O Batasuna tornou ontem pública a sua clara aposta no reforço da coligação Euskal Herria Bai com vista às próximas eleições cantonais, procurando assim também concretizar a formação de um movimento abertzale estável, uma aposta cuja profundidade tem a sua explicação no contexto político. Ipar Euskal Herria, feudo tradicional da direita, será o cenário da pugna entre a direita e esquerda, pelo que um bom resultado dos abertzales lhes atribuiria um protagonismo político inegável. Qualquer sensibilidade abertzale sabe da importância de unir forças em torno do reconhecimento de Euskal Herria, especialmente quando este país se encontra às portas de um novo ciclo político que exigirá esforços redobrados, e que há-de ser abordado deixando de parte qualquer tipo de interesse ou veleidade partidarista. Em Ipar Euskal Herria conflui, ainda, o novo ordenamento territorial que é consequência da reforma Balladur, unida ao desprezo da Administração francesa pela exigência de uma instituição própria para Lapurdi, Nafarroa Beherea e Zuberoa. Um projecto nacional - e portanto não partidarista - basco exige não só a vontade favorável que se espera de quem diz apostar nele, mas também atitudes que não deixem dúvidas sobre essa vontade, algo muito a ter em conta por todos, como o terão os cidadãos bascos.
Fonte: Gara
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