quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
EAE-ANV reitera a sua determinação em levar a Madrid “a voz da independência”
Os cabeças de lista por Gipuzkoa da EAE-ANV para o Congresso, Miren Legorburu, e para o Senado, Iñaki Zabala, compareceram às portas do tribunal da Rua San Martín acompanhados por José Luis Álvarez Enparantza Txillardegi e Juanjo Olaizola, depois de completar o trâmite.
Legorburu denunciou que os máximos dirigentes políticos e judiciais do Estado “fizeram de nós o centro das atenções” e “puseram em marcha toda a sua maquinaria” para ilegalizar a EAE-ANV.
Enquadrou a iniciativa dentro da “estratégia repressiva que está a desenvolver o PSOE”.
“Tanto o Processo 18/98 como as detenções massivas, as torturas e as ilegalizações de formações políticas são elos de uma cadeia que oprime os direitos deste povo”, assinalou.
Apesar disso, realçou que “o povo basco deixou claro que não aceita as ilegalizações” e reiterou que a histórica formação basca quer estar representada em Madrid com o objectivo de “levar a voz a favor da independência” e de que se saiba “que Euskal Herria é uma nação”.
Convocatória para Bilbau
“Vamos ser a voz de todos aqueles que constroem o futuro Estado basco”, sublinhou, para acrescentar que, “apesar de todos os ataques que tentam afogar a esquerda abertzale”, a EAE-ANV tem “a firme determinação de continuar a trabalhar”.
Legorburu também apelou à participação no acto político que terá lugar no próximo domingo, às 17h30, em La Casilla de Bilbo, “nas vésperas de ir prestar declarações ante o juiz Garzón, ainda que já tenham dito que nos vão ilegalizar antes de considerar qualquer declaração ou prova”.
A edil abertzale animou “todas as pessoas independentistas e todas as que estão contra as ilegalizações” a estarem presentes em Bilbau, para “deixar claro” o seu compromisso “com aqueles que lutam para que este povo tenha direito a decidir e possa conseguir uma normalidade política”.
em GARA.net
EHAK (Partido Comunista das Terras Bascas) denuncia o recurso à “espionagem política” para promover a sua ilegalização
Goirizelaia assinalou que ambas as vias são “dois caminhos diferentes mas com um fim único e exclusivo, que não é tanto a ilegalização dos partidos políticos em função de algum acto ilícito cometido pelos seus membros – que não existe de todo –”, e antes a consecução de “uma cobertura jurídica” para a decisão política de excluir o EHAK da legalidade.
“Não há nenhuma prova de actividade que seja considerada delito para poder levar adiante uma actuação por via penal e também não existe nenhuma prova de que o partido EHAK ou grupo parlamentar tenham actuado contra o que postula a Lei de Partidos", asseverou.
A advogada explicou que o processo penal em curso na Audiência Nacional é um procedimento aberto em 2005 com base numa querela da AVT [Asociación de Víctimas del Terrorismo] que no princípio não foi considerada pelo titular do Tribunal Central de Instrução 5, Baltasar Garzón.
Por isso, considerou “curioso” que o processo, logo aberto por Fernando Grande-Marlaska no período en que sustituiu Garzón, se sustente agora sobre uns informes policiais “que são basicamente os mesmos” em que se baseava a demanda que não foi considerada num primeiro momento.
A única diferença, segundo disse, são as escutas telefónicas praticadas pelas Forças de Segurança do Estado aos membros do EHAK. Nesse sentido, qualificou de “curioso que se recorra à espionagem política para montar um informe policial que sirva” para a suspensão de actividades de um partido.
Fonte: Gara
A Procuradoria do Estado também solicita ao Supremo o impedimento da participação do EHAK (Partido Comunista das Terras Bascas) e da ANV nas eleições
À saída do tribunal, o responsável dos serviços jurídicos do Estado espanhol explicou que as demandas se fundamentam “na existência de dependências funcionais e orgânicas com o ilegalizado Batasuna, baseadas nos documentos fornecidos pelas Forças e Corpos de Segurança do Estado e por outros documentos remetidos pelo Tribunal Central número 5 da Audiência Nacional”.
De acordo com a Procuradoria, o “complexo ETA-Batasuna digeriu” a ANV e o EHAK, “apropiando-se da sua estrutura e utilizando-os desde as eleições autonómicas de 2005 e municipais de 2007 para obter cobertura política e presença institucional”.
De Fuentes considera acreditado que há “uma sucessão política” entre as duas formações cuja ilegalização se pede e o Batasuna, e que, desde o ponto de vista financeiro, a ANV e o EHAK se converteram em parte de “um circuito de financiamento” do Batasuna e de suporte e emprego “a pessoas implicadas no complexo ETA-Batasuna”.
Em relação às medidas cautelares solicitadas, disse que estão encaminhadas no sentido de que “se paralise a entrega de qualquer caudal público, seja estatal, autonómico ou municipal; que se encerrem as contas de ambas as formações e que se proceda à suspensão de listas”.
em GARA.net
No hay tregua
Os Barricada marcaram toda uma geração de bascos. Vale a pena recordar uma das suas canções mais emblemáticas.
Es el juego del gato y el ratón
tus mejores años clandestinidad
no es muy difícil claudicar
esto empieza a ser un laberinto
¿Donde está la salida?
Estas asustado, tu vida va en ello
pero alguien debe tirar de gatillo.
Tu infantil sueño de loco
no es respuesta demencial
este juego ha terminado
mucho antes de empezar.
Anónimo luchador
nunca tendrán las armas la razón
pero cuando se aprende a llorar por algo
también se aprende a defenderlo.
Estas asustado, tu vida va en ello
pero alguien debe tirar de gatillo
Ofensiva contra a esquerda independentista
Procuradoria apresenta o pedido de ilegalização do Partido Comunista das Terras Bascas no Supremo Tribunal
Segundo informação da Efe, Narváez Rodriguez entregou o pedido no registo do tribunal especial pelas 9h da manhã de hoje.
O pedido de ilegalização da formação independentista foi apresentado nos trâmites habituais acompanhado da petição de algumas medidas cautelares como a suspensão da sua actividade política, o encerramento provisório da sua sede e demais imóveis que esteja utilizando e o congelamento das contas bancárias. Desta forma, solicita impedir a possibilidade de que esta formação apresente candidaturas no próximo dia 9 de Março.
A Procuradoria alega como motivo para a ilegalização “a relação de dependência” supostamente detectada “entre a acção política do partido investigado e a organização ilegal Batasuna ou outras organizações relacionadas com a ETA, e inclusive a própria organização armada”.
Para sustentar essa “dependência”, o Ministério Público argumenta que o EHAK (Partido Comunista das Terras Bascas) pôs à disposição do Batasuna uma das suas sedes; que há uma “evidente subordinação” na conduta dos representantes da EHAK “às consignas e às pautas estabelecidas por uma organização ilegal”; que o EHAK “deixou em segundo plano as suas orientações marxistas-leninistas para tornar seu o discurso do Batasuna” com o fim de “servir de retaguarda e porta-voz deste, inclusive no Parlamento Basco”; e que a formação interveio “na campanha da ETA contra as obras do comboio de alta velocidade”.
Por sua vez, a Procuradoria do Estado apresentará sexta-feira o pedido de ilegalização da EHAK, segundo adiantou o ministro da Justiça, Mariano Fernández Bermejo.
O ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba confirmou que “instruiu” a Procuradoria do Estado para que corte o financiamento à ANV e ao EHAK, de forma a que estas duas formações “não tenham nem uma peseta de dinheiro público”.
O pedido, segundo defendem, “é coerente com a autorização que o Conselho de Ministros deu, na passada sexta-feira, à Procuradoria para fazer a petição e pedir a ilegalização” das duas formações bascas.
Fonte: GARA
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
NEM UM PASSO ATRÁS!
Independência e Socialismo EUSKAL HERRIA, PASSO A PASSO
Serviço informativo da ASKAPENA Nº 206
O estado espanhol decidiu tentar aniquilar politicamente a esquerda basca: ilegalizações, detenções massivas, torturas, espionagens, perseguições...
No entanto, a esquerda basca mantém-se firme, confia nas suas razões, na sua coerência e na sua militância. Durante estes meses respondeu ao Estado com iniciativa política, por um lado, e na rua, por outro.
Para o Estado espanhol, a esquerda basca não é um sujeito de direitos mas uma potencial beneficiária de favores. Segundo esta teoria absolutista, a sua participação na vida política depende exclusivamente do seu comportamento: se se comporta como o Estado lhe exige, poderá participar na vida política; se não, ficará excluída. Pior ainda, auto-exclui-se. Os “ilegalizadores” tentam transferir para as vítimas as consequências do seu despotismo.
Em Maio de 2007 perseguiram e ilegalizaram as candidaturas da esquerda basca de forma implacável mas não total. Deixaram-lhe um pequeno resquício e consentiram que se apresentasse em alguns âmbitos eleitorais porque assim convinha aos interesses do Estado. Como, todavia, não estava encerrado o falido processo de conversações, quiseram mandar à esquerda basca esta vil mensagem: “com tudo isto, e muito mais, vos presentearei se se renderem”. Não houve rendição e a estratégia das pequenas concessões fracassou. A partir desse momento, a negação de direitos passa a estar pouco de acordo com a ética, e a ser mais ajustada aos interesses antidemocráticos do Estado: a ilegalização das poucas candidaturas que passaram os filtros reforça a imagem da dureza contra a esquerda basca; estratégia que, lamentavelmente, dá votos no Estado espanhol. Por outro lado, a ilegalização das poucas parcelas de liberdade ainda abertas contribui para o envio à esquerda basca de uma outra mensagem de desalento: “é o que pode esperar quem não se rende ante as exigências do Estado. Apodrecer na clandestinidade, já que é o que vocês escolheram”.
Desde que o Estado constatou a impossibilidade de obrigar a esquerda basca a render-se, abandonou a estratégia da cenoura e aplica, exclusivamente, a do golpe repressivo. Um dos seus objectivos: a ilegalização dos marcos políticos que recolhem a sensibilidade da esquerda: o Partido Comunista das Terras Bascas (PCTV/EHAK) e a Acção Nacionalista Basca (ANV). Há meses que o Estado está a desenvolver uma estratégia abrangente para liquidar ambas as formações. Sobretudo desde que a ANV anunciou a sua intenção de participar nas próximas eleições de Março ao Parlamento espanhol para nele reclamar a independência do nosso povo. A partir desse momento, toda a engrenagem fascista de Espanha se pôs em marcha: os meios de comunicação foram criando artificialmente o alarme social para preparar a opinião pública, os partidos da oposição fizeram da ilegalização uma das suas bandeiras predilectas, o Governo do PSOE pôs em marcha os seus serviços secretos para que elaborem dossiês em que sustentem uma medida já adoptada, transmitiram ao poder judicial as coordenadas em que devem mover-se. E estreitaram os vínculos com os bascos colaboracionistas para que não dificultem a estratégia de ilegalização, já que eles também sairão beneficiados com a mesma. Sobretudo, mantiveram uma política de constante acosso às formações que estão no seu alvo, para que saibam que a sua sorte está jogada e que o dia da ilegalização está cada vez mais perto.
A esquerda basca sabe que o poder que enfrenta é assustadoramente maior e que a medida não vai criar grandes custos ao Estado (pelo menos a curto prazo), já que conta com uma larga rede de alianças e cumplicidades. Apesar de tudo, manteve-se firme. E, ainda que consciente de que se encontra em absoluta desvantagem, não deu nem um passo atrás; confia nas suas razões, na sua coerência e na sua militância. Durante estes meses, respondeu ao Estado com uma mensagem nada prepotente mas firme: legal ou ilegalizada, seguirá reivindicando a independência para o nosso povo.
Estas são algumas das suas iniciativas públicas recentes.
22 de Dezembro de 2007. Uma importante representação de conhecidos representantes da esquerda basca comparece em Bilbau num contexto especial: a prisão de 47 dirigentes e a horripilante denúncia de torturas contra um jovem da esquerda. A mensagem é firme e, ao mesmo tempo, alentadora: “Até aqui chegámos e daqui não passam. Chegou a hora de colocar um fim à ideia de que tudo vale contra Euskal Herria... O PSOE declarou guerra ao movimento independentista para debilitar a nossa proposta política e assim poder fechar as portas à independência... Esta estratégia não seria possível sem a colaboração do PNV e do NaBai... Vamos ganhar, Euskal Herria!”
29 de Dezembro de 2007. A esquerda celebra um comício concorrido em Elorrio. Nessa iniciativa reitera a sua aposta na independência e no socialismo mas, para ela, é necessário que sejam reconhecidos os direitos que nos correspondem como povo. A esquerda anuncia que “canalizará toda a sua capacidade política para a construção nacional e para a transformação social para ir criando um Estado basco independente e socialista, já que é esta a única garantia para a sobrevivência do nosso povo. Estado basco que já existiu, que teve reconhecimento internacional até ao séc. XVII e que voltará a ser uma realidade se o povo o desejar. O primeiro passo nesse caminho, que será longo, é a consecução de um Marco Democrático em que todos os projectos políticos possam ter lugar. Ouviram-se também palavras duras contra o PNV e contra o NaBai, uma vez que o seu objectivo é bloquear a construção de Euskal Herria para que prevaleça a construção de Espanha”.
30 de Dezembro de 2007. Centenas de eleitos da ANV reúnem-se num hotel de Iruñea [Pamplona] para reafirmar a sua determinação em seguir adiante no caminho da independência. Reiteram a sua vontade de participar nas eleições gerais para o Parlamento espanhol que se celebrarão a 9 de Março de 2008. Recordam que têm uma representação popular mutilada pelas ilegalizações de que foram objecto em 2007. Reiteram a sua denúncia contra as forças autonómicas bascas que beneficiaram da ilegalização usurpando cargos que pertenciam à ANV; questionam estes partidos sobre o que vão fazer quando se der a ilegalização. Admitem que se está a pagar cara a recusa em assumir a Constituição espanhola... A sua convicção é firme: “Até agora não conseguiram parar-nos e não o conseguirão no futuro”.
2 de Janeiro de 2008. A ANV apresentou duas queixas no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos contra o Tribunal Constitucional Espanhol por ter negado recurso contra as ilegalizações do ano passado.
12 de Janeiro de 2008. A ANV reúne em Iruñea cerca de 6000 pessoas num intenso comício de reafirmação da sua aposta na independência. São ovacionados os dois jovens bascos detidos e torturados recentemente (o aplauso deu lugar a uma acusação de apologia do terrorismo por parte da Audiência Nacional). Abundam as acusações de mentiroso e torturador contra o Governo do PSOE. Denuncia-se o colaboracionismo do PNV e do NaBai, já que a sua cumplicidade facilita a fraude e a repressão que exercem os dois Estados. O comício encerrou-se com um convite às organizações populares para continuarem o trabalho pela independência e pelo socialismo, mesmo que ilegalizadas.
Euskal Herria, 23 de Janeiro de 2008
Polícia espanhola prende Ana López em Portugalete
López foi presa juntamente com o seu companheiro, Roberto Sainz a 7 de Setembro de 2003, pela Ertzaintza, sob a acusação de formarem uma "ponte de apoio" ao "comando Bizkaia" da ETA e de terem acolhido em casa um militante da organização armada.
Sainz faleceu na prisão de Aranjuez a 3 de Março de 2006 após um enfarte. Em Dezembro de 2006 a Audiência Nacional espanhola condenou López a cinco anos de prisão, sentença confirmada pelo Supremo Tribunal no passado mês de Dezembro.
Fonte: GARA
domingo, 27 de janeiro de 2008
Manifestação – ANV reitera que o voto independentista estará presente nas eleições de 9 de Março
Às 18h00 a marcha partiu da sede do governo foral de Araba, e percorreu as ruas de Gasteiz até chegar ao Palácio Europa. Durante o percurso foram constantes os lemas a favor da independência e da democracia para Euskal Herria.
É de destacar a presença notória da Ertzaintza, que seguiu a manifestação muito de perto. O juiz da Audiência Nacional espanhola Baltasar Garzón optou por não proibir o acto político que se celebrou de seguida num polidesportivo da capital alavesa, mas ordenou à polícia autonómica que “tomasse as medidas necessárias” para “evitar actos delitosos”.
Uma vez iniciado o acto político, membros da formação ekintzale, acompanhados por vídeos que relembravam diferentes «instantâneos» vividos em Araba, repassaram amplamente a actualidade basca. Começando pela situação da juventude, passaram pelas agressões que as vítimas do 3 de Março receberam por parte da Ertzaintza há dois anos, e pela situação dos presos políticos. Recordaram, em especial, a difícil situação que a presa alavesa Gotzone López de Luzuriaga está a viver na primeira pessoa, uma vez que, apesar de se encontrar gravemente doente, continua na prisão.
Por último, o cabeça de lista por Araba para o Congresso, Aitor Bezares, tomou a palavra em nome de todos os membros, reiterando que assumirão o “compromisso que a esquerda abertzale tem com este povo”.
Além disso, solicitou a Sarkozy e a Zapatero que oiçam que no próximo 9 de Março “as urnas vão estar cheias de votos independentistas”.
Bake Faltsuari Gerra
Entre os jovens que foram enviados para a prisão de Soto del Real, em Madrid, estão Etxebarria e Ostolaza, membros do grupo musical Oliba Gorriak. Deixamos a introdução de uma das músicas produzidas pela banda.
Seis dos oito jovens de Lea-Artibai presos por pertencerem à Segi
.
Estebe Gandiaga Eneko Etxaburu, Ainhoa Pagoaga e Zaloa Zenarrutzabeitia deram entrada, ontem, na prisão de Alcalá Menores, enquanto que Urko Pagoaga, Iban Etxeberria, Borja Oregi e Eneko Ostolaza foram enviados para Soto del Real. Ainhoa Pagoaga e Eneko Etxaburu sairão em liberdade segunda-feira depois de pagar uma fiança de 6000 euros, foi-lhes também imposta a obrigatoriedade de comparecer no Tribunal e não abandonar “território espanhol”.
Denúncias de maus tratos
Segundo informou a Askatasuna por volta da meia-noite, todos os jovens denunciaram perante o juiz terem sido objecto de maus tratos, sofrendo golpes incessantes e ameaças contínuas. Segundo adiantou, alguns denunciaram-no também ao médico forense.
Para além disso, depois das 22h30, quando eram conduzidos à prisão num veículo policial, os seus familiares foram retidos, menosprezados e identificados pela Polícia espanhola.
De manhã, mais de mil pessoas manifestaram-se em Markina-Xemein, onde o movimento pró-amnistia compareceu junto dos familiares dos detidos. Realçaram “a impunidade” com que a Polícia espanhola irrompe pelas casas e leva jovens bascos detidos e sob regime de incomunicação; estado que, no seu ponto de vista, propicia a existência da tortura.
Pela sua parte, MusikHerria mostrou o seu apoio a Etxebarria e Ostolaza, membros do grupo musical Oliba Gorriak.
Por outro lado, cerca de 180 pessoas manifestaram-se em Portugalete para denunciar a detenção e o posterior encarceramento de Ziortza Fernández.em GARA.net
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
Galarraga na prisão à espera de decisão sobre a euro-ordem
A audiência para examinar a euro-ordem está prevista para a próxima terça-feira, mas as mesmas fontes dizem que é provável que a data seja adiada, para dar tempo à defesa de se preparar.
Eneko Galarraga, refugiado político basco, foi preso ontem de manhã em sua casa, em Urruña pela Polícia francesa.
em GARA.net
A "democracia" espanhola
A representante do Estado espanhol assegurou-o em conferência de imprensa e sustentou que o governo vai impugnar todas as candidaturas que apresente a esquerda independentista basca.
Esta é a democracia do Estado espanhol que antes das decisões dos tribunais já garante com absoluta certeza que este ou aquele partido será ilegalizado pela justiça. O Estado de Direito não existe naquelas bandas, onde o poder judicial e o poder executivo são faces da mesma moeda.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
O Estado espanhol decidiu tentar aniquilar politicamente a esquerda basca: ilegalizações, detenções em massa, torturas, perseguições...
Contudo, a esquerda basca mantém-se firme, confia nas suas razões, na sua coerência e na sua militância. Durante estes meses, respondeu à situação com iniciativa política, por um lado e saindo para as ruas, por outro.
em ASKAPENA
Grande-Marlaska recusa protocolo contra a tortura aos detidos em Lea-Artibai
Contudo, o juiz rejeitou todos os pedidos.
A Askatasuna perguntou, então, “que problema tem a Audiência Nacional para adoptar essas medidas. Se não vão ocorrer maus tratos que têm a ocultar?”
O organismo anti-repressivo sublinhou que “é claro que a incomunicação possibilita a existência de tortura” e considerou necessário “que desapareça a incomunicação para que não haja mais nenhum torturado em Euskal Herria”.
em GARA.net
Morre em Cabo Verde o deportado político Endika Iztueta
Iztueta foi deportado para Cabo Verde em Fevereiro de 1985 pelo que ali permeneceu durante 22 anos. A Askatasuna explicou que era casado e que tinha uma filha ali e um filho em Euskal Herria. “Era um homem muito querido e conhecido à sua volta”, assegurou.
A morte deste enfermeiro de profissão soma-se à de outros dois deportados bascos que faleceram no mesmo país. Em 1989 morreu Juanra Aranburu e, em 2002, Ángel Lete.
Segundo o organismo anti-repressivo, foram muitas as mostras de carinho recebidas pelos familiares de Iztueta.
A Askatasuna assinalou que o Governo espanhol é “responsável” pela sua morte e afirmou que “a repressão não poderá acabar com este povo”.
Os habitantes de Santurtzi marcaram uma manifestação em homenagem a Iztueta para hoje às 19h30.
Fonte: GARA.net
Humor
A propósito da "fúria ilegalizadora" dos partidos da esquerda independentista pelo poder instalado no estado espanhol.
A Polícia espanhola detém oito jovens em Markina, Ondarroa e Etxebarria
Os seis primeiros foram detidos em Markina, Zaloa Zenarruzabeitia em Etxebarria e Eneko Etxaburua em Ondarroa. Todos estão incomunicaveis.
As detenções foram ordenadas pelo Juiz da Audiência Nacional espanhola Fernando Grande-Marlaska que os acusa de participar em actos da kale borroka na comarca de Lea-Artibai.
A operação começou às 2 da madrugada e terminou às 8h. No decurso da mesma, a Polícia espanhola revistou os domicilios dos detidos, assim como um centro de juventude e a herriko taberna de Markina, de onde levaram cartazes e documentação política.
Para denunciar as detenções, para esta tarde foram convocadas manifestações às 19h30 para Markina e Ondarroa.
Segundo informação chegada ao GARA, sete pessoas que estavam a colar cartazes para chamar às manifestações, foram identificadas pela Ertzaintza, que os ameaçou de utilizar os seus nomes como responsáveis da convocatória.
Depois do ocorrido, alguns cidadãos foram ao Ayuntamiento, entre eles Unai Urruzuno, alcaide eleito do município, para informar e pedir o posicionamento do PNV ao presidente da Comissão gestora de Ondarroa, Felix Aranbarri, perante as prisões e o sucedido com a Ertzaintza. Segundo indicaram as mesmas fontes, o membro do PNV afirmou que não tomaram posição acerca do assunto.
A Askatasuna denunciou que o PSOE está levando a cabo “um plano repressivo contra o independentismo basco” e que estas últimas detenções estão dentro desse esquema.
Dessa forma, criticou que os “tribunais especiais e a Policia detenham e deixem incomunicaveis jovens bascos com toda a impunidade”. “Todos sabemos que o período de incomunicação possibilita a existência de torturas e estamos muito preocupados com o tratamento que podem estar a sofrer os detidos”, explicou. Perante isto, a Askatasuna chama a cidadania a mobilizar-se.
em GARA.net
OFENSIVA CONTRA A ESQUERDA ABERTZALE
O ministro espanhol da Justiça, Mariano Fernández Bermejo, confirmou em conferência de imprensa que o Conselho de Ministros autorizará sexta-feira o Ministério Público a apresentar perante o Supremo Tribunal o pedido de ilegalização do EHAK e da ANV.
Segundo disse, as “provas” recolhidas a partir das rusgas de Segura e Olaberria, em Outubro de 2007, levaram a pedir a ilegalização do EHAK e da ANV.
Fernández Bermejo disse que os serviços jurídicos do Estado utilizarão todas as possibilidades existentes para impedir a presença das formações nas eleições do próximo dia 9 de Março.
“Vamos impedir que estes partidos estejam presentes no processo eleitoral” e para tal “não descartamos nenhuma hipótese cautelar ou definitiva, como pode ser a impugnação das candidaturas”, afirmou, para insistir que utilizarão qualquer procedimento para garantir que não concorram aos comícios, “porque temos prova assegurada que são uma mera continuidade do complexo Batasuna”.
Depois do trâmite da autorização do Conselho de Ministros, dependerá do Ministério Público o momento em que se interponha a ordem da ilegalização, ainda que o ministro tenha assegurado que “não tardará muito”.
O titular da Justiça também quis advertir a esquerda abertzale de que o Governo espanhol está “absolutamente pendente desses planos alternativos que seguramente aparecerão”.
Bermejo recordou que “disse várias vezes que, no mesmo instante em que se obtivessem provas” que acreditassem a vinculação da EAE-ANV e do EHAK com o Batasuna, “não tardaríamos um minuto em actuar em conformidade”, e sublinhou que “o minuto chegou e que se vai actuar em conformidade”.
“Estamos nesse momento em que o conjunto de indícios que vínhamos acumulando há algum tempo” tem hoje “um acrescento decisivo”.
O conteúdo dos informes elaborados pela Polícia e pela Guardia Civil é, segundo disse, “suficientemente contundente” e “permite-nos passar tranquilamente a uma acção de ilegalização”.
“Fico tranquilo ao ver a prova documental com que vamos a tribunal”, com a qual espera convencer a Sala 61 do Supremo Tribunal, do Tribunal Constitucional e do Tribunal de Estrasburgo.
Fonte: GARA
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
EHAK anuncia que continuará o seu trabalho político no Parlamento mesmo que o ilegalizem
GASTEIZ – Numa comparência na Câmara de Gasteiz, os parlamentares Julián Martínez, Nekane Erauskin e Ane Auzmendi avançaram que vão empreender uma dinâmica de contactos com agentes sociais e sindicais bascos para estudar medidas de resposta a “este ataque contra os direitos mais elementares”.
Os representantes de Ezker Abertzalea asseguraram que, ainda que suspendam as actividades do EHAK ou ilegalizem essa formação, seguirão com a sua actividade política no Parlamento, uma instituição na qual o grupo abertzale “trabalhou intensamente para que o Estado espanhol reconheça a existência deste povo e o seu direito à autodeterminação”, por entenderem que é o caminho adequado para superar o conflito político e as suas consequências.
Deste modo, ressaltaram que, ao longo dos três anos que levam na Câmara, trabalharam com um grande número de agentes sociais e sindicais, com os quais, “partindo de uma visão partilhada sobre a construção nacional e social de Euskal Herria, realizaram um trabalho conjunto que deu frutos importantes”. Também trouxeram à colação a apresentação de numerosas iniciativas para construir “esse outro Euskal Herria possível”, “sempre ao lado do movimento popular e associativo basco”.
Depois de enumerarem algumas das propostas registadas na Câmara, os parlamentares recordaram que a sua acção também se caracterizou por “pedir responsabilidades ante os abusos da política repressiva do Estado e das suas polícias” e por fazer ouvir “a voz dos reprimidos por motivos políticos”.
Compromisso
Denunciaram que os querem ilegalizar por todas essas propostas políticas, e sustentam que a “melhor resposta perante esta nova agressão vai ser a continuação do trabalho político no Parlamento, apresentando tantas ou mais iniciativas”.
“Aconteça o que acontecer, comprometemo-nos a continuar o trabalho lado a lado com o movimento social”, realçaram.
Os representantes de Ezker Abertzalea também explicaram que empreenderam acções de protesto e que vão participar na viagem à Escócia da Comissão de Indústria, “para levar aos grupos parlamentares desse país a situação de Euskal Herria e deste grupo”.
Guardia Civil prende Inma Berriozabal em Zegama
Agentes à paisana da Guarda Civil levaram-na algemada.
Berriozabal foi julgada juntamente com outros 51 cidadãos bascos no mega Processo 18/98 e foi condenada a 12 anos de prisão pela Audiência Nacional espanhola, no passado dia 19 de Dezembro.
Desde então encontrava-se em liberdade.
No total, o tribunal especial impôs 525 anos de prisão a 47 dos julgados, a maioria dos quais foi detida e encarcerada três semanas antes de ser tornada pública a sentença.
em GARA.net
A Askatasuna revela mais casos de espionagem e perseguição policial
Oihana LLORENTE |
Depois de desvendar novos episódios de espionagem e perseguição policial contra membros da esquerda independentista, a Askatasuna sentenciou que este país padece «um absoluto estado de excepção».
Xabin Juaristi, apoiado por uma vintena de pessoas que foram ou são objecto de perseguição policial, qualificou estas práticas de «terrorismo de Estado» e deduziu que o objectivo, que pretendem alcançar os estados espanhol e francês, com este tipo de métodos não é outro senão «impedir o caminho para a independência».
Numa conferência de imprensa realizada em Donostia, o representante da Askatasuna assegurou que estes factos de «assédio, intimidação e vulneração de direitos básicos são mais uma amostra da cruel aposta repressiva realizada» por parte dos estados espanhol e francês.
«Tudo vale contra este país»
Com os testemunhos arrepiantes dados a conhecer pela boca de suas vítimas, Juaristi lembrou as «torturas selvagens» denunciadas por Igor Portu e Mattin Sarasola, as continuas ameaças de ilegalização ou os ataques contra o Colectivo de Presos Políticos Bascos. Afirmou que cada um destes elementos não é mais do uma que uma peça da «estratégia delineada por Paris e Madrid para acabar com o independentismo basco».
O representante da organização anti-repressiva não hesitou em sublinhar que estes testemunhos «lembram os tempos mais obscuros da brigada político social da era franquista». Deste modo, alertou de que, tal como então, agora também «tudo vale na estratégia repressiva contra Euskal Herria».
Neste sentido, Juaristi denunciou a «extrema impunidade» dos estados. Uma impunidade que, em seu entender, está baseada «na supressão de todos os direitos» e que é o «núcleo da aposta repressiva que lançaram os executivos parisiense e madrileno».
Alertaram ainda que se está a verificar «uma legalização tanto da vulneração de direitos como do emprego de métodos ilegítimos» em dependências policiais e por parte da própria Audiência Nacional espanhola.
A Askatasuna denunciou com mágoa esta aposta repressiva e indicou que estas fórmulas estão orientadas para «punir a militância, induzir o medo na população, semear a auto-censura, assim como para obter informação política a fim de condicionar o trabalho político e social de Euskal Herria». Não obstante, Xabin Juaristi foi mais além e assinalou que o verdadeiro fim desta investida repressiva é «evitar que o caminho para a independência seja realizável».
A organização anti-repressiva fez finca-pé de que este tipo de práticas tem uma definição concreta tanto em dicionários como em enciclopédias, assim como em todos os países do mundo, e referiu que esse significado não é senão «terrorismo de Estado».
Como ponto final da conferência, a Askatasuna realizou um duplo apelo tanto àqueles que padecem de uma situação similar à exposta ontem como a todos os cidadãos bascos no geral.
Dirigindo-se em primeiro lugar às vítimas da perseguição policial, Xabin Juaristi incentivou-os a contactarem a organização anti-repressiva para realizar a correspondente denúncia. Da mesma forma, convidou os cidadãos de Euskal Herria a mobilizarem-se «contra esta mácula de impunidade, repressão e do tudo vale contra Euskal Herria».
A importância de continuar a lutar
Aitor Aranzabal, depois de relatar a perseguição de que sofreu na própria carne, assegurou que toda esta estratégia tem um único fim e, em sua opinião, não é senão a de «recordar e fazer sentir a todo momento que a espada de Damócles pesa sobre as nossas cabeças».
O companheiro especificou que com esta estratégia pretendem «fazer-nos sentir vulneráveis e em perigo constante. E tudo isso – prosseguiu -, para que estas sensações condicionem o nosso trabalho diário».
Não obstante, dirigindo-se a todos os que põem em marcha este tipo de práticas contra a esquerda abertzale [independentista], avisou que «estão muito equivocados» e afirmou que a esquerda independentista «não se afastará nem um só milímetro da sua iniciativa política».
Aranzabal insistiu na necessidade de lutar e afirmou que só o compromisso com os direitos nacionais deste país «levarão Euskal Herria à liberdade».
Fonte: Gara
sábado, 19 de janeiro de 2008
Jovens independentistas preparam festa
A festa bienal da juventude independentista basca, Gazte Topagunea, realiza-se de 21 a 24 de Março em Lezo, na Gipuzkoa [região cuja capital é Donostia].
Apesar da situação especialmente difícil que se vive no País Basco, os jovens bascos vão acorrer a Lezo para reivindicar a independência e o socialismo. Normalmente, cerca de 20 mil jovens transformam cada localidade em "zonas livres". Podes ouvir a canção oficial desta festa em aqui.
Há dois anos, o Gazte Topagunea foi em Etxarri-Aranatz.
Todos contra a repressão
As acções de protesto realizaram-se no mesmo dia em que a organização anti-repressiva basca denunciou as perseguições policiais, as escutas telefónicas, os aparelhos de escuta e seguimento encontrados em veículos e casas e ainda as "ofertas" oferecidas para colaborar com as forças policiais.
Por sua vez, a Acção Nacionalista Basca, partido de esquerda e independentista, apresentou oito dos seus candidatos às próximas eleições para o parlamento e senado espanhóis. A sua candidatura tem o objectivo de denunciar e contestar nos órgãos espanhóis as políticas repressivas que vive o povo basco.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
Juiz decreta liberdade sob fiança para o jovem preso ontem pela Ertzaintza
em GARA.NET
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
Legislatura da burla e da repressão contra Euskal Herria
O político abertzale Pernando Barrena considerou que a legislatura gerida pelo primeiro-ministro espanhol José Luis Rodríguez Zapatero constituiu a da “burla, da fraude e da repressão contra Euskal Herria”. Além disso, advertiu aqueles que “patrocinam” medidas como detenções ou ilegalizações de que “mais cedo do que tarde terão que rectificar o seu posicionamento”.
DONOSTIA – Pernando Barrena compareceu juntamente com o político independentista Eusebio Lasa em Donostia, onde insistiu que há quatro anos esta legislatura começou com uma “grande mentira de Acebes” no Congresso dos Deputados, já que, no contexto dos atentados do 11-M, o PP realizou “uma gestão catastrófica para enganar a opinião pública do Estado espanhol, que com o tempo se foi desmontando”.
Barrena considerou que a legislatura termina “com outra grande mentira na boca de José Luis Rodríguez Zapatero”, a quem acusou de tentar nos últimos meses “endossar a responsabilidade do processo negociador à esquerda abertzale”. Não obstante, assegurou que “o tempo vai colocando cada um no seu lugar”.
Assim, recordou que Zapatero negou em diferentes ocasiões ter falado de política com a esquerda independentista, ainda que posteriormente tenha tido que o reconhecer, como o caso das conversações que se mantiveram entre o Governo espanhol, a ETA, o PSOE e a esquerda abertzale, na campanha das eleições de Maio.
“Nesse assumir paulatino do presidente do Governo sobre as suas responsabilidades no final do processo de negociação, rapidamente o PSOE terá que admitir toda a verdade e dizer claramente que, no contexto das conversações de Maio, preferiram que a situação de confrontação e conflito político continuasse, em vez de abordar uma fórmula de solucionar o conflito”, afirmou.
Para além disso, considerou que as “mentiras” também estiveram presentes nas últimas declarações do ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, no caso das detenções de Igor Portu e Mattin Sarasola. No seu parecer, Rubalcaba “demonstrou que a mentira também é um instrumento de trabalho para os ministros do PSOE”.
Direito a decidir e solução
“Estes quatro anos constituíram a legislatura da burla, da fraude e da repressão contra Euskal Herria”, denunciou Barrena, que insistiu em que a oferta actual do Executivo do PSOE para Euskal Herria “passa pela utilização da tortura, as ilegalizações, a dispersão ou a confrontação pura e dura”.
Nesse sentido, sublinhou que as chaves para a solução “já estão sobre a mesa” e que “quem quiser perseguir esse objectivo sabe que o reconhecimento do direito a decidir, e a exercê-lo sem objecção alguma, é básico e fundamental”.
Nessa linha, reiterou que a esquerda abertzale soube “actuar com responsabilidade política” ao apresentar propostas como a de Anoeta ou a do Novo Marco Democrático, que são “de grande alcance”, e mostrou-se convencido de que “iluminarão novos cenários políticos”.
Por isso, Barrena chamou a atenção para o facto de o próximo primeiro-ministro espanhol “ter que ter bem presente na sua agenda o direito a decidir da sociedade basca”.
em Gara.net
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
ANV acusa PSOE de entrar num “delírio repressivo” contra o independentismo basco
Bereziartua expressou-se assim depois de o juiz da Audiência Nacional espanhola Santiago Pedraz chamar a depor no dia 24 a presidente do município de Hernani, Marian Beitialarrangoitia, por suposto delito de “enaltecimento ao terrorismo”.
O presidente da EAE-ANV, que compareceu com quinze representantes da formação partidária, entre os quais Marian Beitialarrangoitia, denunciou que “uma atitude de carinho e afecto dirigida a um sector concreto do povo basco” possa supor uma prova de delito. Nesse sentido, perguntou se “é esta a prova para ilegalizar um partido com 77 anos de história?”
A seu ver, o “défice democrático que se vive em Euskal Herria é muito grave”, realçando ainda que todos os dias se produzem situações que confirmam o estado de excepção.
Acusou também o PSOE de entrar num “delírio repressivo contra o independentismo basco”, já que com o seu Governo “houve mais de 300 detenções” e se procedeu ao encarceramento de uma direcção política.
Depois de denunciar que “a luta contra a esquerda independentista tem cegado polícias, juízes, o PSE, o PP e o próprio Governo, não lhes importando fazer um papel ridículo perante a Europa”, Bereziartua dirigiu-se à vice-presidente do Governo espanhol, María Teresa Fernández de la Vega, para lhe dizer que “o seu partido está cada dia mais longe da democracia”.
“O único delito de Marian Beitialarrangoitia e dos nossos ‘alcaides’ e cargos eleitos é serem representantes políticos dos nossos municípios e trabalharem nas instituições a favor da independência e do socialismo, impulsionarem políticas do euskara e consultas populares sobre o TGV, ou porem em marcha uma política de saneamento alternativa”, insistiu.
O presidente da formação ekintzale também lamentou que, quando “a violação de direitos está a chegar a um ponto quase impensável”, os outros partidos políticos continuem “mudos e não tenham feito um só comentário sobre a ameaça de dois anos de prisão pelo simples facto de se fazer uma saudação aos presos políticos bascos”.
Nesse sentido, Bereziartua considerou que aos demais partidos só lhes interessa “quando é que vai desaparecer a esquerda independentista”, e fez referência às palavras do novo presidente do BBB do PNV, Andoni Ortuzar, que avisou que a EAE-ANV “não se vai dissolver como açúcar porque a esquerda independentista está muito arreigada neste povo, e o compromisso é tal que lutará até atingir a independência”.
A seu ver, chegou a hora de que “Euskal Herria responda na mesma medida dos ataques que sofre” e assegurou que “a 9 de Março a opção independentista estará presente através da ANV”.
em GARA.net
Juíz Pedraz intima a presidente do município de Hernani a prestar declarações
O juiz da Audiência Nacional espanhola Santiago Pedraz intimou a presidente do município de Hernani, Marian Beitialarrangoitia, a prestar declarações no próximo dia 24 de Janeiro, às 11h00, para a interrogar como imputada pelo delito de "enaltecimento do terrorismo", em função das palavras de lembrança para Mattin Sarasola, Igor Portu e os restantes prisioneiros políticos bascos que proferiu no Sábado, na iniciativa ocorrida no Anaitasuna, de Iruñea.
O magistrado adoptou esta decisão numa providência, depois de a Procuradoria do tribunal especial ter denunciado ontem a governante municipal. Como solicitado pelo procurador Ignacio Gordillo, Pedraz também pediu informações às FSE sobre outros possíveis delitos praticados pela assistência.
Fonte: GARA
ANV abarrota o Anaitasuna com uma clara mensagem pela independência
Vários milhares de pessoas abarrotaram ontem o pavilhão Anaitasuna, de Iruñea, durante um comício em que a ANV deixou uma clara mensagem a favor da independência e do direito a decidir sobre a criação de um Estado basco. Marian Beitialarrangoitia teve duras críticas para o PNV, o NaBai, a EA, a IU e o Aralar, de quem disse que a «vaga repressiva» não teria sido possível sem a sua ajuda, e Mariné Pueyo recordou «o aval de 200.000 pessoas» para estar nas eleições
Iñaki VIGOR | IRUÑEA
(...)
Ovação para Portu e Sarasola
(…)
Mas a maior ovação foi para Igor Portu, Mattin Sarasola e todos os presos políticos dispersos nos cárceres franceses e espanhóis, presos que foram recordados pela alcaide de Hernani ao iniciar a sua intervenção. A sua segunda frase foi para Rubalcaba, a quem acusou de mentir «como fez o seu antecessor» à frente do Ministério do Interior espanhol, Angel Acebes.
«Passarás à história como o ministro da mentira, como o ministro da repressão, porque, como diz o ditado, mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo. Fizeste novamente o papel de ridículo. Em Euskal Herria [País Basco] toda a gente o sabe: aqui tortura-se, todos os corpos policiais e repressivos utilizam sistematicamente a tortura contra os independentistas bascos. E apesar de termos declarações de tortura e maus-tratos arrepiantes – acrescentou -, Azkarate, Ibarretxe e os que se intitulam como os grandes defensores dos direitos humanos limitam-se apenas a pôr em dúvida a versão oficial».
Deste modo, recordou as recentes palavras do próprio lehendakari [presidente do governo autonómico basco] no sentido de que «O Governo Basco em nenhum momento disse que tenham havido torturas», e acrescentou em euskara: «Muito obrigada, Ibarretxe, pela clarificação».
«Daqui não passam»
Depois de recordar que no próximo mês de Fevereiro se cumprem os 27 anos da morte por tortura de Joxe Arregi, Beitialarrangoitia disse que «chegou a hora de dizer `basta!' a este estado de excepção, de dizer `daqui não passam' e de colocar um limite à ideia de que `vale tudo' contra Euskal Herria».
As palavras da porta-voz independentista foram seguidas de gritos de «Jo ta ke irabazi arte» por parte dos assistentes que abarrotaram o pavilhão Anaitasuna. Continuando, a representante da esquerda independentista acusou o PNV, o NaBai e o PSOE de «querer blindar» a actual situação e de preparar «uma nova fraude sob o amparo da Constituição espanhola, com o claro objectivo de manter a partição territorial de Euskal Herria e negar ao povo basco a decisão sobre o seu futuro político». «Para poder levar a cabo esta fraude em Navarra – acrescentou -, o PSOE foi buscar um aliado necessário: o Nafarroa Bai, por ser um agente na linha do PNV. O NaBai ajudá-lo-á a manter a actual situação e convergem na intenção de acabar com a esquerda abertzale [independentista]».
Marian Beitialarrangoitia assinalou neste contexto político a «vaga repressiva» dos últimos meses e os intentos de ilegalização da ANV. «Queremos deixar claro – afirmou - que a maré repressiva que estamos a viver não teria sido possível sem a ajuda do PNV, do NaBai, da EA, da IU e da Aralar». A todos estes partidos acusou de «terem demonstrado que estão dispostos a continuar a aceitar todos os ataques contra os direitos de Euskal Herria» e de «não fazerem nada, como até agora», para evitarem a ilegalização de partidos políticos bascos.
«Não esperávamos outra cousa», acrescentou, para concluir com um apelo à resposta contra as agressões contra os direitos do povo basco.
«Esta é a proposta que acabamos de pôr em cima da mesa, uma proposta realista que pode devolver a palavra e a decisão, aqui e agora, às cidadãs e aos cidadãos de Euskal Herria, em geral, e aos de Nafarroa. Uma proposta que possibilita a criação de um marco democrático como forma de transição, composto por duas autonomias. E essa proposta será a nossa oferta para as próximas eleições», anunciou na sua intervenção a representante da ANV.
Pouco antes de finalizar o acto político da ANV em Iruñea, fez-se um apelo à organização «bairro a bairro e localidade a localidade» para fazer frente à vaga repressiva, ao mesmo tempo que se deixou o aviso de que «a repressão pode intensificar-se nas próximas horas e nas próximas semanas».
(...)
Erauskin acusa o PSOE de «preparar o terreno» para justificar a ilegalização
A parlamentar da Ezker Abertzalea, Nekane Erauskin, acusou ontem [12/01] o Governo do PSOE de «estar a preparar o terreno pouco a pouco, mediante declarações e manipulações», para «justificar a decisão política» de ilegalizar este partido e a ANV. Erauskin sublinhou as ameaças de ilegalização «dentro da estratégia que têm o PP e o PSOE para este povo, que não é outra senão a do totalitarismo, da repressão, das ilegalizações e da recalcação de direitos». «Não têm vontade de solucionar o conflito por vias políticas -declarou à Rádio Euskadi -, e por isso estão a preparar o terreno para tomar as decisões políticas que vão tomar. Logo não digam que são decisões judiciais».
Por seu lado, Gaspar Llamazares apelou ao Governo de Zapatero a que «não tome decisões apressadas e sem consenso, unicamente por interesse eleitoral ou arrastado pelo extremismo do PP», e José Bono (PSOE) disse ter a «intuição» de que os integrantes da ANV são «cúmplices e encobridores» da ETA e assinalou que lhe agradaria a sua ilegalização.
(...)
Apresentados os cabeças de lista para as eleições
(...)
Mariné Pueyo, actual conselheira [vereadora] da ANV em Iruñea, assegurou com voz firme que, «apesar de todos os obstáculos, repressão e ilegalização, a EAE-ANV estará presente nas eleições de Março».
«Temos o aval de 200.000 pessoas -recordou Pueyo -, a legitimidade outorgada nas eleições anteriores por 200.000 bascos e bascas, e porque somos a única força política que quer uma verdadeira mudança para o nosso país, e porque somos o único partido que tem uma oferta política de esquerda».
A conselheira abertzale destacou que todos os ataques que se estão a fazer há meses contra a esquerda independentista não os moverão «nem um pouco» do caminho empreendido. «Temos a firme determinação de estar presentes nos próximos comícios e levar o clamor da independência às urnas, porque o consideramos um acto de responsabilidade para com os compromissos firmados com o nosso povo. Porque às eleições de 27 de Maio – recordou - apresentámo-nos com um objectivo claro: para dar um sim rotundo ao processo democrático, para dizer sim à mudança política e para construir uma Euskal Herria pela esquerda».
(...)
«Em Março – concluindo a sua intervenção -, o País Basco tem que dar um não inequívoco à Constituição espanhola, um não à Constituição que permite continuar com a partição e negação do nosso povo, um não à Constituição que encarcera os direitos de Euskal Herria, e um sim rotundo à independência».
Fonte: Gara
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
Prisão de Herrero de la Mancha (1990)
Negu Gorriak - Hator, hator
Em 1990, os Negu Gorriak dão o seu primeiro concerto em frente à prisão de alta segurança de Herrero de la Mancha, onde se encontram os presos políticos bascos. Acompanhando a marcha anual das Gestoras Pró-Amnistia, a banda que viria a marcar o panorama musical basco apresentou-se em palco com vários encapuçados, imitando o estilo dos Public Enemy. A assistir ao concerto estavam quase 15 mil pessoas. Das janelas da prisão, os políticos bascos mostravam bandeiras e faixas.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
Testemunha desmascara versão do Estado espanhol
A testemunha estava sentada num banco de jardim com o seu cão, por volta das 10.00, na zona conhecida como Malvinas, em frente à escola de Arrasate, quando "viu descer do monte" os dois jovens.
Nesse momento, apareceram cinco Patrol da Guardia Civil "que se dirigiram a eles de imediato". Os polícias pediram as mochilas e revistaram-nas, e também se dirigiram à testemunha "a fim de que prendesse o cão e se identificasse".
Segundo o relato, os guardas civis revistaram o veículo dos jovens e viu como, "ou das mochilas ou do carro", tiraram um pacote enrolado em celofane.
Quando os agentes viram o que havia no interior do pacote, "o que dirigia a operação ordenou que lhes colocassem as algemas" e que os metessem no automóvel, devolvendo o cartão de identificação à testemunha, ordenando-lhe que se fosse embora.
A declaração da testemunha assegura que é mentira o que se publicou sobre a detenção uma vez que não era "um controlo rotineiro" e que os jovens não resistiram à detenção.
Por esta razão, dirigiu-se ao tribunal para dar a conhecer o que viu.
em Gara.net
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Albisu, López e Ruiz são presos depois de comparecerem na Audiência Nacional
Os juízes Pedraz e Garzón ordenaram o seu ingresso na prisão, depois de os acusar de “pertença a grupo armado”.
Os três cidadãos bascos que permaneciam encarcerados em Londres foram entregues ontem pela Scotland Yard a Madrid, onde foram encarcerados em Soto del Real, à espera da audiência de hoje.
Albisu, López e Ruiz foram detidos a 27 de Abril do ano passado na localidade inglesa de Sheffield, pela Scotland Yard, numa operação em que participou a Guardia Civil. Desde então, estiveram presos em Londres.
Fabricação de consenso sobre o 'inimigo'
Igor Portu e Mattin Sarasola são presos em Mondragón, no País Basco. As primeiras informações policiais dão apenas conta de que iam armados. Nenhuma outra notícia reportou qualquer acontecimento anormal.
Segunda-feira:
Igor Portu dá entrada na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de Donostia com lesões graves. O caso é noticiado e a polícia faz as primeiras declarações. Segundo a Guardia Civil, Igor Portu ter-se-á lesionado quando entrava na carrinha militar.
O relatório médico é publicado pela imprensa basca e a gravidade das lesões não é compatível com a versão policial.
A notícia espalha-se por toda a comunicação social espanhola e a polícia volta a fazer declarações. Desta vez, a Guardia Civil apresenta uma versão diferente da primeira e explica que os dois jovens iam armados, tentaram escapar e que teve de ser usada a força para a detenção. Segundo a instituição militar espanhola, essa foi a razão para as lesões.
O escândalo salta para a imprensa estrangeira - menos para a portuguesa, claro - e o ministro espanhol da Administração Interna, em representação do governo, faz as primeiras declarações. Aprova a actuação e tem plena confiança nas forças de segurança. Naturalmente, explica que se iniciará uma investigação ao que passou.
À noite, comunica-se que, graças a um croqui em papel que possuiam os detidos, se descobriu um zulo [esconderijo] da ETA com explosivos na Huesca.
Terça-feira:
Começa-se a questionar sobre o estado do outro preso, Mattin Sarasola. A comunicação social noticia a descoberta de outro zulo da ETA com explosivos, desta vez em Navarra, no País Basco.
Quarta-feira:
Fontes médicas revelam que Mattin Sarasola também tem lesões. A comunicação social destaca que o preso negou essa realidade. Não revelando que é comum que a polícia espanhola recolha declarações falsas assinadas sob ameaça de tortura.
Surpreendentemente, a imprensa espanhola noticia que os dois presos confessaram ser os autores do atentado no aeroporto de Madrid e que, para além disso, iam atacar um parque de estacionamento no centro financeiro da capital espanhola.
Alguns comentários a esta última notícia na edição digital do El País:
"Enhorabuena a las Fuerzas de Seguridad y al Gobierno. Soy votante del PP, y ahora sí que puedo felicitar al PSOE. Este es el camino, y no otro." [Um votante do PP que felicita o PSOE pelo caminho tomado]
"Felicitar de nuevo a las fuerzas de seguridad del Estado por la captura de esta gentuza.El ministro Rubalcaba está haciendo una gran labor." [Felicita as forças de segurança pela captura desta gentalha e o ministro]
"No me gusto el titular de ayer del pais. Ni "el parte medico" No se sabia de de parte de quien estaban y si sabian de que hablaban. Una fractura de costilla por mucha novela que se le eche no tiene porque ir ligado a tortura, si se le inmoviliza a alguien poniendole una rodilla sobre el torax puede puede producir una fractura, el aire(enfisema) y el derrame es casi inevitable que aparecca horas despues. Se cura solo, con un tubo en la pleura que evacue el aire y el liquido, durante unos cuantos dias, sin ninguna otra medida. Es casi un lujo tener en la UCI, una fractura de costilla , una sola y ademas en plano posterior. que al estar tumbado se estabiliza." [Critica a manchete de ontem porque é demasiado branda. Para além disso, explica, as lesões podem não ter sido por tortura e que é "quase um luxo" ter "só" estas lesões na Unidade de Cuidados Intensivos. Ou seja, com uma perfuração no pulmão, uma costela partida e lesões por todo o corpo]
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
Tortura policial põe jovem basco em estado grave II
Cerca de 350 pessoas concentram-se esta tarde em frente ao Hospital de Donostia em protesto contra as torturas de que foi vítima Igor Portu, o jovem basco detido ontem pela polícia espanhola.
Apesar de ser uma prática habitual por parte da polícia espanhola em relação aos presos políticos, desta vez um detido teve de ser internado na Unidade de Cuidados Intensivos com lesões graves. Sem forma de esconder o evidente, a polícia espanhola tentou justificar o facto com a resistência do detido.
O ministro espanhol da Administração Interna acaba de corroborar essa teoria. Para Alfredo Pérez Rubalcaba, em virtude da suposta fuga e resistência, "a Guardia Civil teve que empregar a força e fruto dessa força resultaram as lesões que têm os supostos etarras".
Ou seja, para deter uma pessoa é necessário perfurar-lhe um pulmão, provocar-lhe hemorragia no olho esquerdo, partir-lhe duas vértebras, marcar-lhe o corpo com hematomas e contusões.
Provavelmente, também tiveram de usar a força quando violaram o preso político Gorka Lupeañez com um pau ou quando introduziram o cano de uma arma descarregada dentro da vagina de uma presa política basca e simularam o disparo ou quando torturaram Lasa e Zabala até à morte.
Tortura policial põe jovem basco em estado grave I
Igor Portu está em estado considerado grave com duas costelas partidas, perfuração pulmonar, hemorragia no olho esquerdo, hemoneumotórax esquerdo, enfisema subcutâneo, para além de hematomas por todo o corpo.
O relatório médico refere ainda que o jovem de 29 anos denunciou haver sido espancado com "murros e pontapés" pela polícia. A Guardia Civil que ao principio afirmara que as lesões se deveram à entrada na carrinha da polícia vem dizer agora que teve de empregar a força porque o detido resistiu.
Por várias vezes, o Relator da ONU Contra a Tortura, a Amnistia Internacional e outras organizações humanitárias denunciaram a existência de tortura no Estado espanhol.
Já estão marcadas várias concentrações de protesto contra a tortura.
Da imprensa portuguesa, até agora nem uma palavra.
sábado, 5 de janeiro de 2008
Milhares na rua pelos presos políticos
Depois de a Audiência Nacional ter proibido a acção prevista para o Velódromo e a iniciativa Jare!, impulsionadora da convocatória, ter suspendido a sua celebração, milhares de cidadãos juntaram-se em Sagues, onde apoiaram o chamamento posterior que vários colectivos pró-amnistia realizaram a favor dos direitos dos presos políticos. Uma ampla manifestação chegou até ao Kursaal e, na sua sequência, uma pessoa foi presa.
DONOSTIA – Milhares de pessoas secundaram o chamamento realizado por dezenas de colectivos pró-amnistia para acorrerem a Donostia, na sequência da proibição por parte da Audiência Nacional espanhola da celebração do acto convocado pela iniciativa Jare! para o Velódromo de Anoeta.
Pelas 18h45 uma grande manifestação partiu desde Sagues encabeçada por um cartaz enorme, no qual se podia ler a reivindicação "Euskal presoak, Euskal Herrira!" [Os presos bascos para o País Basco!]. Este cartaz foi levado por familiares e amigos de presos políticos bascos, e, tal como era objectivo da acção do Velódromo, as ruas de Donostia converteram-se num grito a favor de "uma amnistia geral, verdadeira e plena".
Durante a marcha entoaram-se vários lemas, como "PNV espanhol", "Herriak ez du barkatuko" [O povo não perdoará] ou "Presoak kalera" [Os presos para a rua].
A mobilização terminou junto ao Kursaal, onde se celebrou um acto em que vários cidadãos realizaram um chamamento aos colectivos pró-amnistia para "trabalharem localidade a localidade e bairro a bairro" a favor da "amnistia e dos direitos de Euskal Herria".
Além disso, criticaram que o Governo espanhol, com a "ajuda" do PNV e do Executivo francês, tenha decidido que "que a repressão exercida até hoje não é suficiente" e que "Euskal Herria irá ter outros 40 anos de guerra".
Finalmente, fizeram um apelo à luta ante um "novo ciclo repressivo" e asseguraram que estão dispostos a realizar acções similares sempre que "for necessário".
Depois da conclusão da marcha, uma pessoa foi presa pela Ertzaintza, acusada de "insultar" os agentes.
Proibição desde Madrid
Esta manifestação realizou-se depois de a Audiência Nacional espanhola ter proibido a celebração do acto promovido pela iniciativa Jare! e que estava previsto para as 17h30 de hoje no Velódromo. O tribunal especial considerou que era apoiado pelo Batasuna e pela Askatasuna. Deste modo, instruiu a Ertzaintza no sentido de impedir a sua celebração e de adoptar "as medidas necessárias".
E assim o fizeram. Dezenas de agentes da Polícia autonómica colocaram-se nas imediações do Velódromo e impediram a passagem aos assistentes, rodeando o recinto. Apesar de se terem vivido alguns momentos de tensão entre os assistentes e os agentes, não se registou nenhum distúrbio.
Perante essa situação, os promotores do acto decidiram suspendê-lo, mas fazendo um chamamento à cidadania basca para que continue a trabalhar em prol dos direitos dos presos políticos e da amnistia.
em Gara
Gara entrevista ETA
Euskadi Ta Askatasuna [Pátria Basca e Liberdade]:
Não temos a menor dúvida de que uma maioria ampla da sociedade basca apoia o projecto de um Estado do País Basco
Numa grande entrevista concedida ao diário basco Gara, a ETA afirma que "um povo, para garantir a sua sobrevivência, deve poder estruturar-se e é nesse contexto onde se situa o nosso [povo]: soberano, com o seu Estado próprio [...], um projecto que uma maioria ampla da sociedade apoia".
Considera que "Zapatero realizou uma decisão, uma decisão equivocada porque anuncia anos largos de conflito por parte do Estado espanhol", mas recorda que todos (PSOE e PP) são conscientes de que o conflito só será superado através de negociações: "Mais tarde ou mais cedo terão que voltar a esse caminho".
A ETA reitera que "não vai deixar passar as manobras de guerra suja de um Estado terrorista" e que actuará "contra quem persiga gudaris [combatentes bascos] ou cidadãos bascos.
Não há derrota militar possível porque as raízes do conflito são políticas. Não podem vencer contra a vontade dos cidadãos.
Os militantes do PSOE deviam reflectir sobre as consequências que acarreta para todos tanta repressão.
Com o Plano Ibarretexe criaram um instrumento para representar um falso confronto com o Estado
entrevista completa em Gara.net
Perseguição à Acção Nacionalista Basca
O director-geral da Políca espanhola e da Guardia Civil, Joan Mesquida, explicou que solicitou às Forças de Segurança do Estado a busca de provas "suficientes" para que a Justiça ilegalize a EAE-ANV. O sindicato LAB denunciou a "caça política" que o Governo espanhol dirige contra a formação ekintzale e o EHAK [Partido Comunista das Terras Bascas].
Palma de Maiorca – Mesquida indicou que "temos a convicção moral da ilegalidade" da EAE-ANV, mas matizou que as suspeitas "não são suficientes, e que se necessita de provas", uma vez que "estamos a falar da limitação de direitos fundamentais" consignados na Constituição espanhola. A este respeito, acrescentou que a "democracia" espanhola "é, foi e continuará a ser forte" e que "não vai fraquejar" na luta contra os seus inimigos.
Para Mesquida, o auto do Supremo Tribunal que decidiu não proceder ao embargo das herriko tabernas "demonstrou" que as provas a apresentar "têm que ser suficientes", pelo que recomendou que se proceda à denúncia da formação ekintzale apenas quando se tenha conhecimento de que está relacionada com actividades ilícitas ou que "dê amparo" a grupos ilegalizados; porque, no seu parecer, "com estas condicionantes não tem lugar na Constituição".
"Caça política"
O sindicato LAB denunciou que existe uma "caça política e jurídica" contra a EAE-ANV e o EHAK, e afirmou que o PSOE mantém políticas que "nos afastam de expectativas de solução do conflito" e que, juntamente com o PP, pretende "reformas de fachada" do marco autonómico, enquanto o PNV está "sempre disposto a esquivar-se em novos episódios de fraude política".
O LAB censurou "a estratégia de agressão, perseguição e ilegalizações" que pretende "condicionar e eliminar a margem de iniciativa e proposta política da esquerda abertzale".
Nesse sentido, assinalou que o Governo espanhol se prepara para "um passo mais na vulnerabilização dos direitos civis e políticos de milhares e milhares de cidadãos e cidadãs mediante novas ilegalizações".
Na sua perspectiva, o PSOE "continua a abordar políticas que nos afastam de esquemas e expectativas de solução do conflito, de negociação e acordos políticos" e que, pelo contrário, "aprofundam as terapias e medidas que o PP pôs em marcha pela mão de Aznar".
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Ertzaintza detém jovem em Irun por atirar tinta contra sede
Foi acusado de atirar tinta contra a fachada da sede do PSE em Irun. Perto, foram encontrados panfletos com palavras de ordem contra a dispersão dos presos políticos bascos.
Askatasuna denuncia a actuação da Polícia Municipal em Arbizu que causou dezenas de feridos
De acordo com a organização anti-repressiva, agentes da Polícia Municipal, que seguiam em duas carrinhas, arrancaram cartazes em memória da familiar do preso político basco Unai González, falecida em consequência de um desastre de automóvel quando se dirigia à prisão de Teruel para o visitar.
Segundo relata, uma pessoa aproximou-se deles e questionou a sua actuação. "Essa pessoa foi levada para trás das carrinhas e começaram a bater-lhe, tendo-lhe causado marcas por todo o corpo", explica.
Vários moradores viram a agressão e acudiram ao vizinho "deitado no chão, sangrando pela boca e com três agentes sobre ele, momento em lhes pediram que o deixassem em paz".
Nessa altura, os restantes agentes começaram a agredir estas pessoas, provocando uma grande agitação e a resposta de outros moradores, que viam como a gente da localidade estava a ser "espancada" pela Polícia Municipal.
Os agentes empregaram material anti-distúrbios e provocaram contusões e ferimentos em dezenas de pessoas, segundo a Askatasuna.
Cerca de 400 habitantes manifestaram-se ontem em Arbizu reclamando a libertação sem encargos dos moradores detidos, e acusados de "atentado contra agentes da autoridade, resistência e danos intencionais em carros-patrulha".
Por último, a Askatasuna denunciou a "utilização política da Polícia Municipal pela UPN, desenvolvendo actividades persecutórias e de repressão política".
Fonte: Gara
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
ETA: “Ninguém vai domar a vontade de construir o Estado de Euskal Herria”
A ETA afirma que o Governo espanhol estabeleceu uma situação de excepção que “procura a destruição do independentismo basco”, para além de revelar “a intenção de aprofundar o terrorismo de Estado”.
“Habituaram-se a praticar o terrorismo de Estado no passado e agora fazem o mesmo”, declara a organização armada basca, que se refere a Rubalcaba como “o ministro dos GAL”, para afirmar que, apoiando-se no lema do ‘vale tudo contra a ETA’, “cidadãos bascos são torturados com total impunidade nas esquadras da Guardia Civil, são submetidos a sessões de saco e de banheira, e violados com a introdução de paus pelo ânus.” A ETA menciona ainda o recente falecimento de Natividad Junko, para assegurar que, com o endurecimento da dispersão, das penas ou da não libertação dos presos doentes, “o Governo espanhol aposta em prolongar o conflito”.
Noutra alínea do comunicado, a ETA faz alusão às “prisões habituais” e também às “mensagens vazias e ameaçadoras” ouvidas depois do atentado contra a sede do PSOE em Balmaseda, para responder que “a situação do ‘estado de excepção’ pensada por Ferraz, as ameaças de Rubalcaba e os avisos de Ares acabaram com a paciência dos cidadãos”. A ETA tem palavras duras para as manifestações de porta-vozes do Governo de Lakua, a quem responde que “os que provocam asco a este povo são os que suportam a tortura e os traidores”. A ETA pressagia “o fracasso das políticas de opressão e da negação” porque “ninguém vai vencer a vontade de criar o Estado de Euskal Herria”.