domingo, 9 de dezembro de 2018

«A Venezuela que eu vi»

[De Bruno Carvalho] Ao contrário do que espelha a maioria dos órgãos de comunicação social, o dia-a-dia na capital caribenha transcorre com normalidade. Não há qualquer sinal da crise humanitária. Nos dias anteriores à minha chegada, dizia-se que a maioria dos semáforos em Caracas estavam avariados. Passaram-se dias até encontrar um que não funcionasse. Os principais serviços públicos e o comércio estão abertos. Há jornais e canais de televisão da oposição. Nas ruas, vê-se propaganda de partidos contrários ao governo. Não há qualquer sinal de tensão como a que vivi nas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, assediadas pelo governo fascista da Ucrânia. Não há sinais de magreza extrema como vi entre camponeses pobres ou sinais da morte a rondar o rosto de crianças indígenas quando visitei a Colômbia no ano passado. (Abril)