terça-feira, 4 de maio de 2010

Formações partidárias e agentes sociais e sindicais pedem que se acabe com o regime de incomunicação


EA, Aralar, Alternativa, esquerda abertzale e agentes sociais e sindicais fizeram um apelo para que se acabe com a aplicação do regime de incomunicação aos detidos e pediram que «sejam garantidos os direitos civis e políticos» que assistem a qualquer pessoa.

Ander Rodríguez, o representante da Alternatiba nas Juntas de Gipuzkoa, Eva Aranguren (EA), Jon Abril, vice-coordenador do Aralar, o advogado Alfonso Zenon, a membro da esquerda abertzale Miren Legorburu, o autarca de Urnieta, Mikel Izagirre, que esteve presente a título pessoal, a secretária-geral do LAB, Ainhoa Etxaide, representantes do ENHE, HIRU, CPT, Salaketa, Lokarri, Gazte Abertzalea e Etxerat participaram numa conferência de imprensa em Donostia para avaliar a situação em que se encontra um grupo de pessoas e associações que trabalham pelos presos ou manifestaram a sua solidariedade com eles após a última operação policial decretada pelo juiz da Audiência Nacional espanhola Fernando Grande-Marlaska.

O auto coloca advogados e organizações como o TAT, o Behatokia, a Etxerat e a Askatasuna na mira da repressão, referindo que se tratam de organismos vinculados à ETA. Também se encontram nessa situação pessoas ligadas a eles que surgem mencionadas nos depoimentos realizados por detidos durante o período de incomunicação em poder das FSE.
Em nome dos diversos agentes, Ander Rodríguez procedeu à leitura do comunicado que elaboraram e no qual se afirma que, durante os últimos anos, os agentes presentes mantiveram relações «de forma transparente, democrática e política», precisando que o seu trabalho é «totalmente legítimo e não pode ver-se impedido de maneira injusta».

Garantias para os seus direitos
Manifestaram a sua preocupação relativamente à situação que estas pessoas vivem e dirigiram-se aos governos, responsáveis políticos e instâncias «necessárias» para pedir que, «no caso de haver acções judiciais» contra estes colectivos, «sejam utilizados procedimentos totalmente democráticos, respeitando todos os seus direitos e garantias a todo o momento».

Pediram que se acabe com «o recurso ao regime de incomunicação, seguindo as recomendações feitas pela ONU» e que «sejam garantidos os direitos civis e políticos e humanos que assistem a qualquer pessoa».

Constataram que a denúncia da repressão «se tornou alvo de criminalização e castigo de forma a criar entraves» à sua expressão, tendo enquadrado neste contexto as últimas detenções de advogados de presos políticos bascos.

Trabalho público, transparente
Amaia Esnal, em nome dos cidadãos envolvidos, salientou que o seu trabalho é público, transparente.
«O processo político e democrático é um caminho sem alternativa», afirmou, para acrescentar que «se trata do único caminho capaz de superar o conflito em todas as suas expressões e que logrará o respeito por todos os direitos». «Todas as vontades e compromissos se deveriam juntar nesta direcção», afirmou.
Fonte: Gara

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«Grupos anti-repressivos defendem o seu trabalho para alcançar a paz e a democracia», de Gari MUJIKA
"Sindicatos, agentes políticos e sociais deram ontem uma conferência de imprensa conjunta para reivindicar a necessidade de um envolvimento social forte contra a repressão. Constatam os nomes de pessoas e falsas acusações no auto de Grande-Marlaska após a última operação policial, recordam que essa criminalização crescente é alimentada com declarações forçadas e sublinham que é preciso desterrar estas práticas para desenvolver a paz e a democracia."

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