sexta-feira, 31 de julho de 2009

O Município de Arbizu apoia Alain Berastegi e exige responsabilidades


O Município de Arbizu (Nafarroa) manifestou o seu total apoio a Alain Berastegi e solicitou uma comparência no Parlamento de Nafarroa para prestar informações sobre o sequestro e a tortura que este habitante da localidade sofreu, bem como exigir responsabilidades «a quem de direito».

O autarca de Arbizu, Jesús Mari Mendinueta, acompanhado por quatro vereadores e por Xanti Kiroga, deu ontem a conhecer em conferência de imprensa o conteúdo da moção aprovada pela Câmara Municipal desta localidade de Sakana, na qual manifesta o seu apoio a Alain Berastegi e denuncia a utilização da repressão em todas as suas formas, como detenções, sequestros, ameaças, agressões, controlos, tareias e tortura.

No mesmo texto, o Município pede para comparecer no Parlamento de Nafarroa, na pessoa do seu presidente, para expor a agressão sofrida por Alain Berastegi e exigir responsabilidades «a quem de direito».

Por outro lado, solicita aos municípios e habitantes de Irunberri e Oibar que forneçam todos os dados e elementos que possam sobre o sequestro do jovem arbizuarra, uma vez que os factos que denunciou ocorreram na fronteira entre ambos os municípios.

Por último, decidiu-se convocar uma manifestação para Arbizu, no dia 8 de Agosto, às 19h, com o lema «Errepresioari stop! Gerra zikinik ez!» [Stop à repressão! Não à guerra suja!], e pedir apoio a outros municípios e vereadores de Sakana.

«Para além da legalidade»
Xanti Kiroga, por seu lado, fez uma leitura política das actuações contra a esquerda abertzale e da situação política em Euskal Herria. «Neste momento, em que o conflito está em lume brando, vemos como se sucedem as acções armadas, as detenções e se acelera a dinâmica da repressão e da resposta. A esquerda abertzale – acrescentou – gostaria que essa dinâmica fosse superada, que a actual situação fosse substituída por uma situação democrática na qual os direitos de Euskal Herria e dos cidadãos bascos fossem garantidos, e em que houvesse ainda a possibilidade real de poder exercer esses direitos».

Também criticou a atitude de «ir a todas» por parte do Estado espanhol. «No plano legal, estão a recorrer a todos os instrumentos ao seu alcance e a usá-los até ao limite, impondo de facto uma situação de excepção. Mas parece que isso não basta, e agora estão a pôr em prática outro tipo de acções que vão para lá da legalidade. De outra forma, é impossível a impunidade com que actuam em Nafarroa», concluiu, ao mesmo tempo que criticou aqueles que silenciam este tipo de acontecimentos.

Iñaki VIGOR

Fonte: Gara