sábado, 3 de dezembro de 2011

A Polícia espanhola prendeu Oihana Agirre na véspera de mobilização convocada em seu apoio

Oihana Agirre foi abordada ontem ao princípio da noite por agentes da Polícia espanhola e transferida para a sede da Subdelegação do Governo espanhol em Donostia. Consumava-se assim a sua detenção, para cumprir uma pena de oito anos que tinha sido ratificada recentemente pelo Supremo Tribunal. Esta instância validou o castigo imposto pela Audiência Nacional sob a acusação de militar na Askatasuna.

O seu caso despertou um grande apoio em Donostia, sobretudo centrado no bairro de Egia. Ali, no sábado passado teve lugar um acto em que se chamou a atenção para este e outros acontecimentos repressivos e em que se fez uma convocatória para hoje às 17h00. No Tribunal de Atotxa, será feito um cordão humano. Antes, às 13h00, uma manifestação partirá da Plaza Berri, em Egia, para protestar contra a detenção da sua conterrânea.
A detenção consumou-se ontem por volta das 20h30, quando Agirre saía da Arrano Elkartea acompanhada por várias pessoas, incluindo um advogado. A detenção ocorreu sem incidentes, mas por entre emotivas manifestações de apoio à jovem.

«Muro popular»
O caso de Agirre gerou uma reacção bastante plural, como ficou claro na conferência de imprensa em que foi apresentada a convocatória do cordão humano para esta tarde.
Entre outros, participaram na conferência de imprensa Joxean Agirre, representante do Eleak; o secretário da Salud Laboral da CCOO-Euskadi, Jesús Uzkudun; Mikel Izagirre, da Ezker Anitza; Ritxar Maritxalar, director da ikastola Langaitz; Aitziber Blanco (Lokarri); o professor Xabier Apaolaza; o docente da UPV Fito Rodríguez Bornaetxea; e o bertsolari Beñat Gaztelumendi. Todos eles pediram que hoje se «cercasse» o Palácio da Justiça donostiarra, de forma a lançar uma mensagem de unidade das forças que se opõem à repressão e defendem os direitos civis e políticos.

No caso concreto de Oihana Agirre, afirmaram que o seu único crime foi o de «denunciar a cruel situação que os presos e exilados bascos vivem». E salientaram que «a criminalização de pessoas pelas suas ideias políticas é inadmissível em qualquer momento ou situação», mas mais ainda numa conjuntura como a actual.
O protesto de hoje incidirá também no facto de 111 pessoas de Gipuzkoa estarem envolvidas em processos judiciais ou à espera de sentença, unicamente por terem realizado um trabalho de cariz político. / Fonte: Gara / Ver também: Berria

ADENDA: «O Acordo de Gernika afirma que a detenção de Oihana Agirre constitui "um grave ataque ao processo de soluções"» (Gara) / Ver também: Berria