quinta-feira, 30 de junho de 2011

«Caso Bateragune»: Um inspector reconhece que a detenção de Rafa Díez não estava prevista

Um dos polícias que hoje foram depor na AN espanhola por causa do julgamento do «caso Bateragune» admitiu que o nome de Rafa Díez não figurava nos relatórios policiais e que a sua detenção não estava prevista. Também disse desconhecer a razão pela qual Amaia Esnal foi detida.

Duas testemunhas negam que tenham servido de correio a Otegi

A maioria sindical convoca concentrações para amanhã nas quatro capitais de Hego Euskal Herria

O inspector policial que interveio nas detenções de 13 de Outubro de 2009 disse que «cinco ou seis dias antes da operação» apresentaram ao tribunal um relatório «definitivo sobre o assunto», que procurava provar que as reuniões que foram detectadas na sede do sindicato LAB eram «a continuação da Mesa Nacional do Batasuna».

O inspector não respondeu de forma clara, mas, até certo ponto, confirmou a tese do magistrado segundo a qual a operação já estava preparada antes de os acusados divulgarem pela Internet a proposta que ia ser debatida entre as bases da esquerda abertzale.

Reconheceu que no relatório prévio não figurava o nome de Rafa Díez e que a sua detenção não estava prevista. Ao ser questionado por Iñigo Iruin sobre a razão da detenção sem um mandado judicial, disse primeiro que a decisão tinha sido tomada pelo juiz Baltasar (Garzón) no decorrer dos acontecimentos, mas, depois de terem insistido na questão, disse que a decisão coube à «operação» policial.

Esse mesmo agente disse que, por um lado, existia o órgão denominado Bateragune e, por outro, a Mesa Nacional, sendo que a Procuradoria defende que esse tal Bateragune era precisamente a nova Mesa Nacional ou direcção da esquerda abertzale.

Amaia Esnal
Questionado sobre o facto de o nome de Amaia Esnal também não aparecer no relatório policial e sobre o motivo da sua detenção, o polícia admitiu não saber.
No final do seu depoimento, ficou claro que foram à sede do LAB em Donostia com sete mandados de detenção e que saíram de lá com dez detidos.

Um outro polícia, que participou na detenção e transferência de Rafa Díez, disse no tribunal especial que não se lembrava de nada.
Notícia completa: Gara

«Duas detenções sem mandado provam que Garzón e a Polícia iam improvisando», de Ramón SOLA (Gara)

Manifestação Nacional, dia 2 de Julho, em Donostia
Não aos julgamentos políticos, sim às soluções!

«A esquerda abertzale, EA, Aralar e Alternatiba apelam à mobilização contra o julgamento do "caso Bateragune"» (boltxe.info)
Numa declaração conjunta, a esquerda abertzale, EA, Aralar e Alternatiba fizeram um apelo aos cidadãos para que participem no Aske Gunea que tem estado a decorrer na Praça Zuloaga, em Donostia, e na manifestação nacional que terá lugar no sábado também na capital guipuscoana.

«Special issue about the "Bateragune case"» (basquepeaceprocess.info)

Leituras:
«8719600510», de Carlo FRABETTI, escritor e matemático (lahaine.org)
É o número de recluso de Arnaldo Otegi, o número a que o neofascismo espanhol quer reduzir um dos políticos mais lúcidos e coerentes das últimas décadas.

«Bajo la amenaza con injuria», de Antonio ALVAREZ-SOLÍS, jornalista (Gara)
Por uma questão de honestidade profissional, leio ou ouço com paciência e boa vontade os jornais e emissoras do Regime.

«De los nervios», de Maite SOROA (Gara via lahaine.org)
Não pensem que estou a armar-me em pitonisa, mas já adivinhava que o julgamento de Otegi e os seus ia mexer com os nervos de umas quantas.

Gazte1+ez! Nem + 1 jovem! Bigarren atala/Segunda parte


Na segunda quinzena de Julho, começa o julgamento de 17 jovens de Oarsoaldea (Gipuzkoa). Esses jovens vão publicar quatro vídeos em que comparam tudo o que foi dito nas notícias sobre as suas detenções com a que realidade que viveram. Nesta segunda parte, o tema é a tortura. (Em euskara e castelhano.)
Fonte: topatu.info

José Luis Campo, em greve de fome para não ser expulso
O preso donostiarra José Luis Campo iniciou uma greve de fome para evitar ser entregue às autoridades espanholas quando terminar o cumprimento da pena a que foi condenado no Estado francês, correndo assim o risco de ser torturado, segundo informou o Movimento pró-Amnistia.
Campo foi detido pela Polícia francesa em Abril de 2004 e condenado a dez anos de prisão, pena que acabará de cumprir a 5 de Julho. Neste período conheceu as prisões de Fleury, Villepinte, Fresnes, Marsella, Draguignan e Uzerche, onde se encontra actualmente.
O Movimento pró-Amnistia, que expressou a sua solidariedade Luis Campo e aos seus familiares, denunciou o risco de tortura que Campo corre caso seja entregue às autoridades espanholas, tendo solicitado a sua imediata libertação e reclamado o seu direito a viver em Euskal Herria.

Agirresarobe, autorizado a conhecer o filho
Por outro lado, a Audiência Nacional espanhola concedeu uma autorização de duas horas ao preso de Hernani Gurutz Agirresarobe para conhecer o seu filho recém-nascido. O preso foi conduzido ontem de manhã até à localidade guipuscoana, onde, apesar da grande presença da Polícia autonómica e do grande número de pessoas que se juntaram para expressar apoio a Agirresarobe, não se verificaram incidentes. Agirresarobe encontra-se actualmente encarcerado na prisão de Sevilha II, a 1000 km da sua terra.
Fonte: Gara, askatu.org e askatu.org

Uma corrente humana pedirá em Gasteiz o fim definitivo da dispersão prisional

O colectivo Errotako Presoak Errotara organiza esta tarde, às 19h30, uma corrente humana para solicitar o fim da dispersão penitenciária que afecta os presos políticos do bairro gasteiztarra e com a qual pretendem unir a Praça Aldabe à Praça do Arka.

Numa conferência de imprensa, cerca de vinte jovens membros do colectivo anunciaram que no final os participantes se vão concentrar junto ao Caminante, onde exigirão o fim da repressão, das torturas e da dispersão penitenciária.
Os jovens do colectivo vão participar ainda numa manifestação de apoio a todos os presos políticos bascos. Nela, haverá um lugar especial para Oier Urrutia, detido há dois anos e condenado a catorze anos de prisão pela AN espanhola.
Urrutia, de 22 anos, foi preso a 23 de Abril de 2009 e, depois de estar cinco dias incomunicável, foi parar à prisão madrilena de Alcalá-Meco, onde cumpre pena por «uma montagem policial».
Por último, os membros da Errotako Presoak Errotara lembraram que nas últimas sextas-feiras de cada mês haverá uma corrente humana a ligar a Praça Santo Domingo à de Aldabe.

Concentração em Bilbo
Por outro lado, na terça-feira passada uma centena de pessoas concentrou-se em Bilbo para solicitar o fim da dispersão penitenciária.
A concentração, que decorreu na Praça do teatro Arriaga, serviu para manifestar o repúdio da sociedade pela legislação penitenciária espanhola.
Fonte: Gara

Solidariedade com os presos políticos bascos em Irun
Hoje foi o dia grande das festas da localidade guipuscoana e os presos e refugiados bascos não foram esquecidos, tendo sido reclamado o seu repatriamento.
Fonte: askatu.org

Kilometroak 2011: Som de «dança» para a festa das ikastolas em Azpeitia

Foi ontem apresentada a canção da Kilometroak 2011, a festa das ikastolas de Gipuzkoa, que este ano irá decorrer em Azpeitia, a 2 de Outubro. Igor Elortza, coordenador do festival, gostava de uma canção alegre e com uma sonoridade dançável. Pako Aristi, responsável pela letra, e os Ze Esatek!, que criaram a melodia, deram uma boa ajuda.
No videoclip, aparecem várias caras conhecidas, como o pilotari Kepa Peñagarikano, os futebolistas Mikel Aranburu, Mikel Labaka, Eguzkiñe Peña, Jagoba Beobide, Alex Altolagirre, Mikel Orbegozo e Hodei Mendinueta e os palhaços Pirritx, Porrotx eta Marimotots.
Fonte: Gara

«Klik» - Ze Esatek!

Kilometroetako bideoklipa.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Solidariedade internacional perante um julgamento político

Comunicado conjunto dos comités de apoio e grupos de Euskal Herriaren Lagunak (Amigos do País Basco) de todo o mundo, face à nova tentativa de criminalização da actividade política e ao julgamento relativo ao «caso Bateragune», que se iniciou na segunda-feira passada, dia 27 de Junho.
Basta de julgamentos políticos, soluções políticas para Euskal Herria!
VER: askapena.org

Os polícias-testemunhas não apresentam uma única prova contra os arguidos no «caso Bateragune»
Uma dezena de agentes da Polícia espanhola foram depor à AN espanhola no terceiro dia do julgamento relativo ao «caso Bateragune», mas o seu testemunho foi totalmente irrelevante. Vigiaram os acusados ou escutaram as suas conversas telefónicas, mas os únicos factos que apresentaram foram reconhecidos por eles ou foram, muito simplesmente, públicos.
VER: Gara

«Descolocados», de Iñaki IRIONDO (Gara)

Análise política de Floren Aoiz (Info7 Irratia)
Esta semana, a análise política de Floren Aoiz centra-se no julgamento relativo ao «caso Bateragune», que está a decorrer na Audiência Nacional espanhola. Também comenta a eleição de Donostia como Capital Europeia da Cultura para 2016; a relação de Yolanda Barcina com as peñas de Iruñea e o facto de estas terem recuperado o «humor ácido» para os sanfermines deste ano; ainda tece algumas considerações sobre o novo Governo de Nafarroa.

Na imagem, Rafa Díez Usabiaga e Arnaldo Otegi, dois dos arguidos no julgamento do «caso Bateragune».

Iruñea: O Bildu vai apresentar uma proposta para a destituição do chefe da Polícia Municipal

O Grupo Municipal do Bildu em Iruñea entregou ontem uma carta no Gabinete da Autarquia em que solicita ao presidente da Câmara a destituição do actual chefe da Polícia Municipal, Santamaría, reprovado na última legislatura, e propondo a nomeação de um outro pelo Plenário Municipal.

Para o Bildu, a acção da Polícia Municipal no txupinazo do ano passado não só não constitui um acontecimento isolado como «representa uma forma de agir que não responde aos anseios da maioria dos cidadãos, algo que ficou patente tanto nas ruas como em vários acordos alcançados em plenário que continuam por cumprir».

O Bildu defende um modelo de Polícia Municipal de proximidade, cuja função seja servir os cidadãos, posição que julgam ser partilhada pela maioria da representação municipal de Iruñea. «É cada vez mais generalizada a impressão de que a Polícia Municipal não está ao serviço do cidadão, e que está a ser utilizada com fins políticos e ideológicos pela UPN, que lhe atribui funções de carácter repressivo, muito distantes do que significa velar pela segurança de todas as pessoas. Um desvio que até os próprios sindicatos municipais têm vindo a criticar».

Polícia política, repressiva e militarizada
«Não queremos que a Polícia Municipal se transforme numa polícia política, repressiva e militarizada. Defendemos um novo modelo de Polícia Local, e estamos convencidos de que, com o actual Chefe da Polícia Municipal, essa mudança é praticamente impossível».
Por isso, consideram que está na altura de destituir o actual Chefe da Polícia Municipal, e que a nova nomeação deve ser efectuada no Plenário da Câmara.

Para o Bildu, isto tornaria possível uma mudança profunda no actual modelo de Polícia Municipal, «evitaria que se cavasse um fosso ainda maior entre Polícia e cidadãos e iria ao encontro de uma solicitação muito sentida e exigida pela maioria social e política desta cidade».
Por tudo isto, solicitaram que esta proposta fosse incluída na ordem de trabalhos do próximo Plenário, para que possa ser debatida e aprovada.

«Rajoy pede que as leis contra o Bildu sejam usadas "sem demoras nem complexos"», de I.I. (Gara)
O líder do PP, Mariano Rajoy, convidou ontem o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, a utilizar contra o Bildu, «sem demoras nem complexos», tanto a Lei de Partidos como as últimas reformas que permitem a inabilitação de cargos eleitos.

Familiares de presos políticos apelam à participação na manifestação de domingo em Iruñea

Egin dezagun bidea! Vamos fazer o caminho!

Dia 3 de Julho, às 12h00, nos cinemas Golem.
Fonte: ateakireki.com

Leitura:
«Hagamos el camino digno de la libertad», de Tomás URZAINQUI MINA (Diario de Noticias via ateakireki.com)

As faixas das «peñas» recuperam a cor e o humor ácido após um ano de luto e protesto

A Iruñeko Peñen Federazioa ou Federación de Peñas de Pamplona mostrou ontem os desenhos que as faixas deste ano vão exibir, uma tradição com mais de meio século de história. Depois de um ano a negro, para criticar a atitude do Município de Iruñea, as telas recuperam as caricaturas e Yolanda Barcina que, tendo passado de autarca a presidente, é novamente a musa dos artistas, acompanhada por Roberto Jiménez.

Depois de um ano de luto, em que as 16 peñas tingiram de negro as suas telas como forma de protesto contra a perseguição movida pela Câmara Municipal aos actos festivos populares e à liberdade de expressão, em 2011 as agremiações recuperam a cor, e também a sua ironia. Yolanda Barcina, hoje presidente e ontem autarca da capital navarra, torna-se omnipresente.

Algumas vezes protege-se atrás de um escudo castelhano, incentivando os de Castela a domar os bascos; noutras aparece num trono de reinona... e até há quem a tenha transformado na central nuclear de Fukurzina. No total, foram doze as peñas que não conseguiram resistir aos encantos da sua musa dos últimos anos, a nova presidente navarra (que surge acompanhada em vários desenhos pelo número dois no novo Governo, Roberto Jiménez, líder do PSN).

Para esta grande presença contribuiu o escândalo da faixa que alguns polícias levaram para a praça de touros, a soldo do Município, que rezava «Olé tus huevos, Barcina», bem como o tema «La Bofetada», da rapper La chula potra, que critica de forma mordaz a ex-autarca.

Por outro lado, destaca-se a mensagem contra a violência machista da peña de Sanduzelai, que lhe dedica parte da tela, e, sobretudo, a de La Jarana, que fez da sua faixa uma declaração contra as agressões sexistas, sem perder o tom humorístico que caracteriza todos estes desenhos.

A Federação de Peñas distribuiu ontem as imagens com os desenhos pelos meios de comunicação, mas é só no sábado que as faixas vão dar o seu primeiro passeio pela Alde Zaharra. Este fim-de-semana, o último antes do txupinazo, comemora-se o Dia de las Peñas, que contará com um programa repleto de actos festivos e também com um evento prévio. Na sexta-feira, às 19h30, será projectado o documentário Nagore, de Elena Taberna, que aborda a morte de Nagore Laffage, ocorrida a 7 de Julho de 2008. A projecção do filme será complementada por um debate, que visa chamar a atenção para os casos de violência machista, no qual estarão presentes familiares da jovem de Irun.

Aritz INTXUSTA
Notícia completa: Gara

Sanferminetako Peñen pankartak (Berria; todos os desenhos)

Estricalla - «Voy por ti»


Na sexta-feira, tocam ao vivo em Heleta, no EHZ festibala.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Julgamento do «caso Bateragune»

Rufi ETXEBERRIA: «No debate decidiu-se que o ciclo da luta armada devia acabar de uma vez por todas»
O político independentista Rufi Etxeberria compareceu na Audiência Nacional como testemunha. Na sua intervenção, afirmou que no debate ocorrido no seio da esquerda abertzale se decidiu que «o ciclo da luta armada devia acabar de uma vez por todas» e acrescentou que aqueles que estão no banco dos réus «são as pessoas-chave; a partir desse momento, há uma nova situação neste país».
VER: Gara / Áudio: Depoimento de Rufi Etxeberria (Info7 Irratia)

Miren ZABALETA: «A tese principal foi mudar a estratégia da esquerda abertzale para assim mudar a situação»
A segunda jornada do julgamento do «caso Bateragune» começou com quase uma hora de atraso. O arguido Mañel Serra foi o primeiro a depor e apenas respondeu às questões do seu advogado, Aiert Larrarte. Depois foi a vez da também arguida Miren Zabaleta, que defendeu que a tese principal da esquerda abertzale foi a de «mudar a estratégia para assim mudar a situação».
VER: Gara / Áudio: Depoimento de Miren Zabaleta (Info7 Irratia)

Entrevista a Txelui Moreno (Info7 Irratia)
Decorrida a primeira sessão do julgamento do que ficou conhecido como «caso Bateragune», Txelui Moreno, porta-voz independentista e um dos oito imputados nesse julgamento, faz uma leitura política da primeira sessão e salienta a importância da mobilização popular.

Ver também:
«Un procès politique», de G.C. (Lejpb)

Editorial: «No deben seguir ni un minuto más en prisión» (Gara)

Manifestação em Iruñea: Euskal Herria Libre eta Legala
Mobilização contra os julgamentos políticos e pela defesa dos direitos civis e políticos, convocada pelo movimento Eleak.
Fonte: ateakireki.com

Fotos: sessões de julgamento e mobilizações (Berria)

Fotos: mobilização em Iruñea (ekinklik.org)

Entretanto:
O TC espanhol aceita o recurso do Sortu e dá dez dias às partes para se apresentarem
O Tribunal Constitucional aceitou o recurso apresentado pela defesa do Sortu, no dia 18 de Maio, contra o acórdão do Supremo Tribunal que, a 23 de Março deste ano, proibiu a inscrição daquela força no Registo dos Partidos Políticos, ao considerá-la uma «sucessão do Batasuna». Na altura, a proibição foi aprovada por nove votos contra sete, sendo que sete magistrados subscreveram um voto particular de discordância com a decisão tomada.
VER: lahaine.org

Estrasburgo condena o Estado espanhol por não respeitar a presunção de inocência de um cidadão basco

O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH), com sede em Estrasburgo, condenou o Estado espanhol a indemnizar Francisco Lizaso por violar a sua presunção de inocência quando se encontrava detido, em Junho de 1994. Apenas um dia depois, ficou em liberdade e sem qualquer acusação.

Francisco Lizaso Azconobieta foi acusado pelo então governador civil de Gipuzkoa, José María Gurruchaga, de ser membro de um comando da ETA. A conferência de imprensa em que foram apresentados publicamente os elementos referentes a este cidadão teve lugar em Junho de 1994, quando Lizaso se encontrava detido; um dia depois, seria posto em liberdade, sem qualquer acusação pendente, por ordem do juiz Baltasar, da Audiência Nacional espanhola.

A sentença do tribunal europeu, que hoje veio a público, considera que no caso de Lizaso foi violado o artigo 6.2 da Convenção Europeia, que estabelece o direito à presunção de inocência, pois este cidadão foi identificado por Gurruchaga, em resposta questões colocadas pelos jornalistas, como um membro de um comando da ETA, ao qual eram atribuídos vários atentados.

Segundo o tribunal, presidido pelo juiz andorrano Josep Casadevall, no decorrer da conferência de imprensa o governador civil não se referiu a este cidadão como um «alegado» membro da organização armada, tendo antes afirmado que as forças de segurança estavam «convictas» de que o comando a que pertencia tinha sido responsável por três atentados cometidos em Gipuzkoa.

Acrescenta que a conferência de imprensa dada pelo delegado do Governo espanhol, que teve eco em vários órgãos de comunicação, levou ao público convencimento da culpabilidade de Lizaso, tendo ainda feito uma avaliação prematura dos factos, anterior à dos tribunais competentes.

Por isso, condena o Estado espanhol a indemnizar este cidadão em 12 000 euros por danos morais (o queixoso pedia 40 000) e a pagar-lhe ainda mais 6400 euros por custos processuais e despesas com a defesa, que esteve a cargo dos advogados Iñigo Iruin e Didier Rouget.
Fonte: Gara

O Bildu propõe a redução da presença do Exército espanhol e da Polícia no País Basco Sul

Bilbo * E.H.
O Bildu vai apresentar, «sem alarmismos nem radicalismos», uma proposta que visa eliminar as verbas destinadas à Casa Real, ao Exército e aos Corpos e Forças de Segurança do Estado.
Hegoalde [País Basco Sul] «é uma das zonas com maior presença policial e militar», apesar de «a maioria da sociedade não se sentir identificada nem com uns nem com outros». Neste sentido, defendeu uma «progressiva diminuição» dos contributos económicos que esta parte de Euskal Herria faz para ajudar a sustentar tanto a Polícia como o Exército.

Leituras:
«Tararí, tararí, señoras y señores... ¡el Apocalipsis!», de Fede de los RÍOS (Gara)

«¿Por qué no explican qué les dijo la ciudadanía el 22-M?», de Txisko FERNÁNDEZ (Gara)

«La paz en Andoain», de Mikel ARIZALETA (kaosenlared.net)

Ekain Mendizabal iniciou uma greve de fome contra o risco de expulsão

No dia 30 de Junho, o preso político de Ordizia (Gipuzkoa) termina o cumprimento da pena de seis anos de prisão a que foi condenado no Estado francês. A partir desse dia, corre o risco de ser expulso para o Estado espanhol, podendo ser detido pelas forças de segurança espanholas e ficar incomunicável, o que implica o risco de tortura. Por isso e porque reclama o direito a viver livre e sem ter de enfrentar riscos em Euskal Herria, iniciou uma greve de fome no dia 20 deste mês.
O Movimento pró-Amnistia manifestou a sua solidariedade a Ekain Mendizabal e aos seus familiares, «que atravessam neste momento uma situação difícil». Na mesma nota, defenderam também que «Ekain deve posto em liberdade, sem qualquer risco e de forma incondicional».
Fonte: askatu.org

Ongi etorri a Ibai Esteibarlanda, em Elorrio
O natural de Elorrio (Bizkaia) foi um dos 34 jovens detidos em Novembro de 2009 no âmbito de uma operação policial contra a juventude independentista, decretada pelo juiz Grande-Marlaska. Foi libertado na semana passada, depois de pagar uma fiança de 50 000 euros.
Fonte: altzoan.com

Em Orereta, ongi etorri a Manu Ugartemendia
Este fim-de-semana, o ex-preso político basco recebeu um ongi etorri em Orereta (Gipuzkoa). Ugartemendia passou os últimos anos no cárcere francês de La Santé e, como acabava de cumprir a pena a que foi condenado a 13 de Maio deste ano, empreendeu uma greve de fome contra o risco de expulsão para o Estado espanhol. Acabou por ser expulso pelo Estado francês, mas, à chegada ao aeroporto de Barajas (Madrid), pôde seguir em liberdade.
Fonte: askatu.org

500 pessoas na concentração semanal em Iruñea pelo fim das detenções e das torturas
Meio milhar de pessoas concentrou-se ontem em frente à sede do PSOE em Iruñea na mobilização semanal pelo fim das detenções e das torturas. Ali, também se lembrou o início do julgamento dos oito militantes da esquerda abertzale.
Fonte: ateakireki.com

O EHZ Festibala é já este fim-de-semana

O EHZ Festibala, o grande festival do País Basco Norte, decorre nos dias 1, 2 e 3 de Julho em Heleta (Nafarroa Beherea).

3 dias, 5 palcos, 60 espectáculos. Zatoz! Vem!

Ver também: «Derniers frémissements avant EHZ Festibala», de C.S. (Lejpb)

Euskal Herria Zuzenean! Herri Bat Zuzenean!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Díez e Rodríguez afirmam que, quando foram detidos, ultimavam a proposta para o debate no seio da esquerda abertzale


OTEGI: «Se defender uma estratégia de carácter pacífico e democrático é crime, então somos culpados; se não, somos inocentes» (Gara)
A sessão vespertina do julgamento do «caso Bateragune» iniciou-se às 16h30 (hora de EH) com o depoimento de Arnaldo Otegi, que começou por responder a questões colocadas pelo magistrado da acusação Vicente González Mota.

Depoimento de Arnaldo OTEGI (Info7 Irratia)

Mobilizações em Euskal Herria para denunciar um julgamento político em Madrid (Gara e kaosenlared.net)

No fim-de-semana, mobilizações em Burlata e Irunberri (ateakireki.com e ateakireki.com)

Representantes políticos expressam a sua solidariedade aos arguidos (Gara)

Fotos: julgamento do «caso Bateragune» (Berria)

Fotos: julgamento na AN espanhola (Gara)

O julgamento de Rafa Díez, Amaia Esnal, Sonia Jacinto, Txelui Moreno, Arnaldo Otegi, Arkaitz Rodríguez, Mañel Serra e Miren Zabaleta iniciou-se com as questões prévias apresentadas pela defesa dos oito arguidos, que propôs ao tribunal que incluísse como prova uma declaração juramentada de dirigentes do EA como Pello Urizar, Unai Ziarreta, Rafael Larreina, Elisa Saiz de Murrieta, Luis Mariano Alava e Ikerne Badiola, que tinham sido impedidos de participar no julgamento como testemunhas.
Após um intervalo, o tribunal acabou por aceitar que todos esses dirigentes do EA, com excepção de Alava, compareçam como testemunhas, apesar da oposição do magistrado Vicente Mota.

Rafa Díez, duas horas de depoimento
O interrogatório aos arguidos começou com Rafa Díez, que apenas respondeu ao seu advogado.
Depois de explicar que trabalho realizava no sindicato depois de ter deixado de ser secretário-geral, Díez referiu-se a Arnaldo Otegi, com quem mantém uma relação próxima há vários anos «em todos os âmbitos». Disse que, após o processo de negociação de 2006, ambos consideravam necessário um debate no seio da esquerda abertzale sobre uma mudança de estratégia. Otegi foi encarcerado pouco depois e, enquanto esteve na prisão, Díez encarregou-se de transmitir essa reflexão a pessoas determinantes dentro da esquerda abertzale, bem como a outros agentes políticos e sindicais.

Quando Otegi saiu da prisão, em Agosto de 2008, retomaram a necessidade de promover um debate «de grande peso» entre as bases da esquerda abertzale, para abordar a mudança de estratégia, pois «para nós era claro que tinha de ser um debate aberto, claro e contundente. Não havia lugar para a co-habitação com a estratégia anterior, fundamentalmente com a luta armada».

O ex-líder do LAB afirmou que «de forma alguma» houve «dependência, controlo ou subordinação» à ETA nessa reflexão, tendo dito que agiam de «forma autónoma, sem qualquer tipo de tutelagem» com vista a alcançar «um cenário de paz definitiva e soluções democráticas».
«A nossa aposta era muito clara», afirmou.

Precisou ainda que no dia 5 de Agosto de 2009, dois meses antes de serem detidos, se reuniram para «dar corpo a uma proposta histórica», que seria depois debatida entre as bases da esquerda abertzale.
«Deixámos pronta a coluna vertebral da Declaração de Altsasu», que foi apresentada um mês depois da operação policial, disse.

Arkaitz Rodríguez
O segundo a depor foi Arkaitz Rodríguez, que também não respondeu ao magistrado da acusação. Tal como Rafa Díez, considerou que surgiu um grupo improvisado «não formal, não estruturado e aberto», para promover o debate interno na esquerda abertzale, que entendia que «o único caminho para a acumulação de forças passava por uma estratégia pacífica e democrática».

Puderam verificar que as bases da esquerda abertzale partilhavam essa ideia, pelo que procuraram que alastrasse «como uma mancha de azeite», para ir ganhando adeptos.
«Eram reflexões muito concretas que se referiam à necessidade de propor um debate em profundidade no seio da esquerda abertzale que visasse superar a estratégia que até essa altura se levava a cabo e substitui-la por outra que recorresse exclusivamente a vias políticas e democráticas», afirmou.
Disse que ele também esteve, em Agosto de 2009, na sede do LAB e confirmou, como tinha dito Díez, que estavam a concluir o esboço da proposta para o debate. Também negou que recebessem instruções da ETA.

Dez anos de prisão
A Procuradoria da Audiência Nacional espanhola pede para cada um deles dez anos de prisão, acusando-os de ter tentado reconstruir o Batasuna, após a ilegalização dessa força política abertzale, através daquilo que denomina «grupo Bateragune». Mais ainda, o magistrado Vicente González Mota afirma no seu texto de acusação que a tarefa do Bateragune consistia em «levar o confronto político até um ponto culminante», agindo para tal em dois sentidos: a «neutralização de qualquer espaço da esquerda abertzale sem a ETA» e a «acumulação de forças para a construção nacional através de um pólo soberanista subordinado aos fins e métodos da ETA».
Fonte: Gara / Notícia mais desenvolvida: Gara

«"Bateragune": El maligno son ellos», de Sabino CUADRA LASARTE, advogado (lahaine.org)
A propósito do julgamento do caso «Bateragune» que hoje se inicia, o autor estabelece uma analogia entre a «concepção maniqueísta do Bem e do Mal» da Igreja católica e a Audiência Nacional que os julgará. Assim, o que para a Igreja é o «demónio com todos os seus nomes e formas de encarnação», para a Audiência Nacional é a «ETA e o independentismo que a incubou». Considera que a AN e os seus «sacerdotes de toga» sabem que as acusações são «uma farsa», e convida-a a olhar para as suas entranhas, dos seus precedentes até aos membros que a compõem, para encontrar o verdadeiro «maligno», o «Satã do inferno franquista».

A Ertzaintza retira fotos e cartazes de presos em Ordizia e Zarautz

De acordo com informações veiculadas pelo Movimento pró-Amnistia, dois ertzainas à paisana entraram ontem à noite no Gaztetxe de Ordizia (Gipuzkoa) «argumentando que o volume da música estava muito alto».
Então, os agentes retiraram de uma parede várias fotografias de presos e identificaram três menores. Uma patrulha de seis ertzainas de uniforme entrou depois no local e fotografou cartazes e autocolantes que havia no Gaztetxe. Depois de efectuarem buscas no andar de cima, disseram aos jovens que vão enviar a um juiz os cartazes, as fotos e restante material apreendido, de acordo com o Movimento pró-Amnistia.
Em Zarautz (Gipuzkoa), a Ertzaintza entrou no recinto das festas pelas 20h30 e pediu ao responsável de uma txosna [barraca da festa] que retirasse uma faixa que fazia referência aos presos, bem como algumas fotos de perseguidos políticos.
Como o visado se recusou a fazê-lo, foram os próprios polícias a retirar o cartaz, de acordo com fontes do Departamento do Interior.
O autarca de Zarautz, Juan Luis Illarramendi, presenciou a actuação da Ertzaintza e pediu explicações aos agentes, de acordo com a informação divulgada pelo citado Departamento, que precisa que a Ertzaintza vai abrir um processo relativo à faixa e às fotos.
Fonte: Gara

Dispersão penitenciária: 33 presas e presos navarros encontram-se a mais de 900 km de EH
A Egin Dezagun Bidea, iniciativa promotora da manifestação do próximo domingo, 3 de Julho, em Iruñea, divulgou uma série de dados relativos à situação das presas e dos presos políticos navarros.
Os dados centram-se nas seguintes questões: dispersão, presos com doenças graves e incuráveis, pena perpétua, isolamento e punição às famílias.
VER: ateakireki.com

Familiares de Miguel Angel Llamas, Pitu, sofreram um novo acidente provocado pela dispersão
No sábado, dia 18 de Junho, vários familiares de Miguel Angel Llamas, Pitu, preso político de Noain (Nafarroa), sofreram um acidente quando regressavam da visita à prisão de Valdemoro. O acidente ocorreu quando rebentou um dos pneus da auto-caravana em que viajavam, ocupada por seis pessoas, entre as quais duas crianças. Felizmente, o acidente não provocou feridos e, depois de receberem assistência na estrada, puderam seguir viagem.
Por esta razão, os presos políticos de Valdemoro levam hoje a cabo uma acção de protesto, não se apresentando no refeitório ao longo do dia.
Com este, são já 20 os acidentes sofridos por familiares de presas e presos políticos bascos entre 2010 e 2011, com um saldo de 14 pessoas feridas. O último passou-se no dia 24 com os familiares do preso político Oscar Abad, que se encontra na prisão de Topas (Salamanca).
Fonte: ateakireki.com e etxerat.info

Acção a favor dos presos políticos bascos em Barakaldo
Sobre a acção, ver notícia aqui.

Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura

Em relação ao Estado espanhol, a Amnistia Internacional afirma que os sucessivos governos «se empenham em negar as evidências» e não ligam às recomendações.
«Aqui torturou-se, tortura-se e continuar-se-á a torturar».

Madril/Madrid
O relatório da Amnistia Internacional apresenta uma epígrafe específica para o Estado espanhol. O seu título é esclarecedor:
«Espanha: o empenho em negar a evidência». A AI faz referência «à falta de medidas, por parte dos sucessivos governos, para solucionar o problema da tortura», o que «exacerbou um clima de impunidade que fomenta o aparecimento de novos casos de maus-tratos ano após ano».
«Espanha é o único país da União Europeia que mantém um regime de detenção com restrições tão severas aos direitos das pessoas detidas». Estas podem ver-se privadas de acesso efectivo a um advogado ou a um médico por si escolhidos, e não têm possibilidade de informar os seus familiares e amigos da sua detenção. Para além disso, destaca o facto de o período de incomunicação poder ser imposto antes ou depois de a pessoa detida ser presente a uma autoridade judicial e de poder ser prolongado até treze dias.

Ver também os dados recentemente apresentados pela Coordenadora para a Prevenção e Denúncia da Tortura (CPDT) sobre a tortura no Estado espanhol.
«As denúncias de tortura em Euskal Herria cresceram mais de 25% em 2010» (ateakireki.com)

«As denúncias por torturas em Euskal Herria aumentaram mais de 25% em 2010» (Gara via boltxe.info)

No sábado, logótipo humano gigante pela autodeterminação

O acto pela autodeterminação, convocado pela iniciativa Nazioen Mundua [Mundo de Nações] para dia 2 de Julho, terá lugar em Larraitz, numa das encostas do monte Txindoki.

A iniciativa Nazioen Mundua anda há alguns anos a pedir a autodeterminação para Euskal Herria. O próximo acto terá lugar em Larraitz (Abaltzisketa, Gipuzkoa) já neste sábado, dia 2 de Julho. A ideia é fazer um logótipo humano gigante. Os organizadores convidaram toda a gente a participar, pois querem juntar o maior número de pessoas possível.
Notícia completa: Berria

Apresentação do livro «La ruptura de Txiberta. Lo que no pudo ser»

É na quarta-feira, dia 29, no Centro Cívico «La Bolsa», às 19h30, em Bilbo.

La ruptura de Txiberta. Lo que no pudo ser é a última obra do historiador Eduardo Renobales. Especialista no estudo do nacionalismo basco da primeira metade do século XX, da sua relação com as ditaduras que assolam o Estado espanhol nesse período, da transformação que representa a chegada da República, bem como do desastre que significa a Guerra Civil, o exílio e o Franquismo. Desta vez, Renobales centra-se naquilo que passou para o domínio da lenda, na história dos bascos que não foi escrita.

O livro, publicado na colecção Izarren Hautsa, selo editorial da associação de vítimas do regime franquista Ahaztuak 1936-1977, já se encontra à venda. Nele se dá conta das reuniões entre dirigentes de forças abertzales que tiveram lugar no hotel Txiberta (Angelu, Lapurdi) em 1973. Era o início daquilo a que se viria a chamar «La Transición», e decorreu de forma tão secreta que são poucos aqueles que, com menos de 50 anos, tenham uma ideia do que se passou. Txiberta ficou na lenda, porque aquilo que podia ter sido ali foi frustrado.

No seu livro, Eduardo Renobales conta-nos o que se passou. O que podia ter sido e não foi. [Na sequência, ver entrevista do autor à Izaronews.]
Fonte: ahaztuak 1936-1977 via kaosenlared.net

domingo, 26 de junho de 2011

Três mil pessoas apoiam Aurore Martin em Baiona

O encontro estava marcado para as 17h00 mas a manifestação partiu da Praça dos Bascos com mais de meia hora de atraso, encabeçada por uma faixa em que se exigia «respeito pelos direitos civis e políticos» e que foi levada por eleitos de diversas forças políticas, sindicalistas e Aurore Martin.

Atrás deles seguiam os membros do Colectivo contra o Mandado Europeu, com uma outra faixa em que se lia «Aurore libre etxean» [Aurore livre e em casa], o mesmo lema que figurava nos cartazes cor-de-laranja que os manifestantes exibiam. Os «indignados» acampados em Baiona também levaram uma faixa.

Quando, pouco passava das 17h00, Aurore Martin apareceu na Euskaldunen Plaza acompanhada pela sua irmã, foi recebida com uma forte salva de palmas. Muitos cargos eleitos foram então cumprimentá-la e abraçá-la, para lhe mostrar o seu apoio.
A militante do Batasuna confessou sentir-se emocionada e ao mesmo tempo espantada porque, segundo disse, não estava à espera de que tanta gente aparecesse. Disse também ter consciência daquilo que a espera, mas salientou que «a batalha política e a da mobilização já estão ganhas», tendo-se mostrado disposta a «ir até ao fim».

Ampla representação institucional
Na manifestação esteve presente uma vasta representação do PS, em que se incluía o conselheiro regional Mathieu Bergé; os vereadores de Baiona Martine Bisauta, Colette Capdevielle e Gerome Aguerre; e os conselheiros gerais Marie Christine Aragon e Christophe Martin, entre outros.
A esquerda abertzale também enviou uma grande representação: Jean Claude Agerre, Miren Legorburu, Xabi Larralde, Aitor Bezares... A estes juntavam-se os vereadores abertzales Ixabel Etxeberria e Philippe Aramendi, entre outros.

Yvette Debarbieux, edil do PC em Donibane Lohizune; Alice Leiziaguezahar e David Grosclaude, conselheiros regionais pela Europe Ecologie; Mertxe Colina (AB); Isabelle Larrouy, presidente regional da Cimade; e a presidente da Liga dos Direitos Humanos em Ipar Euskal Herria foram outras personalidades que aderiram à mobilização, em que também participaram membros do NPA, Askatasuna, Anai Artea, Autonomia Eraiki e organizações sindicais como CFDT, CGT, Solidaires e LAB.

A mobilização terminou junto a Chao Pelletier, onde se encontram acampados os «indignados» de Baiona. Ao clamor de «Aurore, herria zurekin» [Aurore, o povo está contigo], a militante independentista e os eleitos e restantes personalidades que lideraram a manifestação subiram ao palco, altura em que a emoção e os aplausos se voltaram a fazer sentir de forma intensa.

«Coragem» de Aurore Martin
Anaiz Funosas (Askatasuna) e Claude Larrieu (NPA) tomaram a palavra em nome do Colectivo contra o Mandado Europeu para louvar «a coragem» de Martin.
Na sua intervenção, afirmaram que o Estado e a Justiça franceses violaram liberdades fundamentais como a de reunião e de opinião, e aceitaram a entrega de Aurore Martin a um Estado «que recorre à tortura e a leis de excepção».

Consideram «vergonhosa» a tentativa de detenção de terça-feira passada, e tiveram também palavras de apoio para os oito militantes independentistas que vão ser julgados no âmbito do «caso Bateragune», e pediram a Paris e Madrid que, neste contexto de mudança que se vive em Euskal Herria, abandonem a sua estratégia repressiva.

Também em Maule
A mobilização de Baiona não foi a única que teve lugar hoje em solidariedade com Aurore Martin. Em Maule, sua terra natal, cerca de 130 pessoas também se manifestaram para, dessa forma, lhe expressarem o seu apoio.
Fonte: Gara

Fotos: apoio a Aurore Martin em Baiona (kazeta.info)

Fotos: manifestação contra o mandado europeu em Baiona (Berria)

Fotos: tentativa de detenção de Aurore Martin (Berria)

A esquerda abertzale reafirma o carácter irreversível da sua aposta e pede uma resposta unitária contra o julgamento

Numa conferência de imprensa que decorreu ontem em Donostia e na qual estiveram presentes quatro dos oito militantes independentistas que vão ser julgados a partir de segunda-feira na Audiência Nacional espanhola – Txelui Moreno, Rafa Díez, Mañel Serra e Amaia Esnal –, acompanhados por Tasio Erkizia, Niko Moreno, Miren Legorburu e Aitor Bezares, a esquerda abertzale afirmou que este julgamento constitui «a resposta de Madrid à nova fase política aberta em Euskal Herria», considerando, no entanto, que «é a própria incapacidade do sistema político espanhol» para abordar essa nova fase que realmente «se irá sentar no banco dos réus».
VER: Gara

Texto integral da conferência de imprensa:
«La Izquierda Abertzale llama a movilizarse contra el juicio a la nueva fase política», de Ezker Abertzalea (ezkerabertzalea.info)

Entrevista a Txelui Moreno

Txelui Moreno é um dos oito militantes da esquerda abertzale que vão ser julgados no âmbito do «caso Bateragune», que se inicia amanhã no tribunal especial espanhol. O MP pede dez anos de prisão para cada um deles.
Fonte: ateakireki.com

«Epaiketa politikorik ez, aterabideak aurrera»
Uztailak 2 Manifestazio Nazionala (Donostia * Gipuzkoa)
2 de Julho, Manifestação Nacional (Donostia * Gipuzkoa)
Fonte: SareAntifaxista

Em Erromo, apoio aos cidadãos condenados a pagar multas por se solidarizarem com os presos

Em Itzubaltzeta/Erromo, cerca de 80 pessoas participaram numa manifestação e numa conferência de imprensa, na sexta-feira à tarde, para se solidarizarem com os cidadãos «a quem aplicaram multas injustas» e para exigir que «o Estado os deixe em paz».
Na ocasião, os membros da iniciativa 5.000 baietz! lembraram que, no dia 18 de Setembro de 2010, quando se manifestava de forma pacífica em defesa dos presos bascos, o jovem de Erromo A.S. foi agredido por trás por um agente da Ertzaintza, atirado ao chão e detido. Hoje, a justiça pede-lhe que pague uma multa de 2000 euros, utilizando a desculpa de «atentado à autoridade». No dia 22 de Outubro de 2010, durante uma manifestação pacífica em defesa do conterrâneo Imanol Beristain, os moradores do bairro J.I. e I.l. foram parados e identificados, tendo-lhes sido depois comunicado por um comandante do corpo policial autonómico que podiam seguir. Hoje, com o argumento de «insultos e ameaças», um juiz pede-lhes que paguem uma multa de 3000 euros.
Notícia completa: ukberri.net / Fotos: 5000 baietz! ekimenaren agerraldia

A última sexta-feira de Junho anuncia um Verão muito activo pelos presos
Na sexta-feira à tarde e à noite, realizaram-se dezenas de concentrações pelos presos em Euskal Herria, pela primeira vez sob a batuta da iniciativa Egin Dezagun Bidea, destinada a juntar vontades contra a política prisional. Este foi, precisamente, uma das mensagens principais dos diversos actos: «A acumulação de forças será imprescindível».
A Egin Dezagun Bidea lembra que «a questão dos presos e dos refugiados políticos está marcada a vermelho na agenda pela sociedade basca», e que de facto isso ficou demonstrado em mobilizações como a de Janeiro ou a mais recente, celebrada em Bilbo a 12 de Junho. Constata que «uma vasta maioria da sociedade basca apoia o fim da dispersão e a desactivação de medidas como a pena perpétua de facto, a libertação dos presos doentes ou o fim da prática do isolamento». Mas insiste na ideia de que, para que tal seja possível, é preciso juntar forças.

«Estamos a fazer caminho», refere o comunicado lido nas concentrações, que considera um exemplo feliz a atitude tomada por diversos sectores em Ipar Euskal Herria contra o mandado europeu emitido contra a militante do Batasuna Aurore Martin. Também se congratula pela criação de herri bilgunes [comités populares] em todo o país, que se pretendem «espaços amplos e abertos» para trabalhar na defesa dos direitos dos presos bascos.
À beira do período de férias, a Egin Dezagun Bidea ressalta que este Verão será bastante activo neste terreno, meses que espera ver «repletos de reivindicações» pelos presos e exilados. Para além de promover novos herri bilgunes, espera também que as reivindicações estejam presentes em festas populares, concertos, espaços desportivos... e que cheguem aos turistas que visitam Euskal Herria. Como mobilização concreta a curto prazo, destaca a manifestação convocada para dia 3 de Julho em Iruñea.

Dezenas de actos
Na última sexta-feira de cada mês, são muitas as mobilizações pelos presos políticos, e esta não se revelou menos solidária. Com Euskal Herria já em pleno período de festas estivais, as mobilizações foram ainda mais participadas.
Assim, em Orereta (Gipuzkoa) houve uma manifestação, em que participaram 246 pessoas, para reivindicar o repatriamento dos presos políticos. À manifestação seguiu-se a representação teatral, cujo cenário figurava uma cela da prisão de Herrera de la Mancha.
Referência a outras mobilizações em: Gara

Colocaram uma faixa gigante pelos presos na ponte que une Barakaldo e Gurutzeta
A Ertzaintza chegou quando duas pessoas estavam a colocar a faixa; depois de descerem da estrutura da ponte, foram detidas e acusadas de desobediência. Isto passou-se na sexta-feira.
Os dois detidos foram levados para a esquadra de Sestao (Bizkaia), tendo sido posteriormente conduzidos à presença de um juiz no Tribunal de Barakaldo (também em Ezkerraldea). Puderam ambos seguir em liberdade.
Fonte: askatu.org

Leituras

«El odio que aflora», de Antonio ALVAREZ-SOLÍS, jornalista (kaosenlared.net)
Em três dias consecutivos assisti a três explosões de ódio verdadeiramente feroz nas excitadas páginas jornalísticas que acolhem as opiniões de muitos leitores que navegam à deriva por um oceano de simplicidades. [O autor alude às reacções subsequentes à vitória eleitoral de Ollanta Humala, no Peru; aos insultos contra os «indignados» da Porta do Sol, em Madrid; e às baterias carregadas e disparadas contra o Bildu]

«¿Para Qué y cómo debemos organizarnos? (II)», de Iñaki Gil de SAN VICENTE (kaosenlared.net)

«Zapatero asegura que no le "gusta nada" que Bildu gobierne Gipuzkoa y Donostia», de Iñaki IRIONDO (Gara)
No primeiro dia do mandato de Garitano, o primeiro-ministro espanhol referiu-se à questão em Bruxelas, enquanto em Madrid o ministro do Interior afirmava: «vamos estar em cima, para que cumpram a lei»

«Con makila», de Raimundo FITERO (Gara)
[Garitano] transformou-se no novo alvo da extrema direita mediática espanhola. Estão mais agressivos os da fiel infantaria que os seus próprios comandantes políticos. [Ainda ontem pudemos confirmar um «feroz» exemplo.]