domingo, 2 de maio de 2010

Em liberdade os barakaldarras para quem pediam 33 anos de prisão


Os habitantes de Barakaldo Sendoa Jurado, Unai Frías, Jon Villanueva e Asier Gómez foram postos em liberdade na sexta-feira. Os quatro jovens, para os quais a Procuradoria, numa atitude sem precedentes, solicitou uma pena de 33 anos de prisão para cada um por terem alegadamente queimado uma caixa automática, foram julgados em Março.
A saída da prisão por ordem do tribunal deve-se, portanto, ao facto «de terem sido absolvidos ou de a pena ter sido reduzida, tendo sido cumprida no período em que os jovens permaneceram em prisão preventiva», segundo informou o Movimento pró-Amnistia em comunicado.

O julgamento de Jurado, Frías, Villanueva e Gómez arrancou a 8 de Março e, no final, a magistrada Teresa Sandoval decidiu manter o pedido inicial de 33 anos de prisão para cada um deles. Eram acusados de delitos de «integração em organização terrorista», de «incêndio terrorista» e de «posse de material e substâncias incendiárias e explosivos». Para além disso, a Procuradoria espanhola pedia-lhes que indemnizassem o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria no valor de 35 559,37 euros pelos danos causados na sabotagem cuja autoria lhes era imputada.

A representante do Ministério Público sustentou o seu pedido no facto de ter «existido um perigo abstracto para inúmeros moradores», em alusão aos residentes do imóvel em que se situava a caixa de Multibanco incendiada.

Na audiência oral também prestaram declarações vários peritos, entre os quais dois bombeiros experientes. Explicaram que o fogo apenas durou quatro segundos, como se observa nas câmaras de segurança. Nada disso fez alterar o pedido do MP.

Durante o julgamento, os arguidos negaram ter participado na queima de uma caixa automática em Fevereiro de 2008 em Barakaldo (Bizkaia). Os jovens argumentaram que naquela noite se encontravam nas festas de carnaval de Santutxu (Bilbau). A defesa mostrou fotografias dos seus defendidos nessas festas, solicitando, como tal, a absolvição dos quatro barakaldarras.
Os advogados de defesa também recriminaram a Procuradoria espanhola, que durante a audiência oral não esclareceu «qual era a organização terrorista a que alegadamente pertencem» os quatro jovens do citado município biscainho.
Por todo isto, os advogados de defesa consideraram «surpreendente» o pedido de 33 anos de prisão, e concluíram que a dúvida é «mais que razoável».
Fonte: Gara