terça-feira, 4 de novembro de 2008

Mais repressão em Iparralde: a polícia francesa detém onze pessoas em Lapurdi

A polícia francesa deteve onze pessoas em Lapurdi e procedeu à inspecção das suas casas. A operação foi ordenada pela juíza Laurence Le Vert e, ao que parece, estará relacionada com o processo aberto contra várias herriko tabernas. Os detidos foram levados para a esquadra de Baiona.

De acordo com o Movimento Pró-Amnistia, Zigor Goieaskoetxea foi detido em Biarritz, Ortzi Idoate, que já se encontra em liberdade, em Lekuine, Luis Barriola em Angelu, Jeronimo Prieto em Lekorne, Gorka Haritzaga, também já em liberdade, em Azkaine, e Stephane Blondel em Hendaia.

Além disso, a polícia prendeu Matias Urretxu e a sua esposa, Karmele Torre, em Hazparne. Há não muito tempo, Ion Irazola, membro do Batasuna e refugiado político, foi também detido em Hazparne.

Os últimos detidos foram Popol Larranbide, em Hendaia, e Txomin Irazoki, em Azkaine, mas já se encontram em liberdade.

No início, divulgou-se a notícia de que Vivian Barriola também tinha sido detida, mas isso não se veio a confirmar.

A polícia francesa inspeccionou as habitações de todos eles e levou consigo documentação bancária.

Alguns meios de comunicação franceses difundiram que a ordem de detenção afectaria, no total, dez pessoas.

Ordem de Le Vert
Todos os detidos foram conduzidos à esquadra de Baiona. A Ortzi Idoate, disseram-lhe que a sua detenção estaria relacionada com o bar Xilko, em Baiona, que o prefeito mandou encerrar durante um mês, na sequência dos incidentes ocorridos nas festas da capital de Lapurdi.

Por seu lado, Luis Barriola é o proprietário do bar Aita-Semeak, em Baiona Ttipia.

A alguns dos detidos, mostraram-lhes um documento da juíza Laurence Le Vert relacionado com o processo aberto contra várias herriko tabernas, entre as quais estão a Xilko, Kanttu (Hendaia) e Tana (Ziburu), que foram alvo de inspecções há um ano.

Por outro lado, convém recordar que Zigor Goikoetxea foi detido a 13 de Outubro e posto em liberdade sem acusações dois dias depois. Antes disso, a 24 de Setembro, a polícia já se tinha deslocado ao domicílio do militante abertzale com a intenção de o prender, não o tendo encontrado em casa. Naquela altura, a operação contra o Batasuna saldou-se com 14 detenções.


Denúncia e mobilizações esta tarde
O Movimento Pró-Amnistia denunciou a operação de hoje como “o último capítulo do plano repressivo do Governo francês”, que, na sua opinião, está “cego pela repressão, na tentativa de eliminar o movimento abertzale”.

Por isso, apelou à participação nas mobilizações que hoje terão lugar para denunciar as detenções.
Em Biarritz e Hazparne serão às 18h30 nos lugares habituais e em Baiona, à mesma hora, na praça San Andrés.
Às 19h00 haverá mobilizações em Azkaine e Hendaia, nos lugares do costume.

Fonte: Gara