sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A Federação Basca de Futebol confirma que não haverá jogo com o Irão


Depois de intensa polémica, a partida de futebol anunciada para a próxima terça-feira no estádio de San Mames (Bilbau) entre as selecções de Euskal Herria e do Irão não se vai disputar.

A selecção de Euskal Herria não vai disputar o já habitual jogo de Natal. Jogadores e representantes da Federação Basca de Futebol reuniram-se na quarta-feira à tarde em Durango para tentar chegar a um acordo, depois de os futebolistas terem anunciado há mais de um mês que não iriam jogar caso a selecção não se chamasse Euskal Herria.
Na reunião, os futebolistas ainda avançaram com a proposta de jogar sob o nome de Euskal Selekzioa, mas a Federação não aceitou, já que entende que o nome oficial é selecção de Euskadi.

Notícia completa: SareAntifaxista



[Para que melhor se compreenda a polémica relacionada com as designações “Euskal Herria” e “Euskadi”, apresentamos excertos de um manifesto apresentado no dia 11 deste mês, subscrito por múltiplas associações e instituições de diversos âmbitos da sociedade basca, e lido por Egoitz Ascasibar.]

Na sequência da polémica surgida em torno da selecção de futebol de Euskal Herria, queremos denunciar que em muitas das discussões surgidas à volta questão se evitou abordar as raízes do problema. Face a isso, os futebolistas de Euskal Herria, os desportistas de Euskal Herria e os representantes dos diferentes organismos sociais e sindicais que aqui se encontram fazem uma mesma leitura sobre os dois eixos principais do tema.

1. Euskal Herria tem direito, desejo e vontade de competir em torneios internacionais. Nem uma região, nem uma Comunidade Autónoma, Euskal Herria é uma nação composta por sete territórios: Araba, Bizkaia, Gipuzkoa, Lapurdi, Nafarroa, Nafarroa Behera e Zuberoa. A esse conjunto de províncias chama-se Euskal Herria e, portanto, estamo-nos a referir à selecção que a representa.

2. Para poder competir contra outras selecções nacionais, o primeiro passo tem que ser o da criação de estruturas que adoptem no seu seio os desportistas de todo o país. Isto é, a criação de federações de Euskal Herria. Trata-se de uma medida imprescindível nestes momentos e que seria o primeiro passo no caminho em direcção à oficialização.

[…]

Com o sentido posto nessas futuras federações nacionais, voltamos a realçar que os jogos do Natal hão-de ser uma ferramenta e não um objectivo. Para além disso, pedimos à Federação Basca de Futebol e às forças que se escondem por detrás dela que não façam recuar os desportistas. Enfim, que não fechem a porta a Euskal Herria, já que este país quer e deve ter uma selecção.