sexta-feira, 5 de março de 2010

Repressão

Pedem penas de 12 e 33 anos para jovens de Iruñea e Barakaldo por acções kale borroka
O Iruñerriko Gazte Mugimendua [Movimento Juvenil da Comarca de Pamplona] manifestou na quarta-feira o seu total apoio a sete jovens cujo julgamento na Audiência Nacional espanhola teve ontem início, pela alegada prática de uma acção de kale borroka, sendo que o Ministério Público pede 12 anos de prisão para cada um deles.
Os jovens são acusados de «atacar» uma patrulha da Polícia Foral com a qual deparam quando tentavam boicotar a jornada eleitoral de 9 de Março de 2008 na Alde Zaharra de Iruñea. Nesse dia foi detido Hodei Ijurko, que depois viria a ser condenado a 16 anos de prisão, embora em Novembro último o Supremo Tribunal tenha retirado seis anos a essa condenação em virtude dos erros de vulto que continha.
O Iruñerriko Gazte Mugimendua recordou que a maioria dos jovens processados foi sujeita ao regime de incomunicação pela Guarda Civil e Polícia espanhola, que quase todos eles denunciaram ter sido «selvaticamente torturados» e que «foram obrigados a fazer declarações policiais incriminatórias», para ser depois serem encarcerados a centenas de quilómetros das suas casas.
A primeira sessão do julgamento, em que são arguidos Iker Araguas, Iñaki Marin, Xabier Xagardoi, Luis Goñi, Aritz Azkona, Artzai Santesteban e Joseba Fernández, teve lugar ontem. Os dois últimos não compareceram, pelo que foi emitido um mandado de busca e captura.

Na segunda-feira terá início no tribunal de excepção o julgamento de quatro jovens de Barakaldo (Bizkaia) - Sendoa Jurado, Unai Frías, Asier Gómez de Salazar e Jon Villanueva - para os quais pedem 33 anos de prisão (para cada um!) por atacarem uma caixa de Multibanco, em Fevereiro de 2008.

Por outro lado, ontem ficou-se a saber que a Procuradoria espanhola não vai recorrer da decisão tomada pelo Tribunal de Belfast há algumas semanas, não atendendo ao mandado europeu tramitado pelo Estado espanhol contra Arturo Villanueva pelo caso «Jarrai-Haika-Segi».
Fonte: Gara e Gara

Ver também: «Começa hoje o julgamento de sete jovens navarros acusados de kale borroka», em apurtu.org

A Ertzaintza detém dois jovens por colar cartazes e põe o «Cara al Sol» a tocar na esquadra
O Amnistiaren aldeko Mugimendua / Movimento pró-Amnistia informou que os dois jovens foram detidos ontem de manhã, em Ibarra (Gipuzkoa), acusados de ter colado cartazes. De acordo com este organismo, no momento da detenção os jovens encontravam-se na rua mas não estavam a colar nenhum cartaz.
Depois, os dois jovens, G.J.M. e J.M.O., foram levados para a esquadra de Tolosa e metidos numa cela. «Puseram a tocar o 'Cara al sol' por três vezes, parecia ser a música de um telemóvel», segundo informa o organismo anti-repressivo, que acrescenta que nenhum deles prestou declarações na esquadra nem foi presente a nenhum juiz, tendo saído em liberdade ontem à tarde. Ficam à espera de ser notificados, porque são acusados de... «enaltecimento do terrorismo».

Já o Departamento do Interior do Governo de Lakua referiu que as detenções se deram por volta das 10h40 da manhã na Euskal Herria kalea, em Ibarra (Gipuzkoa), e que os jovens foram surpreendidos quando colavam cartazes com fotografias «de algum membro da ETA» que tinham «o logótipo da Jarrai».
Os detidos são dois jovens de Ibarra, segundo indica o Tolosaldeko Hitza na sua edição digital, que também refere que os cartazes que alegadamente terão colado dizem respeito ao acto em memória de Sebas Goikoetxea Mariezkurrena, que foi morto a tiro num controlo efectuado pela Guarda Civil, juntamente com Nicolás Mendizabal, no dia 8 de Março de 1977, e de Mikel Lopetegi, que faleceu no dia 2 de Março de 1988 na prisão de Herrera. Nesses cartazes aparece uma estrela, a mesma que Ché Guevara traz na sua boina.
Fonte: Gara