quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Manifestação de Baiona: «Ipar Euskal Herria jamais assistiu a movimento solidário desta dimensão»

Numa conferência de imprensa hoje de manhã em Baiona, em que deu a conhecer os últimos detalhes relativos à manifestação do próximo sábado em defesa dos direitos dos presos e dos refugiados políticos bascos, o movimento Herrira mostrou-se bastante optimista: «Ipar Euskal Herria jamais assistiu a tal onda solidária».

Partidos políticos, sindicatos, associações, agentes culturais e desportivos... centenas de representantes de diversas áreas da sociedade fizeram um apelo à participação na manifestação convocada pelo Herrira.

Na conferência de imprensa, o Herrira exigiu aos governos francês e espanhol que respeitem os direitos dos presos e dos refugiados políticos bascos, incluindo a «aplicação da sua própria legislação».

Nas palavras de Emilie Martin, que esteve na conferência de imprensa acompanhada por outro membro do Herrira, Gabi Mouesca, a «manifestação de sábado será um testemunho popular da defesa do processo de paz». / Ver: Berria [tradução a partir de uma versão anterior da notícia] / Texto da conferência de imprensa (fra)

Os presos Izaskun Lesaka e Joseba Iturbide encontram-se isolados
A Etxerat fez saber que os presos políticos bascos Izaskun Lesaka e Joseba Iturbide se encontram isolados, «por ordem de um juiz de Paris». Lesaka está na prisão de Fresnes e Iturbide na de Fleury (ambas em Frantzia). Foram ambos detidos no dia 28 de Outubro pela Polícia francesa, em Macon, por ligação à ETA.

No dia 5 deste mês, todos os presos bascos que se encontram em Fresnes expressaram a sua solidariedade a Lesaka, e, por causa disso, os homens foram levados para o mitard (cela de castigo); as mulheres ficaram confinadas às suas celas, como medida de punição, divulgou a Etxerat.
«Apesar de o isolamento ser uma medida orientada para situações muito concretas, é aplicada aos nossos familiares e amigos de forma habitual. Actualmente, há treze familiares e amigos nossos em situação de isolamento; isto é, sem qualquer companheiro», afirma a associação numa nota de imprensa, em que exige o respeito pelos direitos dos presos políticos bascos. / Fonte: Berria / Ver: etxerat.info

Urquijo manda para a Procuradoria da AN a moção aprovada em Sopela a favor dos presos doentes
A estratégia de criminalização das iniciativas em defesa dos direitos dos presos políticos bascos conheceu mais um avanço, com a decisão do delegado do Governo espanhol na CAB, Carlos Urquijo, de enviar à Procuradoria da Audiência Nacional espanhola uma moção aprovada na Câmara Municipal de Sopela a favor da libertação dos treze prisioneiros doentes.

A medida causa surpresa, uma vez que foram muitas as instituições que tomaram posições similares nos últimos anos, a diferentes níveis, e também se se tiver em conta que aquilo que se reivindica é uma libertação ao abrigo das própria legislação penitenciária, posta em prática recentemente no caso de Iosu Uribetxeberria, não sem uma intensa polémica política a antecedê-la e com a devida mobilização da sociedade. Urquijo afirma que apenas dá conhecimento da moção à Procuradoria «para o caso de poder incorrer num delito».

A decisão do delegado foi tomada mal teve conhecimento da moção aprovada, que, embora aprovada na quarta-feira da semana passada, só foi divulgada à comunicação social esta segunda-feira. No seu texto, Carlos Urquijo refere que a citada moção - que contou com os votos a favor do Bildu, a abstenção do PNV e foi rejeitada por PSE e PP - «poderia infringir o que está previsto nas Leis de Reconhecimento, Protecção e Reparação às Vítimas do Terrorismo».
Na moção, pede-se que seja decretada a liberdade condicional a treze presos políticos bascos com doenças graves ou incuráveis, depois de referir o caso revelador de Uribetxeberria. / Fonte: Gara

Ainda ontem noticiámos a aprovação da moção, depois de termos conhecimento disso pelo algortaHerrira; hoje, fica a ligação para a notícia em que o mesmo portal dá conta da aberração: «Preso gaixoen alde Sopelan onartutako mozioa ikertzea agindu du Urquijok» (algortaHerrira)