sexta-feira, 28 de abril de 2006
15 meses de prisão para Otegi
A Audiência Nacional espanhola acaba de condenar Arnaldo Otegi, porta-voz do Batasuna, a 15 meses de prisão "por enaltecimento do terrorismo" e a mais 7 anos de inibição de se poder candidatar a cargos políticos. Esta sentença vem na sequência de uma homenagem ao histórico dirigente da ETA "Argala" no 25º aniversário da sua morte. A defesa de Otegi recorrerá agora para o Supremo Tribunal.
A concretizar-se a prisão do dirigente da esquerda independentista, abre-se um obstáculo muito forte ao aprofundamento do processo de paz. A ETA decretou um cessar-fogo permanente e representa, até este momento, a única organização no plano militar que deu passos em prol da paz. De resto, a repressão prossegue com toda a normalidade. As manifestações do Aberri Eguna [dia da pátria basca] convocadas pelo Batasuna foram proíbidas. Há poucas semanas um jovem foi preso e torturado. De seguida, uma outra jovem foi detida. Jokin Gorostidi faleceu no contexto do mega-processo 18/98. Agora pretende-se encarcerar Otegi.
Há que destacar a inocência de Otegi. A homenagem a "Argala" não era apenas justa, era um dever de todo o revolucionário. Este militante histórico participou na acção militar que eliminou o terrorista Almirante Carrero Blanco e que abalou as estruturas do franquismo. Participou na consolidação da organização armada ETA e no alargamento do Movimento de Libertação Nacional Basca.
Lê mais sobre a vida de Jose Miguel Beñaran Ordeñana "Argala"
quarta-feira, 26 de abril de 2006
ASEH comemora Abril e luta do povo basco
A participação de milhares e milhares de pessoas marcou o desfile comemorativo do 25 de Abril de 1974. Entre centenas de organizações, a ASEH percorreu a Avenida da Liberdade sob o aplauso dos assistentes que se acumulavam nas sombras dos passeios. Acompanhando-nos, os companheiros bascos do Batasuna, da Askapena, da Etxera e da Askatasuna homenagearam também a Revolução de Abril e a luta dos portugueses por uma sociedade mais justa.
De seguida, um jantar de solidariedade com a luta do povo basco reuniu cerca de 70 pessoas. As intervenções dos companheiros bascos foram acompanhadas com aplausos, demonstração de carinho para com todos os que lutam contra a opressão dos Estados espanhol e francês. Perante a notícia do falecimento de Jokin Gorostidi, todos se levantaram para o homenagear.
Nos próximos dias, como noticiado, estaremos em debates na Univ. de Évora; na FCSH - Universidade Nova de Lisboa; na Cooperativa Gesto, em Miragaia, no Porto; no Museu República e Resistência em Lisboa e estaremos no desfile do 1º de Maio em Lisboa convocado pela CGTP que partirá do Estádio 1º de Maio rumo à Cidade Universitária, onde teremos a nossa "herriko taska" com materiais, comida e bebida.
Falecimento de Jokin Gorostidi
Foi com tristeza que a ASEH recebeu a notícia do falecimento do histórico militante da esquerda independentista Jokin Gorostidi. Depois de um ataque cardíaco o companheiro basco não resistiu a 4 dias de coma. A Mesa Nacional do Batasuna afirmou que acabou assim "uma vida imersa na luta pela liberdade de Euskal Herria". Deixamos a nossa sentida homenagem a um homem que esteve em momentos fundamentais da luta do povo basco. Um daqueles a que Brecht chamava os "imprescindiveis".
«A figura política de Jokin Gorostidi vem reflectir efectivamente quatro décadas de esquerda independentista, dois terços largos de uma vida na qual esteve sempre "preparado para assumir o que tinha de assumir". Por exemplo, a dupla condenação à morte imposta no processo de Burgos e que recordava numa entrevista, faz alguns anos. Quando os advogados lhe comunicaram a sentença, Jokin recordava que respondeu: "Isto vai servir para mobilizar ainda mais o nosso povo. Não dissemos na rua que estavamos dispostos a dar a vida?".»
Lê o resto da notícia em Gara.net
sábado, 22 de abril de 2006
Jokin Gorostidi em estado grave
O militante histórico da esquerda independentista Jokin Gorostidi encontra-se em estado muito grave num hospital em Donostia. Gorostidi foi, nos anos 70, um dos arguidos do célebre Processo de Burgos, no qual se pretendia condenar à morte um conjunto de militantes da ETA. Amnistiado, participou na formação partidária HASI e integrou a mesa nacional do Herri Batasuna. Está actualmente no grupo de acusados do Processo 19/98.
sexta-feira, 21 de abril de 2006
ASEH inicia semana de luta e de esclarecimento solidários com o povo basco
O dia 25 de Abril configura uma data importante para o povo português. O conjunto de lutas que o povo português travou contra o fascismo deu frutos naquela madrugada de 1974. O processo revolucionário que daí se desenvolveu foi um dos mais profundos que a Europa Ocidental conheceu desde a Comuna de París. A classe trabalhadora encetou um largo caminho rumo à sua própria autodeterminação, rumo a um futuro construido pelas suas próprias mãos. Infelizmente, as forças reaccionárias travaram e trairam o povo português. A direita que contamina o Estado português apoderou-se de novo do poder económico e, consequentemente, do poder político. Os ataques à Constituição da República Portuguesa nascida na Revolução de Abril, os ataques ao Estado ao serviço da população, a subserviência às orientações capitalistas da União Europeia, e demais instrumentos do imperialismo e a degradação da independência nacional são problemas que nos devem mobilizar para a luta.
A Associação de Solidariedade com Euskal Herria (ASEH) participa nessa luta. Apelamos a que todos participem connosco e com o povo português na Avenida da Liberdade na homenagem à Revolução de Abril. No dia 25 de Abril, às 14h30, manifestar-nos-emos por Portugal e Euskal Herria independentes e socialistas. A decisão do futuro dos povos deve estar nas mãos de todos nós e não nas mãos de um punhado de oligarcas.
A ASEH inicia também no dia 25 de Abril uma série de acções solidárias com o povo basco. Estas acções culminarão no 1º de Maio, momento alto não só da classe trabalhadora portuguesa mas também dos trabalhadores de todos os países. Estarão connosco companheiros da Askapena, da Askatasuna e do Batasuna.
Acções de luta e de esclarecimento (actualizaremos os dados que faltam):
24 de Abril
- Conferência de imprensa em frente à embaixada do Estado espanhol, 16.30
25 de Abril
- Desfile na Av. da Liberdade, 14.30
- Jantar no Clube Estefânia, 20.00
27 de Abril
- Debate sobre a luta do povo basco na Universidade de Évora, 16.30
28 de Abril
- Debate sobre a luta do povo basco na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (UNL), 15.00
29 de Abril
- Debate sobre a luta do povo basco em Miragaia, na cooperativa Gesto, às 21h30, com a presença do jornalista Rui Pereira
30 de Abril
- Debate sobre a luta do povo basco no Museu República e Resistência, 16.30, seguido de jantar
1 de Maio
- Desfile com partida no Estádio 1º de Maio e fim na Cidade Universitária
- Banca com materiais de solidariedade, com comida e bebida na Cidade Universitária
quinta-feira, 20 de abril de 2006
Agência noticiosa espanhola pede desculpa a jornalista português
A agência noticiosa oficial espanhola EFE, foi finalmente obrigada a divulgar umha retractaçom pública e um pedido de desculpas em relaçom às acusaçons publicadas contra o jornalista português Rui Pereira, em que o acusava de "mater ligaçons" com a organizaçom ETA e de realizar trabalhos "pouco objectivos" sobre o conflito basco-espanhol.
As difamaçons partírom da difusom de umha entrevista de Rui Pereira com a organizaçom armada em 2003, cuja transmissom foi retirada, no próprio dia, do telejornal da noite do canal privado português SIC, na seqüência da intervençom do Conselho de Administraçom da agência espanhola. EFE pressionou na altura, através do seu delegado em Lisboa, Juan Frisuelos, os media portugueses para impedir a difusom do documento jornalístico, tecendo graves acusaçons contra Rui Pereira, que agora vê como os tribunais consideram a sua queixa contra EFE, obrigando a agência espanhola a umha desculpa e umha rectificaçom pública.
Em concreto, o desmentido agora publicado por ordem judicial, afirma que aquelas acusaçons fôrom "infundadas", tal como todo quanto naquela ocasiom pudesse levar a pôr em questom o profissionalismo de Rui Pereira, que avaliou todo o processo afirmando que "vem demonstrar com eloqüência bastante, ao exterior, como trata o jornalismo espanhol o chamado conflito basco, quando a agência oficial espanhola de notícias se permitiu tratar um jornalista estrangeiro em moldes tais que tivo de se desmentir e retractar de umha forma a tal ponto humilhante". Pereira acrescentou ainda que "é bom que os jornalistas portugueses chamados a cobrirem esta questom tenham em conta o agora sucedido, como recomendaçom de prudência e distanciamento relativamente à leitura pola imprensa espanhola do conflito basco, do qual se assume, declaradamente ou nom, como parte".
quinta-feira, 13 de abril de 2006
Orain herria, orain bakea! Agora o povo, agora a paz!
No próximo dia 14 de Abril, dezenas de milhares de jovens bascos "ocuparão" a pequena povoação de Sakana*Etxarri, na provincia basca de Navarra. Ali, encrustada no meio das montanhas, realiza-se o festival bianual do movimento juvenil da esquerda independentista. Todas as ruas e edificios municipais servirão de espaço à acção festiva. Durante 4 dias, uma pequena festa do avante!, com as devidas diferenças, animará as encostas de um país que luta pela liberdade.
A oportunidade de se assistir a debates sobre a história do movimento sindical, do movimento juvenil, sobre a luta da esquerda independentista, sobre temas ligados ao trabalho, ao ensino, à saúde, ao ambiente, à sexualidade, à cultura, ao desporto e à cultura é fascinante. O torno central de toda a festa encontra-se no convivio, na partilha de experiências e na luta pela independência e pelo socialismo. A música, que percorrerá toda a povoação com pequenos e grandes concertos abarcando todo os estilos, fará da célebre máxima de "festa sim, luta também" uma realidade.
No dia 16, páscoa, celebra-se o Aberri Eguna [Dia da Pátria]. As ruas de centenas de localidades bascas encher-se-ão de manifestações. A trégua permanente da E.T.A., que procura encontrar na autodeterminação a solução para o conflito, mobilizará milhares de pessoas que não quererão deixar de mostrar que a organização armada não é o problema mas sim a falta de democracia. A luta trava-se agora nas ruas.
Gora Euskal Herria askatuta eta sozialista!
Viva o País Basco livre e socialista!
Secretário de Estado espanhol censura pergunta sobre tortura
O extracto da reportagem está no site do diário basco 'Gara'. Transcrevemos aqui o incómodo de quem usa métodos fascistas:
"Camacho diz ao jornalista que «não se podem generalizar» as denúncias por tortura e que «cada uma das suposições tem de ser investigada».
O'Shea diz-lhe para «ver alguns exemplos. Aqui tenho muitos», afirma enquanto desfolha um monte de papéis.
«Você pode contar-me as denúncias dessas pessoas, o qual não quer dizer que seja uma investigação séria. Em qualquer país europeu, as investigações sérias são as que fazem as instâncias judiciais, onde, da maneira mais adequada e com as garantias suficientes para todas as partes, pode investigar-se», responde-lhe Camacho.
«Evidentemente, também há muita gente e organizações como a Human Rights Watch, a Amnistia Internacional e 37 grupos de Barcelona que concordaram que existe tortura no acto de incomunicação [dos detidos]», replica o jornalista, que recorda os documentos do ex-Relator da ONU para a Tortura, Theo van Boven.
É nesse momento que Camacho lhe ordena que apague a câmera: «Corta. Vamos discutir as condições da entrevista». [Isto perante o ar embasbacado do repórter]"
quarta-feira, 12 de abril de 2006
Solidariedade com Carlos Marabuto
O comandante da Divisão de Aveiro da PSP, comissário Sérgio Loureiro, declarou que «a PSP já está informada da situação e fez a respectiva comunicação ao Ministério Público, como medida de cautela».
«As pessoas são livres de manifestarem o apoio político que entenderem, mas a ETA está ligada a actividades puníveis por lei, pelo que as actividades daquela organização são naturalmente seguidas», adiantou o comissário da PSP.
A existência de uma montra com cartazes e mensagens escritas em basco, de propaganda daquela organização, é revelada na edição de hoje do semanário local «O Aveiro».
O jornal entrevistou o arrendatário do espaço comercial, um ex- emigrante português que esteve radicado no País Basco durante 22 anos, que confessa ter ali participado em várias iniciativas de apoio à ETA e ao ilegalizado partido Herri Batasuna.
O ex-emigrante Carlos Marabuto, em declarações àquele jornal, considera que as mensagens de propaganda «em nada infringem a legislação nacional» e argumenta que «em Portugal a ETA não pode ser considerada uma organização terrorista porque nunca atentou contra o Estado português».
A loja situa-se no último andar do Centro Comercial OITA, numa zona com pouco movimento, e encontra-se encerrada e tapada com papel de cenário, tendo na montra cerca de meia centena de mensagens de propaganda coladas, entre panfletos, fotografias, desenhos, bandeiras e autocolantes.
Recentemente e antes da colocação da propaganda da ETA na montra, a PSP já havia apreendido ao ex-emigrante português um autocolante daquele movimento."
em Portugal Diário; TVI; Online News
A Constituição da República Portuguesa prevê a solidariedade com a insurreição dos povos contra todas as formas de opressão. Carlos Marabuto não fez mais que expressar a sua profunda solidariedade para com um povo que sofre e luta diariamente para ser livre.
Milhares de pessoas voltam às ruas
Foi com alegria que assistimos à libertação dos dirigentes da esquerda independentista injustamente presos. Nas ruas de Donostia participaram numa acção do Batasuna com a participação de milhares de pessoas.
quinta-feira, 6 de abril de 2006
domingo, 2 de abril de 2006
80 000 pessoas pelo direito à autodeterminação
Rompendo todos os limites dos últimos cinco anos, dezenas de milhares de cidadãos bascos apoiaram ontem em Bilbau a manifestação a favor de uma solução baseada na decisão e no acordo convocada conjuntamente pelo Batasuna, EA, Aralar, AB, ANB, Zutik e pelos sindicatos ELA, LAB, EHNE, ELB, ESK, STEE-EILAS e HIRU, e que para além do mais contava com o apoio de quase 50 agentes sociais. A marcha partiu da praça Aita Donostia pelas 17.30 entre aplausos e uma enorme expectativa mediática.
Ao longo de todo o percurso os participantes gritaram palavras de ordem a favor da independência e em apoio aos presos políticos bascos. Bandeiras catalãs, castelhanas, bretãs e navarras encargaram-se de colorir enquanto que enormes letras formavam a palavra "Konponbide", junto uma enorme bandeira pela repatriação dos presos políticos.
em Gara.net