domingo, 12 de novembro de 2017

«Liberticídio em França»

[De José Goulão] Liberdade, igualdade, fraternidade? Passemos adiante, são coisas anacrónicas, da arqueologia do humanismo; e a França de hoje pode orgulhar-se de ter acabado de vez com a trilogia que inspirou a revolução, já lá vão 228 anos. Tempo demais.

Igualdade e fraternidade há muito que são conceitos caducos; invocá-las seria desadequado, ridículo até, em sociedades formatadas como as nossas, onde a desigualdade é uma virtude inerente à competitividade e ao empreendedorismo, fazendo da solidariedade uma parolice, a não ser que se trate de «caridade».

A França de Macron, em alinhamento harmónico com a França de Hollande, Valls e Cazeneuve, acaba de instaurar o estado de emergência permanente, inscrevendo-o na lei comum, limitando-se a concretizar o que o primeiro-ministro Manuel Valls profetizara em Dezembro de 2015 (Abril)