quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

«Lista Negra» de Nafarroa: a sombra da tortura paira sobre os jovens bascos

Um dos vinte jovens de Iruñerria [comarca de Pamplona] que no dia 27 de Novembro compareceram na capital navarra para dar a conhecer a “lista negra” em que estão incluídos como futuros protagonistas de novas operações policiais, Eneko Compains, afirmou que o objectivo dessas operações é amedrontar “qualquer jovem social e politicamente empenhado. É a mensagem que lançam”.

Numa entrevista que pode ser vista na página de Internet www.askatu.org, o jovem navarro afirma que estão a viver estes dias “com preocupação e, nalguns momentos, mesmo com medo”. Compains assegura que essa preocupação advém do modo como vêem “a polícia a mover-se com total impunidade, e porque está à vista de todos que qualquer jovem social e politicamente empenhado de Iruñea [Pamplona] ou Iruñerria pode ser detido e torturado. E isso é, naturalmente, uma notícia preocupante”.

Para evitarem ser detidos
Compains insiste na ideia de que o fantasma da tortura paira sobre a juventude basca, e que isso se verificou nas últimas operações policiais que fustigaram Iruñerria.

Compains também explica a razão pela qual compareceram publicamente há uma semana para dar a conhecer a existência de uma “lista negra” policial em que figuram os nomes de uma vintena de iruindarras: “Mostrar a nossa vontade e tentar evitar ser detidos, e, por conseguinte, ser torturados”. O jovem prossegue referindo que as denúncias de tortura mostram que esta prática “é a única ferramenta da polícia para investigar, e não antes da detenção. Porque constroem as acusações mediante a prática da tortura”.

O jovem de Iruñea incide ainda na “tranquilidade” que lhes dá o facto de se sentirem acompanhados e acarinhados, tal como se evidenciou na comparência pública massiva levada a cabo no dia 27. Mostrou-se agradecido por isso e afirmou que “esse calor” se mantém.

Fonte: Gara


Jovens de Iruñea [Pamplona] e Iruñerria [comarca de Pamplona] apresentam-se publicamente, acompanhados por dezenas de familiares e amigos e pelo Movimento Pró-Amnistia, para afirmar que “a realidade da eficácia policial reside na tortura” e para dar a conhecer a existência de uma “lista negra”, em que figuram os seus nomes, a que a polícia poderá recorrer quando isso lhe trouxer dividendos políticos.

Fonte: apurtu