terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Manifestação a 19 de Dezembro em Bilbau contra o julgamento do «Egunkaria»


Os imputados no processo Euskaldunon Egunkaria convocaram uma manifestação nacional para o próximo dia 19 de Dezembro em Bilbau, quatro dias depois do início da audiência oral em Madrid. A convocatória foi anunciada no sábado passado no Kursaal, em Donostia, durante a realização do festival «Egunkaria libre!», que visava fazer chegar ajuda económica e solidariedade aos arguidos.

Estiveram presentes cerca de duas mil pessoas assistiram e, para além dos próprios imputados, subiram ao palco artistas tão conhecidos como Gorka Urbizu, Anari, Urko, Oskorri, Rafa Rueda, Mikel Urdangarin e Josu Zabala, Jean Mixel Bedaxagar e Erramun Martikorena, Pantxoa eta Peio, Txomin Artola e Amaia Zubiria, Alex Sardui e Ken Zazpi, entre outros.

Foi um festival em que o canto foi o maior protagonista e, embora tenha reinado o bom ambiente no acolhedor cenário donostiarra, entre os presentes era patente a preocupação com o que os responsáveis do Egunkaria que se irão sentar no banco dos réus podem deparar no julgamento: Martxelo Otamendi, Joan Mari Torrealdai, Iñaki Uria, Txema Auzmendi e Xabier Oleaga.

Se as mensagens a favor do Egunkaria predominaram durante o acto, nem por isso se esqueceu que este não constitui o único processo com as mesmas características, e Nekane Peñagarikano, uma das pessoas que fizeram de apresentadoras, enviou um abraço a todas as pessoas que viveram ou estão um período assim difícil. As suas palavras foram acolhidas com uma grande ovação.

Torrealdai, que falou em nome dos imputados, também recordou os jovens detidos na terça-feira passada, e a sua mensagem de apoio foi igualmente respondida com aplausos da assistência.

«Nunca nos abandonaram»
Torrealdai voltou a apelar à sociedade basca, «que nunca nos abandonou», e pediu-lhe continue a apoiá-los tal como o fez até agora para fazer frente «a este calvário, a esta agressão que não cessou».

Também convidou os presentes a, da mesma forma que até agora pediram o arquivamento do processo, exigirem agora a sua absolvição, «apesar de saber que isso não se fará justiça». «A justiça exige que, além da absolvição, se dê uma reparação, e que os responsáveis do ataque contra nós se sentem no banco dos réus. Mas quem nos irá reparar, a nós e às nossas famílias, o sofrimento destes sete anos?», perguntou.

Torrealdai defendeu também a ideia de que o saírem em liberdade deste processo não é só de grande importância para os imputados, mas também para o euskara e as organizações que trabalham por esta língua, já que «a tese policial sustenta que o trabalho que se faz em prol do euskara à margem das instituições oficiais se faz ao serviço da ETA» e uma condenação «poderia por essa tese policial no caminho de ser doutrina jurídica».
Notícia completa: Gara