segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A AHT Gelditu convoca uma manifestação contra o TGV para 16 de Novembro

A AHT Gelditu Nafarroa convocou uma manifestação para 16 de Novembro em Iruñea para exigir a paralisação «imediata» das obras do TGV - considerando que este projecto «é absurdo», «um verdadeiro escândalo» e um «atentado ecológico» - e para apoiar os tartalaris, que começam a ser julgados na AN a 18 deste mês.

A marcha, que conta com o apoio de diversas organizações e tem como lema «El TAV es un absurdo y 60 kilómetros mucho más. Gelditu orain!», parte às 17h00 do Parque de Antoniutti, dois dias antes do julgamento dos quatro tartalaris, activistas imputados pela acção de lançamento de tartes à presidente do Executivo foral, Yolanda Barcina. Incorrem em penas que oscilam entre os 5 e os 9 anos de cadeia.

A AHT Gelditu Nafarroa, que expressou a sua solidariedade aos arguidos, considerou tratar-se de um julgamento «surrealista», com penas «desproporcionadas» para uma acção de protesto «de carácter cómico», e solicitou o seu arquivamento.

Esse «carácter cómico» esteve também presente na conferência de imprensa, com os dois membros da AHT Gelditu caracterizados como Astérix e Obélix - segundo referiram, a questão do TGV «parece-lhes mais próxima do mundo da BD que da realidade e do senso comum».

Escoltados por dois «romanos», leram um texto em que recordam que as obras do TGV na Ribera de Nafarroa começaram há dois anos. Do ponto de vista económico, consideram «ofensivo» que ao fim deste tempo, em plena crise, se continue a justificar «a fortuna» que estas obras comem.

Do ponto de vista ecológico, denunciam o impacto ambiental da obra e consideram que o projecto é um «atentado ecológico».

Do ponto de vista político, consideram o projecto «inadmissível». «A concretizar-se, será a infra-estrutura mais cara da história de Navarra», uma obra que «não cobre qualquer necessidade, mas que é um luxo para uma minoria», e sobre a qual, entendem, «não existiu nenhum tipo de debate social aberto», ficando marcada por «enganos, ocultação e obscurantismo».

Ao cabo de dois anos, «ao inadmissível junta-se o ridículo e o ilegal». «Ridículo porque o antigo corredor se limita a um mísero remendo de TGV com sessenta quilómetros, entre Castejón e Campañas, sem grandes veleidades de continuidade», e «ilegal» porque o projecto «passa inclusive a infringir a lei», depois de o Tribunal Superior de Justiça de Madrid ter decretado que as declarações de impacto ambiental estavam caducadas.

Assim, consideram «indispensável» parar «de imediato» estas obras. A obsessão do Governo de Gasteiz com o seu «Y grego» e do Governo de Iruñea com o seu «corredor», em tempo de crise e cortes, é «um despótico delírio que despreza a vontade popular, ao mesmo tempo que potencia enormemente as desigualdades», afirmam. / Ver: naiz.info e ateakireki.com / Ler na íntegra o texto da convocatória: ahtgelditu.org