[De Ismael Hossein-Zadeh e Anthony A. Gabb] Sob o modo de produção feudal, permitia-se muitas vezes aos camponeses que cultivassem bocados de terra com base no arrendamento. No entanto, esses arrendatários raramente conseguiam ser senhores da terra com os seus próprios direitos porque grande parte do que colhiam era tomado pelos senhorios, a título de renda, deixando-os com frequência com uma pequena quantidade daquilo que produziam para a subsistência. Quando as colheitas eram fracas, ficavam em dívida. Se os camponeses não conseguissem liquidar as suas dívidas, podiam ser reduzidos à condição de servos ou escravos.
Hoje, nas condições de domínio do mercado pelo capital financeiro parasitário, podemos detectar uma situação semelhante entre os poderosos oligarcas financeiros (os senhores feudais da nossa época), por um lado, e o público em geral (a população de camponeses de hoje), por outro lado. Do mesmo modo que a aristocracia rural do passado extraía a renda em virtude da propriedade monopolista da terra, também hoje a oligarquia financeira extrai juros e outros encargos financeiros em virtude da concentração do grosso dos recursos nacionais nas suas mãos, sob a forma de capital financeiro. / Ler: resistir.info