sexta-feira, 6 de março de 2009

O juiz Velasco dá ordem de prisão a Manex Castro, que denunciou ter sido torturado


O juiz da Audiência Nacional Eloy Velasco deu ordem de prisão a Manex Castro, acusando-o da colocação de duas bombas contra a Ertzaintza no monte Santa Barbara, em Hernani, no dia 16 de Janeiro, e da autoria do atentado contra a sede do PSOE em Lazkao, a 23 de Fevereiro.

Fontes jurídicas citadas pela EFE referem que o juiz adoptou esta decisão na sequência da acusação formulada pelo magistrado Miguel Ángel Carballo, em que se incluem os delitos de “integração terrorista”, “danos, tentativa de homicídios terroristas” e “posse de explosivos”.

Velasco levantou o período de incomunicação ao jovem billabonatarra, que negou os factos de que é acusado. Segundo afirmou na presença do magistrado, os cinco dias que permaneceu sob incomunicação foram “insuportáveis” e, devido às ameaças e pressões a que foi sujeito, viu-se forçado a realizar uma declaração policial, que não ratificou na presença do juiz.

Castro relatou que, desde o momento em que foi detido, começaram os socos e os empurrões por parte dos ertzainas, e que as ameaças proferidas contra a sua família e os seus amigos foram constantes. Ameaçaram ainda deixá-lo nas mãos da Guarda Civil.

Enquanto esteve sob incomunicação, obrigaram-no a permanecer em posturas forçadas, ao mesmo tempo que os polícias se sentavam em cima dele. Não o deixaram dormir “até realizar a declaração”, refere o Movimento pró-Amnistia. Inicialmente, recusou-se a fazê-lo, mas acabou por ceder à coação, face ao carácter “insuportável” da situação.

Ontem, tanto os seus familiares como os representantes do TAT constataram, na sequência do encontro que mantiveram com o Ararteko, que nem sequer Iñigo Lamarca pode garantir que a Polícia autonómica não maltrate ou torture.

Pedido de demissão
O Movimento pró-Amnistia pediu a demissão do conselheiro do Interior, Javier Balza, “porque é o responsável político pela tortura sofrida por Manex Castro”.

Mikel Garmendia continua nas mãos da Ertzaintza
Entretanto, Mikel Garmendia, preso às 16h30 de ontem por quatro polícias à paisana encapuzados, quando saía da consulta do dentista, continua nas mãos da Ertzaintza.
Pelas 20h30, Garmendia foi levado pelos polícias autonómicos até à sua casa, para proceder à inspecção do local. Enquanto na casa só deixaram permanecer o pai e o irmão de Garmendia, no exterior mais de duzentas pessoas protestavam contra esta nova detenção. A autarca de Villabona, tal como os edis independentistas, também se juntou ao protesto, em que manifestaram a sua solidariedade ao detido.

Fonte: Gara

Entretanto, soube-se que hoje à tarde a Ertzaintza prendeu um outro jovem em Hernani.