sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A Praça Conde de Rodezno e o forte de Ezkaba, na rota do Autocarro da Memória

Impulsionado por diversas associações, o Autocarro da Memória começou a andar há dois anos para relembrar alguns episódios históricos que marcaram a situação de Nafarroa. No novo trajecto, centrar-se-á na Praça Conde de Rodezno e no forte de Ezkaba.

«Políticos e militares implicados no fascismo e na violação de direitos humanos não podem ter nenhum espaço de reconhecimento público na nossa cidade». Este é o argumento que defendem as associações que impulsionam o Autocarro da Memória para exigir que se mude o nome da Praça Conde de Rodezno, em Iruñea.

Ahaztuak, Eguzki Bideoak, El Pueblo de las Viudas, a Hormiga Atómica, Memoriaren Bideak, Psicólogos sin Fronteras e Txinparta são as associações que promovem esta mudança de denominação. Em seu nome, Carlos Martínez denunciou a atitude de Yolanda Barcina pelas «artimanhas legais» a que recorreu para manter o nome desta praça.

«Transformou o homem num genérico, Condado de Rodezno, que continua a homenagear Tomás Domínguez Arévalo, ministro da Justiça de um Governo golpista e responsável pelo assassínio de dezenas de milhares de pessoas», afirmou.

Carlos Otxoa, por seu lado, recordou que a maioria do Município de Iruñea pediu a mudança de denominação da praça, e neste sentido acusou a autarca de «fraude de lei» por manter o nome.

O Autocarro da Memória vai iniciar agora uma campanha de recolha de assinaturas para pedir que se suprima a referência ao Conde de Rodezno. A sua proposta é que a nova denominação da praça seja Fuga del fuerte de Ezkaba, mas deixam claro que estão abertos a outras sugestões.

«Ocultação» em Ezkaba
Relativamente a este forte, Carlos Otxoa informou que apresentaram no Município de Berriobeiti um documento em que denunciam a «tentativa», por parte do Ministério da Defesa espanhol, de «ocultar» que foi um grande presídio franquista.

Em concreto, disse que eram obrigatórias tanto a licença da obra para poder modificar a estrutura do forte como a autorização do Príncipe de Viana, «por se tratar de um edifício de interesse cultural», e acusou o Ministério de «ilegalidade» por não cumprir esses requisitos.

«Com a desculpa de irem fazer uns trabalhos de limpeza e desbaste, o que realmente fizeram - informou Carlos Otxoa – foi destruir os muros que se ergueram precisamente para que o forte cumprisse a função de centro penitenciário».

Por isso, pedem ao Município de Berriobeiti que proceda à avaliação daquilo que foi feito e que se solicite «a reparação do que foi destruído e sejam impostas as devidas sanções».

Iñaki VIGOR
Fonte: Gara