segunda-feira, 13 de julho de 2009

Da franquismolândia


Agressão fascista a um morador de Berriozar por parte de um militar espanhol

O presidente da peña Muthiko Alaiak, Alberto Goñi, afirma ter sido agredido por um elemento do Exército espanhol quando regressava das festas iruindarras, na madrugada de 9 para 10 de Julho.

A agressão terá ocorrido na madrugada de quinta-feira, quando Goñi viajava num autocarro da Villabesa 16, em direcção a Berriozar (Nafarroa). Segundo consta, o militar, a dada altura, começou a chatear umas jovens que lhe tinham pedido que não fumasse dentro do autocarro, e Goñi ter-se-á colocado entre as jovens e o militar para os separar.
Goñi saiu do autocarro na sua paragem e notou que o militar espanhol e um outro elemento, ainda não identificado, desceram na mesma paragem, seguindo-o. Foi então que o agrediram, provocando-lhe ferimentos na cara e numa vista. O elemento que acompanhava o militar desapareceu depois da agressão.

Fonte: SareAntifaxista

[Na sequência:]
“Algumas pessoas que estavam no autocarro, ao aperceberem-se do que se estava a passar, desceram na paragem seguinte e conseguiram interceptar um dos agressores, que era um militar espanhol.
Atiraram-no para o chão e imobilizaram-no até à chegada da Polícia Municipal, que lhes disse que o levavam preso para o quartel de Ainzoain. Nessa altura ainda ninguém estava a par da sua condição de militar e pelo menos três pessoas deram-se como testemunhas à Polícia Municipal de Berriozar. No entanto, a Guarda Civil viria a utilizar os elementos que forneceram à Polícia para os acusar de terem agredido o militar, [!] dando-se o caso de ninguém o ter agredido.

Foi a própria instituição militar que se dirigiu a suas casas ainda nessa quinta-feira de madrugada para os notificar. No sábado, as três pessoas apresentaram-se à Polícia, mas recusaram-se a prestar declarações. Segundo consta, os agentes da Guarda Civil que iam receber as suas declarações não estavam muito seguros sobre a sua “qualidade de acusados ou de testemunhas”.
A atitude que a Guarda Civil manteve com estas pessoas foi “grosseira”, ridicularizando inclusive a bandeirola a favor dos presos existente na varanda de um deles.

Notícia completa, em «Três jovens acusados por defenderem o presidente da Muthiko Alaiak da agressão de alguns militares», em apurtu.org

Em Bilbau, Esquerda Unida e PNV vetam uma popular dupla de palhaços por motivos ideológicos

A equipa governativa municipal bilbotarra decidiu associar-se à cruzada lançada pela extrema-direita contra os populares palhaços Pirritx eta Porrotx, que fazem furor entre as crianças bascas.

Assim o confirmou o autarca a um dos diários dinamizadores da perseguição ideológica, depois de terem passado os dias “de reflexão” sobre o tema que tinha pedido aos membros do seu gabinete.

A proposta, avançada pelo PP na última sessão plenária, visava retirar a dupla de quaisquer programas financiados com fundos municipais. Na altura (25 de Junho), o autarca não quis assumir de imediato o papel de fera contra Pirritx eta Porrotx, respondendo, na sequência da intervenção do vereador do PP Luis Hermosa: “Têm razão, mas nós também não queremos vetar ninguém.” Pediu então às vereadoras da Cultura e Festas que reflectissem sobre o tema durante uma semana.

A porta-voz do PNV, Ibone Bengoetxea, ainda chegou a reconhecer que Pirritx eta Porrotx possuem “reconhecimento e aceitação” entre o público infantil, mas tanto o PNV como a IU acabariam por sucumbir às pressões dos extremistas. Como justificação para o veto, Azkuna afirmou que “estes dois palhaços têm uma trajectória política conhecida neste país”. [!!!]

Não é a primeira vez que o Município de Bilbau fecha as suas portas, por questões ideológicas, a Pirritx eta Porrotx, que causam furor entre os mais pequenos. Também foram vetados em Janeiro de 2002, na sequência das pressões exercidas pelos socialistas espanhóis.

Fonte: kaosenlared.net

Nota: E viva a liberdade de expressão! Pirritx eta Porrotx participaram na campanha da Etxerat contra a criminosa política de dispersão penitenciária posta em prática pelo Estado espanhol há 20 anos. Têm todo o direito de o fazer, de acordo com o mais elementar princípio de afirmação da liberdade ideológica e de expressão, exercendo, simultaneamente, a profissão que exercem. Mas, pelos vistos, isso não é assim tão elementar na Europa de hoje, e em Euskal Herria, bem, sobram as palavras, mas impõem-se algumas lembranças, como “permanente estado de excepção”, “governo ilegítimo e amanhado na CAV”, “meio milhão de euros para varrer mostras de solidariedade” e ETC.
Pirritx eta Porrotx até podem ser adorados pelas crianças e encantar muitos adultos, até podem fazer um trabalho magnífico em defesa do euskara, mas, se se afirmam solidários, abertzales, vetados! Boa-vai-ela, Srs. Palhaços!

De novo, a censura contra grupos musicais bascos: AVT e PP contra Lendakaris Muertos

A associação e o partido de extrema-direita colocam o grupo navarro na mira. A AVT enviou uma carta à Câmara de Sória para exigir a retirada do grupo do festival Soria Rock, por considerar que “as letras possuem um claro conteúdo ofensivo para a memória das vítimas da ETA”. As Nuevas Generaciones do AP-PP de Sória também enviaram no dia 22 de Junho uma carta ao autarca da localidade em que pediam a exclusão do grupo do festival e até a demissão do vereador da Cultura.
O vice-presidente da Câmara Municipal de Sória afirmou que serão as associações do Conselho Municipal da Juventude a decidirem se o concerto dos Lendakaris Muertos (banda de Iruñea / Pamplona) se mantém no Soria Rock, no dia 8 de Agosto, e garantiu que, no caso de as letras fazerem a apologia do terrorismo, o grupo será excluído.

Fonte: SareAntifaxista

Nota: o mundo gira, fazem-se campanhas contra a censura sobre os grupos musicais bascos (com a participação de bandas e artistas de diversos pontos do Estado espanhol), protesta-se contra a vergonha que representa a censura per se, mas a trampa dos herdeiros acaba por vir à superfície, no meio de múltiplas conivências e aconchegos.


Boikot - «Stop censura»