sábado, 7 de agosto de 2010

Operação policial em Hernani: Denunciam violação de princípios e protocolos básicos na operação de "propaganda"


Advogados e cidadãos bascos que denunciaram ter sido torturados no período em que permaneceram incomunicáveis nas mãos das FSE vieram denunciar a violação de princípios básicos na operação de "propaganda" em que foram detidos Gurutz Agirresarobe e Aitziber Ezkerra, jovens que ontem iam passar a estar à disposição da Justiça e que foram conduzidos por duas vezes ao hospital. À hora da redacção desta notícia, um deles já se encontrava na Audiência Nacional espanhola.

Os advogados Julen Arzuaga, Alfonso Zenon, Ane Ituño, um detido na operação levada a cabo pela Ertzaintza em Fevereiro último em Ondarroa que denunciou ter sido torturado, Martxelo Otamendi e Pello Zubiria, que também denunciaram ter sido torturados (o último padece também da mesma doença que Aitziber Ezkerra), a autarca de Hernani, Marian Beitialarrangoitia, e uma ex-parlamentar do EHAK deram uma conferência de imprensa em Donostia.
 


Realçaram que o objectivo real da operação da Ertzaintza em Hernani é o de "fazer propaganda" e que este tipo de actuações não têm cabimento em momentos políticos como o actual, que criam entraves a uma saída para o conflito e que são um decepção para a sociedade.
 


Afirmaram que princípios básicos como o da presunção da inocência, o de um processo com garantias jurídicas e o do direito a não ser tratado de forma cruel foram violados. Criticaram, neste contexto, o facto de não se permitir que os detidos sejam visitados por um médico de confiança, sobretudo no caso de Aitziber Ezkerra, que sofre de uma grave doença reumática degenerativa.
 


Testemunhas afirmaram que os detidos foram conduzidos ao Hospital de Santiago para lhes fazerem umas radiografias. O Movimento pró-Amnistia precisou que Agirresarobe foi levado para o hospital na quarta-feira e Ezkerra no dia seguinte.


Na conferência de imprensa também se afirmou que o protocolo Garzón para evitar a tortura não foi aplicado, que a Ertzaintza não cumpriu as suas próprias medidas, já que não fizeram qualquer chamada para os familiares dos detidos, e que não foram aplicadas resoluções aprovadas no Parlamento de Gasteiz.
 


Afirmaram ainda que foram utilizadas provas de ADN sem controlo judicial e que a militância política dos detidos é encarada como uma prova contra eles. Consideram, assim, que as graves acusações lançada contra Agirresarobe e Ezkerra não se baseiam em qualquer prova, sendo que a situação de incomunicação por que estão a passar se destinaria a forjar depoimentos incriminatórios.
Fonte: Gara
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Notícia mais desenvolvida e actualizada: «O juiz imputa a Agirresarobe a morte de Pagazaurtundua», de Oihana LLORENTE
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Mais info: Gara / Em notícia mais recente, o Berria remete para as afirmações do advogado Aiert Larrarte, segundo as quais ambos os detidos denunciaram ter sido submetidos a maus tratos e a tortura durante o período de incomunicação, nomeadamente ameaças, gritos, humilhações e posturas forçadas.
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