de saúde; Julián Sancristobal, ex-governador civil da Bizkaia, condenado por sequestro e malversação a 10 anos de prisão e a 12 de inabilitação, cumprindo somente 15 meses... e há mais: Ricardo García Damborenea, Michel Domínguez, Miguel Planchuelo, Ángel Vaquero, etc.

Segundo os tribunais que julgaram todo o processo anterior, os GAL e toda a trama da guerra suja não constituíram grupo terrorista de qualquer espécie. Os sequestros, a tortura e a morte de Lasa e Zabala foram um facto extraordinário, sem qualquer relação com os crimes de Amedo e do seu grupo. Tratou-se, acima de tudo, de diversos «arrebatamentos» que acometeram naquela época uns quantos defensores zelosos da lei e da ordem, levando-os a torturar, sequestrar, matar, roubar, malversar... Uns não tinham nada a ver com os outros, nem nenhum plano esboçado a partir do governo, de uma instituição ou qualquer outro lugar. O facto de subcomissários e comissários policiais, oficiais, comandantes e chefes da Guarda Civil, governadores, secretários da segurança e ministros estarem enterrados até ao pescoço foi um acaso. O que se passa é que, como às vezes acontece com os cogumelos, a colheita delictiva daquela temporada foi abundante e pode por isso ter dado a sensação de algo mais organizado, mas disso, nada de nada.

Aos condenados não lhes foi aplicada nenhuma «doutrina Parot», mas exactamente o contrário. A média do cumprimento das penas não atinge sequer os 10%, mas isso também não quer dizer nada. Aqueles que os indultaram, decidiram a prisão aberta e os libertaram por motivos de saúde não fizeram favor algum. Estas medidas não respondiam a um pacto prévio com o Governo nem às ameaças que algum fez de dar com a língua nos dentes. E como não houve grupo armado nem eles eram terroristas, as concentrações socialistas em frente às prisões pedindo «amnistia, liberdade!» também não foram dissolvidas com balas de borracha.

E colorim, colorado, está o conto dos GAL acabado. Hoje já não resta nada daquilo. As torturas apontadas pela Amnistia Internacional ou o Comité de Direitos Humanos da ONU, o sequestro de Alain Berastegi e o desaparecimento de Jon Anza são denúncias carentes de qualquer fundamento. É verdade que na sua época também Amedo defendeu que os GAL eram «uma invenção do HB e de um jornalista batasuno» e depois admitiu o seu total envolvimento nas suas actividades, chegando a dar a entender que Felipe González estava ao corrente de tudo aquilo. García Damborenea também o afirmou, mas com maior contundência.

Em dias passados assistimos na imprensa a um interessante debate político entre distintas formações políticas navarras (Na-Bai, UPN, PSN...). Afirmava-se que, perante os atentados da ETA, não bastava expressar a condenação dos mesmos, sendo também necessário afirmar taxativamente a mais plena solidariedade com a Polícia, a Guarda Civil e as forças de segurança.

Não há que julgar as pessoas pela opinião que têm de si mesmas, pois isto seria estúpido. Hão-de ser avaliadas pelo que são, e não pelas virtudes com que se adornam. Da mesma forma, as instituições «democráticas», as forças de «segurança» e os tribunais de «justiça» não o são pelo mero facto de assim se autodenominarem. No nosso caso, muitas destas instituições deram continuidade, sem mais, com pequenas pinceladas, às que existiram durante os quarenta anos de ditadura.

Ocupações, cargas e detenções policiais percorrem hoje as festas das nossas terras. O «euskal presoak, Euskal Herrira!» [os presos bascos para o País Basco] converteu-se, como por artes mágicas, em enaltecimento do terrorismo. Reclamar a liberdade, mesmo a dos que ainda não foram condenados por nada, é crime de lesa-pátria. Levar as suas fotografias leva agora a uma pena maior do que a propaganda ilegal nos tempos de Franco. Entretanto, Galindo, Elgorriaga, Sancristobal, Amedo, Vera, Barrionuevo, Danborenea... vivem com placidez o seu merecido descanso. Ou seja, vivemos num estado de direito, gozamos de uma democracia como poucas, os nossos juízes fazem justiça da boa e a Polícia desvela-se pela nossa segurança. Pelo mar correm as lebres, pelo monte as sardinhas.

Sabino CUADRA LASARTE
advogado
Fonte: Gara

Guerra suja em Espanha

Nunca houve "incontrolados". A sua relação com os serviços secretos e os corpos policiais existiu e existe

Nunca houve "incontrolados". A sua relação com os serviços secretos e os corpos policiais existiu e existe. Os seus nomes não importam, as suas siglas não importam. São uma peça essencial dos sistemas de ataque não oficiais e não legais de quem detém o poder real.
E permanecem em silêncio quando lhes dizem que se calem. Tenham a certeza de que as acções fascistas se dão com o beneplácito dos dois partidos que dividem entre si o poder e o dinheiro, de acordo com a alternância que o eleitorado sofrido vai estabelecendo, excepto em Euskal Herria. Neste país já não mantêm as aparências, passa-se do putxerazo [fraude] à ameaça e ao crime parapolicial.
É ilustrativo ver José Barrionuevo a arrancar o microfone com o ardor dos seus antigos tempos de Chefe do SEU franquista. No momento das imagens, sente-se na Plaza de Oriente, com os seus saudosos ex-camaradas falangistas. "Viva o fascismo!…", só lhe faltou gritar, mas o que é grave é que ele e os que o apoiavam em Guadalajara o sentem.
O maior dos perigos advém da actividade dos serviços secretos e da utilização dos comandos ultra como bode expiatório. É preciso ter a máxima precaução. Não é brincadeira nenhuma.

Fonte: boltxe.info via kaosenlared.net

Vídeos: Kalegorria (2002)







Uma habitante de Lizartza de 61 anos vai para a prisão por protestar contra o PP

Tanto o acórdão do Supremo Tribunal como os polícias presentes confirmam que nem sequer tocou ao de leve na edil do PP com a ikurriña, mas Kontsuelo Agirrebarrena, de 61 anos, terá que passar quatro anos na prisão por protestar contra o PP em Lizartza (Gipuzkoa). De acordo com a argumentação do tribunal espanhol, «aquele que sabe que intimida ou ataca uma pessoa que exerce como autoridade tem o propósito de atentar contra a mesma».

Lizartza é seguramente o ponto do mapa que melhor reflecte a dimensão do apartheid político em Euskal Herria. Desde que a Lei de Partidos fixou por decreto a exclusão de grande parte da população basca, os últimos seis anos caracterizaram-se por uma absoluta anormalidade. Há dois anos, o PP ficou de facto com toda a Câmara Municipal apesar de só ter obtido 27 votos na localidade. Antes, o jeltzale Joseba Egibar tentou cumprir o mandato do seu partido numa legislatura em que a Ertzaintza passou multas avultadas aos habitantes. Após a irrupção do PP, com Regina Otaola à cabeça, as represálias e ameaças foram constantes. Agora, passa-se para uma nova fase: uma habitante da localidade, de 61 anos, está à beira de cumprir uma pena de quatro anos de prisão, por protestar contra a vereação ilegítima do PP.

Nas eleições municipais de 2007, a esquerda abertzale obteve 186 votos em Lizartza, revalidando a vitória tradicional num feudo histórico. Mas, como os tribunais espanhóis ilegalizaram a sua lista, o PP, única força que concorria com aval oficial, apoderou-se da Autarquia com apenas 27 votos.

Após a tomada de posse, em Junho de 2007, dezenas de moradores foram perseguidos em poucos meses. O caso de Peio Olano passou para o domínio público quando foi imputado pela Audiência Nacional espanhola, acusado de proferir ameaças contra Regina Otaola. Olano foi condenado há alguns meses a dois anos de prisão.

Pouco depois dos factos pelos quais foi punido, chegou-se ao dia grande das festas de Lizartza. A 6 de Setembro, depois da missa a que os vereadores do PP assistiram - chegaram a criticar o pároco por pedir aos guarda-costas que não entrassem armados na igreja -, um novo protesto com ikurriñas respondia à ocupação da Câmara por parte do PP.

De «agressão» a «tentativa»
Alguns dias depois, Agirrebarrena foi acusada de agredir uma vereadora do PP. A acusação passou, tal como se pôde apreciar no julgamento e foi confirmado pelo acórdão, a uma alegada «tentativa». O acórdão judicial deu como provado que esta habitante brandiu uma ikurriña aquando da passagem dos vereadores ilegítimos, sem que tivesse existido qualquer pancada. Com base neste relato de acontecimentos, Kontsuelo Agirrebarrena foi condenada a quatro anos de prisão, e ainda a uma multa de 1800 euros.

O Supremo Tribunal espanhol confirmou em Julho a pena antes decretada pela Audiência Nacional. Sustenta textualmente que lhe deve ser aplicado o tipo de «atentado contra a autoridade», apesar de não se ter verificado agressão alguma, porque «o que sabe que intimida ou ataca uma pessoa que exerce como autoridade tem, portanto, o propósito de atentar contra a mesma».

«A acção imputada à acusada só se explica pelo claríssimo significado político que teve aquela expressão violenta de repúdio», acrescenta o acórdão.

Desde que acedeu à Autarquia, Regina Otaola aumentou rapidamente a crispação em Lizartza. Entre outras acções, colocou a bandeira espanhola no mastro do varandim municipal, retirou as fotografias dos presos, ocupou policialmente a localidade todas as semanas e levou para os tribunais muitos habitantes, que tiveram de pagar avultadas multas.

Mas, apesar de tudo isto, os lizartzarras continuam a protestar todas as semanas contra a violação da vontade popular. E de alguma forma continuam a governar o município, através de fórmulas de desobediência. Por exemplo, Regina Otaola desistiu de organizar as festas de Setembro, e actividades como ludotecas, entre outras, devido ao mais que generalizado boicote de que todas as suas iniciativas são alvo.

Dentro de escassas semanas passarão dois anos sobre aquele acontecimento, e o PP voltará a mostrar que em Lizartza não governa ninguém e para ninguém.

Gari MUJIKA

Fonte: Gara

«Agirrebarrena recebe um grande apoio dos habitantes de Lizartza», de Oihana Llorente, em Gara
Num município que tem cerca de 600 habitantes, cerca de 250 pessoas manifestaram ontem publicamente o seu apoio a Kontsuelo Agirrebarrena, denunciando esta "injustiça que vem em nome da justiça". Convocaram uma manifestação para o próximo domingo, dia 6.

Repressão policial na recepção à ex-presa Maite Aranalde, em Ibarra


Entre empurrões a pessoas de idade avançada, faltas de respeito, cargas com material antimotim e a detenção do tio de Maite Aranalde, assim decorreu a recepção à ex-presa política por parte dos seus familiares e pessoas próximas. Note-se como as Forças de Ocupação ao serviço do tio Paco López ("os homens de paco", como são agora chamados) mandam calar o detido porque mostra em frente às câmaras que o prendem por estar a receber a sua sobrinha.

sábado, 29 de agosto de 2009

Aumento de ataques e ameaças com a assinatura da falange em Nafarroa


Este ano, já houve perto de uma dezena de ataques fascistas em Nafarroa. Muitos deles surgiram com a assinatura da Falange, como aconteceu no fim-de-semana passado em três bares de Iruñea [Pamplona] e nos monólitos em lembrança das vítimas do franquismo colocados no monte Ezkaba e em Aitzoain.

O monumento aos falecidos na fuga da prisão do forte de San Cristóbal, no monte Ezkaba, e a placa em memória dos fuzilados pelo franquismo colocada no cemitério de Aitzoain foram alvo de acções de sabotagem no fim-de-semana passado, assim como diveros bares de Iruñea. Em todos estes lugares apareceram inscrições ameaçadoras com a assinatura da Falange. A estes acontecimentos há a acrescentar aquilo que se passou em Arbizu e Orkoien no dia 22: soube-se que a Câmara Municipal de Arbizu e um veículo do Município de Orkoien que é habitualmente utilizado por um membro da esquerda abertzale foram alvo de ataques fascistas, através de inscrições de cariz intimidatório contra o autarca e vários edis independentistas nas quais surgia o símbolo falangista do jugo e das flechas.

O Movimento pró-Amnistia, por seu lado, manifestava na segunda-feira - numa nota em que denunciava os ataques contra os bares Zurgai, Ezpala e Ipar Gorri - que este tipo de acções se pode repetir no futuro, tornando-se inclusive mais «graves», em virtude da aposta na «repressão selvagem» do Estado espanhol. E lembrava que as inscrições intimidatórias contra estes três estabelecimentos iruindarras aparecem apenas dias depois da causa aberta na Audiência Nacional espanhola contra o Ezpala e o Zurgai por terem expostas fotografias de presos políticos bascos.

Na sequência: «Ameaças personalizadas»
[...] Ontem [dia 24], UPN, PSN e CDN denunciaram os ataques aos monólitos antifranquistas de Ezkaba e Aitzoain, enquanto NaBai e Batzarre também mencionaram as inscrições ameaçadoras contra os três bares iruindarras. Ao contrário do que sucede noutras ocasiões, nenhuma destas formações exigiu a condenação destes actos a uma formação concreta. Assim, o Movimento pró-Amnistia criticou a «hipocrisia» da Câmara Municipal de Iruñea, que se recusou a apagar as inscrições realizadas nos bares citados.

Registo de partidos políticos
Como consta dos dados apresentados, muitos destes ataques aparecem subscritos pela Falange sem que tenha havido qualquer investigação policial ou judicial para esclarecer a existência da ligação a uma determinada organização. Actualmente, existem 13 partidos políticos legalizados e registados no Ministério do Interior espanhol que aludem a essa organização fascista responsável por de milhares de mortes durante a guerra de 36 e cujo nome esteve ligado à ditadura franquista, do princípio ao fim.
A Falange Espanhola das JONS é a mais antiga e foi legalizada em 1976. A última organização criada é a Falange 2000, que se legalizou nesse mesmo ano.

Manex ALTUNA

Notícia completa: Gara

Tasio (Gara)


Mais informação e notícias relacionadas:

«Destroços e pintadas no monumento aos foragidos do Forte de San Cristóbal», em lahaine.org

«Novo ataque fascista à Ezpala Taberna», em SareAntifaxista

«O terrorismo fascista renasce em Euskal Herria, perante o silêncio dos "democratas"» (com vídeo), em kaosenlared.net

«Ataques fascistas em Arbizu e Orkoien», em ezkerabertzalea.info

«O LAB apela à organização de uma resposta popular contra os ataques fascistas», em kaosenlared.net

"Denunciamos estes ataques ocorridos em diversos locais e enquadramo-los na ofensiva geral do fascismo espanhol".

Ver também o acompanhamento da situação em nafarroan.com


Ataques mais recentes e também noutros herrialdes:

«Ameaças fascistas na Câmara Municipal de Oiartzun» (Gipuzkoa), em askatu.org
Apareceram várias inscrições com a assinatura da Falange, entre as quais "Gora España" e "Vigilancia y Terror Falangista".

«Ataque fascista contra o cemitério de Berriobeiti» (Nafarroa), em antifaekintza via lahaine.org
"Nos seus muros exteriores, concretamente no frontal e num lateral, apareceram inscrições contra as vítimas do franquismo e outras de conteúdo fascista".

«Pintadas nazi-fascistas nos túmulos de Lasa e Zabala», em SareAntifaxista
"As inscrições - 'Cerdos comunistas' e 'Gora Galindo' - foram realizadas na noite de 27 para 28 nos túmulos de Josean Lasa e Joxi Zabala, em Tolosa (Gipuzkoa)".

«Eraso faxista! Argia Ikastola erasotua», em SareAntifaxista
A Argia Ikastola, de Fontella, na Erribera de Nafarroa, foi alvo de um ataque nazi-fascista pela segunda vez: nas paredes e numa das portas apareceram inscrições como «ikastola nidos de E.T.A», «escuela de etarras» ou «el euskara es E.T.A»).

Acto de homenagem a Facal e Morroni e ao povo do Uruguai



O acto de homenagem a Facal e Morroni, os dois jovens assassinados há 15 anos no massacre do Hospital Filtro, em Montevideu, decorreu na txosna da Askapeña (em Bilbau); Norma Morroni, mãe de Fernando Morroni, esteve presente na cerimónia. Fonte: SareAntifaxista

Tasio (Gara) / Para sempre no meio de nós

Presos


A Ertzaintza carregou sobre os cidadãos que recebiam Maite Aranalde, em Ibarra (Gipuzkoa)
Maite saiu ontem da prisão de Soto del Real depois de pagar uma fiança de 12 000 euros. A Audiência Nacional espanhola proibiu a recepção. Vídeo e Fotografias.
Fonte: askatu.org

Ver também: «Beijos, abraços e lágrimas que nem um juiz nem a Ertzaintza conseguem domar», de Oihana Llorente, em Gara
"Quando abraçar uma sobrinha é razão para se ser preso e saudar uma amiga que não se vê há muitos anos é «enaltecer o terrorismo», existe um abismo entre a lógica e a «justiça». A chegada de Maite Aranalde, na quinta-feira à noite, fez com que aflorassem centenas de sentimentos sem que o pânico disseminado pelos cacetetes os conseguisse reprimir".

Primeira recepção a Juan Carlos Iriarte depois de sair da prisão
O preso político basco foi detido pela primeira vez em 1992 e saiu em liberdade após vários anos de prisão. Exigiram-lhe posteriormente que cumprisse a pena na íntegra e pôs-se em fuga, sendo detido pela Polícia francesa em 2007 Ipar Euskal Herria e deportado para Espanha. Desde então esteve na prisão de Teruel.
Na quinta-feira, os moradores do bairro de Antiguo (Donostia) preparam-lhe uma primeira cerimónia de boas-vindas.
Fonte: askatu.org

Os presos de Topas (Salamanca) mantidos em regime de isolamento, em luta
Exigem que os tirem da solitária e denunciam o facto de, nos últimos tempos, as suas condições de vida se terem agravado continuamente, sobretudo desde que houve uma mudança de director.
Fonte: askatu.org

Almoço a favor dos presos em Larresoro (Lapurdi)
Hoje, irão recordar que a presa Argi Perurena, natural da localidade, já se encontra há 10 anos na prisão. O dinheiro que se conseguir juntar no almoço será destinado às presas e aos presos políticos.
Fonte: askatu.org

O olhar de Tasio ('Gara')

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terça-feira, 18 de agosto de 2009

Lembranças


Sempre a mesma receita dos inimigos da Paz: o cacetete, as balas de borracha, as coronhadas e etc. Mas o Povo tem e terá a palavra. Herriak du hitza!

Nun da Jon? Non da Jon? Non dago Jon?

Conferência de imprensa da esquerda 'abertzale': «Estes tempos assemelham-se ao mais negro do franquismo»

Em conferência de imprensa, Xanti Kiroga fez uma avaliação dos últimos episódios de repressão protagonizados pela Ertzaintza e garantiu que a retirada das fotos dos presos nos leva até à zona mais negra do franquismo

A esquerda abertzale fez uma apreciação, em conferência de imprensa, do «forte ataque da frente espanholista» empreendido com «a desculpa da retirada das fotos dos presos» em diversos bares de Iruñea.

Xanti Kiroga, que esteve acompanhado pelos autarcas de Bera, Lakuntza e Etxalar, referiu que «o Governo está nervoso e tem razões para tal», pois «deparou com mais resistência do que esperava» ao «tentar encobrir uma realidade impossível de esconder», a da existência de «presos políticos».


«Com a retirada das fotos dos presos, as forças armadas fazem-nos retroceder às imagens da zona mais negra do franquismo», afirmou Kiroga, que chamou a atenção «para a irresponsabilidade da classe política» perante esta situação.

No que diz respeito ao pedido feito pelo magistrado de encerramento provisório dos bares Ezpala e Zurgai [em Iruñea], Kiroga considerou que as acusações que recaem sobre os dois responsáveis e as duas empregadas de ambos os estabelecimentos são «acusações graves sem qualquer fundamento».

Estas quatro pessoas comparecem hoje na Audiência Nacional espanhola como imputadas por crimes de «enaltecimento do terrorismo» e de «desobediência grave», por se recusarem, segundo a Guarda Civil, a retirar as fotos dos presos.

Por seu lado, o autarca de Bera, Josu Irazoki, leu o texto da moção que o seu grupo prevê apresentar na próxima sessão plenária da localidade, no qual se rejeita a «dinâmica de repressão» contra os presos e contra quem se solidariza com eles, fazendo-se ainda um apelo no sentido da continuidade deste trabalho.

O olhar de Tasio [e um despropósito sobre um despropósito]

Tasio (Gara)

Não contente com os desmandos da Ertzaintza na noite anterior, Lakua ainda critica o autarca de Gernika por considerar excessiva a carga policial
Quatro detidos e vinte feridos foi o saldo que a carga da Ertzaintza deixou no domingo em Gernika. Ontem, o autarca criticou a actuação policial e pediu «às duas partes», em alusão aos confrontos que se seguiram, que actuem com responsabilidade de modo a que «as festas» decorram «em paz». O Departamento do Interior do Governo de Lakua respondeu-lhe que se limitam a «cumprir a Lei» e que não devem ser criticados.

Notícia completa: Gara

Hoje haverá manifestação de repúdio pela extrema violência que a Polícia ao serviço do governo ilegítimo da CAB utilizou no domingo passado em Gernika. O lema será: «Utzi herria bakean» [deixem o povo/a terra em paz].

Para mais informação sobre o ocorrido (incluindo fotos e vídeos), ver: http://utzigernikabakean.wordpress.com/

Casos em Iruñerria [comarca de Pamplona] e a caminho de Alacant

Incidentes nas festas de Burlata
Os incidentes verificaram-se entre membros do PPN e cuadrillas de Burlata (Nafarroa).
Os calderetes de Burlata, que ano após ano juntam centenas de pessoas no Parque da Nogalera, foram ontem cenário de um confronto entre simpatizantes e militantes do PP e diversas cuadrillas da localidade. Ao que parece, na base dos incidentes esteve a discussão entre um jovem que tinha um autocolante com uma ikurriña e o ex-eurodeputado Javier Pomés. Da troca de palavras inicial passou-se à confrontação, que se saldou com três feridos ligeiros. Diversas testemunhas oculares viram como um dos guarda-costas dos populares exibiu a pistola que trazia, no decorrer da discussão, embora não tenha chegado a apontá-la.
As versões sobre o que aconteceu divergem, naturalmente: os militantes e simpatizantes do PP garantem que os incidentes tiveram início quando algumas pessoas, situadas na mesa mesmo em frente, lhes começaram a atirar garrafas e cadeiras; as outras pessoas envolvidas na disputa afirmam que foram ameaçadas por causa da exibição de ikurriñas e que lhes cuspiram em cima.
Durante os incidentes, no meio de empurrões e chapadas, um guarda-costas levantou a camisa para mostrar a arma que trazia no coldre. Entre os feridos, há a registar um jovem que levou um soco na cara, um guarda-costas com ligeiras escoriações num braço e um simpatizante do PP com a cabeça partida.
Fonte: nabarreria.com

Ver também: «Zaragata em Burlata depois de membros do PP aparecerem», em Gara e Gara
Testemunhas relataram ao Gara que esta festa é algo de instituído e habitual em Burlata e que nela convivem pessoas das mais diversas ideologias, só se tendo entornado o caldo quando membros e vereadores do PP entraram no recinto festivo «para colocar bandeiras nas árvores» e um dos seus guarda-costas provocou um jovem que vestia uma T-shirt com uma ikurriña, cuspindo-lhe para cima.
Agora, PP, UPN e PSN culpam a esquerda abertzale pela violência, como não podia deixar de ser. Isso foi negado desde o início por diversas pessoas que assistiram aos incidentes, isto é, que as pessoas envolvidas nos desacatos fossem membros da esquerda abertzale.
Convém ainda realçar o facto de que esta festa, no Parque da Nogalera, era organizada pelo Município e que, à mesma hora, num outro ponto da localidade, estava a decorrer uma festa alternativa, essa sim, orgazinada pelo movimento popular.

A IU lança questão sobre a censura da Guarda Civil à TVE em Barañain
No dia 5 de Agosto, durante a paródia reivindicativa da entrega das chaves do gaztetxe de Barañain (Nafarroa), a Guarda Civil obrigou uma jornalista da TVE a apagar as imagens feitas no local, avisando que, caso não o fizesse, seria levada para o quartel. O assunto chega agora ao Congresso espanhol através de uma questão formulada pela IU [Esquerda Unida] ao ministro do Interior.
Esta formação partidária considera o caso «inaceitável» porque «invade os direitos fundamentais da liberdade de expressão e de informação». Insiste que, «numa sociedade democrática, actuações como as descritas por parte das Forças de Segurança são inaceitáveis e, no caso de ocorrerem, devem ser investigadas e os seus responsáveis devem ser sancionados».
Por isso, pede que o Ministério espanhol dê a conhecer a sua versão, e exige «um pronunciamento público da parte da Delegação do Governo de Navarra».
O sindicato CCOO também manifestou o repúdio pela acção policial, considerando-a igualmente «inaceitável».
Fonte: Gara
Mais informação: lurraska.net

Em Madrid, a Guarda Civil molesta bascos que iam visitar presos a Alacant
Uma carrinha que se dirigia para a prisão de Alacant/Alicante e em que viajavam vários familiares e amigos de presos políticos bascos, juntamente com dois condutores voluntários, foi interceptada no sábado pela Guarda Civil. De acordo com o que as pessoas afectadas relataram ao Gara, isto aconteceu nos arredores de Madrid, tendo os agentes passado a hora e meia que se seguiu a molestar os cidadãos bascos.
No início, tratava-se de um mero controlo de alcoolémia. Contudo, quando se deram conta do destino da carrinha e de que um dos condutores tinha estado preso, a situação transformou-se num cenário de interrogatórios e insultos, durante uma hora e meia. Ainda obrigaram os ocupantes a esvaziar o veículo e todos os seus pertences foram atirados para o chão.
A interrupção quase os fez perder as visitas, mas conseguiram chegar a tempo. Segundo afirmaram, já não é a primeira vez que as visitas à prisão de Alacant sofrem este tipo de obstruções.
Fonte: Gara

Conferência sobre o conflito basco em Izura-Azme


Hoje, pelas 21h, o centro cultural Haize Berri, em Izura-Azme (Nafarroa Beherea) propõe uma conferência em que será abordada a «Resolução do conflito basco». O professor universitário Jean Pierre Massias, autor de uma obra sobre o tema, fará o ponto da situação e analisará diversas pistas de reflexão. À conferência seguir-se-á um debate com a participação de Beñat Oteiza (PNB), Xabi Larralde (Batasuna), François Maitia (PS) e Peio Etcheverry-Ainchart (Abertzaleen Batasuna), que será o moderador.
G.D.
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Na imagem: localização de Izura-Azme no herrialde de Nafarroa Beherea (Ipar Euskal Herria)

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Neonazis

Aqui não houve uma revolução, mas sim uma contra-revolução permanente da qual vocês, social-fascistas, são os primeiros beneficiários, paladinos e protectores do grande capital em troca das migalhas que vos dão

O busílis da coisa é simples: trata-se de que vossas senhorias condenem a sublevação militar-fascista de 18 de Julho de 1936 dirigida pelo criminoso de guerra general Franco e também a «guerra suja» e o terrorismo de estado que sobreveio à morte do ditador. Se fizerem isso, seremos generosos e não os meteremos na prisão para toda a vida (como vocês fazem com os revolucionários) e brindá-los-emos com um exílio dourado onde possam desfrutar tudo o que roubaram ao povo e possam queixar-se da falta de liberdade de expressão que vos tirou a vocês a liberdade de mentir e de pagar a quem mente por vocês.

Mas é óbvio que vocês não vão fazer isso, pelo menos por uma razão: aqui não houve uma revolução, mas sim uma contra-revolução permanente da qual vocês, social-fascistas, são os primeiros beneficiários, paladinos e protectores do grande capital em troca das migalhas que vos dão, e, como tal, não se sentem na obrigação de «condenar» coisa nenhuma, bebendo, pelo contrário, os ventos de quem ganhou a guerra, sendo que mais de metade de vós descende geneticamente dos vencedores, ou seja, de fascistas, e obrigam, como a Santa Inquisição, a «condenar» a violência revolucionária de quem não dá o braço a torcer, mesmo que sejam torturados e que os metam na prisão para toda a vida, algo que as vossas burguesas mentes jamais entenderão a não ser que a isso sejam obrigadas.

Mas, mesmo que condenem o «levantamento nazional» fascista contra a legitimidade da II República (burguesa, mas mil vezes mais democrática que esta II Restauração bourbónica digitalizada por Franco), nós não acreditamos, do mesmo modo que o ministro do Interior, senhor Rubalcaba, alegadamente ele, químico de profissão e atleta nos seus anos de juventude, e não mau de todo, não acreditaria na «transverberação» mística do batasunismo se a este lhe desse na gana «condenar o terrorismo». Você atirou borda fora - como diria o conspícuo Patxi Zabaleta - trinta anos de propaganda política, na qual, já se vê, nem mesmo você acreditava (mas querendo que as pessoas acreditassem e ficassem mansas que nem borregos). É que a si, messié, e por extensão ao Estado, já que de questões de estado estamos a falar, não lhe importa a ETA, mas sim o problema de fundo que lhe subjaz, sendo que a ETA, por muito reprováveis que sejam os seus métodos de luta, não é mais que um sintoma e uma manifestação (há 50 anos!) do chamado «conflito», isto é, das ânsias de liberdade da grande maioria deste povo politicamente oprimido e ao qual se recusa a voz para se expressar livremente num ou noutro sentido.

Recordo que o meu primo Angel Gaminde, prestigiado advogado, me dizia que com Franco não havia liberdade... nem para delinquir. Com vocês, neonazis, não há liberdade nem para dizer esta boca é minha. A ETA, como vocês estão fartos de saber, não é a causa de nada, politicamente falando, porque aqui estamos a falar de política e não de «terrorismo», que é o que vocês querem inocular nos instintos, contaminando-os, e não na consciência do povo, mas é a consequência de lamaçais antigos em que vocês ainda hoje chafurdam. Outra coisa ainda é parecer que vocês lucram ao lidar com essa porcaria. Não se distraiam, porque pode chegar um Hércules colectivo capaz de limpar esses currais nauseabundos de Aúgias. E, então, ninguém se lembrará de vocês excepto para vos vilipendiar.

Jon ODRIOZOLA
jornalista

Fonte: Gara

As fotos dos presos enchem os espaços festivos após a perseguição policial


O início das festas de Bilbau e a recta final das de Donostia estiveram marcadas pela presença maciça de fotos de presos políticos bascos, tanto nas paredes das ruas como nas mãos de pessoas que participam nos festejos. Na capital guipuscoana, as imagens arrancadas pela Ertzaintza foram repostas diariamente. Em Bilbau, dezenas de fotos apareceram na descida das comparsas e no txupin.

A perseguição movida às imagens de presos políticos bascos neste Verão em espaços festivos públicos e privados continua a ter um efeito contrário ao procurado pelos seus impulsionadores. Embora na maioria dos meios de comunicação só se dê informações sobre as operações policiais de retirada de retratos nas ruas, txosnas ou bares abertzales, a presença das fotos foi maior que nunca tanto em Donostia como nas festas de Bilbau, que acabam de começar, bem como na maioria das localidades e bairros do país.

No caso da capital guipuscoana, os habitantes e os visitantes da Alde Zaharra [Parte Velha] puderam verificar como as fotos e as faixas retiradas periodicamente pelas patrulhas de ertzainas eram substituídas durante a noite por mais e mais imagens, de modo que, no final das festas, os prisioneiros aparecem de modo omnipresente nas suas ruas. Como aconteceu em tantas outras localidades, as fotos foram também distribuídas através de pequenos autocolantes. E dezenas de retratos foram levados também a mobilizações proibidas, como a convocada para sexta-feira pela Etxerat ou a impulsionada no sábado pelo Movimento pró-Amnistia. Ambas terminaram com cargas policiais.

O apoio aos perseguidos através das suas imagens abrangeu também palcos sem conteúdo reivindicativo inicial, como a kalejira dos seguidores da Real Sociedad que se dirigiam para o estádio de Anoeta, no sábado à noite, para assistir ao jogo do centenário. A Ertzaintza tomou esta presença como uma «infiltração» e carregou também contra este acto, mas as fotos apareceram depois nas bancadas de Anoeta. Outro tanto ocorreu em actos festivos como a «abordagem» pirata de segunda-feira.

No que respeita a Bilbau, vários meios de comunicação madrilenos admitiam ontem que durante o acto de início das festas se ouviram palavras de ordem insistentes a favor dos presos e que na Praça do Arriaga houve imagens de presos. O diário El Mundo incluía três delas obtidas no recinto das txosnas, mas com este título: «Los radicales rebajan en Bilbo su apoyo a ETA». A mensagem oficial única é que o Governo de Patxi López está ser eficaz nesta batalha, embora as imagens digam exactamente o oposto.

Mensagens de «Non dago Jon?», exigindo respostas sobre o desaparecimento do militante da ETA Jon Anza, foram outra constante. E uma faixa enorme com esse lema deixou-se ver no Arriaga, assim como nas txosnas.

Um detido
Este panorama tem lugar depois de que na Aste Nagusia de Donostia tenham ocorrido cargas policiais em quatro dias diferentes contra mobilizações da esquerda abertzale. As últimas aconteceram no sábado em diversos pontos da cidade e causaram pelo menos dois feridos e vários hematomas em diversas pessoas. Estas consequências foram minimizadas pelos órgãos de comunicação e não foi emitida uma informação oficial sobre o seu estado, nem sobre o do homem de 85 anos evacuado de ambulância após a carga de sexta-feira.

A confusão reina ainda sobre os retidos ou os detidos. O Departamento do Interior falou apenas numa detenção ocorrida no sábado, na Antso Jakituna etorbidea [Avenida Sancho o Sábio], quando se dirigia para Anoeta. O juiz deixou-o ir em liberdade ontem.

Tasio (Gara)

A Ertzaintza carregou ontem à noite com grande violência no centro de Gernika, causando pelo menos 20 feridos
A Ertzaintza voltou a carregar ontem à noite - provocando contusões em inúmeras pessoas e detendo quatro delas (confirmadas oficialmente e já hoje postas em liberdade) - contra centenas de gernikarras, de todas as idades, que se encontravam ao fim da tarde no centro da localidade a gozar as suas festas. Apenas algumas horas antes tinha havido um almoço popular com 4500 pessoas, pelo que as ruas estavam cheias de gente. A razão apontada para a carga foi que ia ter início um triki-poteo [giro de bar em bar] em solidariedade com os presos bascos.

Entrada já a noite, testemunhas dos acontecimentos disseram ao Gara que o número de pessoas feridas e magoadas, por balas de borracha, coronhadas, encontrões ou cacetadas, pode chegar à vintena. As testemunhas oculares afirmaram com insistência que os detidos foram espancados primeiro: «Um deles sangrava do sobrolho quando o meteram na carrinha da Polícia, e o outro tinha a T-shirt completamente rasgada». Soube-se mais tarde que dois dos detidos são de Gernika, outro é de Forua e um outro de Barakaldo.

Disseram que, depois da proibição imposta pelo tribunal de excepção espanhol - AN - sobre o tradicional pregão do início das festas, por serem a Etxerat e o grupo de rugby da localidade a lê-lo, e depois de proibirem também uma kalejira [desfile, marcha] marcada para ontem, estava previsto um triki-poteo em defesa dos direitos dos presos para a noite de ontem. Este evento, organizado de maneira alternativa, tinha contado com o apoio de 25 bares, que se tinham comprometido a retirar a música durante trinta minutos por esta mesma razão.

Logo após a reunião no recinto das txosnas e depois de pegarem nas imagens dos presos, os participantes dirigiram-se para a Pablo Picasso kalea. Mas ainda não tinham andado cem metros e já ali estava a Ertzaintza a carregar pela primeira vez, provocando as primeiras correrias. As testemunhas referiram ao Gara que os agentes «pareciam loucos, atiravam as pessoas pelas escadas abaixo, não queriam saber».

Acrescentaram que as pessoas responderam às cargas com o lançamento de cadeiras e de garrafas. A Ertzaintza respondeu com mais cargas e, antes de abandonar o local, foi até à herriko taberna e ao recinto de txosnas, onde voltaram a carregar.
O.L.

Na sequência: «Julen Pascual, 72 anos: 'A um homem, deram-lhe com a espingarda no nariz por me defender'»

Notícia completa: Gara

Ver também: «O autarca de Gernika considera um excesso que 'a Ertzaintza entre desta maneira num recinto festivo cheio de gente'», em Gara

A Ertzaintza volta a provocar feridos nas ruas de Donostia

Apesar das proibições, centenas de manifestantes juntaram-se no sábado em Donostia para reclamar a repatriação e os direitos dos presos políticos bascos. No âmbito do Amnistia Eguna [Dia da Amnistia], que se celebrou como é costume durante a Aste Nagusia, foram muitos os que se uniram ao protesto em defesa dos perseguidos políticos.

Mas, como tem sido habitual nestes últimos dias na capital guipuscoana, antes das 18h vários destacamentos da Ertzaintza, armados até aos dentes com material antidistúrbios, ocupavam as imediações do Boulevard e do Kursaal, local para onde o Movimento pró-Amnistia tinha marcado o início da convocatória, às 19h.

Assim, centenas de manifestantes que levavam fotografias de presos bascos iniciaram a marcha de protesto atravessando a Peña y Goñi kalea em direcção ao centro de Gros. Embora se notasse bem a tensão entre os manifestantes desde o início da marcha, em virtude da forte presença policial, as pessoas presentes não gaguejaram ao proferir palavras de ordem como «Presoak kalera, amnistia osoa» [os presos para a rua, amnistia geral] ou «Borroka da bide bakarra» [a luta é o único caminho].

Pouco tempo depois, várias furgonetas da Ertzaintza surgiram a grande velocidade contra a mobilização que se dirigia para o centro do bairro donostiarra. Os agentes espalharam-se pelo local e fizeram várias cargas violentas, disparando balas de borracha ou recorrendo aos cacetetes. Ainda assim, o trabalho do corpo de intervenção viu-se dificultado quando os manifestantes lhes cortaram o caminho com contentores ou barreiras, como aconteceu na Zabaleta kalea ou no Kolon pasealekua.

Numa das investidas policiais, um homem de 64 anos alheio ao protesto ficou ferido no nariz. O ferido tropeçou e caiu ao ser surpreendido pelas cargas policiais no cruzamento do Kolon pasealekua com a Agirre Miramón kalea, tendo de receber assistência no local e sendo posteriormente levado para o hospital. Também ali, a Ertzaintza identificou dezenas de manifestantes que levavam fotografias. Para além disso, pelo menos três outros foram retidos por se terem recusado a identificar.

Viram-se ultrapassados
Apesar da carga, os manifestantes, que se dividiram em vários grupos, prosseguiram o protesto. Os agentes, fiéis à máxima de dispersar qualquer protesto, viram-se depois ultrapassados, uma vez que, enquanto retinham alguns manifestantes, outros iniciavam um novo protesto numa outra rua. E assim sucessivamente.

Novo protesto no centro
A pouco e pouco, embora continuasse a haver pequenas escaramuças entre manifestantes e agentes do corpo de intervenção, a calma regressou às ruas de Gros.
Por volta das 20h, o destacamento policial mudou-se para o Boulevard, que se encontrava repleto de gente por causa das festas da Aste Nagusia e por ser sábado.

Nesse momento, partiam do Boulevard milhares de seguidores da Real Sociedad em kalejira rumo ao estádio de Anoeta, celebrando o centenário da sua equipa. Meia hora depois, mais de uma centena de pessoas que levavam fotografias de presos bascos ou bandeirolas que exigem a sua repatriação juntaram-se ao desfile, quando este circulava pelo centro da cidade. Também aqui os manifestantes faziam ouvir palavras de ordem constantes a favor dos perseguidos políticos bascos, aplaudidos por alguns espectadores que se encontravam nos passeios.

Mas pouco durou o ambiente festivo em Amara, pois a Ertzaintza apresentou-se na disposição de acabar com o protesto. Quando o desfile passava pela Antso Jakituna etorbidea [Avenida Sancho o Sábio], várias patrulhas da Polícia de Ares interromperam a marcha.

Depois dos incidentes ocorridos em diversos pontos da capital guipuscoana, os agentes da Ertzaintza permaneceram espalhados pelo Boulevard donostiarra. Também havia várias patrulhas colocadas no bairro de Antiguo.

Manifestação depois da impugnação
Tal como tem acontecido nas últimas semanas, a marcha convocada pelo Movimento pró-Amnistia tinha sido proibida pelo juiz da Audiência Nacional espanhola Eloy Velasco na sexta-feira. Inicialmente, a manifestação tinha sido marcada para as 18h30, vindo a ser impugnada. Depois disso, foi convocado um outro protesto para meia hora mais tarde, neste caso na zona do Kursaal.
O juiz ordenou às FSE que impedissem a realização da marcha, por considerar que o acto tinha «como única intenção enaltecer pessoas que estão presas por realizar crimes graves».
As agências destacaram o facto de que a Ertzaintza tinha impedido mais uma marcha. Não deram informações sobre feridos.

Janire ARRONDO

Notícia completa: Gara

Breves, da resistência e da repressão



Sabin Euba foi homenageado em Zornotza no dia 8 de Agosto

O histórico refugiado Sabin Euba foi homenageado numa cerimónia simples na sua terra natal, Zornotza (Bizkaia).

Fonte: askatu.org


A Ertzaintza eliminou um mural em Portu Zaharra onde se perguntava por Jon Anza

Foram os trabalhadores da brigada de limpeza do Município de Getxo (Bizkaia), escoltados por agentes da Ertzaintza.

Para ver mais fotos: etengabe

Fonte: askatu.org

Acto político em Bilbau, quando passam 15 anos sobre os incidentes do Filtro, no Uruguai
Há 15 anos, o povo uruguaio lutou contra a extradição de presos políticos bascos e dois jovens foram mortos pela Polícia em Montevideu, na sequência de um brutal acto de repressão que ficou conhecido como «O Massacre do Filtro». O povo basco não esquece.

Fonte: askatu.org

Orreaga gatazka: «vencemos e venceremos»

Na foto, bandeira de Nafarroa, na homenagem aos caídos na batalha de Orreaga, que decorreu no sábado no Alto de Ibañeta (Nafarroa).

Curiosamente, o único monumento existente no local é em honra a Rolando (também conhecido como Roldão ou Rolão), chefe do exército invasor de Carlos Magno derrotado pelos Bascos, cujas aventuras como um dos Doze Pares de França são abordadas nas canções de gesta do Ciclo Carolíngio ou Matéria de França, em que se inclui La Chanson de Roland.

Na homenagem aos caídos na Orreaga gatazka / batalha de Orreaga: «vencemos e venceremos».

domingo, 16 de agosto de 2009

O PSOE faz de desmancha-prazeres, mas é impossível «desterrar das ruas» tantos bascos


Se Agosto é o mês das férias por excelência, a semana que hoje termina marca o apogeu festivo em Euskal Herria, ao confluírem as semanas grandes de Donostia e Bilbo e muitas outras celebrações. Mas a festa este ano passou para um segundo plano informativo, pois este cenário tão esperado durante os doze meses anteriores foi o eleito pelos poderes do Estado espanhol (magistrados, juízes, governos, partidos como o PSOE e o PP e pequenos grupos de extrema-direita) para fazerem de desmancha-prazeres.

Esta semana, a escalada atingiu faixas (Gasteiz), bares (Iruñea), batucadas (Lizarra), pregões (Gernika) ou txupineras (Bilbo). Com uma lista destas, o assunto seria para rir, se não se desse o caso de, por trás destas arremetidas, existirem os vetos da Audiência Nacional, as notificações, as detenções ou as ameaças com bala.

Com esta peculiar kale borroka, o PSOE lança uma mensagem que Patxi López verbalizou na sexta-feira ao cumprir cem dias desde a sua chegada a Ajuria Enea, montado no comboio da ilegalização: «Não vamos parar até os desterrar das ruas». Nem sequer os pais e as mães dos presos vão ser respeitados. Perante afirmações como essa, restam poucas dúvidas de que o qualificativo de apartheid atribuído a esta situação há já alguns anos, e que alguns poderiam considerar excessivo, é bastante real neste ano de 2009.

No início desta década, retirou-se aos membros da esquerda abertzale o direito ao voto livre. Quando a ilegalização de formações já não era suficiente, negou-se-lhes também a possibilidade de exercer os seus direitos individuais supostamente inviolados para, por exemplo, convocar manifestações. E agora querem impedi-los também de lançar txupinazos de festas, fazer faixas críticas ou entrar em certos bares. Não parece distante o dia em que, como no Alabama dos anos 50, se decrete que quem não condenar a ETA tenha que ceder o lugar do autocarro a quem o faz.

Há vida nas ruas
Estas situações poderiam servir para alimentar o vitimismo, mas Euskal Herria pede respostas mais construtivas. Para começar, porque fica claro que quem leva a batalha dos símbolos para recintos de txosnas ou cuadrillas de festas, quem não tem outra resposta senão a das cargas policiais face às mobilizações pacíficas, não faz mais do que evidenciar a sua debilidade argumentativa.

Ao longo deste Verão, os respectivos governos elegeram como alvo colectivos populares de tanta tradição e êxito popular como as peñas de Iruñea - duas das suas faixas foram denunciadas -, as cuadrillas de Gasteiz - uma tela foi confiscada, além de um carro das festas - ou a txupinera de Bilbo - centro das atenções por uma simples questão de parentesco.

É mais que uma paranóia. Subjacente a este panorama está efectivamente o facto de que em Euskal Herria existe uma massa social crítica, inequivocamente abertzale, de esquerda e democrata, que impregna também as expressões festivas e cuja atitude se apresenta intolerável para instituições dispostas a levar tudo pela frente. Perseguem, contudo, um impossível. O exemplo de Iruñea é clarificador: a cidade, com as suas peñas na primeira fila, sofreu uma agressão policial sem precedentes em 1978. Passaram 31 anos desde então, toda uma geração, e existe uma certa percepção geral de que o enquadramento imposto naqueles anos está mais assente. No entanto, as peñas continuam a expressar reivindicações que se ligam muito directamente às de há três décadas. E a única resposta que recebem é a de Patxi López: «Desterrá-los da rua».

O marketing e a democracia
Mas a principal razão contra o vitimismo fácil reside no facto de que a ofensiva é mais propagandística que outra coisa. Basta ver que primeiro o ataque foi lançado em Araba, Gipuzkoa e Bizkaia, com o propósito de que Patxi López recolhesse os lucros de imagem («chega a mudança») outorgados gratis et amore pelo seu vastíssimo coro de meios de difusão perante a opinião pública espanhola, que não basca. Uma vez cumprido esse objectivo, accionou-se o mecanismo também em Nafarroa.

O PSOE continua a considerar que, face a qualquer cenário possível de futuro, sempre é melhor que a esquerda abertzale apareça como um colectivo debilitado, exausto, com a bandeira branca levantada, mesmo que seja uma falácia. Esse é o sentido desta operação de marketing. Parece reveladora a insistência em propagar a ideia de que não suportará outra legislatura de ilegalização após 2011, como fez esta semana a porta-voz de Lakua, Idoia Mendia. A afirmação não casa com nenhum dado objectivo, porque o certo é que a esquerda abertzale contará nessa altura com oito anos de proscrição e continua bastante viva nas ruas e nas eleições, como demonstram os seus êxitos palpáveis nas escassas ocasiões em que conseguiu encontrar uma estreita passagem até às urnas, ainda que de forma muito precária: autonómicas de 2005, algumas municipais de 2007 e europeias de 2009.

Outra coisa é que a esquerda abertzale, claro está, não se pode conformar com este cenário, e de facto não o faz. Na realidade, é essa maioria social basca invisível e criminalizada quem não se deve resignar ao bloqueio. Os ensinamentos deste enésimo Verão agitado deveriam constituir um acicate para exigir menos propaganda e mais política. E que 2010 seja um Verão de festa.
Fonte: Gara

Onze detidos em Berlim por reivindicarem um acordo de paz para Euskal Herria

Os Mugarik Gabeko Ekintzaileak [Activistas sem Fronteiras] deram-se a conhecer com uma acção-protesto no estádio de Berlim, onde estão a decorrer os Mundiais de atletismo. A sua primeira acção centrou-se na reivindicação de um acordo de paz duradouro em Euskal Herria. Há onze activistas detidos.

Aproveitando o facto de na capital alemã estarem a decorrer os Mundiais de atletismo, onze activistas dos Mugarik Gabeko Ekintzaileak / Activistas sem Fronteiras realizaram ontem uma acção-protesto com a reivindicação de que «é possível um acordo de paz duradouro em Euskal Herria».

Com esse mesmo lema, e emulando as Giraldillas do Mundial de Sevilha 1999, dois dos activistas irromperam na pista de atletismo. Enquanto um deles foi imediatamente neutralizado, o segundo pôde solicitar um acordo de paz duradouro para Euskal Herria perante milhares de pessoas. Para esse efeito, abriu uma faixa em que esse lema era visível e na qual apareciam as cores espanhola, francesa e basca, em alusão ao facto de que o acordo deve ter lugar entre os dois estados e Euskal Herria.

Também mostraram as bandeiras sul-africana e irlandesa, como exemplos de que a paz é possível. «Mas entendendo que a paz chegará a partir do respeito pelos direitos humanos de todas as partes», referiu ao Gara um destes activistas.

Enquanto dois dos activistas protestavam disfarçados de mascote dos Mundiais, outros quatro, cada qual com o seu ajudante, subiram a outras tantas colunas do estádio, onde abriram várias faixas. Numa delas podia-se ler «Autoderminazioa erreferenduma, bai noski!» [Referendo sobre a autodeterminação, claro!], com a bandeira do Saara, mostrando que os acordos de paz devem ser cumpridos.

Onze activistas foram detidos e ontem ao final do dia ainda não tinham sido postos em liberdade.

Fonte: Gara


Na abertura dos Mundiais de atletismo de Berlim, pediu-se um acordo de paz duradouro. Fonte: apurtu.org / Mais informação: activistswithoutborders.net

Em Bilbau rebenta um artefacto de alegria, festa e participação popular

Sonia Polo, brilhante txupinera, e a ikurriña, única bandeira presente, lançaram um txupinazo que tanto o PP como o PSOE procuraram boicotar. Não estiveram presentes, e ninguém sentiu falta deles

A estratégia de confrontação e tensão e as tentativas de boicote promovidas pelo PSOE e pelo PP tiveram o efeito oposto.

Milhares de pessoas participaram ontem à tarde no txupin que deu início à Aste Nagusia bilbaína. As tentativas de linchamento promovidas pelos partidos citados, bem como as ameaças de morte feitas à txupinera por «desconhecidos», levaram os cidadãos a acarinhar Sonia Polo e o pregoeiro de forma massiva e a defender o modelo popular e participativo das festas, posto em perigo após os ataques sucessivos de PSOE e PP.

A praça do Arriaga foi pequena, num txupin em que a expressão «txupinera aurrera» foi uma constante. Estava ali toda a gente, menos os desmancha-prazeres do PSOE e do PP, que ficaram sozinhos na sua tentativa de condicionar a Aste Nagusia.

Notícia completa: kaosenlared.net



Bilboko Aste Nagusia: txupinazo. Fonte: Kaos.TV

Dezenas de txantreanos apoiam os processados da «herriko» Zurgai


Uma empregada e o responsável máximo da herriko Zurgai, na Txantrea (bairro de Iruñea), terão de se deslocar a Madrid na terça-feira para prestar declarações na sequência da queixa apresentada pela Procuradoria, mas não estão sós. Assim ficou demonstrado na conferência realizada ontem ao meio-dia em frente ao estabelecimento - que continua aberto, apesar de algumas informações erradas -, na qual participaram várias dezenas de txantreanos de todas as idades.

Perante esta notificação sem precedentes - são acusados de não terem querido retirar as fotos dos presos do bar -, os moradores realçaram que de forma alguma podem ser acusados de «enaltecimento», antes de «responsabilidade e compromisso para com os nossos conterrâneos presos e com a solução do conflito». Tacharam este tipo de agressões como «respostas falhadas» e, face a isso, manifestaram a «disposição para trabalhar por uma nova fase política, de forma a alcançar um cenário democrático em que todos os projectos se possam concretizar em igualdade de condições». Referiram ainda que será nessa altura que terá lugar «o desaparecimento definitivo de todas as fotos dos presos, após a sua libertação».

Desmentem a Polícia
A conferência de imprensa, em que os dois imputados estiveram presentes sem intervir, também serviu para desmentir a versão policial, segundo a qual ambos se recusaram a retirar as fotos quando os agentes lho ordenaram. Os habitantes da Txantrea afirmaram que não foi assim: «Limitaram-se a dizer-lhes que não tinham autoridade para tal e que, se os polícias assim o entendessem, as retirassem eles mesmos».
Deixaram claro ainda que o bar continua aberto e que se comprometem a dinamizar as suas actividades. De facto, os jornalistas ali presentes foram convidados de modo expresso a entrar e a tomar alguma coisa.
Esta ofensiva atingiu especialmente a Txantrea. Para além da queixa e da notificação contra a Zurgai, há ainda a queixa contra a peña Armonía Txantreana por causa de uma faixa e os obstáculos que são colocados à concentração semanal, «que se realiza desde os anos 70».
R.S.

Fonte: Gara

A Guarda Civil ocupou Tafalla antes do disparo do foguete mas não conseguiu estragar a festa


Foi o txupinazo mais tenso dos últimos anos. A Audiência Nacional espanhola tinha proibido de madrugada os actos de carácter reivindicativo, concretamente, o brinde a favor dos presos e o habitual ajuntamento das sextas-feiras, bem como a refeição pró-presos na parte da manhã. Pouco depois das 9h da manhã a Guarda Civil entrou no bar Azoka e duas horas mais tarde no bar Pasadizo, isto porque o brinde pró-presos tinha sido convocado para o Pasadizo de los Txistularis e o corpo armado confundiu-o com o estabelecimento referido.

Este último bar foi ocupado por dezenas de guardas civis, que comunicaram o seu encerramento. Isto gerou uma enorme tensão com os donos do bar e com os clientes, que se estendeu a outras partes de Tafalla (Nafarroa), numa altura em que faltava meia hora para o txupinazo.

Assim sendo, os vereadores da esquerda abertzale dirigiram-se à Câmara Municipal e a própria autarca, Cristina Sota (UPN), se moveu de forma a evitar o encerramento do bar Pasadizo, explicando que o estabelecimento e o local com o mesmo nome eram coisas diferentes.

Não obstante, o centro de Tafalla continuava totalmente tomado pelos «antidistúrbios», perante a estupefacção geral. Por fim, os esforços realizados pelo Município juntamente com a Delegação do Governo espanhol em Nafarroa deram os seus frutos e a Guarda Civil retirou para os quartéis quando faltavam apenas cinco minutos para as 12h.

A tensão vivida na rua passou também para o interior da Câmara Municipal, onde alguns vereadores foram insultados por munícipes. Por entre uma enorme crispação, Javier Ibáñez (Iniciativa por Tafalla) e o maratonista Ricardo Abad lançaram o foguete conjuntamente. Os vereadores do Nafarroa Bai e da esquerda abertzale exibiram ikurriñas desde a sede municipal. Estes últimos também mostraram uma grande bandeira com o mapa de Euskal Herria e o lema «Euskal presoak eta iheslariak etxera» [Os presos e os refugiados bascos para casa].

Apesar de a Guarda Civil se ter retirado momentos antes do txupinazo, as pessoas que enchiam a praça pensavam que ainda se encontravam na localidade, pelo que as festas, ainda no seu início, foram interrompidas. As três peñas de Tafalla - El Cierzo, El Aguazón e El Empuje - recusaram-se a iniciar o tradicional desfile que se segue ao foguete, e, com elas, a Banda de Música, os gaiteiros e txistularis.

Os presidentes das peñas foram até à Câmara para manifestar o seu repúdio pela ocupação da localidade por parte da Guarda Civil, mas, ao verificarem que já se tinham ido embora, deram início ao cortejo festivo pelas ruas.

Brinde pró-presos
A tensão regressou às 13h, altura do brinde pró-presos no Pasadizo. Alguns moradores foram aí identificados por polícias à paisana, e a reacção das pessoas foi juntar-se de forma espontânea na Placeta de las Pulgas. Entre numerosas ikurriñas e bandeiras pró-presos, centenas de pessoas gritaram a favor da independência e exigiram que as forças policiais espanholas «se fossem embora».
Estas não apareceram no lugar e o brinde a favor dos presos decorreu sem incidentes de qualquer tipo.

Iñaki VIGOR

Fonte: Gara
Tasio (Gara) [«esorregatiq» - brincadeira com «ez horregatik», «de nada»]

Em Bilbau, a Ertzaintza entrou numa herriko taberna e levou fotos, cartazes e camisolas
Também na sexta-feira, a Ertzaintza entrou numa herriko taberna de Bilbau, de onde levou 12 fotografias de presos políticos bascos do bairro, cartazes e camisolas, e pediu a documentação à pessoa que nesse momento ali estava a trabalhar e também a um dos clientes, de acordo com a Kirruli Kultur Elkartea, a associação responsável pelo estabelecimento inspeccionado.
Na versão do departamento do Interior de Lakua, foi identificada a pessoa responsável pelo estabelecimento no momento da intervenção, que ocorreu às 18h, e foi aberto um processo por «um alegado delito de apologia do terrorismo».
Fonte: Gara