domingo, 21 de dezembro de 2008

O advogado de ofício chegou a pedir o «habeas corpus» ao ver o estado dos detidos

Tasio-Gara (Dick Cheney admite o uso de tortura para fazer os prisioneiros confessarem // Mudamos de canal? // Mudamos)

O advogado de ofício que esteve com os detidos durante os dias de incomunicação chegou a solicitar que fossem levados quanto antes à presença do juiz, ao ver o estado em que se encontravam. O juiz Moreno enviou ontem para prisão Arkaitz Landaberea e Julen Etxaniz. June Villarrubia ficou em liberdade e declarou ter sido torturada.

O juiz imputou a Arkaitz Landaberea e Julen Etxaniz um delito de “pertença a grupo armado” e acusa-os de “recolher informação sobre os objectivos da ETA”.
Depois de terem sido presentes ao juiz, deixaram de estar sob incomunicação, mas, segundo fez saber o Movimento Pró-Amnistia, ainda ninguém de confiança os pôde visitar. As mesmas fontes indicaram que, enquanto os presos estiveram sob incomunicação, foram assistidos por um advogado de ofício que, ao ver a sua situação, fez um pedido de habeas corpus para os detidos, ou seja, que comparecessem quanto antes perante o juiz. Entre outras coisas, o advogado observou que Landaberea não parava de tremer.

Entretanto, o magistrado deixou June Villarrubia em liberdade. De acordo com o Movimento Pró-Amnistia, Villarrubia afirmou ter passado “cinco dias de inferno” nas mãos da Guarda Civil. Aplicaram-lhe o saco várias vezes, até não poder respirar, despiram-na e apalparam-na em diversas ocasiões. Puxaram-lhe os cabelos vezes sem conta, balançando-a de um lado para o outro, e obrigaram-na a suportar interrogatórios longos e duros.
A jovem não prestou declarações na esquadra e negou todas as acusações na presença do juiz.

Os três foram detidos na terça-feira passada, na mesma operação em que também foi presa Saioa Urbistazu, jovem que foi posta em liberdade anteontem sem qualquer acusação.
O ministro espanhol do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, acusou-os de formarem um “comando de informação”. Ismael Moreno denegou a aplicação do “protocolo Garzón” – o tal que nem o próprio aplica.

Fonte: Gara