sábado, 11 de novembro de 2006

Protesto massivo pela autodeterminação

Um vento de luta percorre as ruas bascas. Os sucessivos ataques ao processo de paz levam os cidadãos bascos a exigir a implicação séria do governo espanhol. Não basta dizer-se pela paz. O governo de Madrid não pode continuar a agitar a bandeira da paz enquanto mantém centenas de bascos nas prisões espanholas, enquanto prolonga penas de prisão, enquanto mantém organizações independentistas ilegais, enquanto não cede um milimetro. A ETA cumpriu com a sua parte. Há mais de três anos que não há um atentado mortal, há mais de meio ano que não há operações militares da organização independentista basca.

Hoje milhares de manifestantes exigiram a autodeterminação em Bilbau. Ontem centenas de jovens secundaram a convocatória da SEGI. A acção de protesto foi reprimida pela polícia. Um jovem foi detido.

As noites são agitadas pela revolta de cidadãos que prosseguem a Kale Borroka [guerrilha urbana de baixa intensidade]. Não há lugar para a paz imposta. E isso demonstrou-o Arnaldo Otegi, dirigente do Batasuna, dizendo que se o governo espanhol cessar a repressão irá de localidade em localidade pedir o fim da Kale Borroka.

Afinal quem são os terroristas?

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Iñaki de Juana Chaos de novo em greve de fome

Mais uma notícia triste. A Audiência Nacional espanhola comunicará amanhã a Iñaki de Juana Chaos que será condenado a mais 12 anos de prisão. O preso político basco, há mais de 20 anos nos cárceres espanhóis, recomeçou a greve de fome. Depois de 63 dias sem comer, contra a perpetuação da sua pena, a luta continua pelos mesmos motivos. Com ataques destes, não há processos de paz que resistam.

Desde Portugal, estamos com o companheiro Iñaki e condenamos a decisão da Audiência Nacional espanhola de o manter por mais 12 anos na prisão. A produção de artigos de opinião para jornais não é crime senão para quem vê no fascismo uma ideologia fundamental para criminalizar quem luta pela liberdade do seu povo.

Viva Iñaki de Juana Chaos!
Não ao fascismo espanhol!
Liberdade para o povo basco!

Processo de paz em perigo


"Se o Governo espanhol não cumpre os seus compromissos e se não há passos visiveis, o processo romper-se-á".

No último número da revista 'Zutabe', correspondente ao mês de Outubro, Euskadi Ta Askatasuna [ETA] anunciou "um novo esforço de negociação com o Governo de Espanha" com a vontade de "reconduzir" um processo que, segundo constata, se encontra "bloqueado". Responsabiliza os Estados espanhol e francês, assim como alguns partidos, especialmente o PSOE e o PNV, porque deixaram passar "um tempo precioso" durante os últimos meses, período no qual "não se deu nem um só passo visivel no processo democrático" e "não cessaram as agressões contra as agressões contra Euskal Herria". Para avançar, reclama ao Governo espanhol que se comprometa claramente em respeitar o resultado do processo em Euskal Herria e às organizações bascas para que dêem "passos visiveis" durante este Outono.

em Gara.net

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Ainda a discussão no parlamento europeu

PE aprova resolução sobre processo Basco

Posição ambígua

O Parlamento Europeu adoptou uma resolução que manifesta apoio «à iniciativa de paz no País Basco empreendida pelas instituições democráticas espanholas».

A proposta de resolução, apresentada pelo grupo do Partido Socialista Europeu (PSE), foi aprovada na quarta-feira, 25, com 321 votos a favor, 311 contra e 24 abstenções. Numa formulação ambígua, o texto «apoia a luta contra o terrorismo e o processo de paz no País Basco», ao mesmo tempo que «condena a violência», considerando-a «moralmente inaceitável e completamente incompatível com a democracia». A resolução exprime ainda a «solidariedade para com as vítimas do terrorismo.
Antes deste votação, o plenário tinha recusado uma proposta de resolução subscrita pelo grupo do Partido Popular Europeu (PPE), na qual se afirmava que «não foram efectuadas as mutações necessárias na organização terrorista ETA (...) que justifiquem uma alteração na política antiterrorista». Esta proposta foi rejeitada com 322 votos contra, 302 a favor e 31 abstenções.

PCP apoia processo de paz

Apesar de terem votado contra o projecto de resolução avançado pela direita, os deputados do PCP decidiram abster-se na votação da proposta do grupo socialista por considerarem o seu conteúdo muito recuado e ambíguo: «Gostaríamos que o texto tivesse ido mais longe», declarou à imprensa a eurodeputada Ilda Figueiredo.
«Apoiamos o processo de paz e estamos contra a proposta do PPE. Fazemos votos para que tudo se desenvolva da melhor forma», acrescentou a deputada comunista que criticou as «ambiguidades» do documento aprovado.
O carácter «insuficiente» da posição do Parlamento Europeu foi igualmente assinalado pelo porta-voz do partido independentista Batasuna, Joseba Alvarez, que integrou um grupo de 450 activistas bascos que se manifestaram, no dia da votação, frente às instalações do Parlamento Europeu em Estrasburgo, na França.
Embora se tenha congratulado com o facto de a questão basca ter sido discutida em instância europeias, Alvarez lamentou que a resolução aprovada tenha «um conteúdo insuficiente».
Por iniciativa dos socialistas espanhóis, esta foi a primeira vez que o hemiciclo europeu se pronunciou sobre o conflito entre independentistas bascos e o governo de Madrid. Recorde-se no entanto que, em 1994, os eurodeputados expressaram de forma inequívoca o seu apoio ao processo de paz desencadeado na Irlanda do Norte.

em Avante!




Soziedad Alkoholika na mira do fascismo espanhol


O juiz pede ano e meio de prisão para os membros do grupo musical 'Soziedad Alkoholika' [que já actuou várias vezes em Portugal]. A Audiência Nacional começará o julgamento aos seis integrantes do grupo basco, aos que acusa de delito de enaltecimento terrorista, pelo que pede ano e meio de prisão e que não exerçam a profissão de músicos durante o mesmo período.

Esta é a democracia espanhola. Este é o esforço que o Estado espanhol faz pela paz.