Numa conferência de imprensa que decorreu em Donostia, representantes da esquerda abertzale, do Eusko Alkartasuna e da Alternatiba explicaram os motivos e os objectivos que os levaram a convocar uma manifestação nacional em defesa do exercício do direito à autodeterminação, que terá lugar no próximo sábado na capital guipuscoana. "Nazioa gara. Autodeterminazioa" [Somos uma nação. Autodeterminação] é o lema da mobilização, que partirá às 17h30 do túnel do Antiguo.
Rufi Etxeberria e Miren Legorburu (pela esquerda abertzale), Ikerne Badiola e Mariano Alava (EA) e Jonatan Martínez e Ander Rodríguez (Alternatiba) integraram a mesa que apresentou esta convocatória, da qual o Aralar se distanciou à última hora. Não obstante, os convocantes, que apelam à participação dos cidadãos bascos no seu conjunto, esclareceram que a sua iniciativa está aberta a outros agentes sociais, sindicais e políticos.
O texto acordado entres as três forças - que foi lido por Badiola e Alava - começa por fazer alusão à recente resolução do Tribunal Constitucional espanhol contra “o Estatut aprovado pelos cidadãos catalães", afirmando em seguida que essa decisão “voltou a deixar em evidência que a Constituição espanhola é um instrumento para a negação dos direitos e das aspirações democráticas”.
Lembra também que, nesse mesmo dia, 10 de Julho, haverá em Barcelona uma manifestação com o lema "Som una nació. Nosaltres decidim", organizada pelo Òmnium Cultural.
Novo enquadramento político
Neste contexto, EA, Alternatiba e esquerda abertzale consideram necessário "um enquadramento político que inclua o direito a decidir ou o direito à autodeterminação para dois povos que querem escolher o seu futuro, para Catalunya e Euskal Herria".
E salientam que "é imprescindível proceder a uma segunda transição no Estado espanhol, tanto em matéria territorial como no que respeita ao enquadramento jurídico", para que sejam reconhecidas juridicamente a identidade nacional basca e a catalã, e na qual "o nacionalismo espanhol faça o caminho até à plena democracia".
Consideram que um Estado que "se autodenomina como Estado de direito" não pode aceitar que "os organismos que o compõem se posicionem contra a vontade expressa pelos seus cidadãos em referendo". Entendem que deveria ser "garantia da vontade popular".
Democracia e reconhecimento de direitos
Lembram, neste contexto, que os cidadãos bascos e os catalães "querem abandonar o labirinto de negações" que dura há já muito tempo e que defendem o seu direito a escolher o seu próprio futuro, "sem hipotecas nem ingerências".
"Os cidadãos de ambas as nações merecem um futuro assente na democracia e no reconhecimento dos direitos", sublinham EA, Alternatiba e esquerda abertzale.
Marcha atrás do Aralar
Quando, na sexta-feira à tarde, foi enviada aos meios de comunicação a nota em que se anunciava a conferência de imprensa que ontem decorreu em Donostia a partir das 11h30, o Aralar figurava no grupo de convocantes, juntamente com a Alternatiba, o Eusko Alkartasuna e a esquerda abertzale. No entanto, a formação liderada por Patxi Zabaleta não esteve presente, já que, de acordo com a explicação avançada por Miren Legorburu num primeiro momento, decidiram fazer marcha atrás ainda na sexta-feira, isto apesar do acordo que tinham manifestado anteriormente.
No turno de questões, os jornalistas procuraram saber algo de mais concreto sobre a atitude do Aralar. Então, tanto Legorburu como Mariano Alava disseram que, já depois de ter sido acordado o texto da convocatória, o Aralar apresentou um alternativo, "não uma contribuição concreta". Como esse novo documento não foi aceite, por volta das sete da tarde o Aralar comunicou aos seus interlocutores que não estaria presente na conferência de imprensa matinal.
Precisamente, o Aralar esperou até às 11h00 de ontem para divulgar uma uma nota de imprensa em que confirmava que não iria convocar a manifestação de Donostia do próximo sábado - adere, isso sim, à que irá decorrer em Barcelona. Esta formação considera que, após a sentença do Tribunal Constitucional sobre o Estatut, "deve ser reconhecido o protagonismo e a estratégia das forças políticas e, sobretudo, dos cidadãos da Catalunya", e afirma que "o modelo que devemos procurar em Euskal Herria" é o da Catalunya, dando especial relevo ao facto de essa manifestação "reunir mais de 85% da representação do Parlament".
Ora, de acordo com o expressaram ao Gara fontes das três forças que convocaram a manifestação com o lema "Nazioa gara. Autodeterminazioa", o Aralar queria limitar o carácter da mobilização de Donostia a um mero acto de solidariedade com a Catalunya.
Fonte: Gara
Rufi Etxeberria e Miren Legorburu (pela esquerda abertzale), Ikerne Badiola e Mariano Alava (EA) e Jonatan Martínez e Ander Rodríguez (Alternatiba) integraram a mesa que apresentou esta convocatória, da qual o Aralar se distanciou à última hora. Não obstante, os convocantes, que apelam à participação dos cidadãos bascos no seu conjunto, esclareceram que a sua iniciativa está aberta a outros agentes sociais, sindicais e políticos.
O texto acordado entres as três forças - que foi lido por Badiola e Alava - começa por fazer alusão à recente resolução do Tribunal Constitucional espanhol contra “o Estatut aprovado pelos cidadãos catalães", afirmando em seguida que essa decisão “voltou a deixar em evidência que a Constituição espanhola é um instrumento para a negação dos direitos e das aspirações democráticas”.
Lembra também que, nesse mesmo dia, 10 de Julho, haverá em Barcelona uma manifestação com o lema "Som una nació. Nosaltres decidim", organizada pelo Òmnium Cultural.
Novo enquadramento político
Neste contexto, EA, Alternatiba e esquerda abertzale consideram necessário "um enquadramento político que inclua o direito a decidir ou o direito à autodeterminação para dois povos que querem escolher o seu futuro, para Catalunya e Euskal Herria".
E salientam que "é imprescindível proceder a uma segunda transição no Estado espanhol, tanto em matéria territorial como no que respeita ao enquadramento jurídico", para que sejam reconhecidas juridicamente a identidade nacional basca e a catalã, e na qual "o nacionalismo espanhol faça o caminho até à plena democracia".
Consideram que um Estado que "se autodenomina como Estado de direito" não pode aceitar que "os organismos que o compõem se posicionem contra a vontade expressa pelos seus cidadãos em referendo". Entendem que deveria ser "garantia da vontade popular".
Democracia e reconhecimento de direitos
Lembram, neste contexto, que os cidadãos bascos e os catalães "querem abandonar o labirinto de negações" que dura há já muito tempo e que defendem o seu direito a escolher o seu próprio futuro, "sem hipotecas nem ingerências".
"Os cidadãos de ambas as nações merecem um futuro assente na democracia e no reconhecimento dos direitos", sublinham EA, Alternatiba e esquerda abertzale.
Marcha atrás do Aralar
Quando, na sexta-feira à tarde, foi enviada aos meios de comunicação a nota em que se anunciava a conferência de imprensa que ontem decorreu em Donostia a partir das 11h30, o Aralar figurava no grupo de convocantes, juntamente com a Alternatiba, o Eusko Alkartasuna e a esquerda abertzale. No entanto, a formação liderada por Patxi Zabaleta não esteve presente, já que, de acordo com a explicação avançada por Miren Legorburu num primeiro momento, decidiram fazer marcha atrás ainda na sexta-feira, isto apesar do acordo que tinham manifestado anteriormente.
No turno de questões, os jornalistas procuraram saber algo de mais concreto sobre a atitude do Aralar. Então, tanto Legorburu como Mariano Alava disseram que, já depois de ter sido acordado o texto da convocatória, o Aralar apresentou um alternativo, "não uma contribuição concreta". Como esse novo documento não foi aceite, por volta das sete da tarde o Aralar comunicou aos seus interlocutores que não estaria presente na conferência de imprensa matinal.
Precisamente, o Aralar esperou até às 11h00 de ontem para divulgar uma uma nota de imprensa em que confirmava que não iria convocar a manifestação de Donostia do próximo sábado - adere, isso sim, à que irá decorrer em Barcelona. Esta formação considera que, após a sentença do Tribunal Constitucional sobre o Estatut, "deve ser reconhecido o protagonismo e a estratégia das forças políticas e, sobretudo, dos cidadãos da Catalunya", e afirma que "o modelo que devemos procurar em Euskal Herria" é o da Catalunya, dando especial relevo ao facto de essa manifestação "reunir mais de 85% da representação do Parlament".
Ora, de acordo com o expressaram ao Gara fontes das três forças que convocaram a manifestação com o lema "Nazioa gara. Autodeterminazioa", o Aralar queria limitar o carácter da mobilização de Donostia a um mero acto de solidariedade com a Catalunya.
Fonte: Gara