terça-feira, 3 de abril de 2012

Em Buenos Aires recordou-se o Aberri Eguna homenageando os presos e Jon Idigoras

Com a organização a cargo dos Euskal Herriaren Lagunak (Amigos do Povo Basco, da Argentina), teve lugar em Buenos Aires um acto emotivo e bastante concorrido para recordar a luta do povo basco, tanto a histórica como a actual.

Nesse âmbito, foram projectados dois vídeos, um em que se mostra a imponente mobilização de Janeiro último em Bilbo em defesa da amnistia para todos os presos e presas bascos, e outro que aborda a vida do dirigente independentista revolucionário Jon Idigoras, no qual se presta uma homenagem a todos os lutadores/as que ao longo de décadas foram plantando em Euskal Herria a semente da liberdade e da reivindicação da independência e do socialismo.

Na ocasião, falaram os membros dos EHL María Torrellas (do periódico Resumen Latinoamericano) e Chacho Berrozpe, da organização Fogoneros. A primeira fez um relato pormenorizado da conjuntura histórica em que o «nacionalismo» espanhol foi assentando as bases para impedir que o povo basco alcançasse a sua independência ao longo dos séculos. Primeiro, através das invasões genocidas; depois, com as chamadas guerras carlistas; posteriormente, com a implantação do fascismo, através da guerra contra-revolucionária (a mal chamada Guerra civil espanhola) e a chegada de Franco ao poder; e, por último, com as mal chamadas «democracias» continuistas do franquismo, que se prolongaram até ao presente.

A todos estes intentos, o nacionalismo independentista basco opôs sempre resistência, preparando o terreno para que seja possível dar o salto da luta exclusiva pela independência para uma situação em que se vislumbre no horizonte a construção de uma nação socialista. Foi uma luta que se travou por todos os meios possíveis, da resistência civil à via armada.

Torrellas evocou também o perfil revolucionário de Jon Idigoras, dirigente operário, fundador da central sindical LAB e um dos criadores da coligação Herri Batasuna, que seria depois proscrita pelo império espanhol.

Em seguida, Chacho Berrozpe falou da luta dos presos e presas bascos, do seu compromisso com a linha da frente do combate, dando-lhe corpo e ideias, e sacrificando-se para que Euskal Herria possa vir a ser livre, mais tarde ou cedo. Também insistiu na necessidade (como membro dos EHL da cidade de Mar del Plata) de reforçar a solidariedade com o povo basco e com os seus prisioneiros de guerra, sem ceder um milímetro que seja no avanço em direcção à independência e ao socialismo. / VER: askapena.org