sábado, 27 de janeiro de 2007

Morreu a mãe de Iñaki de Juana Chaos

Esperanza Chaos, mãe de Iñaki de Juana Chaos, faleceu hoje em Donostia. A mãe do preso político basco tinha 83 anos. A grave doença de que padecia foi uma das três razões que levaram o advogado de Iñaki a pedir a sua libertação. O tribunal, no entanto, contrariou essa possibilidade. Esperanza Chaos acabou por falecer sem ver o seu filho, que está há mais de 20 anos preso, em liberdade.

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Iñaki de Juana Chaos, 82 dias de luta


Liberdade para Iñaki de Juana Chaos, há 82 dias em greve de fome!
Força, companheiro. Estamos contigo!

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sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

"A ETA não queria matar ninguém"

A morte de dois equatorianos no atentado levado a cabo pela ETA no aeroporto de Madrid têm sido fruto de grandes investigações por parte dos meios de comunicação social do Equador. Segundo o jornal Ecuador Universal, a ETA "fez exactamente 7 chamadas de telefone entre as 7:54 e as 8:27 do dia 30 de Dezembro". O jornal do país sul-americano indica ainda que segundo peritos "a ETA queria evitar vitimas a todo o custo". O governo espanhol "já confirmou", segundo o jornal, que a ETA "realizou as 7 chamadas, embora nem todas elas tenham sido atendidas".

em Ecuador Universal

A história trágica de Diego Estacio está bem presente na memória dos equatorianos. O pai, revoltado, não descarta a possibilidade de processar o Estado espanhol. "Se tivessem verificado todo o parque de estacionamento teriam salvo o meu filho", diz Winston Estacio. A namorada do filho avisou a policia com mais de 20 minutos de antecedência de que Diego estava no parque. "Eles tiveram tempo e não o fizeram".

O pai de Diego está convencido de que a ETA não assassinou o seu filho. "Se eles (ETA) anteciparam com mais de 2 horas e meia era para que não houvesse mortes", manifestou. Referiu que é preferível o diálogo e que se há acordos não haverá mais mortos a lamentar.

em Ecuador Universal


Ver vídeo das declarações do pai de Diego Estacio

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Vergonha!



Ontem noticiávamos que a Audiência Nacional discutiria hoje uma possível redução de pena ou prisão domiciliária para Iñaki de Juana Chaos. O preso político basco que está há 80 dias em greve de fome, mas sob alimentação forçada, corre o risco de morrer a curto prazo. A decisão foi tomada esta manhã. Iñaki continuará preso.

Depois de lhe acrescentarem mais 10 anos de prisão à de 20 anos já cumprida, por ter redigido 2 artigos para um jornal, o Estado espanhol mostra não ter qualquer vergonha e decide mantê-lo preso, apesar das condições graves em que se encontra o preso político basco.

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quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Repressão sobre solidariedade internacional

Na manhã de ontem, a polícia vasculhou as instalações da Rádio Pays - Rádio Txalaparta, rádios solidárias com os presos de París. Realizam programas dedicados a eles e lá trabalha também o jornalista solidário com o povo basco, Sebas, que está preso em Madrid.

Em 15 dias, para além da sua detenção, tortura e encarceramento. Sebas, companheiro do Comité de Solidariedade com Euskal Herria de París, teve a casa sob buscas policiais e, no fim-de-semana, foram detidos companheiros e amigos que estavam num acto de protesto em solidariedade com Sebas. Durante 4 horas, estiveram na esquadra com mãos e pés atados.

Como dissemos há uns dias, é clara a intenção de amedrontar todos aqueles que se mostram solidários com o povo basco. Deseja-se criminalizar a solidariedade internacionalista.

A Associação de Solidariedade com Euskal Herria está solidária com Sebas, com a Rádio Txalaparta e com os companheiros franceses solidários com o povo basco. Os Estados espanhol e francês demonstram a mesma determinação em violar os pressupostos democráticos que dizem defender. Mas a verdadeira democracia está na prática e não na teoria propagada pela comunicação social que os sustenta.

Gora Euskal Herria askatuta!
Gora Euskal Herria sozialista!

Viva o País Basco livre!
Viva o País Basco socialista!

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Iñaki de Juana Chaos, 79 dias de luta

A Audiência Nacional espanhol pronunciar-se-á amanhã sobre uma possível redução da pena de Iñaki de Juana Chaos. Outra opção é o cumprimento da pena em prisão domiciliária. O preso político basco está há 79 dias em greve de fome. Nos últimos dias, os médicos informaram que o independentista basco corre grave risco de vida.

Iñaki de Juana Chaos está preso há mais de 20 anos. Depois de ter cumprido a sua pena, o Estado espanhol arranjou um pretexto para o manter encarcerado. Dois artigos no jornal Gara foram o suficiente para o condenar a mais 10 anos de prisão efectiva. Depois de ter finalizado uma greve de fome contra a possibilidade de vir a ser condenado por escrever num jornal, Iñaki recomeçou outra contra a decisão. Há mais de 79 dias sem se alimentar, o Estado espanhol amarrou-o a uma cama e submeteu-o a alimentação forçada.

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Repressão espanhola


Vídeo que ilustra a repressão vivida no País Basco

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segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Mandado de captura internacional para jovens da Segi


Acção da Segi realizada há poucas semanas

No sábado passado, a Audiência Nacional decretou uma ordem de detenção internacional para os 19 jovens da Segi condenados no caso das organizações juvenis independentistas bascas ilegalizadas e consideradas "terroristas". Cinco dos 24 jovens condenados a penas de prisão foram já encarcerados pela polícia espanhola. Os outros não foram localizados.

A Associação de Solidariedade com Euskal Herria reafirma o seu apoio aos jovens militantes da Segi.

SEGI AURRERA!

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domingo, 21 de janeiro de 2007

Imagens do comício proibido da Askatasuna


Imagens gravadas pela polícia

Há duas semanas, noticiámos o comício convocado pela Askatasuna, organização anti-repressiva. O acto político foi proibido. As pessoas manifestaram-se e sentaram-se bloqueando as ruas. Depois, a polícia carregou sobre os cidadãos bascos. Nesse dia foi torturado Sebas, o solidário francês, que se encaminhava para o comício. Mais uma vez, não poderão ver estas imagens na comunicação social portuguesa.

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Jovens da Segi perseguidos

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A situação agravou-se no País Basco. A decisão repressiva do Supremo Tribunal em considerar a Segi, organização juvenil independentista basca, como terrorista foi mais um golpe dado pelo Estado espanhol contra um possível processo de paz. A indignação percorre o povo basco e nem o Partido Nacionalista Basco teve coragem de apoiar a decisão do Supremo Tribunal. Todos condenam a decisão menos o PSOE e o PP.

Neste momento, há um mandado de captura para 23 jovens da Segi. 4 destes jovens foram presos nos últimos dias. Os outros fugiram e estão escondidos. O Estado espanhol lança jovens para a clandestinidade. Como um Estado fascista mostra a sua face grotesca. Aos jovens presos, [Olatz Carro Boado, Amaia Arrieta Gonzalez, Igor Ortega Sunsundegi, Ikor Frade] e aos que fogem às garras da repressão, mostramos a nossa mais profunda solidariedade. Estamos convosco.

Nas ruas bascas, a resposta faz-se sentir. Manifestações e concentrações reprimidas pela polícia. Confrontos com a polícia. Barricadas levantadas com contentores do lixo. Pedras, cocktails molotov e foguetes. Várias sedes do PSOE foram alvo de ataques. Os bancos também foram alvo da revolta dos jovens. Quem semeia ventos, colhe tempestades.

Não lemos nada disto na comunicação social portuguesa. Seria importante que todos nós fizéssemos chegar os nossos protestos. Afinal, os que tanto valor dão às palavras de Zapatero não noticiam o que se passa neste momento. É o critério dos opressores que dominam os nossos jornais, rádios e televisões.

Nós estamos solidários com os jovens que neste momento respondem às agressões fascistas do Estado espanhol. A luta é o único caminho para travar a repressão e conquistar a liberdade.

Viva a Segi!
Gora Segi!

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sábado, 20 de janeiro de 2007

Perseguição policial aos jovens independentistas

Dezenas de jovens independentistas identificados pela polícia

Solidário francês preso e torturado

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Há umas semanas, a Askatasuna preparou um grande comício no Estádio de Anoeta em Donostia. Milhares de pessoas acorreram para demonstrar a sua solidariedade e o seu apoio aos presos políticos bascos. Nessa altura, noticiamos a proibição decretada pelo Estado espanhol. Impedidos de realizar o comício, milhares de pessoas percorreram as ruas de Donostia. Depois de uma violenta carga policial, a população reagiu e houve confrontos com a polícia. Também noticiamos a prisão de Sebas Bedouret.

Sebas Bedouret é jornalista da rádio Txalaparta em París. Trabalha em solidariedade com o povo basco e foi nessa condição
que se dirigiu ao comício de Donostia. Foi interceptado por uma barreira policial espanhola. Nunca chegou ao destino. Foi preso, levado para Madrid e torturado.

Sebas Bedouret não é basco, nem está envolvido na esquerda independentista. É um cidadão francês que, como nós portugueses, luta solidariamente pelo povo basco. Por isso, o seu testemunho é ainda mais gritante. Não porque haja tortura com maior ou menor sentido. Nenhum acto de tortura faz sentido. Mas é gritante e demonstrativo de que qualquer pessoa pode ser presa e torturada pelo facto de se solidarizar com a causa independentista basca. É mais um exemplo da política fascista do Estado espanhol em relação ao País Basco.

Nós estamos solidários com Sebas Bedouret. O Estado espanhol pretende amedrontar os comités de solidariedade com Euskal Herria. Não contente com reprimir os cidadãos bascos, pretende agora alarga-la à solidariedade internacionalista. Não terá senão o contrário do que pretende. O reforço da solidariedade para com a justa luta do povo basco pela independência e pelo socialismo.

Relato da prisão e tortura de Sebas Bedouret

Liberdade para Sebas Bedouret!
Viva o País Basco livre e socialista!

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Urgente: Supremo Tribunal declara que a Segi é "terrorista"

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A manhã acordou mais cinzenta no País Basco. Ontem, o Supremo Tribunal espanhol declarou que a organização juvenil da esquerda independentista, a Segi, é "terrorista". Os juízes, usando a velha tese de que tudo o que mexa e seja basco é da ETA, assim decidiram. Vários jovens foram condenados a pesadas penas de prisão. Estão encarcerados por lutarem pelo seu povo, como o fazem milhões de jovens por todo o mundo.

A decisão é grave. Mas clara. O Estado espanhol prossegue a sua política repressiva contra a luta do povo basco, mesmo quando ela é pacífica. É certo e sabido que existem muitas interrogações sobre a viabilidade da luta armada. Mas que vias abre o Estado espanhol para a paz quando ilegaliza jornais e rádios, quando proíbe manifestações e reuniões, quando classifica de terrorista organizações juvenis, quando impede partidos políticos de participarem activamente na sociedade e nas eleições? Estamos a falar de milhares de jovens lançados para a acção clandestina. Porque, evidentemente, nenhum deles irá baixar os braços ou desistir da luta por um País Basco livre e democrático. Porque não são terroristas. São heróis anónimos da juventude e do seu povo.

Associação de Solidariedade com Euskal Herria

Mais artigos sobre o assunto:
O TS espanhol declara "terrorista" a organização independentista Segi
Jovens começam a ser presos
Opiniões: "Grave política de vingança"
Protestos nas ruas e na televisão contra decisão do tribunal
Sabotagens em solidariedade com a Segi

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Assina em solidariedade com o povo basco!

Abaixo-assinado a decorrer

Está a decorrer um abaixo-assinado a nível internacional. Vários comités de solidariedade estão nas ruas de vários países sensibilizando e recolhendo assinaturas de cidadãos solidários com o desejo de diálogo e de negociação do povo basco. Cidadãos e cidadãs que se solidarizam e exigem também eles um processo negocial que promova o fim do conflito e o respeito pelas decisões que tome o povo basco.

Em Portugal, a ASEH fará recolhas públicas de assinaturas e lança, na internet, o abaixo-assinado para que todos tenham acesso e possibilidade de o assinar.

Assina aqui: http://www.petitiononline.com/aseh2007

País Basco pelo diálogo e pela negociação

O processo para a resolução do conflito político entre o País Basco e os Estados espanhol e francês é hoje mais necessário que nunca. O objectivo deste processo deve ser criar as bases democráticas para superar a confrontação, envolvendo todas as opções políticas da sociedade basca, em torno de duas mesas de negociação. Uma dos partidos políticos, sindicatos e organizações sociais com o objectivo de se chegar a um acordo conjunto sobre os elementos-chave do conflito, ou seja, o direito do povo basco a decidir o seu próprio futuro e a relação interna entre os territórios bascos. A outra mesa seria composta pela ETA e pelo Governo espanhol para promover a desmilitarização do país e solucionar a situação dos exilados e dos presos políticos bascos.

A superação do conflito é possivel. Para o progresso das negociações, é necessária a criação de condições democráticas básicas e a participação de todos os agentes na luta por uma solução democrática para os direitos do povo basco.

Por estas razões, nós, abaixo-assinado, fazemos um apelo a todas as partes implicadas para que, apesar das dificuldades, se comprometam realmente no processo de diálogo e negociação política, aceitando que no final sejam os bascos a decidir o seu futuro.

Associação de Solidariedade com Euskal Herria(ASEH)


http://paisbasco.blogspot.com

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Opressores organizam manif pela paz

Sob a campanha exaltada da comunicação social espanhola contra a ETA, milhares e milhares de pessoas saíram à rua em todo o Estado espanhol. No País Basco, o governo convocara uma manifestação pela paz. O Batasuna anunciou a sua participação. O PSOE de Zapatero recusou desfilar ao lado do Batasuna. O que, de certa forma, fazia sentido. O Batasuna trabalhou durante os 9 meses da trégua pela paz. O PSOE limitou-se a apoiar a repressão executada pelo Estado espanhol governado pelos "socialistas". Mas claro, adivinhou-se a chantagem. Ou o Partido Nacionalista Basco mudava o lema da manifestação para uma mensagem contra a ETA ou não participava. O PNV, que guardou há muito a independência na gaveta, cedeu e alterou o lema. Agora, se o Batasuna quisesse participar tinha de condenar a única organização que durante 9 meses cumpriu o prometido, a ETA. O Batasuna recusou, claro, recusou. E o PSOE lá foi, hipocritamente, atrás da faixa pela paz e contra a ETA.

domingo, 14 de janeiro de 2007

Banda batxoki


Vídeo do grupo basco 'Banda Batxoki'

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Políticas penitenciárias


Primeira parte


Segunda parte

Resumo das diferentes políticas penitenciárias levadas a cabo pelos Estados espanhol e francês ao longo das últimas três décadas.

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Comunicado da E.T.A.

Comunicado integral da ETA [castelhano - PDF]

Num comunicado enviado à redacção do Gara, a ETA afirma que o cessar-fogo permanente iniciado no dia 24 de Março de 2006 continua vigente. A ETA reafirma os objectivos expressos na declaração de 22 de Março (na qual demonstrava a sua disposição para "impulsionar um processo democrático em Euskal Herria para construir um novo marco no qual sejam reconhecidos os direitos do povo basco e assegurando, enfrentando o futuro, a possibilidade de desenvolvimento de todas as opções políticas"). No comunicado, a ETA assume a autoria do atentado de Barajas.


Neste extenso comunicado, redigido integralmente em euskara, a ETA faz uma leitura da situação política nove meses depois de ter iniciado o cessar-fogo. Afirma que foi o Governo espanhol e o PSOE quem, "pondo obstáculos sem cessar ao processo democrático", provocou esta grave situação. A ETA critica também o PNV: "Queremos denunciar a atitude mostrada pelo PNV de Imaz nestes últimos meses, já que actuou contra a esquerda independentista alimentando a linha do Governo espanhol".

Afirma, para além do mais, que o Executivo espanhol continua sem cumprir os seus compromissos de cessar-fogo.

Encarando o futuro, o comunicado recorda que a oportunidade para desenvolver o processo democrático "chegará através de um acordo político que traga os direitos e mínimos democráticos que se devem dar no País Basco", e apela a acabar com as fórmulas policiais e políticas fracassadas e sem saída.

Por outra parte, a organização assume a colocação de um carro-bomba que explodiu no passado dia 30 de Dezembro num parque de estacionamento do aeroporto internacional da capital espanhola e acrescenta que as suas decisões e respostas serão de acordo com as atitudes do Governo espanhol. Nesse sentido, e após afirmar com claridade a sua vontade de reforçar e impulsionar o processo, acrescenta que, na medida em que persista a situação de agressão contra o País Basco, a ETA tem também a firme determinação de responder, tal e como anunciaram no comunicado de Agosto. Em relação ao atentado de Barajas, a organização afirma com toda a clareza que "o objectivo dessa acção armada não era causar vitimas", e denuncia que não se desalojou o parque de estacionamento apesar das três chamadas realizadas, com mais de uma hora de antecedência, detalhando a localização exacta do engenho explosivo.

Traduzido de Gara.net

domingo, 7 de janeiro de 2007

Brutalidade policial contra manifestação independentista



O comício em solidariedade com os presos políticos estava marcado para ontem. O estádio de Anoeta, em Donostia, o lugar escolhido, estava bloqueado por centenas de 'ertzainas' [polícia autonómica basca] e havia postos de controlo montados pela guardia civil no sentido de impedir a aproximação das pessoas. As ruas circundantes foram, no entanto, poucas para suster os milhares de pessoas que aí acorriam. Foi então que impossibilitado o comício, por proibição das autoridades espanholas, se iniciou uma manifestação improvisada.

As pessoas desfilaram e protestaram gritando por independência, pela libertação de Iñaki de Juana Chaos e contra o PNV e a polícia. Durante meia hora sentaram-se no chão e terminaram o protesto cantando o 'Eusko Gudariak' [hino basco]. Logo de seguida, uma brutal carga da polícia fez dezenas de feridos. Uma mulher de 50 anos foi atingida por uma bala de borracha no tórax e um homem de avançada idade desmaiou. Algumas pessoas encontraram um jovem inconsciente depois de ter sido agredido pela polícia. Foram ainda detidas duas pessoas, uma das quais está no hospital por ter sido espancado durante a detenção. Também foi detido um membro da delegação internacional convidada para o comício.


Naturalmente, a revolta instalou-se. Dezenas de contentores foram atravessados na estrada e incendiados. Contra os disparos da polícia, os manifestantes utilizaram pedras em legitima defesa. O final de uma manifestação pacifica que exigia a democracia no País Basco acabou com a única resposta que deu o Estado espanhol durante 9 meses de cessar-fogo da ETA: repressão e mais repressão.

Fotos: El Mundo
Texto: Com Gara

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Liberdade imediata para Iñaki de Juana!

Faz hoje 60 dias que Iñaki de Juana Chaos iniciou a sua segunda greve de fome no espaço de poucas semanas. Condenado a mais 10 anos de prisão, Iñaki ficará mais de 30 anos encarcerado por ter escrito 2 artigos para um jornal. Assumindo a greve de forma como uma luta legítima para contestar a decisão judicial, Iñaki levou-a, da primeira vez, até lhe garantirem que a pena seria retirada. Posta de parte essa medida, há 60 dias Iñaki regressou à greve de fome. O Estado espanhol, convicto de que o preso político basco a levará até às últimas consequências, amarrou-o a uma cama de hospital e submeteu-o a alimentação forçada. É nestas condições que vive Iñaki de Juana Chaos há várias semanas.

Os médicos já alertaram. A qualquer momento, nas condições em que está, Iñaki poderá ter um colapso cardíaco ou entrar num coma irreversível. Perante esta situação, o Estado espanhol nada fez e nada faz. Mais uma demonstração de que em 9 meses de cessar-fogo da ETA o Estado espanhol prefere gabar-se de ter feito menos que o governo de Aznar pela paz.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Batasuna: processo deve continuar

O Batasuna realizou uma conferência de imprensa com a presença do responsável das relações internacionais Joseba Alvarez. Estas foram as principais ideias manifestadas:

1. Que em momentos como este é necessária uma dose maior de serenidade e de responsabilidade
2. Mostrar e partilhar com o conjunto dos cidadãos bascos e com o conjunto do Estado a grande preocupação do Batasuna pela situação política actual
3. O Batasuna tem mantido uma análise da situação nestes parâmetros. Antes tinha já afirmado que o processo estava bloqueado e que naquelas condições não poderia haver processo. O responsável assinalado: o Estado espanhol.
4. O processo de resolução do conflito não está interrompido
5. O processo é mais necessário que nunca: o país precisa urgentemente de um cenário democrático.
6. A aposta do Batasuna é clara e inequívoca: deve continuar a construir o processo, é o que o país deseja
7. Há que retomar as bases do processo. O que ocorreu no dia do atentado não leva à situação anterior ao processo. É fundamental reconstruir as condições que permitam estabilizar de maneira definitiva um processo de resolução do conflito. Todas as partes implicadas devem propiciar a criação de um cenário de respeito e de não agressão que conduza a uma realidade de recuperação da confiança para avançar no processo de diálogo político.

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Fim do processo de paz

O governo espanhol anunciou hoje o fim do processo de paz. O Ministro da Administração Interna, Alfredo Perez Rubalcaba, afirmou que o Estado espanhol anulou todos os contactos com a ETA. Segundo o governante espanhol, não há condições para dialogar com "aqueles que não manifestam vontade em abandonar as armas". Quanta hipocrisia sai da boca de quem não fez nada pela paz nos últimos meses. Mais: os dirigentes espanhóis tentam agora culpar a ETA pelo fim da trégua. Não foi a paralisia negocial do Estado espanhol mas sim a ETA. Como sempre, a ETA é a culpada de tudo para os dirigentes políticos espanhóis. Mas culpada de quê? De acabar com o processo de paz? Que paz pode haver quando só um dos lados cessa as hostilidades?

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Atentado em Madrid

No dia 30 de Dezembro, um atentado destruiu parte importante de um bloco do parque de estacionamento do Aeroporto de Barajas, em Madrid. Uma hora antes, um anónimo alertou para a colocação de artefactos explosivos no local no sentido de se evacuarem todas as pessoas. O anónimo disse falar em nome da organização independentista basca ETA.

Zapatero, o presidente do governo espanhol, anunciou a interrupção de qualquer tipo de diálogo com as organizações independentistas bascas. Os jornais repetem-lhe o discurso noticiando que o processo de paz foi interrompido pelas bombas. É, aliás, dessa forma que o Diário de Notícias titula a informação dada sobre o atentado.

Na verdade não foi o atentado que interrompeu o processo de paz mas sim a inacção dos governantes espanhóis que em quase um ano de cessar-fogo da ETA não mostraram qualquer interesse em alcançar a paz. Há que encarar os factos com seriedade, a ETA foi a única das partes que trabalhou pelo fim da violência. Calou as armas durante meses a fio. O Estado espanhol, pelo contrário, manteve a sua postura repressiva. Manteve a ilegalização de organizações independentistas bascas, não houve qualquer mudança na política penitenciária (os cerca de 700 presos políticos continuam nos cárceres e dispersos), continuaram as prisões a militantes independentistas, reprimiu manifestações, torturou cidadãos e em nenhum momento mostrou querer uma paz negociada com base no direito à livre escolha por parte do povo basco. Foi isso mesmo que o Batasuna denunciou após ter declarado que os atentados não devem bloquear a construção de um processo que conduza à paz.

No Estado espanhol prosseguem as manifestações contra a ETA e contra o processo de paz. Não admira que tal aconteça num ambiente de constante contaminação e mentira por parte dos órgãos de comunicação social.