sexta-feira, 17 de junho de 2011

Pedem três anos de prisão para Beyrie e Goiti numa audiência marcada pelo tom político

O procurador do tribunal especial que ontem julgou em Paris Xan Beyrie e Gilen Goiti pediu penas de três anos de prisão para cada um, embora num dos casos a pena seja suspensa.

Beyrie foi acusado de participar num atentado contra uma imobiliária que ocorreu na localidade de Hiriburu a 24 de Junho de 2007 e Goiti por uma tentativa de atentado contra uma segunda residência em Jatsu, em Janeiro de 2009.

De acordo com as informação divulgada pela Askatasuna, o julgamento ficou marcado por um acentuado tom político, já que, depois de exporem as acusações contra o kanboarra Beyrie e o angelutarra Goiti, as perguntas relacionadas com as mesmas «duraram apenas alguns minutos».

No resto do tempo, o interrogatório aos dois jovens de Lapurdi ficou marcado por perguntas «de natureza ideológica». Assim, tanto o procurador como o juiz procuraram saber as suas opiniões políticas, perguntando-lhes, por exemplo, se estavam de acordo com o slogan «o País Basco não está à venda» ou se pensavam que Euskal Herria «só deve de ser para os bascos» ou se desejavam «uma purificação». O juiz chegou mesmo a afirmar que Aurore Martin é «membro da ETA».

Testemunhos
Depois dos testemunhos de Battitt Amestoi, eleito de Uztaritze, sobre a situação de Ipar Euskal Herria [País Basco Norte], e de Iker Elissalde, eleito de Hendaia, sobre a problemática específica da juventude basca, o advogado de defesa, Jean-François Blanco, expôs o contexto político actual, dando ênfase ao processo de resolução aberto em Euskal Herria.
Blanco sublinhou o escasso valor das provas acusatórias e pediu a absolvição dos seus defendidos. O tribunal dará a conhecer a sua decisão no dia 23 de Junho. Entretanto, e dado que os dois jovens já cumpriram dez meses de prisão preventiva, depois de serem detidos na operação de Junho de 2009, vão permanecer em liberdade, sujeitos a medidas restritivas.
Fonte: Gara

Ver também: «Trois ans de prison requis dont un avec sursis», de Béatrice MOLLE (Lejpb)