sexta-feira, 30 de setembro de 2016

«Perante o referendo na Catalunha, não vamos beber nas fontes da legalidade, mas sim nas da legitimidade»

[De Nines Maestro / entrevista já aqui publicada em castelhano] O risco para esquerda independentista é ver-se açudada em meio das duas ambiguidades interessadas. Por um lado a ambiguidade da burguesia catalã, que se viu na Diada (embora essa jornada tenha sido histórica e expressado a vontade legitima de um povo), que nega o social e teme (sem exageros) as CUP. E por outro lado a ambiguidade de Colau, que quer dividir o campo nacional, quando nada faz pelo social já que não se opõe à EU e ao euro. Que está na base de todos os cortes.

Este tema é a chave de todos os povos do estado espanhol e de toda a Europa: não traz soberania, nem alternativas políticas no seio da EU e do euro. A bandeira de antepor as necessidades sociais, a reversão a mãos públicas das privatizações e a recuperação dos serviços e direitos arrebatados a qualquer objectivo de défice ou de pagamento da dívida é comum e abre importantes espaços de coincidência. Claro, que esta reivindicação é totalmente ignorada pelos «comuns» tão preocupados — dizem eles — com o social.

Perante tantas ambiguidades, a Red Roja, em apoio aos nossos aliados da esquerda independentista, afirma perante o referendo da Catalunha que não vamos beber a fontes da legalidade mas sim às da legitimidade e o povo catalão é soberano para conquistar a sua independência (seja legal ou não segundo a legalidade do regime de transição que recusamos, como herdeiro do fascismo). Assim desejamos muita força aos companheiros e companheiras da esquerda independentista neste processo. (odiario.info)