segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Exigem a libertação de jovens detidos há um ano em Iturrama e Arrosadia


Com o lema «Errepresiorik ez. Elkartasunik ez du etenik» [Não à repressão. A solidariedade não vai parar], mais de meio milhar de pessoas manifestou-se no sábado à tarde entre os bairros de Iturrama e Arrosadia para exigir a libertação de jovens detidos há um ano nestes dois bairros da capital navarra.

A manifestação começou pouco depois das 19h junto ao frontão López, no bairro de Iturrama, e dirigiu-se para Arrosadia por entre palavras de ordem como «Euskal presoak etxera» [Os presos bascos para casa], «Presoak kalera, amnistia osoa» [Os presos para a rua, amnistia geral], «Errepresiorik ez» [Não à repressão] e «Alde hemendik, utzi pakean» [Vão-se embora, deixem-nos em paz], esta última na presença da Polícia espanhola, que vigiava a marcha.

Os participantes também fizeram ouvir os nomes de Iñaki Marin, Iker Araguas, Alex Belasko, Hodei Ijurko e Aritz Azkona, e exigiram a libertação destes jovens reclusos. Do mesmo modo, recordaram Mikel Barrios, morador de Arrosadia que optou pelo exílio por causa da operação policial do ano passado.
No dia 22 de Setembro, os juízes do Tribunal de Pau decidiram não aceitar o mandado europeu de detenção que pesava sobre ele, pelo que não será extraditado nem será colocado à disposição da Polícia ou dos juízes espanhóis.
A centenas de quilómetros de casa
Os manifestantes chegaram por volta das 20h15 à Praça Felisa Munarriz, em Arrosadia, onde foram recebidos pelo som da txalaparta e por dantzaris.
Depois de interpretar duas canções dedicadas aos presos políticos bascos e ler a carta enviada por um deles, um morador do bairro procedeu à leitura de um comunicado em que se denunciou tanto o encarceramento destes jovens como o facto de estarem presos a centenas de quilómetros das suas casas.

Também se denunciou o recrudescimento da repressão ao longo do último ano e a «perseguição policial e judicial», bem como o controle social exercido sobre pessoas e colectivos. Como exemplo, o comunicado recordou os casos dos bares Ezpala, Zurgai e Ipargorri.
Entre outras coisas mais, denunciou o ressurgimento da guerra suja, «perante a passividade da classe política em general e o silêncio da maioria dos meios de comunicação».

Enquadrou a política penitenciária dentro da estratégia de guerra suja, nomeadamente os ataques «incessantes» aos presos políticos, o endurecimento das condições de vida na prisão e o não reconhecimento do seu estatuto político.
«Ao mesmo tempo, querem apagar qualquer sinal de solidariedade com os nossos presos, negando a sua razão de ser e as raízes deste conflito», acrescentou, para concluir com um apelo à continuidade das mobilizações em defesa dos seus direitos.

Iñaki VIGOR
Fonte: Gara