domingo, 19 de outubro de 2008

Ertzaintza reprime cerimónia evocativa de Lasa e Zabala, e detém seis pessoas





A Ertzaintza apresentou-se em Tolosa com um amplo dispositivo com o intuito de impedir a cerimónia evocativa de Joxi Zabala e Joxean Lasa, no 25.º aniversário do desaparecimento e da morte de ambos às mãos dos GAL.

Quatro veículos e numerosos efectivos da polícia autonómica espalharam-se pelos arredores da praça do Triângulo, de onde deveria partir a marcha, enquanto outros oito veículos se posicionaram na praça Gorriti, à entrada da Alde Zaharra [Parte Antiga].

Três ertzainas arrancaram uma faixa com as fotografias dos dois jovens tolosarras que pendia da varanda da Casa de Cultura, situada no Triângulo. Os agentes também arrancaram todos os cartazes da convocatória para a mobilização que havia nas redondezas.

Formando um círculo

Por volta das 19h00, dezenas de pessoas tinham-se juntando no Triângulo e começaram a formar um círculo, exibindo as fotografias de Joxi e de Joxean. Foi então que a Ertzaintza os cercou e empurrou, carregando sobre eles com balas de borracha e a cacetete, ao mesmo tempo que lhes arrancava as fotografias das mãos. Algumas pessoas respondiam “Herriak ez du barkatuko!” [o povo não perdoará!] e uma habitante de Tolosa, indignada com toda esta actuação, que entretanto já tinha lançado o caos na praça, afirmava “PSOE GAL berdin da” [o PSOE é igual aos GAL].

Seis pessoas foram detidas, quatro delas de idade avançada, segundo pôde apurar o GARA. Além do mais, um dos detidos é familiar de Zabala.
Outras três pessoas ficaram feridas como consequência da carga policial e tiveram que ser assistidas no hospital.

Depois da carga inicial, a agitação espalhou-se por todo o centro de Tolosa, uma vez que o efeito da carga foi o oposto ao pretendido pelas forças policiais, e os protestos alastraram às ruas adjacentes, para onde as pessoas tinham dispersado e de onde passaram a responder às balas de borracha com frases como “Zuek ere txakurrak zarete!” [Vocês também são cães!], e com pedras e garrafas. Os incidentes só terminaram quando a Ertzaintza se foi embora, vaiada.

Fonte: Gara e Gara