quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Mais de 40 visitas perdidas durante o fim-de-semana passado

Tasio (Gara)

A Etxerat fez saber que durante o fim-de-semana passado se «perderam» ao todo 43 visitas nas prisões de Córdova, Granada, Brieva, Puerto, Málaga, Curtis, Alacant, Badajoz, Topas, Ocaña II, Herrera de la Mancha e Sória, porque os familiares dos prisioneiros políticos bascos se recusaram a ser inspeccionados.

Num mês apenas, o número de visitas perdidas supera as 160, «um autêntico escândalo», segundo a Etxerat.

A associação de familiares de presos bascos afirmou que os carcereiros pretenderam «inspeccionar e humilhar através do contacto físico inúmeros familiares, amigos e amigas. Contam com meios electrónicos como o arco ou a raquete, mas procuram atingir a nossa dignidade de uma forma evidente».

Para a Etxerat é claro que essa medida visa «isolar os presos e as presas políticas bascas do seu meio social e afectivo, deter qualquer tipo de comunicação e atingi-los psicologicamente para assim os destruir enquanto pessoas e também como sujeitos políticos».

Para além disso, pensa que este novo endurecimento da «criminosa política penitenciária» se enquadra «numa ofensiva global» em que inclui as «intoxicações mediáticas», a «caça às fotos» ou a ameaça de ilegalização da Etxerat. Por isso, refere que vai recorrer «a todas as instâncias que for preciso», como o Ararteko [Defensor do Povo], instituições do foro jurídico e também internacional.

«Vamos colocar todo o nosso empenho em não deixar sozinhos e sozinhas os nossos familiares, amigos e amigas encarceradas, e vamos trabalhar denodadamente para que os seus direitos e os nossos direitos sejam respeitados de uma vez por todas», assinalam.

Protesto em Córdova
Para protestar contra o que se passou no fim-de-semana, os presos políticos encarcerados em Córdova vão ficar nas suas celas durante um dia.
Fonte: Gara

Escritores bascos aderiram à manifestação nacional de 2 de Janeiro em defesa dos direitos dos presos políticos


Na conferência de imprensa que os escritores bascos deram em Donostia na semana passada estiveram presentes: Joxe Auxtin Arrieta, Antxon Gomez, Abelin Linazisoro, Txillardegi, Juan Ramon Garai, Fito Rodriguez, Paco Aristi, Bikila, Martin Anso, Iñaki Gil de San Vicente, Iosu Iraeta, Iñaki Martinez de San Vicente, Luxio Urtubia e Iñaki Egaña.

Outros houve que aderiram à manifestação nacional mas que não puderam estar presentes. É o caso de Edorta Jimenez, Alizia Stürze, Juan Luis Zabala, Xabier Amuriza, Laura Mintegi, Markos Zapiain, Asier Serrano, Koldo Alduntzin, Carlos Frabetti, Joxemari Carrere, Alfonso Sastre, Joxe Azurmendi, Oier Guillane, Iñaki Zabaleta, Joxemari Esparza, Edorta Agirre, Ander Iturriotz, Igor Estankona, Castillo Suarez, Joxe Azurmendi, Ixabel Etxeberria, Josu Iraeta, Gotzon Barandiaran, Rafael Castellano e Joan Mari Irigoien.

No acto, Fito Rodriguez leu o poema «Leer las cárceles», de Iñaki Martinez, e Antxon Gomez (escritor basco) afirmou o seguinte:
«A actual política penitenciária, além de impedir o acesso à própria cultura basca, pune o seu cerne, a nossa língua... e, com isso, todos os bascos. Com a cruel dispersão geográfica que têm de padecer presos e familiares, é toda a nossa sociedade que é cruelmente punida. Passando mesmo por cima das leis em vigor, a pena perpétua é algo que se aplica discriminatoriamente aos bascos no Estado espanhol, apesar das suas graves e/ou incuráveis doenças.

O isolamento e os espancamentos, a violação das comunicações íntimas ou as transferências injustificadas, não procuram mais do que afastar o preso do seu meio social e afectivo e, nessa linha, a perseguição da língua e da cultura basca não são mais que o corolário dessa crueldade sistemática que não persegue outro objectivo que não seja a destruição do indivíduo e dos seus ideais.

Vai sendo hora de acabar com este absurdo. Nós, trabalhadores da cultura, não podemos ficar impassíveis ante tamanha e calculada insensatez. Por isso, queremos lançar um apelo a toda a sociedade para que se sensibilize e responda.

É assim que, perante o apelo à manifestação nas ruas de Bilbau no próximo dia 2 de Janeiro com o lema «Acercamiento de los presos vascos y reparación de sus derechos», nós, escritores abaixo signatários, queremos solidarizar-nos tanto com a convocatória como com a reivindicação que nela se expressa.

Sabemos que para acabar com esta injustiça todo um mundo se deverá juntar nas ruas de Bilbau, e o mundo da cultura basca não faltará a esse encontro.»
Fonte: lahaine.org