A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) publicou esta semana uma nova edição do Atlas mundial das línguas em perigo de extinção. No total, são 2500 as línguas que estão em perigo de desaparecer, entre as quais o euskara. O estudo foi publicado, precisamente, na véspera do sexto aniversário do encerramento do Euskaldunon Egunkaria, outro dos expoentes da violação dos direitos dos euskaldunes.
Os dados publicados evidenciam uma vez mais a grave situação que vivem várias línguas do planeta. Dos 6000 idiomas existentes no mundo, 2500 correm perigo de desaparecer. Destes, mais de 200 extinguiram-se no decorrer das três últimas gerações, 538 encontram-se em situação crítica, 502 seriamente em perigo, 632 em perigo e 607 em situação vulnerável. O euskara situa-se neste último grupo, mas a UNESCO admite que a situação em Ipar Euskal Herria e Nafarroa seja ainda pior.
O Kontseilua alertou reiteradamente para a grave situação que o euskara vive: “Tendo em conta os dados difundidos pela IV Pesquisa Sociolinguística, ao ritmo actual, o euskara está condenado ao desaparecimento em Ipar Euskal Herria; em Nafarroa serão necessários 834 anos para euskaldunizar a sociedade e na CAV 175”.
Na opinião do Kontseilua, “o facto de que a situação do euskara seja mais grave em Ipar Euskal Herria e em Nafarroa não deveria ser motivo de consolo para ninguém, posto que as ferramentas políticas, jurídicas, económicas e sociais aplicadas até agora na CAV demonstraram a sua ineficácia. Devemos tomar como exemplo a política levada a cabo na Catalunya, apesar de se tratarem de idiomas e sociedades diferentes”.
“O Kontseilua realçou durante anos que o futuro do euskara não está assegurado, que os ritmos de normalização são inaceitáveis e que, para superar essa situação de desaceleração, é imprescindível aplicar políticas linguísticas mais eficazes. O Atlas da UNESCO não vem senão confirmar essa leitura, tal como em anos anteriores”, acrescenta o Conselho dos Organismos Sociais do Euskara.
Perante este quadro, o Kontseilua crê que as administrações devem tomar medidas com carácter de urgência que permitam superar a situação actual, aplicando as dez recomendações para reforçar e desenvolver uma política linguística adequada e eficaz.
Para além disso, instou a cidadania a rejeitar o discurso que garante que a situação do euskara é “boa” e a adoptar compromissos firmes que permitam ir mais além. Quanto aos agentes sociais e às administrações, o Kontseilua exigiu que actuem com responsabilidade, adoptando imediatamente as medidas pertinentes para assegurar o futuro do euskara.
Fonte: nabarralde.com
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