terça-feira, 31 de agosto de 2010

Um homem apedrejou o autocarro da Etxerat, mas a Polícia nem sequer apareceu no local


Uma pessoa que gere um estabelecimento ao lado do qual estava estacionado o autocarro de familiares de presos políticos bascos, numa rua de Puerto de Santa María, ligou para a Polícia para denunciar o ataque, quando este estava a ser cometido. Mas a Polícia espanhola não apareceu, nem nessa altura, nem mais tarde, depois de ter sido novamente alertada. A Etxerat afirma que estas sabotagens também são consequência da «criminosa política penitenciária».

Tal como foi adiantado na edição de anteontem, o autocarro de familiares de presos políticos bascos que todos os fins-de-semana se dirige a diversas prisões da Andaluzia foi apedrejado em plena luz do dia. A Etxerat fez saber que o ataque ocorreu enquanto os familiares estavam a efectuar as respectivas visitas e os condutores do autocarro descansavam num hotel de Puerto de Santa María.

A Polícia espanhola foi informada da sabotagem antes mesmo de que os familiares ou os condutores soubessem do ataque e numa altura em que um homem, pelas 17h00, continuava a atirar pedras contra o vidro da frente da viatura. São visíveis sete impactos.

Pela política penitenciária
Embora a Polícia espanhola tenha sido informada do ataque por uma pessoa que gere um estabelecimento ao lado do qual a viatura se encontrava estacionada, não apareceu. Nem então, nem depois, quando voltou a ser de novo informada, desta vez pelos condutores do autocarro. Tiveram de se deslocar até ao quartel policial para apresentar uma queixa, que, de acordo com a Etxerat, foi tramitada sem mostras de qualquer interesse pelo assunto.

Às 19h30, e com evidentes problemas de visibilidade, os 39 familiares de presos políticos bascos que foram até às prisões de Puerto, Algeciras, Huelva e Sevilha rumaram de novo a Euskal Herria. Alguns deles, como os de Huelva, sem terem podido levar a cabo os respectivos encontros, mais uma vez na sequência da inspecção corporal humilhante a que os tentaram submeter. Há já dez meses que andam a ser sujeitos a esta imposição arbitrária.

Por seu lado, a Etxerat, associação de familiares e perseguidos políticos bascos, denunciou com veemência o ataque contra o autocarro em Puerto de Santa María, e de forma ainda mais firme a impunidade com que se repetem ataques deste tipo contra os familiares. «Esta é outra consequência da criminosa política penitenciária que os nossos familiares e nós sofremos. Não é a primeira vez que somos alvo de ataques assim. O ano passado, o mesmo autocarro foi atacado com tinta, e furaram os pneus; há roubos nos carros estacionados à entrada das prisões; também houve o caso de um grupo de encapuzados a rondar as furgonetas que se dirigem às visitas, mais um longo etcétera».

A Etxerat pediu à sociedade que se mobilize e denuncie a política prisional. Pelos direitos dos presos políticos, no domingo mobilizaram-se 50 pessoas em Altsasu.
Fonte: Gara

A esquerda abertzale confia na sua iniciativa e o PSE pede ajuda aos demais


Nas vésperas do arranque do novo ano político, a esquerda abertzale mostra-se plenamente convencida de que a sua iniciativa política fará mover o PSOE e outros agentes. Assim o expressou Niko Moreno, ontem, numa entrevista ao Berria. Da parte do PSE, o conselheiro do Interior de Lakua, Rodolfo Ares, mostrou-se muito mais à defesa nos diários do grupo Vocento. Insistiu em pedir ajuda a todos os partidos para que "não nos enredemos na estratégia do Batasuna".
Ver: Gara

Euskal Memoria: saiu o primeiro número da revista

Euskal Memoria * E.H.
A Fundação Euskal Memoria fez sair o n.º 1 da sua revista e em breve publicará também um livro.


A Euskal Memoria Fundazioa precisa de 6000 promotores para poder escrever a história de Euskal Herria a partir do ponto de vista da sociedade basca e fazer frente às mentiras do Estado.

Ver: http://euskalmemoria.com/

Fonte: SareAntifaxista

Homenagem a Juan Mari Ormazabal, «Tturko», 19 anos depois da sua morte

No domingo passaram 19 anos sobre a morte do militante da ETA Juan Mari Ormazabal, que perdeu a vida durante um troca de tiros com a Ertzaintza no parque Etxebarria, em Bilbo. Em sua memória, dezenas de pessoas juntaram-se no local em que o jovem de Hernani foi abatido a tiro pela Polícia autonómica.

O acto em memória de Tturko iniciou-se com uns emotivos bertsos, que depois deram lugar a uma intervenção política na qual foram lembrados todos os bascos e bascas «que deram a vida por Euskal Herria». Posteriormente, dois dantzaris dançaram o aurresku de honra e um familiar de Juan Mari Ormazabal interpretou à guitarra uma canção que ele mesmo compôs em honra do seu familiar abatido em Bilbau.
Nos últimos dias houve diversos actos de homenagem a militantes mortos. Em Deba (Gipuzkoa), por exemplo, foi evocado Patxi Itziar e, em Errenteria (também em Gipuzkoa), Pablo Gude, Rafa Etxebeste, Maite Pérez e Félix Bikuña foram também homenageados.

Por outro lado, dezenas de pessoas participaram neste domingo no acto que decorreu ao meio-dia no Arenal de Bilbau em homenagem às vítimas do franquismo e aos que lutaram contra o regime golpista. Convocado pela Ahaztuak 1936-77, o acto, que foi também secundado pelas comparsas, terminou com uma oferenda de cravos vermelhos, lançados ao Ibaizabal.
Fonte: Gara
Ver também: boltxe.info

A Aste Nagusia bilbaína despediu-se em grande


Ver: Crónica da Aste Nagusia de Bilbo: «A Marijaia despediu-se na ria depois de aproveitar as últimas horas de festa», de Nagore BELASTEGI

«Para a Bilboko Konpartsak, o protesto constituiu uma “vitória esmagadora”»

«Primeiro balanço da Aste Nagusia 2010 – Bilboko Konpartsak» (inclui reportagem da Hamaika Telebista)

Na imagem, uma criança no meio da concentração de gigantes e cabeçudos - solidários -, antes de que a queima da Marijaia pusesse fim a nove dias de festa rija em Bilbau, em que todos, bilbaínos e visitantes, grandes e pequenos, puderam contar com múltiplas actividades. (Marisol Ramírez / Argazki Press)

domingo, 29 de agosto de 2010

Activistas bascos entrevistados na TV venezuelana



Fonte: boltxe.info

O Fórum de São Paulo aborda o caso de Arnaldo Otegi e exige a sua liberdade

O PT brasileiro de Lula da Silva, o FMLN, a Frente Sandinista, o Partido Comunista de Cuba, a Frente Amplio do Uruguai, o PRD do México, o PSU da Venezuela... são algumas das forças políticas da esquerda da América Latina que subscreveram uma carta em que pedem ao presidente espanhol a libertação do dirigente da esquerda abertzale Arnaldo Otegi, "num momento de enorme transcendência como aquele que o país está a viver hoje".
Ver: Gara
«O Uruguai entregou-se novamente à memória de Fernando e Roberto e à solidariedade com Euskal Herria», em askapena.org via kaosenlared.net
"Na terça-feira passada e pela 16.ª vez, o povo uruguaio veio para a rua recordar os dois caídos 'pelos bascos' em 1994 no massacre do Filtro, quando se manifestavam a favor do direito de asilo dos refugiados bascos."

«A Etxerat denuncia as manobras de Madrid com os presos doentes», de Iker BIZKARGUENAGA, em Gara
"A decisão de voltar a encarcerar Mikel Ibañez ou de aumentar em nove anos a pena de Gotzone López de Luzuriaga não tem qualquer base de sustentação jurídica, mas antes um cenário de fundo político. Isso mesmo foi dito no sábado pela advogada Ainhoa Baglietto, que afirmou ainda que, por trás de todas as actuações contra os perseguidos políticos bascos, existe um impulso do Governo espanhol. Advertiu também que houve uma 'degradação na interpretação da lei' nos últimos anos."

«Bilbo: a esquerda abertzale exige ao PSOE um compromisso para alcançar a solução do conflito basco por vias democráticas e políticas», em kaosenlared.net
Cerca de duas mil pessoas estiveram presentes esta sexta-feira, em Bilbo, no encontro político em defesa dos direitos de Euskal Herria (autorizado pela AN espanhola) entre cânticos e palmas, exigindo o regresso dos presos a casa, e palavras de ordem em que se pedia a independência.
Ver também: boltxe.info

Su Ta Gar - «Haika mutil»


Grande versão da famosa canção de Mikel Laboa "Haika mutil" / "Levanta-te, rapaz". SU TA GAR!

Haika mutil, jeiki hadi
uria den mira hadi!
Bai, nausia, uria da
gure orra bustia da.

Haika mutil, jeiki hadi
surik baden mira hadi!
Bai, nausia, sua bada
gur gatoa beroa da.

Haika mutil, jeiki hadi
hortxat zer den mira hadi!
Bai, nausia, haizea da
gure leihoa ideki da.

Haika mutil, jeiki hadi
kanpoan zer den mira hadi!
Bai, nausia, elurra da,
lurra xuriz estali da.

Haika mutil, jeiki hadi
urean zer den mira hadi!
Bai, nausia, ardia da,
aspaldian itoa da.

Haika mutil, jeiki hadi
zer oinon den mira hadi!
Bai, nausia, egia da;
mutitto hau unatu da.
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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Leituras


«Eva y Lucifer: primeras insurgencias», de Sabino CUADRA LASARTE, advogado

«El Cuarto Poder del poder», de Amparo LASHERAS, jornalista

«El rapto de la democracia», de Antonio ALVAREZ-SOLÍS, jornalista

Berriak / Notícias


«As comparsas param um dia para dar impulso à Aste Nagusia», de Agustín GOIKOETXEA, em Gara

«Bilbo, um dia sem txosnas, sem jaia popular e sem alegria» [com fotos e vídeo], em boltxe.info

«O juiz Velasco manda retirar fotos dos presos em Bilbau e proíbe diversos actos», em Gara

«A Audiência Nacional proíbe manifestações de solidariedade com os presos políticos na Semana Grande de Bilbau», em kaosenlared.net

O Olhar de Tasio

Gara

Comentário político na Infozazpi Irratia


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O jornalista do Gara comenta a actualidade política de Euskal Herria.

O Nafarroa Oinez já tem tema musical e videoclipe


Foi apresentado o videoclipe da canção do Nafarroa Oinez deste ano. A festa das ikastolas de Nafarroa tem lugar no dia 17 de Outubro, sendo organizada pela Paz de Ziganda Ikastola, de Atarrabia. [Nota: já tem tema e videoclipe desde o mês passado; mas voltamos a insistir em ambos e, através deles, no evento.]
Mais info: http://www.nafarroakoikastolak.net/oinez/eu/index.asp

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Leituras


«La transición vasca», de Carlo FRABETTI, escritor e matemático

«Si antes lo digo, antes me dan la razón», de J.M. ÁLVAREZ

Kilometroak 2010 - videoclipe



A edição deste ano da Kilometroak - a festa das ikastolas de Gipuzkoa, que é organizada pelo Pasaia-Lezo Lizeoa e vai decorrer no dia 3 de Outubro - já contava há algum tempo com um tema musical; no mês passado, saiu o videoclipe.

sábado, 21 de agosto de 2010

Leituras


«El expolio de lo público», de Iñaki EGAÑA, escritor

«El espíritu "Little Boy" vive», de Alizia STÜRTZE, historiadora

«La ideología antiterrorista», de Jon ODRIOZOLA, jornalista



O Olhar de Tasio

Gara

Badator Marijaia! Gora Bilboko Konpartsak! Gora Bilbo!


Videoclipe da canção da Aste Nagusia bilbaína, composta por Kepa Junkera.

Bilboko Konpartsen egitaraua 2010 / Programa das Bilboko Konpartsak 2010

http://www.bilbokokonpartsak.com/web/index.php?option=com_content&view=article&id=461&Itemid=653%E3%80%88=eu

Adierazpen Askatasuna! Liberdade de expressão!
Aste Nagusia Defendatzen! Desfesa da Aste Nagusia!
Fonte: SareAntifaxista
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«As konpartsak de Bilbo não querem festas "privatizadas"», em lejpb - EHko_kazeta

«Quando o colorido se tinge de negro...», de Oihana LLORENTE, em Gara

«A esquerda abertzale apela à defesa do modelo plural e participativo da Aste Nagusia», em Gara

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A esquerda abertzale denuncia o «aproveitamento político» do incêndio de contentores e reitera a sua aposta


Na sequência da vasta ofensiva política e mediática desencadeada contra a esquerda abertzale após a queima de vários contentores em Zarautz, Azkoitia ou Gasteiz, esta força política emitiu uma nota em que considera que «por trás destes actos se esconde uma intencionalidade política de quebrar a dinâmica reivindicativa» pelos direitos de Euskal Herria ou pelos presos políticos bascos, que considera que estavam a ser «o elemento central deste Verão».

A nota denuncia o «aproveitamento político» que está a ser feito destes acontecimentos não esclarecidos para manter o actual bloqueio político, e acusa o Departamento do Interior de Lakua, autarcas, partidos e meios de comunicação que se juntaram a esta campanha de agirem «com total irresponsabilidade».

«Seja qual for o móbil» destes ataques, ocorridos na sua maioria no âmbito das festas, acrescenta que «a esquerda abertzale deixou bem clara a sua aposta inequívoca num processo democrático com a utilização de vias exclusivamente políticas e democráticas, pelo que qualquer acto que rompa esta estratégia se situa fora dela».

A pressão sobre os independentistas foi dirigida ontem pelo PP. Antonio Basagoiti afirmou que «o Batasuna engorda» com factos como a interlocução aberta com outros partidos abertzales, com as mobilizações que está a realizar ao longo do Verão ou com as declarações efectuadas recentemente por Brian Currin. O autarca em funções de Gasteiz, Juan Carlos Alonso, do PSE, também se distinguiu em acusar muito directamente a esquerda abertzale pela queima em Zaramaga (Gasteiz) de dois contentores na noite passada: «Hoje sabemos que se os chefes tocam a corneta e mandam parar, param, e se tocam a corneta e mandam arrancar, arrancam. Como tal, não enganam ninguém», afirmou.
Fonte: Gara
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Ver também: «A história - ou historieta - repete-se», de Ramón SOLA
A queima de contentores em Zarautz, Azkoitia ou Gasteiz passou a notícia política de destaque nas últimas horas com o intuito de pressionar a esquerda abertzale, apesar de ninguém ter apresentado nem um só elemento sobre a autoria ou o móbil e de as acções parecerem mais uma simulação de kale borroka que um exemplo clássico desta prática. Uma esquerda abertzale que, por outro lado, já tinha vincado uma posição após um ataque em Agurain há dois meses.

Manifestação pelos direitos de Euskal Herria, no dia 27 em Bilbo


Um grupo de 15 cidadãos deu a conhecer a iniciativa esta terça-feira em Bilbau. Hibai Castro e Begoña Bretos leram um texto em castelhano e em euskara no qual se afirma que «Euskal Herria é um país cuja palavra e capacidade de decisão se vêem negadas pelos nacionalismos excludentes espanhol e francês, pela força das armas e da repressão». A manifestação partirá da Praça Zabalburu às 12h00.

Afirmaram ainda que os estados espanhol e francês não hesitam em «atacar e procurar fazer desaparecer a qualquer preço» elementos ligados ao povo basco como sejam o euskara, a cultura, a educação, a economia ou o desporto.

Assim, aludiram a diversas situações recentes e menos recentes como a «multiplicação» dos ataques ao euskara e à educação - «com a imposição novamente» dos modelos A - e criticaram as «repetidas» visitas da monarquia, a «multiplicação» das bandeiras espanholas» ou a «imposição de jogos da selecção espanhola».

A isto acrescentaram o «evidente retrocesso» que se verificou ao longo dos últimos anos em matéria de direitos civis e políticos, afirmando que o direito ao voto, à participação na vida pública, à liberdade de expressão ou à organização e à reunião são «limitados» e que um «importante» sector social «é alvo de restrições sem comparação na Europa», considerando, por isso, que «se vive numa situação de excepção não declarada».

Salientaram, no entanto, que «apesar deste panorama tão negro, com a abertura de uma nova fase política, a da solução e da democracia, está a surgir um novo ciclo de alegria e esperança», garantindo que «a recuperação dos direitos advirá da união de forças abertzales e da mobilização popular».
Afirmaram ainda que, nos últimos meses, se deram passos «significativos» com vista à construção de um cenário em que os direitos «sejam respeitados».

Novo ciclo, mas não olhar para o lado
Os promotores da manifestação disseram ter uma noção bem clara de que a maioria dos cidadãos bascos aposta na «superação da actual situação de bloqueio, conflito e negação, que apenas beneficia Madrid e Paris», e defenderam que estes não podem permanecer «expectantes» perante a nova fase que se abre, devendo antes constituir-se como sujeitos políticos activos.
Em seu entender, essa massa social crítica existe, «disposta a dar passos» e a «vir para as ruas em defesa dos direitos do nosso povo». «Não podemos ficar à espera. Nem o Estado espanhol nem o francês nos vão dar nada», concluíram.
Fonte: lahaine.org

Entretanto, diversas fontes já divulgaram que o Departamento do Interior de Lakua vai analisar a convocatória e que a Dignidad y Justicia já solicitou a sua proibição junto da AN espanhola.

Na morte de Francesco Cossiga, um amigo de Euskal Herria


Faleceu Francesco Cossiga, ex-presidente italiano e defensor da causa basca
O ex-presidente da República Italiana (1985-1992) e senador vitalício Francesco Cossiga deu entrada no Hospital Agostino Gemelli, em Roma, no dia 9 de Agosto, em consequência de uma ligeira insuficiência cardio-respiratória, mas o seu estado piorou nos dias que se seguiram, tendo vindo a falecer esta terça-feira, pelas 13h00, devido a uma crise cardiocirculatória, segundo informou o hospital.

Cossiga ficou conhecido em Euskal Herria pelo seu importante envolvimento na defesa da causa basca, dando apoio directo aos últimos processos políticos, desde o de Lizarra-Garazi até ao processo de negociação de 2005-2007, e combatendo sem rodeios a política de ilegalização dos governos de Aznar e Zapatero.

Entre outras coisas, Cossiga manteve reuniões com a esquerda abertzale inclusive nos tempos mais duros da ilegalização. Ouviu as suas propostas de paz e envolveu-se em iniciativas como a Declaração dos Seis, assinada no ano de 2006 juntamente com outras personalidades internacionais reconhecidas como Gerry Adams, Kgalema Mothlante, Adolfo Pérez Esquivel, Cuauhtemoc Cárdenas e Mário Soares.

Nesta trajectória não faltaram colisões frontais com o Governo de Aznar – pese embora as afinidades ideológica. Por exemplo, numa entrevista em 2001 afirmou que «Aznar era franquista quando eu lutava contra o terrorismo». E numa última concedida ao Gara em 2007 destacava que «a Magistratura espanhola é, amplamente, de origem e mentalidade franquistas, ou pelo menos vinculada à ideologia da Hispanidade. E o PSOE tem, na sua ideologia e tradição, uma visão centralista de Espanha e a favor da repressão de qualquer autonomismo e independentismo».

Na política italiana, Cossiga é reconhecido como um iconoclasta total, que rompeu moldes e abanou o sistema estabelecido com actuações bastante polémicas. Foi o primeiro-ministro mais jovem da história e, depois, o presidente da República com menos idade também. Ocupou este cargo entre 1985 e 1992.

Faleceu na terça-feira no Policlínico Gemelli de Roma, onde se encontrava internado desde 9 de Agosto. Segundo consta, deixou três cartas escritas às máximas autoridades do país para que fossem entregues após a sua morte, bem como uma missiva em que expressa a sua última vontade, em que supostamente declina receber funerais de Estado.
Fonte: Gara

Obituário: «Adeus a um iconoclasta polémico em Itália e amigo em Euskal Herria», de Ramón SOLA, em Gara via insurgente.org

«Francesco Cossiga, o homem que compreendeu a causa basca e se envolveu nela», em Gara

«Morre um fiel amigo da Causa Basca: Francesco Cossiga, ex-Presidente da República Italiana», em ezkerabertzalea.info

Só UPN, PP e PSN se recusam a ouvir os afectados pelas «listas negras»


A plataforma que denuncia a situação dos jovens navarros que apareceram em «listas negras» e foram processados na sequência de mega-operações afirmaram que os partidos políticos que mais responsabilidade têm na sua situação não os quiseram receber.

A plataforma que defende afectados pelas macro-operações contra jovens independentistas levadas a cabo em Nafarroa e pessoas cujos nomes figuram nas «listas negras» policiais afirmaram numa nota de imprensa que concluíram a ronda de contactos com agentes políticos, sociais e sindicais que iniciaram em Novembro de 2008.

Nesta nota de imprensa, afirmam que PSN, UPN e PP não os quiseram receber. De acordo com os jovens, são «precisamente aqueles que têm maior responsabilidade na situação» que vivem. Na ronda de contactos, puderam reunir-se com todos os restantes partidos do actual espectro político de Nafarroa. Agradeceram a todos pelo facto de os terem ouvido, embora tenham salientado que mantêm «grandes diferenças» com alguns deles.

Diferentes respostas
Na nota de imprensa, afirmam que «muitos jovens navarros, em virtude da sua ideologia e do seu trabalho político, são detidos, incomunicáveis, torturados e encarcerados» e que «isso é inadmissível».

Com o Eusko Alkartasuna, a esquerda abertzale, Batzarre, Aralar e o PNV reuniram-se antes da manifestação de 22 de Maio em Iruñea, que denunciou a situação dos jovens das «listas negras». Todos concordaram com a denúncia que realizaram, apesar de o PNV e o Batzarre tenham posto como condição para um trabalho conjunto que os jovens implicados expressassem uma condenação da ETA. Por seu lado, a esquerda abertzale, o Aralar e o Eusko Alkartasuna fizeram sua a denúncia e participaram na citada manifestação.

Depois do protesto, a ronda de contactos prosseguiu. Em finais de Julho, reuniram-se com a CDN. Explicam que os seus representantes reconheceram «que é mais fácil que ocorram casos de tortura durante o período de incomunicação». Em finais de Agosto estiveram também com a IUN, que manifestou a sua preocupação e incitou os familiares a continuarem a trabalhar. Com todos os partidos que se reuniram decidiram efectuar um outro contacto durante este Outono «para analisar dinâmicas que podemos realizar conjuntamente».

Yuri AGIRRE
Fonte: Gara

Mobilizações pelos presos em Gernika e noutras localidades em festa


Apesar de estarem em plenas festas, os gernikarras e os habitantes de muitos outros municípios fizeram uma paragem para recordar os presos políticos bascos. As iniciativas sucedem-se a diversos protestos efectuados tanto em prisões francesas como espanholas.

A época estival, e especialmente as festas que estão a decorrer por todo o território de Euskal Herria, intensificam as mobilizações a favor dos direitos dos prisioneiros políticos bascos. Assim aconteceu em Gernika, onde na segunda-feira, coincidindo com as festas de San Roke, cerca de 500 habitantes do município fizeram uma pausa nas festas e dedicaram uns minutos a percorrer o centro da localidade em lembrança dos presos políticos e em defesa dos seus direitos, com um lema simples: «Etxera!».

A mobilização de Gernika, bem como as manifestações, concentrações ou brindes que têm lugar nesta altura na maioria das localidades do país, chegam num momento em que os presos políticos bascos levaram a cabo várias protestos pelos seus direitos.

Lembre-se a greve de fome e sede que Ander Geresta e Jabi Abaunza terminaram na quarta-feira passada, ao cabo de onze dias de protesto pelo «tratamento vexatório» que estavam a sofrer na prisão de Moulins. O início desta greve de fome e sede ocorreu poucas semanas depois de cinco cidadãos bascos terem empreendido um longo jejum contra o isolamento que sofriam em prisões do Estado francês. O mais significativo foi o de Arkaitz Agirregabiria, que se prolongou por 33 dias.

Também se têm sucedido os protestos nas prisões espanholas também por parte dos presos bascos. São incontáveis os encontros perdidos devido às inspecções físicas, o que significou um grande número de protestos. Para além disso, houve ainda situações em que os protestos se ficaram a dever a situações de isolamento, como no caso de uma presa em Alcalá-Meco.

Entretanto, Jon Kepa Preciado deu entrada na prisão anteontem, depois de ser presente ao juiz da Audiência Nacional espanhola Fernando Andreu. O santurtziarra tinha sido entregue na véspera pelas autoridades francesas depois de cumprir a pena a que fora condenado pela Justiça francesa e de ser reclamado pelo Tribunal Central de Instrução número 3 do tribunal de excepção.
Fonte: Gara

Ekon - «Zuentzat»


Este clipe já aqui passou há uns anos. «Zuentzat» / «Para vocês». A banda é de Arrasate (Gipuzkoa). Segi aurrera.

Hitzak: http://eu.musikazblai.com/ekon/zuentzat/

Letra: http://eu.musikazblai.com/traducciones/ekon/zuentzat/

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Receitas de opinião pública espanhola


As detenções no passado fim-de-semana de Zugaitz Izagirre e Regina Maiztegi foram apresentadas à opinião pública espanhola como dois novos «troféus de caça» que engordam a estatística e alimentam o discurso da eficácia policial. Um deles, contra quem nem sequer havia ordem de detenção, foi já libertado; e o outro, que se encontrava de férias, tinha sido condenado e não tinha recorrido da sentença, e, com quase metade da pena cumprida, levava uma vida normal e ia semanalmente a tribunal assinar. Mas eram «pistoleiros» que tinham «fugido depois da sua condenação». Não importam agora o rigor nem o respeito pela deontologia jornalística, nem os danos causados ao bom nome e integridade das pessoas afectadas. Se serve para a construção do discurso policial, a verdade e os direitos das pessoas, e mais ainda se estas defendem a causa abertzale, podem ser sacrificados. A opinião pública espanhola não só o entende, como ainda o premeia. De facto, os ministros do Interior são os que mais aprecia.

Apresentar à opinião pública espanhola o que a esquerda abertzale faz, mais do que a partir da sua análise, a partir das suas próprias decisões e da sua convicção, como fruto da eficácia policial, e porque «não lhes resta outra», é de manual. Reflecte a debilidade de quem se sente cómodo e ganhador na espiral do confronto e da ilegalização. No entanto, à medida que amadurece a possibilidade de confrontar e materializar todos os projectos num novo cenário, sem violência, o discurso policial e o fechamento no «não» como princípio enfraquecem, desligam-se do sentir maioritário da sociedade basca. Então, escoram o seu imobilismo numa «opinião pública espanhola» não preparada nem educada para a mudança.

Mas quem está comprometido com um futuro de soluções para Euskal Herria também encara o desafio de trabalhar especificamente a opinião pública espanhola. Não de forma permanente nem prioritária, mas no sentido de posicionar a solução democrática como bem comum, e de fazer pedagogia construtiva. O último processo de negociação já o evidenciou.

Fonte: Gara

«Avisei os polícias, mas diziam-me 'nós cumprimos ordens'»


Regina MAIZTEGI, habitante de Soraluze (Gipuzkoa)
Entre aturdida pelo que aconteceu e feliz por ter vindo para a rua, Regina Maiztegi atendeu o Gara pouco depois de o Tribunal de Eibar a ter mandado seguir em liberdade. Ninguém lhe tinha pedido desculpas, nem sequer lhe tinha dado uma explicação. Procurava digerir o que tinha sido publicado sobre ela um dia antes. Depois de o ver, ainda lhe importava menos dar a cara: «Na boa, se já me mostraram em todo o lado...»

Começando pelo princípio, como ocorreu a detenção? Não foram fornecidos detalhes a esse respeito...
Saía de casa, em Soraluze, e a poucos metros havia umas pessoas que estavam num carro. Aproximaram-se de mim e pensei que iam perguntar-me alguma coisa. Então, mostraram-me a placa e disseram-me que os acompanhasse. Levaram-me para a esquadra da Polícia espanhola de Donostia e leram-me os meus direitos, nada mais. Eu pedi-lhes para ver a ordem de detenção, mas não me mostraram nada. Depois disseram-me que tinha sido uma ordem da Secção Terceira da Audiência Nacional, e então disse-lhes: «Mas se há um recurso pendente...»

Como reagiram então?
Os polícias disseram-me: «Nós não sabemos nada, apenas cumprimos ordens. Se for um erro, sairás em liberdade; se não, terás de ir para a prisão». Assim passámos os três dias: sábado, domingo e segunda. Eu não entendia nada desta montagem. Perguntei-lhes também se estava incomunicável, e disseram-me que não, que era uma detenção comunicada. O tratamento foi correcto, não tinha nada a ver com a outra detenção [a de 2003], não houve interrogatórios e essas coisas.

Então, pôde receber alguma visita nestas horas?
Não. Disseram-me que os familiares me tinham levado roupa, mas que não me a iam dar logo, que estavam à espera de ver se ia para a prisão. «Se precisares de alguma coisa, damos-te um casaco», diziam-me. Dormi as duas noites nos calabouços, sozinha.

E como se resolveu o assunto?
Hoje de manhã [anteontem] levaram-me num carro, disseram-me que íamos a Eibar. Eu pensei «bem, então não me levam para a Audiência Nacional», porque ali nunca se sabe o que pode acontecer... Não sei quanto tempo estivemos em cada sítio, perdi um pouco a noção do tempo. Em Eibar disseram-me então que sim, que ficava livre, com um papel em que se diz que «revogamos a detenção»...

Que conclusão retira, tanto da detenção como do tratamento mediático?
Não sei, não faço a mínima ideia por que é que se fez toda esta montagem. As pessoas aqui na terra estão a passar-se, e é natural, porque alguns leram que andava foragida desde Maio, quando todos sabiam que faço vida normal aqui.

Pediram-lhe desculpa?
Não, não me disseram nada. Que estava livre, e ponto final.

E faz tenção de tomar alguma iniciativa, pedir alguma reparação...?
Não sei, é tudo tão estranho que não sei o que pensar. Ainda tenho de falar com a advogada. Não sei se isto é uma detenção ilegal ou o que é.
Fonte: Gara

Comentário político na Infozazpi Irratia


Iñaki Altuna
http://www.info7.com/2010/08/16/comentario-politico-inaki-altuna-18/

O jornalista do Gara analisa os últimos acontecimentos da actualidade política basca e de territórios adjacentes.

A Bilboko Konpartsak anunciou cerca de 400 actividades para estas festas


Berria eta Berria * E.H.
A Bilboko Konpartsak deu a conhecer as cerca de 400 actividades que preparou para as festas de Bilbo deste ano, «para todos os gostos e idades», «participativas, plurais e populares»; entre as iniciativas apresentadas incluem-se actividades desportivas, culturais, lúdicas». Também serão múltiplas as iniciativas ligadas à cultura basca, que este ano irão até aumentar: «Haverá txistularis, albokaris, grupos de dantza, Bilbo Kantari, bertso-triki kalejira, uma homenagem à ikurriña e um festival de txalaparta». Os membros das konpartsak convidaram «toda a gente» a participar nas festas, «desfrutando e divertindo-se». Destaque ainda para realização do campeonato de Euskal Herria de Marmitako, evento gastronómico que terá lugar no sábado, 28 de Agosto.
A konpartsa Txomin Barullo também participa no protesto
Em virtude de algumas konpartsak terem sido banidas das festas de Bilbau deste ano, a federação Bilboko Konpartsak organizou um protesto de 24 horas para dia 25. Há alguns dias, uns quantos membros da Txomin Barullo publicaram um texto na imprensa contrário a esse protesto. Por isso, Igor Moreno, em nome dos comparseros da Txomin Barullo, fez questão de esclarecer que essas pessoas subscreveram o texto em seu nome e não em representação da agremiação, e que a Txomin Barullo irá aderir ao protesto convocado para esse dia.
Notícia completa: SareAntifaxista

Em Donostia, a abordagem foi um enorme êxito
Donostia * E.H.
Triunfo do modelo participativo e alternativo.
Jaiak bultzatuz aurrera!
A abordagem pirata da Aste Nagusia de Donostia constituiu um enorme êxito. Com 350 txalupas na água, cerca de 3000 participantes, e vários milhares a vibrarem cá em cima, este evento transformou-se numa explosão festiva e reivindicativa, não deixando ninguém indiferente.
Notícia completa: SareAntifaxista

Ver também: «Piratas de Donostia, tesouro da Aste Nagusia»

Os iruindarras Tomas Insausti e Mikel Pardo recuperam a liberdade ao fim de sete anos


Os habitantes do bairro iruindarra da Txantrea Tomas Insausti e Mikel Pardo recuperaram a liberdade no domingo, depois de permanecerem mais de sete anos encarcerados em diversas prisões espanholas. Insausti abandonou a prisão de Córdova e Pardo a de Albolote (Granada), e ambos foram recebidos por dezenas de conterrâneos na localidade de Bailén (Jaén), antes de fazerem o caminho de volta a Euskal Herria.
Os dois jovens navarros foram detidos pela Polícia espanhola no dia 19 de Fevereiro de 2003, no âmbito das chamadas «operações preventivas», em que foram detidos dezenas de bascos em diversas operações policiais.
Por outro lado, o santurtziarra Jon Kepa Preciado foi entregue no domingo pelas autoridades de Paris a Madrid, depois de cumprir a pena imposta pela Justiça francesa.
Entretanto, na segunda-feira repetiram os protestos pelos direitos dos presos políticos bascos. Assim, em Ataun juntaram-se 25 pessoas, 25 em Zaldibia e 35 na localidade biscainha de Iurreta.
Para além disso, familiares informaram o Gara que as presas de Alcalá-Meco estão a efectuar um protesto todos os domingos para exigir o fim do isolamento imposto a uma delas.
Fonte: Gara

O juiz Ruz abre um processo perante a recepção a Laura Riera
A prisioneira política catalã Laura Riera, que no sábado que vem, 21 de Agosto, recuperará a liberdade, depois de passar nove anos na prisão acusada de «colaborar com o comando Barcelona da ETA», será recebida no bairro barcelonês de Gràcia, a viver as suas festas. Não obstante, o juiz da Audiência Nacional espanhola Pablo Ruz adiantou-se inclusive à Procuradoria e abriu um processo judicial contra o acto previsto. Ordenou ainda às FSE que realize relatórios sobre os convocantes do acto.
Fonte: Gara

Entretanto, ontem de manhã Zugaitz Izagirre, que tinha sido detido no fim-de-semana passado em Tagarrona para acabar de cumprir a pena a que fora condenado, foi encarcerado na prisão de Navalcarnero (Madrid), segundo noticia o Berria.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Ion


Há já quatro dias, uma de tantas polícias que dedicam a mais selecta das suas elites a perseguir os bascos prendeu Ion Telleria. A mesma Gendarmerie francesa deteve-o, encarcerou-o e entregou-o aos que foram protagonistas do terrorismo de Estado espanhol. A hemeroteca está aí, ao alcance do mais descrente, e também aí o testemunho de tipos tão vis como José Mariflor Amedo, renovado agora mesmo, e que por dinheiro e interesse contaram alguma vez apenas uma parte da verdade. Não custa muito adivinhar o resto.

Ion não é o primeiro. Antes dele foram muitos os detidos, muitos também os encarcerados ou os entregues ao potro do tormento. Mas Ion é meu amigo e companheiro de trabalho - por essa ordem - e isso obriga.

Também era meu amigo e companheiro Josu Muguruza. A ele, os chuis e juízes franceses puseram-no nas mãos da polícia espanhola; ali, aplicaram-lhe os eléctrodos; os juízes de Madrid encarceram-no, e ao sair do presídio os cidadãos bascos elegeram-no deputado, ou seja, representante da vontade popular. Depois, eles mataram-no. Não os cidadãos bascos que o elegeram, claro. Foram os outros. Mas não creio que vivamos tempos para ser mais explícitos.

Lembro-me de muitos outros. Coisas da idade e das circunstâncias.

A Xabier Galdeano não lhe perdoaram a bonomia e a categoria pessoal, que retratava como tristes anões outros tantos que preferiram continuar instalados na comodidade face à injustiça. Também o recordo como companheiro de trabalho e como vítima. E à sua família, tão querida e digna. Agora que tanto falam de vitimismo, não seria mau que nós, que estivemos sempre a favor do bem e da justiça - sempre, sempre, sempre... para que os de Franco se calem de uma vez -, recordássemos e reivindicássemos as nossas. É que Melitón Manzanas ou Carrero Blanco eram uns indesejáveis cujos desaparecimentos foram saudados pela gente boa. E Josu, Xabier e muitos outros eram gente cujo coração não lhes cabia no peito.

Coube-me em sorte chorar por mais companheiros do destino. Aí estão Elkoro, Salutregi, Murga, Zalakain, Toda, Gorostiaga, na prisão... e Aranguren, a quem levaram até ao outro lado da fronteira da morte.

Ion é jovem, cheio de vida, simpático, trabalhador... e eu, num tempo novo, espero por ele com a esperança intacta para lhe dar o ongi etorri que merece.

Martin GARITANO
Fonte: Gara

Regina Maiztegi sai em liberdade depois de se verificar que não existe sentença firme contra ela


A habitante de Soraluze (Gipuzkoa) Regina Maiztegi ficou em liberdade ontem ao meio-dia em Eibar depois de ter passado duas noites nos calabouços da Polícia espanhola em Donostia e de ter sido apresentada pelo Ministério do Interior como «membro da ETA».

Jon Telleria, encarcerado, enquanto Jon Kepa Preciado foi entregue

A libertação ocorreu depois de se constatar que nunca devia ter sido detida, já que a condenação inicial a seis anos de prisão decretada pela Audiência Nacional foi alvo de recurso no Supremo Tribunal espanhol e, desta forma, não é firme.

Não é esse o caso de Zugaitz Izagirre, que decidiu não recorrer da sentença. Em qualquer caso, também nesta detenção ficou em evidência o afã propagandístico das Forças de Segurança do Estado, já que foi apresentado como «foragido» à Justiça quando se encontrava de férias em La Pineda (Tarragona, Catalunya) juntamente com alguns familiares. Tal como Maiztegi, dirigia-se periodicamente ao Tribunal para assinar, pelo que estava perfeitamente e permanentemente localizado.

As detenções alcançaram um grande eco mediático, apesar de, desde o início, ter ficado claro que tinham sido detidos unicamente para cumprir pena, não se tratando de militantes da ETA. O Ministério do Interior, ao invés, definiu-os como «membros da ETA» e fontes policiais sublinharam que estavam foragidos, o que era claramente falso. Na verdade, Maiztegi foi detida quando saía da sua própria casa.

Ambos foram condenados na sequência de um julgamento no ano passado relacionado com uma das chamadas «operações preventivas», desencadeadas por uma lista de nomes encontrada pela Polícia francesa nas mãos de militantes da ETA detidos. Maiztegi e Izagirre foram presos por isso em 2003, e a Audiência Nacional julgou-os e condenou-os no ano passado.
Fonte: Gara via kaosenlared.net

O Olhar de Tasio

Gara

Militantes juvenis repudiaram o juiz Garzón em La Plata


Militantes juvenis e sociais manifestaram o seu repúdio pela presença do juiz Garzón na Argentina, que responsabilizam pelas actuações repressivas contra o povo basco.

Resumen Latinoamericano
Recriminaram ao juiz espanhol a sua permissividade para com a tortura em Euskal Herria.
Numerosos membros da associação Jóvenes contra la Tortura (que reúne estudantes, trabalhadores e filhos de desaparecidos), do Movimiento Patriótico Revolucionario Quebracho e da CTD aproveitaram a presença do juiz Baltasar Garzón no acto da Comisión Provincial por la Memoria, realizado em La Plata, para o denunciar publicamente como repressor do povo basco e de outras nacionalidades do Estado espanhol.
O acto central teve lugar no auditório da Pasaje Dardo Rocha, em La Plata, com a participação dos integrantes da Comissão contra a Tortura Adolfo Pérez Esquivel, Hugo Cañón, Alejandro Mosquera e Roberto Cipriano, que apresentaram o relatório anual sobre a situação das pessoas alojadas em prisões, esquadras e institutos de menores na província de Buenos Aires durante 2009...
http://www.resumenlatinoamericano.org/index.php?option=com_content&task=view&id=2161&Itemid=0〈=es

Fonte: SareAntifaxista

Morlans, na memória


Patxi Itziar, Iñaki Ormaetxea e Jokin Leunda, militantes da ETA abatidos a tiro pela Guarda Civil há 19 anos, quando se encontravam no interior de uma casa, foram evocados neste domingo num acto simples, que decorreu no local de Donostia onde perderam a vida.
Fonte: Gara

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

«Falta reflectir sobre a projecção dos imigrantes»


Novos bascos de margens distantes

Wilson QUINTERO, entrevistado por Fermin MUNARRIZ
Nasceu e cresceu na Colômbia. Veio para Euskal Herria há uma década para aprofundar os seus estudos universitários. A experiência de vida levou-o a investigar a imigração e a trabalhar pelos direitos e pela integração das milhares de pessoas que partilham o país de acolhimento. Fundou o periódico Nuevo Euskadi e incluiu uma secção sobre a diáspora basca. Porque a pessoa migrante vai e volta, mas nunca esquece a margem do seu mar.
VER: Gara

Bideoa/Vídeo: http://www.gara.net/bideoak/quintero/index.php

A mãe de três presos regressou a casa sem visitas depois de fazer 2300 quilómetros


Por causa das inspecções corporais aos familiares, foram múltiplas as vistas perdidas pelos presos no fim-de-semana passado. A mãe dos irmãos Gallastegi voltou para casa sem visitas depois de fazer 2300 quilómetros.
De acordo com os dados avançados pela Etxerat, mais uma vez foram inúmeros os presos bascos que perderam as visitas no fim-de-semana passado, em virtude das tentativas de inspecção corporal humilhante aos seus familiares em diversas prisões do Estado espanhol. Só na prisão de Almeria verificaram-se cinco casos, tendo os restantes ocorrido nos presídios de Cáceres, Castelló, Puerto I, Herrera, Almeria e Alacant.

Particularmente significativo é o caso de Orkatz Gallastegi, Lexuri Gallastegi e Irantzu Gallastegi. São todos irmãos e cada qual se encontra numa prisão diferente (Castelló, Alacant e Almeria, respectivamente), sendo que a sua mãe, Paula Sodupe, os foi visitar no fim-de-semana. Contudo, ao cabo de 2300 quilómetros, Sodupe regressou a casa sem abraçar os filhos, uma vez que se recusou a passar pela inspecção corporal humilhante a que a tentaram sujeitar nas três prisões.
Foi em Outubro do ano passado que esta medida começou a ser aplicada em força, na sequência de numa ordem para inspeccionar com apalpamento os familiares que pretendam fazer as visitas; e, por causa da recusa destes em se submeterem a esta humilhação, foram muitas as visitas perdidas desde então.

Para além das inspecções, estão também a tornar-se frequentes os controlos policiais apertados à entrada das prisões. Isso mesmo aconteceu aos familiares de Jon Enparantza nas últimas semanas. De acordo com o comunicado da Etxerat, o irmão de Enparantza foi alvo de um «controlo duro» por parte da Guarda Civil nas imediações da prisão, tendo sido interrogado sobre a sua ideologia e ouvido os insultos proferidos contra Enparantza, segundo denunciou. Para além disso, outros familiares de Enparantza têm tido de suportar controlos à parte.

Mobilizações
Por outro lado, na sexta-feira foram muitas as concentrações pelos presos. No dia anterior, 17 pessoas juntaram-se no bairro de Iturrama e 52 no da Txantrea (em Iruñea). Na sexta-feira, estiveram 90 pessoas em frente à Sabin Etxea, em Bilbo; 137 em Lekeitio; 130 em Zarautz (uma pessoa foi identificada pela Ertzaintza); em Getaria, 34; 36 em Mundaka; 262 em Ondarroa; 48 em Lazkao; 40 em Galdakao; 172 em Orereta; 48 em Aulesti; 40 em Berriozar; em Bera, 10; em Orio, 35; 230 em Iruñea; 7 em Gatika; 40 em Deba; 175 em Hernani; 194 em Gasteiz; 280 em Donostia; 20 em Baztan; e 62 em Etxarri-Aranatz.
Fonte: Gara

A Polícia espanhola reteve um autocarro que ia receber os presos Pardo e Insausti
Um autocarro, que partiu no sábado do bairro iruindarra da Txantrea com destino à Andaluzia para ali recolher dois conterrâneos que deviam ser libertados ontem, foi retido durante mais de uma hora pela Polícia espanhola. De acordo com as pessoas afectadas, os agentes identificaram os cinquenta passageiros e obrigaram-nos a descer, um a um, para serem revistados, inspeccionando ainda o conteúdo das suas mochilas.

Afirmaram que os agentes apreenderam as bandeirolas a favor do repatriamento dos presos, bem como os foguetes que levavam para dar as boas-vindas aos seus conterrâneos. Criticaram ainda os agentes por terem partido os paus das ikurriñas que levavam.
Estava previsto que Mikel Pardo e Tomas Insausti saíssem ontem em liberdade; o primeiro, da prisão de Granada e o segundo da de Córdova. Os seus familiares e amigos viajaram durante toda a noite para estarem ontem às portas de ambas as prisões para lhes dar as primeiras boas-vindas e trazê-los de volta para casa.
Amnistia Eguna em Deba
Por outro lado, coincidindo com as festas de Deba, decorreu no sábado o Amnistia Eguna no município guipuscoano. Depois de uma manifestação em que participaram cerca de 90 pessoas, foi feito um brinde pelos perseguidos políticos.
Fonte: Gara

Batalha de Orreaga Gatazka: comemorações


Por ocasião do aniversário da batalha de Orreaga, estavam previstas para ontem, no alto de Ibaineta (Nafarroa), diversas actividades para comemorar o triunfo das tribos bascas sobre a retaguarda do exército de Carlos Magno, depois de este ter destruído a cidade de Iruñea na sua retirada.


A organização esteve a cargo da Orreaga Fundazioa e da Etxebarrengoa Elkartea, que lembraram que aquela batalha constituiu «um marco na história de Euskal Herria e o embrião do primeiro estado basco, o Reino de Pamplona, que se transformou em Reino de Navarra». O seu território foi conquistado por Castela em 1512, embora o Reino e a sua soberania tenham subsistido por mais um século em Nafarroa Beherea.

Para ontem, o programa incluía, em Orreaga, uma oferenda floral, a actuação de dantzaris, txistularis e txalapartaris, e um aurresku em homenagem aos que participaram naquela batalha.

Já no alto de Ibaineta, o programa incluía a leitura de um texto e um almoço no frontão de Garralda.

A batalha de Orreaga, como dizia Arturo Campión «simboliza o direito que assiste a qualquer povo de manter a sua independência nacional, a sua língua, as suas leis e os seus costumes», sendo essa uma das razões que levaram as organizações convocantes a apelar à participação dos cidadãos bascos que desejam manter vivos acontecimentos que outros ignoram e escondem, pretendendo com isso levar ao esquecimento de uma história que é um instrumento imprescindível para construir o futuro: para que esta sociedade possa decidir de forma livre, sem imposições - um direito democrático que não pode ser negado.

Orreaga gatazka / batalha de Orreaga


Fonte: nafarroan.com e SareAntifaxista

Em Orreaga, comemorou-se o aniversário da vitória dos bascos sobre o exército de Rolando, em 778. Na imagem, um momento da actuação dos bertsolaris no alto de Ibaineta (Gara / Jagoba Manterola / Argazki Press).
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Donosti maitia... Donostiako jaiak hasi dira / Começaram as festas de Donostia

Tasio

No sábado, dia 14, Luis Mocoroa, da Gastronomiako Euskal Kofradia / Cofradía Vasca de Gastronomía, foi o artillero e, às 19h00, disparou o tiro de canhão que deu início à Aste Nagusia donostiarra, a partir do terraço da Câmara Municipal.
No sábado, houve mais quem ajudasse à festa donostiarra, se não com cañonazos, com bufas - e que fedor!

«Donostia se prépare pour huit jours de fêtes»
http://www.lejpb.com/paperezkoa/20100813/215399/fr/Donostia-prepare-pour-huit-jours-fetes

«Zortzi eguneko komedia abian»
http://paperekoa.berria.info/plaza/2010-08-15/038/001/zortzi_eguneko_komedia_abian.htm

Para ir espreitando: www.izanpirata.info

A propósito desta e de outras jaiak, uma reflexão de Iñaki Soto: «La isla de la Tortuga»

A propósito dos ataques ao modelo festivo bilbaíno


PNV e IU, empenhados em romper com o modelo festivo bilbotarra
Pode parecer um debate banal a muita gente, mas não o é. A Aste Nagusia ou Semana Grande, um evento com a dimensão e a importância das Jaiak de Bilbo, constituem um exemplo de auto-organização e de participação popular a nível europeu, à margem das instituições.
É precisamente contra isso que pretendem investir os regionalistas do PNV e os espanholistas de esquerda do PCE e a sua marca eleitoral Izquierda Unida - Ezker Batua no caso da sucursal basca.

Já fizeram quatro baixas; para além da Txori Barrote e da Kaskagorri, duas das comparsas mais conhecidas e populares de Bilbo, investiram contra a Komantxe, recorrendo à mais pura mentira, e impediram que uma das comparsas ligadas ao EA pudesse montar txosna, no que constitui uma óbvia punição política pela participação do EA no pólo soberanista.

Mas os números falam por si e dizem que a Aste Nagusia bilbaína conta com um alto nível de aceitação entre os cidadãos, que dela fazem uma avaliação positiva. Acima de tudo, os habitantes da «Villa» apreciam o bom ambiente que se respira nas ruas, de acordo com dois estudos encomendados pelo Município bilbaíno às empresas Ikerfel e Gizakar.

A alta aceitação social das festas é bem evidente a nível quantitativo, tendo em conta que 82,4% dos cidadãos presentes na cidade durante a sua celebração participa nalguma das actividades programadas. Destas, as mais apreciadas pela sua qualidade são os fogos de artifício, as actividades infantis e o teatro de rua.

No que diz respeito às txosnas, constituem o segundo destino de eleição entre os inquiridos num patamar qualitativo, depois do fogo de artifício. Os cidadãos apreciaram ainda o «ambiente e a melhoria nas condições higiénicas ao longo dos anos».

Apartados desta realidade parecem os «esquerdistas» da IU e do PNV, que antes se afiguram aliados da dupla PP-PSOE. Na verdade, tanto PP como PSOE felicitam Azkuna pelo modo como tem gerido esta questão. Diz-me com quem andas…
Fonte: boltxe.info

Ver também:
«O PP diz que irá vigiar as comparsas e procurar provas para levar à Procuradoria»
http://www.gara.net/paperezkoa/20100814/215537/es/El-PP-dice-que-vigilara-comparsas---buscara-pruebas-para-acudir-fiscal

«A extrema-direita bilbotarra e a "Txomin Barullo", aliados contra a Aste Nagusia»
http://www.lahaine.org/index.php?p=47396

«Seis mercenários do PSOE prestam-se à intoxicação, afirmam fontes da Txomin Barullo (última informação)»
http://boltxe.info/?p=16439

«O Aralar pede que Bilbo reconsidere as proibições e aposte na participação»
http://sareantifaxista.blogspot.com/2010/08/aralar-pide-que-bilbo-reconsidere-los.html

sábado, 14 de agosto de 2010

Duas pessoas detidas, em Tarragona e Donostia, para cumprir pena (e não o que está a ser divulgado nalguma comunicação social)


A Polícia espanhola deteve Zugaitz Izagirre numa localidade de Tarragona (Catalunya), onde o jovem oiartzuarra estava a passar uns dias de férias. Em Donostia foi detida Regina Maiztegi. Encontravam-se ambos em liberdade condicional e estavam obrigados a comparecer em tribunal semanalmente, depois de terem sido julgados em Maio. Esta operação não corresponde, como divulgou certa comunicação social, a «uma operação contra a ETA».
NOTA: Em Portugal, já na madrugada de domingo, esta falsa notícia - «detenção de dois alegados etarras» - foi também divulgada com sensacionalismo de última hora na SIC.


Uma dezena de polícias lançou-se sobre Zugaitz Izagirre e apontou-lhe as suas armas quando, acompanhado por familiares, se dirigia para a praia de La Pineda-Vila Seca, onde se encontra de férias, segundo fez saber ao Gara um dos familiares. Testemunhas da detenção relataram que o jovem e um amigo foram metidos num automóvel e levados para a esquadra.

Esta operação não correspondia a uma «operação contra a ETA», como de imediato divulgaram diversos meios e agências nas suas edições on-line. Tratou-se antes de uma actuação desproporcionada para dar cumprimento a uma ordem judicial de captura que podia ter sido comunicada ao jovem numa das suas visitas semanais ao tribunal para se identificar e assinar, também em Tarragona. Os familiares denunciaram a violência utilizada na detenção e o «jogo mediático» criado com detenções como a de Izagirre, que fazia uma vida normal.

Izagirre foi detido em 2003 acusado de estar relacionado com uma «rede de captação» da ETA e, depois de passar cinco dias incomunicável em instalações policiais, denunciou ter sido torturado. Foi condenado a sete anos de prisão em Maio último e, depois de ter estado três anos e meio em prisão preventiva, aguardava pela notificação para ser encarcerado e cumprir o resto da pena.

Horas depois da detenção de Izagirre, foi detida em Donostia Regina Maiztegi, também julgada em Maio e condenada a seis de prisão por «colaboração» com a ETA. Também se encontrava em liberdade condicional e a aguardar cumprimento da pena.
VER: Gara e Gara
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Ver também:
«Sobre as últimas detenções de dois cidadãos bascos», de J.M. ÁLVAREZ

Milhares de pessoas pedem em Donostia que sejam respeitados os direitos de Euskal Herria

Milhares de pessoas manifestaram-se em Donostia em defesa dos direitos de Euskal Herria. «Enchemos as ruas para que sejam respeitados os direitos dos bascos e para transmitir uma mensagem de esperança e de alegria aos que acreditam num futuro abertzale e de esquerda», salientaram no final da marcha.

A manifestação partiu às 17h40 do Boulevard seguindo uma faixa onde se lia «Euskal Herriaren eskubideen alde» [pelos direitos de Euskal Herria], levada pelo grupo de cidadãos convocantes.

Pôde-se ver ikurriñas e bandeiras de Nafarroa ao longo do percurso da manifestação, na qual se pediu respeito pelos direitos dos presos, pelos símbolos de Euskal Herria e pelas suas próprias decisões.

No término da manifestação, que ocorreu na Praça Okendo, Iñaki Egaña e Iratxe Retolaza leram um texto em euskara e castelhano, tendo dito que «encheram as ruas para que sejam respeitados os direitos dos bascos e para transmitir uma mensagem de esperança e de alegria aos que acreditam num futuro abertzale e de esquerda».

Depois de afirmarem que «nem a bandeira tricolor nem a espanhola são as nossas bandeiras», sublinharam que «queremos as nossas próprias selecções desportivas, o nosso património, gerir os nossos recursos sem imposições, de Madrid, Paris, Bruxelas ou Washington».

Exigiram um país «livre e soberano, que trate os outros estados de igual para igual».
Fonte: Gara

Note-se que a Procuradoria espanhola e a associação de extrema-direita Dignidad y Justicia tinham solicitado a proibição desta mobilização, argumentando que a convocatória era uma forma «encoberta de homenagem à ETA e ao seu meio». O juiz da AN espanhola Fernando Andreu autorizou-a.
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A este propósito: «Procuradoria», de Olaso
Não se pode deixar de reconhecer à Procuradoria da Audiência Nacional espanhola rasgos de sinceridade. Agora reconhece que manifestar-se «pelos direitos de Euskal Herria» é, nem mais nem menos, que uma forma encoberta de «homenagear a ETA e o seu meio». É uma questão de conceito, mas é curioso saber que essa procuradoria atribui à ETA a defesa dos direitos do povo basco. No mínimo, curioso.

Londres recusa-se a entregar Ibarluzea enquanto Paris extradita Telleria


Duas decisões de sentido contrário de dois tribunais sobre a eventual entrega de dois jovens bascos a Madrid. Enquanto o Tribunal de Magistrados londrino rejeitava o pedido de entrega tramitado contra Garikoitz Ibarluzea, o Supremo Tribunal francês aprovava a resolução favorável à entrega de Ion Telleria adoptada pelo Tribunal de Pau no dia 30 de Junho. Este último foi detido em Donibane Lohizune.

O Tribunal de Magistrados de Londres, que examinou no dia 20 de Julho o pedido de extradição tramitado pela Audiência Nacional espanhola contra Garikoitz Ibarluzea, decidiu esta quinta-feira que não era «válido». A juíza Daphne Wickham decretou ainda a sua libertação sob fiança de 15 000 libras (à volta de 18 200 euros). Não obstante, o magistrado do MP recorreu das duas decisões, pelo que Ibarluzea continuará na prisão, pelo menos, até segunda-feira, dia em que o tribunal de Westminster tomará uma decisão sobre a sua libertação.

O Movimento pró-Amnistia recordou que a própria juíza se mostrou preocupada por causa do tempo reclusão do natural de Ibarra, que foi detido no dia 14 de Março em Londres, onde trabalhava como cozinheiro. As numerosas irregularidades do mandado europeu emitido pelas autoridades espanholas foram atrasando a audiência.

A defesa de Ibarluzea já as tinha realçado durante a audiência em que foram examinados os três pedidos - as três formuladas de forma diferente - enviados pela audiência espanhola ao tribunal britânico.

Nem o magistrado do MP pôde negar as irregularidades, mas, apesar disso, insistiu na validação da entrega às autoridades espanholas, argumentando que «se devia confiar no Estado espanhol» e que a Audiência Nacional «logo resolveria as questões de forma».

Ion Telleria, ao apresentar-se na esquadra
Também na quinta-feira, Ion Telleria foi detido, em Donibane Lohizune, quando se apresentou na esquadra desta localidade de Lapurdi, como o vinha fazendo todos os dias desde que o juiz de Pau assim o decretou, entre outras medidas cautelares relativas à sua liberdade provisional.
Por volta das 13h45, o idiazabaldarra entrou na esquadra com sua companheira, tendo saído depois de proceder à habitual identificação e assinatura. Quando se aproximavam do parque de estacionamento onde estava a sua viatura, apareceram uns seis polícias, alguns dos quais encapuzados, e detiveram-no.

Inicialmente, os agentes da esquadra disseram à sua companheira que ele seria levado para Baiona, mas, quando esta se apresentou nesta esquadra, foi-lhe dito que já o estavam entregar às autoridades espanholas, sem ter sequer passado pela capital de Lapurdi.

O jovem independentista foi preso pela primeira vez em Senpere, no dia 9 de Junho, com base num pedido do juiz da Audiência Nacional Fernando Grande-Marlaska, que acusou Telleria de «pertencer à direcção de Segi».

O Tribunal de Pau pronunciou-se a favor da entrega no passado dia 30 de Junho. Telleria recorreu da sentença no Supremo Tribunal (Cour de Cassation), e, desde então, aguardava a decisão definitiva, que lhe foi comunicada na quinta-feira após a sua detenção. Os seus advogados ficaram a par da situação praticamente no momento em que foi detido.

A Polícia espanhola tentou prender Telleria na operação movida contra jovens independentistas em Novembro último. O natural de Idiazabal (Gipuzkoa) trabalha na emissora Info 7 irratia e reside em Urruña (Lapurdi), onde, como informou a Askatasuna na altura, levava «uma vida pública normal».
Notícia completa: Gara
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Entretanto, já ontem ficou-se a saber que o jovem independentista tinha sido encarcerado em Soto del Real e que, de acordo com informações avançadas pelos seus familiares, será presente a um juiz na segunda-feira de manhã.