quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A mudança da esquerda abertzale, na aula

Rufi Etxeberria admitiu que, à velocidade a que os acontecimentos políticos se dão em Euskal Herria, o debate interno na esquerda abertzale possa já parecer «pré-história», mas passaram apenas dois anos. É uma das constatações mais claras do impacto da mudança desencadeada por aquela iniciativa em todo o panorama político. Uma mudança que foi objecto de estudo, na segunda-feira, na Faculdade de Humanidades e Ciências da Educação da Mondragon Unibertsitatea. Numa sessão pouco comum, que tinha um propósito educativo - não mediático, pelo que as portas apenas estiveram abertas aos jornalistas no início -, um político e um advogado deram a classe.

A sessão decorreu na sala grande da HUHEZI, que mantém a decoração da capela que foi, o que conferiu um toque peculiar ao acto. O professor Aitzol Loyola encarregou-se de explicar que a iniciativa partiu dos alunos, que, ao analisarem o fenómeno das mudanças sociais, se centraram em dois pontos principais relativamente a Euskal Herria: o euskara e o novo cenário político. Foram então os próprios estudantes que decidiram convidar Rufi Etxeberria e Iñigo Iruin, que ali se deslocaram com gosto, para participar numa conferência pública a uma hora pouco habitual: 14h00. Contudo, na sala encheu, com mais de 130 pessoas, quase todas alunos.

Etxeberria admitiu logo de início que não vinham «ensinar nada, pois temos mais para aprender com o nosso povo que para ensinar». E isso conduziu-o a uma reflexão sobre a figura do espelho, presente no cartaz que anunciava o acto, porque, segundo explicou Loyola, quem quer dar início a uma mudança primeiro tem de olhar para si mesmo.
Etxeberria ampliou a reflexão explicando que a esquerda abertzale utilizou o seu povo como espelho, e acreditando ter entrado em sintonia com ele, ou seja, o povo também se viu reflectido na proposta da esquerda abertzale. E sobretudo na acumulação de forças impulsionada, sobre a qual disse tratar-se de «uma demanda dos cidadãos desde Lizarra-Garazi».

A revolução e os jovens
Antes de que as portas fossem fechadas para que a sessão prosseguisse num âmbito exclusivamente académico, Etxeberria passou em revista todas as mudanças dos últimos tempos e antecipou outras que já se vêm no horizonte, como a aliança com outras nações do Estado depois de as eleições de 20 de Novembro terem deixado à vista «duas cicatrizes soberanistas claras em Euskal Herria e na Catalunya». Quanto ao PP, augurou que irá tentar parar o relógio da mudança, mas mostrou-se seguro de que será Euskal Herria a decidir o seu futuro.

E deixou um último apuntamento para um auditório muito jovem: «Será a juventude basca a decidir a sua estratégia e a sua organização, mas uma coisa é clara: vai ser o motor principal desta revolução democrática nacional». / Ramón SOLA
Fonte: Gara

Ver também: «Instituzio guztiak gobernatu nahi ditugu» (Berria)

«Tortura no País Basco»

Bilbo * E.H.
No sábado, às 11h30, no Bilborock, o Torturaren Aurkako Taldea [Grupo contra a Tortura] vai apresentar publicamente o documentário Tortura Euskal Herrian.

Tortura no País Basco (trailer)


O trabalho conta com a intervenção de várias pessoas que foram submetidas a maus tratos em sede policial, entre os quais Arkaitz Goikoetxea, Iñigo Gutierrez, Maialen Zuazo e Anabel Prieto, detidos em 2008 pela Guarda Civil e aos quais foi aplicado o denominado «protocolo de Garzón».
Partindo do seu relato, o TAT criou um documentário em que recolhe diversos testemunhos sobre esta prática. O trabalho foi rodado em castelhano e está legendado em euskara, francês e inglês.
http://www.stoptortura.com/ / Fonte: SareAntifaxista

A Egin Dezagun Bidea vai recordar Sara Fernández e Karmele Solaguren no próximo dia 10

Ontem, passaram oito anos sobre a morte de Sara Fernández, habitante da Alde Zaharra de Iruñea. A Sara morreu num acidente de viação quando ia visitar um amigo preso, e nesse acidente ficou ferida com gravidade a companheira sentimental de um outro preso. No próximo dia 6 de Dezembro assinala-se o sétimo aniversário da morte de Karmele Solaguren, de Barañain, que faleceu quando regressava da visita ao seu filho, num acidente em que o seu marido ficou ferido com bastante gravidade. A iniciativa de cidadãos Egin Dezagun Bidea faz questão de evocar Sara e Karmele de forma especial nestes dias, que são sempre tristes para o meio afectivo dos presos e das presas políticos navarros.

«Foi um ano duro no que a acidentes diz respeito - referem. Nos seis últimos meses, familiares e amigos de presos navarros sofreram quatro acidentes graves, com um saldo de seis pessoas feridas e doze envolvidas».
O balanço destes 22 anos de dispersão é de 16 familiares mortos e centenas de feridos em mais de 400 acidentes de viação.

A Egin Dezagun Bidea alerta que «cada fim-de-semana centenas de pessoas colocam as suas vidas em jogo nas estradas dos estados espanhol e francês para ir visitar os seus seres queridos. Por isso dizemos que o fim da dispersão é urgente, pois cada fim-de-semana é uma roleta russa que continua a fazer vítimas».
Assim, pedem à sociedade que continue a trabalhar e a unir forças para acabar quanto antes com esta situação. E anunciam uma manifestação e um acto público contra a dispersão para o próximo dia 10 de Dezembro.

A manifestação partirá às 17h30 da casa onde vivia Karmele Solaguren, na Rua San Esteban, em Barañain, e terminará no frontão Retegi, onde, a partir das 18h30, irá decorrer um acto público pelo fim da dispersão.
Entre outras coisas, será apresentado um documentário sobre a dispersão elaborado com testemunhos de familiares de presos e presas navarros.

102 presos e presas
Actualmente, há 102 presos e presas navarros dispersos pelos estados espanhol (78) e francês (24), a uma distância média de 680 km dos seus locais de origem. 33 presos e presas navarros encontram-se a mais de 800 km de casa, e sete a mais de 1000 km.
Fonte: ateakireki.com

Ver também: «O Eleak convoca uma concentração em solidariedade com Oihana Agirre em frente ao Palácio de Justiça de Donostia» (Gara)
O movimento pelos direitos civis vai exigir este sábado a absolvição de todos os processados por realizarem um trabalho político.

«A Etxerat pede ao Ararteko que reclame a mudança de política penitenciária e que se cumpram os direitos civis e políticos» (Gara)

Leituras

«La Izquierda Abertzale quiere trasladar a su base social la reflexión en torno a las elecciones del pasado 20 de noviembre», de EZKER ABERTZALEA (boltxe.info)
Estas elecciones se han llevado a cabo en un contexto especial: en el contexto de la apertura de una nueva era política en Euskal Herria, tras la decisión de la organización ETA de dar por finalizada la lucha armada y después de que en la Conferencia de Aiete se situasen las bases para la resolución integral del conflicto.

«Rehenes políticos», de Jon ODRIOZOLA, jornalista (Gara)
Pues bien, si es verdad, como se viene diciendo, que vivimos nuevos tiempos de cambio de ciclo, es preciso poner en primer lugar y no posponer la lucha por la excarcelación de todos los presos políticos vascos y no vascos. Especialmente los más chantajeados, o sea, los que están enfermos o han cumplido sobradamente su condena.

«Torturas e independencia judicial», de Gerardo PISARELLO e Jaume ASENS, professor de Direito Constitucional e vogal do Colégio de Advogados de Barcelona (Gara)
Es posible que los tribunales territoriales estén expuestos a la presión de intereses locales. Pero esta presión también existe, y a veces de manera más clara, fuera de este ámbito. Esto es especialmente constatable en causas vinculadas a la política antiterrorista y a ciertos delitos de cariz político, en los que los tribunales centralizados son muy permeables al inquisitorial ambiente político y mediático que se respira en la capital del Estado.

«Una vieja tarea», de Mikel ARIZALETA, tradutor (kaosenlared.net)
Las cartas presentan un estilo peculiar e inconfundible debido, entre otras cosas, al hecho de que la lengua materna de Aguirre no era el castellano sino el vasco.

Tartes para onze responsáveis pela construção do TGV

Na segunda-feira de manhã, o colectivo Mugitu! deslocou-se aos Correios, em Iruñea, para mandar onze tartes a diversos responsáveis pela construção do TGV tanto a nível basco como estatal e europeu. Yolanda Barcina, que já teve oportunidade de saborear o gosto do merengue, foi agraciada com um ramo de flores.

Com esta simpática acção, o colectivo M!M pretende premiar os esforços imensos da classe política e empresarial na defesa da imposição do TGV. Nos próximos anos, estes mandatários pretendem dedicar centenas, senão milhares de milhões de euros à promoção de uma infra-estrutura deficitária e que consome os recursos públicos. E, para alcançar tão nobre objectivo, contam com a aprovação eminente, nos diversos parlamentos, de um conjunto de medidas orçamentais que vão atacar fortemente direitos sociais tão básicos como a educação pública, a saúde pública, as prestações sociais e outras ajudas de emergência social. Não há dinheiro para nada, excepto para o TGV, panaceia para todos os nossos males.

Assim, agradecendo esta forma tão justa e equitativa de gerir os recursos públicos e a riqueza gerada, o Mugitu! enviou estes doces presentes para que fiquem a saber quanto apreciam as políticas neoliberais dos destinatários.

Como sabem que alguns dos destinatários, face à proximidade da quadra natalícia, querem manter a linha, os membros do Mugitu! avisou que estas tartes são próprias para qualquer tipo de dieta. / Fonte: Sanduzelai Leningrado / Ver também: Gara e Mugitu

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Novo trabalho da Euskal Memoria: Así era la «solución final» franquista

O franquismo começou com uma matança, e depois tentou perpetuar-se com a tortura, execuções, censura, delação, desinformação, miséria... Uma «solução final» que fracassou em Euskal Herria.

Às gerações mais veteranas, talvez o livro ainda lhes cause arrepios. As mais jovens irão descobrir que o franquismo foi muito mais que uma guerra, por mais sangrenta que tenha sido. A Euskal Memoria fundazioa apresentou há um ano um estudo exaustivo sobre as outras vítimas dos últimos 50 anos (Gernikako seme-alabak) e esta semana apresenta um novo trabalho que faz uma radiografia do sistema franquista em Euskal Herria como nunca antes tinha sido feita, na sua globalidade. Na obra, com cerca de mil páginas, aparecem novos dados, como o final de Jesús Galíndez, o até hoje «desaparecido» delegado do Governo basco em Nova Iorque.
Mas acima de tudo desmonta-se as peças e o funcionamento de uma máquina que se destinava, como diz o título, a ser «a solução final» contra os irredentos bascos. Seguem-se alguns excertos do trabalho, ao qual o Gara teve acesso. / Ramón SOLA
VER: Gara


«Memoria y solución democrática» (editorial do Gara)

Leituras

«Los socios de Amaiur afirman que es el momento de que todos los que quieren un cambio actúen juntos en Madrid» (Gara)
La izquierda abertzale, EA, Alternatiba y Aralar han saludado el resultado electoral de Amaiur en los comicios del 20N y afirman que es el momento de que todos los que quieren un cambio de marco (también PNV y Geroa Bai) actúen juntos en Madrid para mover la posición del PP.

«Encuestas adolescentes», de Amparo LASHERAS (boltxe.info)
Los días internacionales rechinan porque tienen un poso de hipocresía burguesa que incomoda. Sin embargo, reconozco que el marketing en el que se organizan abre un resquicio informativo que en ocasiones consigue alarmar y obliga a la reflexión.

«Hacia el Think Tank subversivo y sedicioso del siglo XXI en Euskal Herria (y V)», de Borroka GARAIA (BorrokaGaraiaDa)
Obviamente son necesarixs dinamizadorxs para esta tarea. Que Euskal Herria actúe al unísono y que se mueva como un ente coordinado en su accionar popular es garantía de éxito a la hora de derribar el muro de la imposición. / Ver ainda: I / II / III / IV

Manifestação pelos direitos dos presos no dia 5 de Dezembro em Durango

Aproveitando o facto de a Feira de Durango (Bizkaia) estar a decorrer nessa altura, a iniciativa Egin Dezagun Bidea convocou uma manifestação para dia 5 de Dezembro, com o lema «Amnistiaren bidean kaleak bete kartzelak hustutzeko» [No caminho da amnistia, encher as ruas para esvaziar as prisões]. Tem início previsto para as 18h30.
A convocatória foi anunciada ontem em Bilbo por membros do Movimento pró-Amnistia da Bizkaia, ex-presos e familiares de presos, numa conferência de imprensa em que pediram aos cidadãos que participem nos comités populares do herrialde e nas mobilizações. Em seu entender, ultimamente foram dados «grandes passos» no que à questão dos presos diz respeito, e acreditam que o tema se encontra na «agenda política», mas alertaram para a «gravidade da situação» e falaram na necessidade de «desatar o nó». / Fonte: Berria

Festa em Antsoain. Menos dois!
No sábado passado, habitantes de Antsoain (Nafarroa) participaram num ongi etorri caloroso a Txote e Artzai. A manifestação, o jantar e o gaupasa decorreram em ambiente de festa. [Aupa zuek!] / Fonte: ateakireki.com

Mais de 270 pessoas exigem em Zarautz que Joxe Mari Perez seja libertado
Mais de 270 pessoas participaram na manifestação que, no sábado, pôs fim às jornadas solidárias com o preso político zarauztarra Joxe Mari Perez Txuri, que continua na prisão mesmo depois de ter cumprido, há já três anos, a pena a que foi condenado pelos tribunais espanhóis. Durante a mobilização, que tinha à cabeça uma faixa em que se exigia o regresso a casa de Txuri, os habitantes de Zarautz (Gipuzkoa) recordaram todos os presos políticos da localidade, bem como os zarauztarras que ainda se encontram no exílio. No final da manifestação houve uma homenagem aos familiares dos presos, a quem ex-prisioneiros entregaram um quadro pintado por Joxe Mari Perez.
Por outro lado, no sábado 33 pessoas concentraram-se em Hondarribia para reivindicar o respeito pelos direitos dos presos políticos bascos, como fazem todos os sábados. / Fonte: Gara / Fotos: Zarautz Bidean

Ver ainda: «Arkaitz Bellon e Sebas Lasa abandonam a greve de fome» (Gara)
A Etxerat fez saber que os presos políticos encarcerados em Puerto III terminaram o protesto que iniciaram depois de serem enviados para o isolamento, por causa de uma disputa com funcionário que os impediu de entrar no ginásio.

«Quatro habitantes de Noain vão depor hoje, acusados de "enaltecimento"» (ateakireki.com)
Quatro pessoas de Noain (Nafarroa) foram indiciadas por enaltecimento do terrorismo por exibirem autocolantes que pediam a liberdade de Miguel Angel Llamas Pitu. Em virtude disso, hoje devem depor no Tribunal de Aoitz. [Beti zurekin! Pitu askatu!]

Manifestação em Iruñea: «É preciso que o Estado admita o sofrimento causado a milhares de pessoas que foram submetidas a tortura neste país»


Manifestação contra a tortura e a impunidade que teve lugar no sábado passado em Iruñea, capital de Nafarroa. Fonte: ateakireki.com

Os habitantes de Garinoain exigem a renúncia do futuro Governo municipal da DNE

Os 305 habitantes de Garinoain que votaram em branco no dia 20 de Novembro exigiram que os vereadores da Derecha Navarra y Española renunciem aos cargos. Esta força ficou com o controlo do Município graças a 18 votos obtidos nas urnas, 5,6% do total.

Num comunicado, a quase totalidade dos votantes - 94,4% - denunciou a situação a que a localidade navarra tem de fazer frente, pois a partir de agora será governada por um grupo de pessoas estranhas ao dia-a-dia do município - nenhum dos oito edis da DNE reside em Garinoain.
Segundo contam os afectados, a DNE apresentou a sua candidatura à última hora, sem que os habitantes pudessem apresentar uma lista alternativa. Para além disso, os cargos eleitos, liderados por Gonzalo Vicuña, não realizaram nenhuma acção de campanha em Garinoain, nem deram a conhecer as suas propostas à população local. Mais ainda e tal como referem os residentes, a primeira vez que viram a cara do futuro autarca foi no dia 20 de Novembro, o dia das eleições.

Perante esta circunstância, os habitantes afectados preferem que os cargos da DNE abandonem a localidade e deixem que as pessoas da terra tomem conta da governação do município. Seria a opção mais democrática se se tiver em conta que o voto em branco ganhou com uma clara maioria sobre a opção da extrema-direita. «Sabemos que legalmente é legítimo, mas é-o moralmente? Está dentro da normalidade democrática?», perguntaram os habitantes.
Quanto às alegadas coacções denunciadas por Gonzalo Vicuña, os habitantes esclareceram que «nenhuma pessoa da localidade foi coagida ou ameaçada para votar em branco». «O nosso trabalho consistiu em informar sobre a alternativa existente à única candidatura apresentada», acrescentaram.

Provocações de Ciprés
Para além disso, referiram-se a alegadas agressões sofridas pela líder da DNE, Nieves Ciprés, tendo recordado que a situação de tensão vivida no domingo foi fruto da «indignação dos habitantes e da sua impotência, mas também das provocações da senhora Ciprés», que chamou «proetarras e violentos» às 305 pessoas que votaram em branco nas eleições. / Fonte: Gara

A jogada da DNE é semelhante à que o PP utilizou em Lizartza em 2004, aproveitando-se da ilegalização da candidatura da esquerda abertzale. Procuram aproveitar-se de situações especiais para conseguir autarquias com um punhado de votos e com listas formadas por pessoas sem ligação às localidades em que se apresentam. (Gara) / Na foto, uma representante da Derecha Navarra y Española escoltada pela Polícia Foral, em Garinoain (Nafarroa).

Ver também: «Nenhum partido político condenou as ameaças das pintadas de Nafarroa» (SareAntifaxista)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A Etxerat afirma que a manifestação de 7 de Janeiro «será uma das maiores da história de Euskal Herria»

A Etxerat Elkartea realizou ontem a sua 11.ª Assembleia Nacional no Santuário de Estibalitz (Araba), um encontro para «reforçar os laços entre as pessoas que, como nós, sofrem as consequências da política penitenciária vigente e do exílio sofrido pelos nossos familiares, amigos e amigas perseguidos».

Após o encontro, que decorreu à porta fechada, os membros do colectivo expressaram a sua determinação «em continuar a trabalhar sem descanso» com a maioria política, social e sindical basca, tendo como objectivo «alcançar um cenário que respeite todos os direitos de todas as pessoas, incluindo os dos nossos familiares, e que abra de par em par e de forma inclusiva e definitiva as portas a uma resolução democrática do conflito que Euskal Herria vive».

A Etxerat referiu que essa linha de acção se verá reafirmada no próximo dia 7 de Janeiro, dia em que irá ter lugar a manifestação a favor dos presos políticos bascos. O colectivo mencionado expressou a sua adesão à mobilização convocada pela iniciativa popular Egin Dezagun Bidea.
Para além disso, fez saber que, para poderem estar presentes na mobilização, os familiares não irão às visitas previstas para esse fim-de-semana.

«Deve representar um marco»
«Consideramos que este encontro deve representar um marco e, como tal, sugerimos que os estabelecimentos comerciais e hoteleiros encerrem e que as actividades culturais ou desportivas previstas para essa tarde sejam suspensas. Queremos caminhar com a imensa maioria da sociedade basca», salientaram.

A Etxerat mostrou-se convencida de que a manifestação de 7 de Janeiro «será uma das maiores da história de Euskal Herria», considerando que «deve ser o ponto de encontro incontornável para todas e todos os que defendem os direitos das presas e dos presos políticos bascos».
Fonte: Gara

A esquerda abertzale lembra que a morte de Zabalza «continua impune» e critica a atitude do Governo de Nafarroa

Dezenas de pessoas juntaram-se ontem na localidade navarra de Orbaitzeta para homenagear Mikel Zabalza, falecido em Novembro de 1985, depois de ser detido pela Guarda Civil.

Na ocasião, o representante da esquerda abertzale Juan Kruz Aldasoro criticou a atitude do Governo de Iruñea, que vai homenagear no dia 3 de Dezembro - Dia de Nafarroa - as Forças de Segurança do Estado (FSE), sem nunca ter mostrado interesse no esclarecimento do caso.

O corpo sem vida de Zabalza apareceu, quase um mês depois da sua detenção, nas águas do rio Bidasoa, apresentando múltiplos indícios de torturas, depois de ter estado no quartel de Intxaurrondo. A Guarda Civil afirmou que se afogou quando tentava fugir.

Segundo Aldasoro, «a família, as amigas e os amigos de Mikel e Euskal Herria inteira têm direito à verdade, ao reconhecimento e à reparação», pois o caso de Mikel foi arquivado pelos tribunais espanhóis em 1988, reaberto em 1995, mas sem se chegar a qualquer conclusão.

Para Aldasoro, Mikel Zabalza é «uma das centenas de casos de sofrimento gerados pela violência que o Estado espanhol exerce sobre Euskal Herria». «O caso de Mikel é um das várias centenas que o Estado tem de esclarecer, reconhecer e reparar, no caminho para a construção de uma democracia e uma paz plenas», salientou.

«Sal na ferida»
Neste contexto, Aldasoro referiu-se à comemoração do Dia de Nafarroa - no próximo sábado -, criticando o «disparate» cometido pelo Executivo da UPN-PSN ao incluir nas comemorações a condecoração das FSE.
«É incrível que o Governo de Navarra distinga Forças de Segurança que são directamente responsáveis pela morte de dezenas de navarros, como Mikel Zabalza, e pelo sofrimento de muitos mais», destacou.

Na opinião do representante independentista, qualquer reconhecimento às Forças de Segurança do Estado «deita sal na ferida de muita gente que espera há anos por um mínimo de sensibilidade, por parte das instituições, para com a sua dor».
«Barcina, a UPN e o PSN devem dar uma volta de 180 graus na sua acção governativa em matéria de paz e normalização política», concluiu Aldasoro.
Fonte: Gara / Ver também: Agoitz Gorria

No dia 10 de Dezembro, todos a Baiona! Euskal Herria: aterabide demokratikoa orain!


Abenduaren 10ean, denok Baionara! País Basco: solução democrática já! (Em euskara e francês) / Fonte: Baiona Asakatu

Ver também: «Abenduaren 10ean denak Baionara! Le 10 décembre soyons nombreux à Baiona!» (Baiona Askatu)

Ataramiñe 2011 - cadernos de literatura dos perseguidos políticos bascos

A Ataramiñe elkartea apresentou na sexta-feira passada em Bilbo os livros deste ano:

Ataramiñe’11. Euskal errepresaliatu politikoen literatura koadernoak. (Inclui, entre outros, trabalhos dos presos e deportados políticos de Uribe Kosta - Bizkaia - Iñaki Gonzalo Kitxu, Alfontso Etxegarai e Gotzon Alcalde.)
Ametsen txokoan bizi naiz, de Ibon Muñoa Arizmendiarrieta, e a banda desenhada Espetxetik at!, de Borxa Urberuaga.
Na sexta-feira que vem, serão apresentadas em Donostia as Bakarmortuko kronikak, de Mikel Antza.
Estes livros estarão à venda no stand da Ataramiñe da Feira de Durango, que decorre entre 4 e 8 de Dezembro.
Fonte: etengabe

Em Dezembro, a Asakatasuna vai organizar o mês cultural da solidariedade
Dando continuidade a uma tradição que se repete todos os anos, os comités da Askatasuna vão fazer de Dezembro o mês da solidariedade com os presos e refugiados políticos bascos. As iniciativas irão ter lugar em Miarritze, Baiona, Urruña e Donaixti, e incluem, entre outras coisas, conferências, teatro, concertos, projecção de documentários…
[Ver programa na nota de imprensa enviada pela Askatasuna, em euskara.]
Fonte: topatu.info

domingo, 27 de novembro de 2011

Milhares de pessoas manifestaram-se em Iruñea para reclamar o fim da tortura e da impunidade

Milhares de pessoas responderam ao apelo feito por diversos agentes políticos e sociais, bem como por familiares de presos políticos, para se manifestarem nas principais artérias da capital navarra contra a tortura e a impunidade, e para reclamar uma solução democrática.

Fotos: Tortura eta inpunitatearen aurka (ateakireki)

A manifestação, que, para além das milhares de pessoas que nela participaram, já tinha contado com o apoio de numerosos agentes políticos e sociais, partiu depois das 17h30 dos cinemas Golem, em Iruñea.
Durante o percurso da manifestação, encabeçada por Ane Ituiño e Mikel Soto, do Torturaren Aurkako Taldea [Grupo contra a Tortura] e por familiares de Igor Portu, Mattin Sarasola e Mikel Zabalza – jovem detido faz hoje 26 anos pela Guarda Civil, e que apareceu «afogado» em estranhas circunstâncias depois de estar «desaparecido» várias semanas –, os participantes fizeram ouvir palavras de ordem contra a tortura e a favor do repatriamento dos presos políticos bascos, entre outras.
«Sabemos perfeitamente o que lhes fizeram»
Quando chegaram ao Passeio Sarasate, Soto e Ituiño afirmaram, em euskara e castelhano, respectivamente: «em Euskal Herria sabemos perfeitamente aquilo que fizeram a Igor [Portu] e a Mattin [Sarasola]». Assim, referiram que a sentença absolutória do ST «é o que é: um estranho artefacto construído única e exclusivamente para negar a evidência, para negar a tortura».
Em seu entender, «o que é realmente grave é que, com ela, se volta a passar uma mensagem de total impunidade» a quem pratica a tortura, «e isso não contribui propriamente para sua erradicação, bem pelo contrário».

Depois de recordarem várias passagens da sentença ditada pela Audiência Provincial de Gipuzkoa que foram eliminadas pelo Supremo, pediram aos cidadãos que se mobilizem, de forma «a acabar de uma vez com o regime de incomunicação e a aplicar as medidas de erradicação da tortura».
«Vamos acabar com a impunidade – afirmaram – para que a história não se volte a repetir, para encerrar de uma vez por todas este tremendo capítulo na história deste país».
Também encorajaram as pessoas a estarem presentes na homenagem que hoje terá lugar em Orbaizeta, para lembrar Zabalza.
Convocatória
A mobilização foi convocada no dia 19 deste mês, depois de ser conhecida a decisão do Supremo Tribunal, que absolvia os quatro guardas civis acusados de ter torturado os presos políticos bascos Igor Portu e Mattin Sarasola.
«Julgamos que o recurso à tortura ocorre por decisão política e que a natureza desta sentença é totalmente política, e estamos convencidos e convencidas de que o desaparecimento da tortura também será uma decisão política», afirmaram as representantes do TAT Ane Ituiño e Lorea Bilbao quando, acompanhadas por diversos agentes sociais e políticos e familiares de presos, convocaram a manifestação de hoje, com o objectivo de reclamar o fim da tortura e da impunidade de quem a pratica. / Fonte: Gara

Ver também: «Gehiago torturatu ez dadin, neurriak exijitu dituzte milaka lagunek» (Berria)

Vítimas da violência estatal defendem uma «verdade completa» e uma solução democrática
Gara, Bilbo * E.H.
Uma ampla representação de pessoas que morreram na sequência da violência exercida por diversos agentes estatais compareceu em Bilbo para dar a conhecer a sua determinação na defesa de uma «verdade completa» neste novo tempo, no qual reclamam uma «solução democrática». / Mais info: Gara

«Trabajemos hoy por el reconocimiento y la verdad»
O documento ontem apresentado em Bilbo à opinião pública por este grupo de vítimas da violência estatal, lido por Carmen Galdeano e Idoia Muruaga, consta de cinco pontos e foi redigido em euskara e castelhano. Aqui se apresenta o seu conteúdo na íntegra nesta última língua.


Ver também: «Estatuen biktimek "egia osoa" nahi dute» (Berria)

Em Egia, fizeram um apelo à construção de um «muro popular» contra a repressão e os julgamentos políticos

O frontão de Egia (Donostia) foi pequeno para as centenas de pessoas que ontem se juntaram para dizer que querem Oihana Agirre no bairro, ao seu lado.
A concentração foi convocada pelo movimento Eleak para protestar contra a recente decisão do Supremo Tribunal espanhol, que confirmou a condenação de Agirre a oito anos de prisão. A membro do Movimento pró-Amnistia já passou um ano na prisão e agora, depois da confirmação do Supremo, pode ser presa «a qualquer momento», alertaram.
Joxean Agirre e Oihana Mujika falaram em nome do movimento Eleak e, para além de expressarem o seu apoio aos moradores de Egia, fizeram o balanço da repressão que se verificou em Gipuzkoa nos últimos anos. Entre outros dados, chamaram a atenção para o facto de neste herrialde haver 111 pessoas à espera de sentença.
Face a este cenário, o colectivo que defende os direitos civis pediu aos cidadãos que respondam «como povo», que construam um «muro popular», em cada bairro, em cada terra.
Entre outras iniciativas, referiram o cordão humano que vai ter lugar no Tribunal de Donostia no próximo dia 3 de Dezembro, às 17h00, pedindo às pessoas que compareçam. / Fonte: Gara

Leituras

«Izquierda abertzale, transición y hegemonía», de Katu ARKONADA, militante da esquerda abertzale (Gara)
Una vez pasadas las elecciones del 20N, es tiempo de hacer análisis más en profundidad de los retos que enfrenta la izquierda abertzale. En Euskal Herria estamos inmersos en una política de alianzas y en un intento de construir liderazgo para tomar el poder institucional y desde ahí conducir transformaciones políticas y económicas, sabiendo además que la derecha burguesa vasca del PNV no lo va a hacer.

«Ladran, luego cabalgamos», de Sabin ARANA, Xabier ARMENDARIZ, Julen ARREGI, presos políticos do franquismo (Gara)
Nuestra dignidad de combatientes contra aquella dictadura no nos la van a quitar ni quienes no han condenado la criminal sublevación militar, ni quienes se quedaron esperando tiempos mejores La aportación que el movimiento abertzale y socialista vasco hizo en la lucha contra el franquismo sigue siendo clave para entender la pujanza que hoy tienen aquellas reivindicaciones

«Un grito en la cima», de Fermin MUNARRIZ (Gara)
Es sólo una expresión liviana pero de tufo colonial de la manera que tiene España de abordar su problema con la insumisión vasca. Hace medio siglo o hace unas horas. Con ese resabio tan amargo de la impotencia añeja. Tal vez porque en quinientos años no han conseguido hacernos castellanos.

«Amaiur insta a reforzar la unidad en Nafarroa para lograr el cambio político», de Martxelo DÍAZ (Gara)
Sabino Cuadra y Maite Iturre destacaron ayer en Iruñea que Amaiur se ha visto recompensada por la ciudadanía vasca por su apuesta por la unidad y su trabajo a favor de la paz y la normalización, por lo que instaron a seguir trabajando en esta misma línea.

Sobre os presos e refugiados políticos bascos. Borrokalariak askatu!

Jabi Lazkano
O preso político Jabi Lazkano foi posto em liberdade na sexta-feira, depois de ter passado os últimos 18 anos na prisão. Uma pessoa próxima confirmou ao Gara que Lazkano saiu por volta das 11h30 da prisão de Zuera, em Saragoça, onde era esperado por familiares e amigos mais próximos. Previa-se que chegasse já de noite a Euskal Herria, mais concretamente a Bergara (Gipuzkoa), sua terra natal. Ali, conterrâneos, familiares e amigos iam dar-lhe as boas-vindas.

Juan Karlos Rekarte
Juan Karlos Rekarte, natural de Zizur (Nafarroa), também foi libertado (na quinta-feira), depois de passar um ano na cadeia. À chegada a Euskal Herria, foi recebido por uma grande faixa de boas-vindas. O ongi etorri teve lugar na localidade de Undion.

Arkaitz Bellon e Sebas Lasa em greve de fome
A Etxerat fez saber que os presos políticos bascos Arkaitz Bellon (Elorrio) e Sebas Lasa (Donostia) estão em greve de fome. A associação de familiares dos presos indicou que ambos os presos, juntamente com Unai Parot (Baiona), encarcerados na prisão de Puerto III (Cádis), saíram há pouco da zona de isolamento.
Na segunda-feira passada, um funcionário impediu-os de aceder ao ginásio, dizendo-lhes que estava fechado. Os presos discutiram com o funcionário e, depois disso, foram revistados e novamente castigados com o isolamento. Deram início à greve de fome como forma de protesto contra o que se passou.

Oihana Garmendia e Itziar Moreno na cela de castigo
A Askatasuna fez saber esta sexta-feira que as presas políticas bascas Oihana Garmendia (Santurtzi) e Itziar Moreno (Bilbo), encarceradas na prisão de Dijon (Estado francês), foram punidas com a cela de castigo. Moreno já foi levada para o mittard, e Garmedia será para ali levada assim que terminar o período de isolamento da sua companheira, pois a prisão tem uma só cela de castigo.
Ambas as reclusas solicitaram uma reunião à direcção da prisão, à qual queriam comunicar que as viagens entre Euskal Herria e Dijon - 980 km - são demasiados longas e onerosas para visitas de 45 minutos. Por isso, queriam propor que as visitas nos parlatórios fossem duplas. A direcção recusou a reunião e ambas protestaram, sendo então punidas por isso. (ver também: Baiona Askatu)

Ongi etorri a Ibon Meñika
400 pessoas participaram esta sexta-feira no ongi etorri a Ibon Meñika, em Zamudio (Bizkaia). / Fonte: Gara

Em Zarautz, concentração pela libertação de Txuri
Joxe Mari Perez Txuri encontra-se há 24 anos na prisão e viu a sua condenação ser prolongada em nove anos através da doutrina Parot. Para denunciar esta situação, foram organizadas diversas iniciativas ao longo desta semana. Na sexta-feira, por exemplo, houve uma concentração à porta da Câmara Municipal da localidade costeira guipuscoana. Para ontem, estava convocada uma manifestação para as 19h00 e um acto na Musika Plaza. Fonte: Zarauzko Hitza / Fotos da manifestação e do acto na Praça da Música (Zarautz Bidean)

Contra a tortura, em Leioa
Erika Bilbao foi detida pela Guarda Civil no dia 14 de Setembro de 2010. Depois de passar cinco dias incomunicável, Erika afirmou na presença de um juiz da AN espanhola que tinha sido torturada e submetida a maus tratos. Nessa altura, houve diversas mobilizações em Leioa (Bizkaia). Agora, segundo divulgou a esquerda abertzale local, querem multar um cidadão em 3000 euros por ter denunciado essas torturas. Com o propósito de repudiar tudo isto e de conseguir juntar dinheiro para pagar a multa, as bandas Vendetta e Itziarren Semeak deram um concerto no dia 18 deste mês no Udondo gaztetxea, em Leioa. Para esta quinta-feira foi convocada uma manifestação contra a tortura em Leioa. Na foto, uma das mobilizações que se seguiram à detenção de Erika Bilbao, em Leioa. / Notícia completa: Koska Irratia

Berri Txarrak - «Ikasten»


«Ikasten», tema do álbum homónimo (1999) desta banda navarra de Lekunberri.

sábado, 26 de novembro de 2011

3 de Dezembro, Dia de Nafarroa: viva, euskaldun, insubmissa

NAFARREN BILTZARRA

Fonte: Sanduzelai Leningrado

Por ocasião do Dia de Nafarroa, a Orreaga Fundazioa irá organizar, como o tem vindo a fazer há já vários anos, a Nafarren Biltzarra, uma forma de expressar a existência de uma Navarra viva, euskaldun e insubmissa. «Defenderemos a casa dos antepassados contra as mentiras».

Ver também: «'El sueño roto', viñetas que enseñan la conquista de Navarra en 1512» (Diario de Noticias via Nabarralde)
Na quinta-feira, foi apresentada no hotel Palacio de Guenduláin a obra «aos quadradinhos» 1512. Navarra, el sueño roto [1512. Nafarroa, amets urratua, em euskara], que, de forma amena e, sobretudo, baseando-se em factos reais, dá a conhecer a conquista castelhana do Reino de Navarra.

O Governo de Yolanda Barcina vai homenagear polícias e juízes espanhóis
O Governo navarro vai homenagear as Forças de Segurança e os juízes espanhóis no âmbito da «Homenagem a Navarra» que irá decorrer na próxima quinta-feira como acto prévio ao Dia de Nafarroa, que se comemora a 3 de Dezembro.
A esquerda abertzale considerou inaceitável esta homenagem a quem «durante muitos anos foi o garante da negação do direito do povo navarro a decidir e dos direitos dos cidadãos».
Para a esquerda abertzale, «falam da "coragem e responsabilidade" das Forças de Segurança, quando na realidade aquilo que vemos é a impunidade com que exerceram as suas funções, mais ainda após a absolvição dos quatro guardas civis condenados por torturar Igor Portu e Mattin Sarasola; e a vergonha é maior ao atribuírem o prémio na data em que a Guarda Civil deteve Mikel Zabalza, que foi torturado até à morte há 26 anos». / Fonte: Gara

Seis jovens vão depor na AN espanhola por mostrarem fotos de presos na Korrika

Seis jovens de Debagoiena - cinco de Bergara e um de Arrasate - foram intimados a depor como imputados na Audiência Nacional espanhola. Tal como fizeram saber numa conferência de imprensa que teve lugar na terça-feira no Irizar jauregia, em Bergara (Gipuzkoa), são acusados de «enaltecimento do terrorismo» por fazerem a última edição da Korrika com fotos de presos, e, dessa forma, podem apanhar dois anos de cadeia.

Segundo afirmaram, foi a Ertzaintza que fez a queixa na AN, apresentando provas contra os jovens no tribunal de excepção de Madrid. «No dia 15 de Novembro o juiz Pablo Ruz fez avançar o processo e deu ordens à Ertzaintza para que fôssemos notificados». Então, no fim-de-semana passado dirigiram-se aos locais de residência dos pais dos jovens, dizendo-lhes que andavam à procura dos filhos. Com isso, conseguiram deixar os familiares com «medo, raiva e inquietação», disseram.
Depois, os jovens apontaram o dedo à Ertzaintza, ao Departamento do Interior de Lakua e à Audiência Nacional de Madrid, considerando-os os principais responsáveis por quererem levar as coisas para «o passado», por quererem manter a fotografia a preto e branco, nomeadamente através de «repressão, condenações e sofrimento».
Realçaram o facto de em Euskal Herria se viverem novos tempos e afirmaram o desejo de respeito pelos direitos de todos os cidadãos bascos, «incluindo os dos presos políticos».

Múltiplas iniciativas de apoio
Para apoiar os jovens, estão a ser organizadas diversas iniciativas em Bergara: hoje, sábado; na segunda-feira, dia 28, na Câmara Municipal; na quarta-feira, dia 30 (dia da audiência), mobilizações e paragens em locais de trabalho e centros de ensino.
Fonte: Gara e topatu.info

Vídeo: «Sei debagoiendar inputatuta Korrikan presoen argazkiak eramateagatik» (Goiena Komunikazio Taldea)

A sede da Etxerat em Gasteiz voltou a ser assaltada
Desconhecidos voltaram a roubar computadores e dinheiro da sede da Etxerat em Gasteiz.
Segundo o Gara conseguiu apurar, desconhecidos voltaram a assaltar a sede da Etxerat em Gasteiz. Segundo consta, roubaram os computadores, deram volta aos papéis e também levaram dinheiro.
A 4 de Agosto último, esta mesma sede foi alvo de um outro assalto, algo que a Etxerat enquadrou num contexto dominado pela «pressão e o acosso» político e mediático aos familiares dos presos políticos bascos que tinham estado presentes na varanda de San Miguel no início das festas de Gasteiz. O roubo ocorreu horas depois.
Nessa altura, os ladrões também levaram computadores e dinheiro. / Fonte: Gara

O advogado de Ventura Tomé recorre da extradição
«Ontem apresentamos um recurso de cassação», disse Paul Beakert, o advogado de Ventura Tomé, tendo precisado que o Tribunal de Cassação belga, máximo órgão jurisdicional, terá de se pronunciar sobre a extradição do natural de Tafalla num prazo máximo de quinze dias. O advogado disse ainda que Ventura Tomé irá continuar em regime de prisão preventiva até que o recurso resolvido.
De acordo com o Ministério Público belga, ainda não foi marcada uma data para a audiência no alto tribunal belga, embora fontes judiciais tenham adiantado que possa vir a ter lugar na semana que vem. / Notícia completa: Gara

Leituras

«Impunidad», de Iñaki EGAÑA, historiador (Gara)
La tortura, asimismo, es recurrente. En España no puede ni debe existir la tortura. Con un conflicto abierto como el vasco, a pesar de su negación pública, la tortura es cuestión de Estado. Y como tal se trata, con varias premisas en juego. No hablar, no comentar y apoyarla desde las instancias que importan, es decir, desde las instituciones que definen el Estado.

«Victoria inaugural», de Carlo FRABETTI (lahaine.org)
Los siete escaños de Amaiur suponen una gran victoria de la izquierda: tan grande que ni siquiera el alarmante repunte electoral de la extrema derecha puede empañarla

«Uma greve que foi muralha», de Bruno CARVALHO (boltxe.info)
Foi a quarta greve geral em que participei. De todas elas, esta foi, sem dúvida, a que teve mais adesão. Mas também foi a que teve mais violência. Perante a resposta massiva dos trabalhadores, a burguesia usou o Estado para intimidar e reprimir. Usou os jornais, rádios e televisões para difamar a greve geral. No grave contexto em que vivemos, o combate que, ontem, se travou deve ser visto como uma faísca que incendeia.

Revista de imprensa: Os promotores do TGV reconhecem a sua falta de utilidade social


Multiplicam-se as mostras de apoio aos «tartalaris» da acção anti-TGV
Têm-se multiplicado nos últimos dias as mostras de apoio às três pessoas processadas pela Audiência Nacional espanhola, na sequência da acção protagonizada pelo movimento de desobediência civil contra o TGV Mugitu Mugimendua (M!M), no passado dia 27 de Outubro, em Toulouse. No blog do Mugitu podem ver-se os apoios que têm recebido.
Quem quiser manifestar o seu apoio, pode fazê-lo através do endereço de e-mail: mugituaht@gmail.com. O M!M pede às pessoas que apoiem os arguidos e que continuem a trabalhar contra o TGV com base na desobediência civil. / VER: AHTGelditu! Elkarlana via boltxe.info

«La Memoria». 20-N: Lo que queda del Franquismo (programa na Info7)

Connosco tivemos um convidado de honra, e as suas palavras e o seu trajecto pessoal e de lutador social e político antifranquista balizou a nossa perspectiva e reflexão. Trata-se de Periko Solabarria, trabalhador e filho de trabalhadores, sacerdote e trabalhador, deputado independentista e socialista pelo HB no Parlamento espanhol e trabalhador… Trabalhador sempre e, como tal, com consciência de trabalhador, com consciência de classe, tanto ontem como hoje, que tem 81 anos. Com ele iremos olhar para o que foi o regime franquista e o que dele ainda hoje persiste, por trás as caras sorridentes do regime e das instituições democráticas em cujo topo está a figura de um Rei posto pelo próprio Franco e que jurou lealdade «aos princípios do Movimento», ou seja, aos preceitos ideológicos e políticos do regime fascista imposto pelas armas a 18 de Julho de 1936. / VER: info7.com

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A «perseguição ideológica» contra a juventude basca tem de acabar

Quatro jovens independentistas - Iraide Lejarreta, Andoni Akesolo, Galder Barbado e Gotzon Elizburu - relataram ontem, em Bilbo, as «ameaças, vigilâncias e pedidos de colaboração policial» a que foram submetidos nos últimos meses.

Na conferência de imprensa estiveram também presentes Estitxu Ugarte (Hiru) e Fernando Bilbao (ESK), que, na qualidade de representantes dos signatários do Acordo de Gernika, pediram às pessoas que denunciem situações deste género nos tribunais. Afirmaram que irão continuar a apoiar a juventude basca, de forma a poder desenvolver o seu trabalho, tendo realçado o seu papel em prol do reconhecimento dos direitos civis e políticos de Euskal Herria.

Os signatários do Acordo de Gernika afirmaram ainda que a «perseguição ideológica» aos jovens independentistas, a violação dos direitos civis e políticos e a utilização da Polícia para estes fins estão a mais neste novo cenário político.

Disseram ter conhecimento de que todos estes ataques foram efectuados pelas Forças de Segurança do Estado e afirmaram que esta dinâmica constitui «um obstáculo à paz e à normalização política».
Em seu entender, «parece» que os responsáveis das FSE e os comandantes da Polícia «não querem» que se atinja esse cenário. / Fonte: Gara

Vídeo: Rueda de prensa del Acuerdo de Gernika en apoyo a jóvenes independentistas

Presos e familiares pedem a Paris que participe no processo de resolução do conflito
Depois de deixarem claro que são «a consequência e não a causa do conflito», como pretendem os estados espanhol e francês, uma grande representação de colectivos que são alvo da repressão dirigiu-se esta quarta-feira em particular a Paris, para lhe pedir que abandone a sua «atitude hipócrita», que assuma que é parte do conflito e enfrente com responsabilidade o «processo de resolução integral». Reafirmaram a sua determinação em continuar a lutar «pelo respeito dos direitos de todos».
VER: Gara

Ver também: «Nouveaux appels à manifester le 10 décembre», de L.B. (Lejpb)
Des membres d’Etxerat (familles de prisonniers basques), d’Askatasuna, de la Car, des parents de militants tués, des réfugiés politiques et des anciens prisonniers ont tenu hier une conférence de presse et se sont joints à l’appel lancé par le collectif d’acteurs politiques et sociaux réunis pour la résolution démocratique du conflit

Dia 7 de Janeiro, Mobilização Geral Popular

Antonio Álvarez-Solís

Eskubide guztiekin euskal presoak Euskal Herrira.
Com todos os seus direitos, os presos bascos para o País Basco.

Oihana Agirre corre o risco de ser encarcerada de imediato

O Supremo Tribunal espanhol confirmou a condenação de Oihana Agirre a oito anos de cadeia. Depois de a membro do Movimento pró-Amnistia ter passado um ano na prisão, pode ser encarcerada a qualquer momento. Moradores do seu bairro (Egia, Donostia), colegas de trabalho e familiares disseram, em conferência de imprensa, que esta situação é «inaceitável» e que querem Agirre «no bairro». O Movimento pró-Amnistia, por seu lado, afirmou «ser necessário acabar de imediato com esta actuação judicial e repressiva». Na foto, Agirre no decorrer da conferência de imprensa, anteontem, em Donostia. (Gari Garaialde / Argazki Press) / Fonte: Berria e Gara

Menos um: Juan Karlos Rekarte em liberdade
O preso político de Zizur Juan Karlos Rekarte acaba de deixar para trás a prisão de Estremera. Foi julgado na quarta-feira no tribunal de excepção espanhol, acusado de participar numa acção da ETA cometida em Iruñea em 1987. O MP pedia 43 anos de prisão, mas a sua libertação deixa entender que o tribunal não viu razões para o condenar. Não obstante, a sentença ainda não é conhecida.
Juan Karlos Rekarte foi detido no México no ano passado e entregue em Novembro ao Estado espanhol, tendo estado na prisão desde então. / Fonte: ateakireki.com

Agora, em Barañain aguardam pela sentença
Zuekin gaude! Estamos convosco!
Fonte: ateakireki.com

A Bélgica extraditou Ventura Tomé
O Tribunal de Apelação de Bruxelas decidiu extraditar o refugiado Ventura Tomé Quiroga, natural de Tafalla (Nafarroa). Há duas semanas, tinha tomado a decisão contrária, por existirem erros no mandado emitido pela AN espanhola. Na segunda-feira, o Ministério Público belga tinha-se mostrado favorável à extradição de Tomé. Agora, a defesa pode recorrer para o Tribunal de Cassação da Bélgica. / Notícia completa: Berria

Ver também: «Un juez del TS rechaza los informes policiales como prueba pericial» (Gara)