terça-feira, 2 de março de 2010

O EHBai apela ao voto de protesto contra o «desprezo» de Paris para com Euskal Herria


Embora a campanha para as eleições regionais (que vão ter lugar a 14 e 21 de Março) só começasse ontem, a quinta Inharria, no bairro de Ibarrun (Senpere, Lapurdi), acolheu no sábado à tarde o acto central da EHBai. Os representantes da plataforma apelaram a um voto de protesto, de forma a manifestar o repúdio contra a «política de negação de Paris relativamente a Euskal Herria».

A plataforma abertzale reuniu cerca de 300 pessoas numa sala em que diversas faixas expressavam algumas das mensagens centrais na campanha da EHBai. Assim, havia bandeirolas que evocavam a reivindicação nacional e a rejeição do novo comboio de alta velocidade, cujo traçado atravessará Lapurdi, enquanto um grande retrato de Jon Anza, cujo desaparecimento ocorreu há quase um ano (18 de Abril), se exibia ao fundo do palco.

O bertsolari Odei Barroso foi o condutor de um acto em que os porta-vozes da EHBai, Xabi Larralde e Peio Etxeberri-Aintzart, defenderam «um voto de protesto face à hipocrisia de quem nos pretende fazer crer que aqui não se passam coisas tão graves como o desaparecimento de um militante político».

Larralde criticou o facto de «se tratar Euskal Herria como uma colónia do antigo império francês», recordando ainda que o Estado francês não reconhece as minorias nacionais e que, por isso, foi admoestado pelas Nações Unidas.

«Não vamos permitir que estas eleições reflictam uma falsa normalidade democrática, e por isso vamos distanciar-nos da senda dos outros partidos e vamos pedir um voto de protesto para dizer a Paris que este país não tolera mais imposições», afirmou o mahaikide do Batasuna.

O membro da direcção do Abertzaleen Batasuna, Peio Etxeberri-Aintzart, incidiu, por seu lado, na diferença entre «quem pede um voto coerente, a favor do respeito por este país, e quem se presta à hipocrisia para defender os seus próprios interesses». Depois, evidenciou as incoerências relativas ao projecto de alta velocidade manifestadas pela UMP e o Partido Socialista, mas também a Europe Ecologie, «que está contra o novo TGV mas até à primeira volta, porque na segunda, em troca de um lugar no Conselho Regional, buscará o acordo com o PS».

«Um voto coerente»
Etxeberri-Aintzart pediu depois que se converta a campanha num processo ao prefeito dos Pirinéus Atlânticos, Philippe Rey, pela a atitude reiterada de «se impor aos eleitos e aos cidadãos» em questões como a câmara basca de agricultura, a consulta da Batera ou o TGV.
O denúncia dessa grande infra-estrutura centrou igualmente a intervenção de Josef Lahedjuzan, enquanto os representantes do LAB, Dominika Agerre e Jeronimo Prieto, encerraram o acto com uma dura crítica a um Governo que, «enquanto dá dinheiro aos bancos, desmantela os serviços públicos».

Maite UBIRIA
Fonte: Gara via kaosenlared