terça-feira, 31 de março de 2009

Repressão: a Polícia espanhola detém oito jovens em Hernani e Urnieta

A Polícia espanhola deteve esta madrugada oito jovens em Hernani e Urnieta, que o Ministério do Interior acusa de ligação a acções de kale borroka, por ordem do juiz Baltasar Garzón. Os agentes inspeccionaram as suas habitações, a herriko taberna, o bar Aker, o gaztetxe e outros dois locais.

Os detidos são Asier Olano, Txaber Zabaleta, Aitzol Arrieta, Egoitz Balerdi, Eki Oñate, Jon Ezeiza, Mikel Gartzia e Iñigo Arzelai, segundo informou o Movimento pró-Amnistia. Foram todos presos em Hernani, excepto Ezeiza, que foi detido em Urnieta, de acordo com o Ministério do Interior.
A Polícia espanhola tentou ainda deter um outro jovem, mas este não se encontrava em casa.

Os agentes inspeccionaram as suas casas, bem como o bar Aker, a herriko taberna Garin e o gaztetxe Kontrakantxa, um local conhecido como Karbonera e um outro situado na Plaza Berri. Numa das inspecções, a Polícia atirou para o chão os pais do detido, segundo o Movimento pró-Amnistia, que precisou que os agentes levaram computadores, T-shirts, autocolantes, DVD e bandeirolas.

O Ministério espanhol do Interior, por seu lado, referiu que a Polícia apreendeu computadores, telemóveis, dispositivos de memória, cartazes e propaganda sobre o TGV, foguetes pirotécnicos e “documentação diversa”.
A operação, que continua aberta, foi ordenada pelo juiz Baltasar Garzón. Na sua nota, o Ministério do Interior considera “desarticulado um grupo de apoio à organização terrorista ETA” e ligou os detidos a “diversos acções” de kale borroka.

O Ministério do Interior precisa que os detidos serão transferidos para o Comissariado Geral de Informação, em Madrid, antes de serem conduzidos à Audiência Nacional espanhola.
O Movimento pró-Amnistia referiu que os familiares dos oito jovens foram chamados para se lhes comunicar que aqueles se encontravam na esquadra de Donostia.
Assembleia e denúncia
Às 20h de hoje se terá lugar uma assembleia na Gudarien Enparantza da localidade.
O Movimento pró-Amnistia veio expressar a sua preocupação pelo trato que os detidos possam receber e recordou que em 2008 se interpuseram 62 denúncias de tortura, 33 delas por pessoas que permaneceram em poder da Polícia espanhola.
A organização anti-repressiva considera que esta operação “mostra bem a medida do acordo repressivo entre PSE e PP”, cuja “base principal é fazer desaparecer todo um sector deste povo, recorrendo para tal a armas, polícias, tortura e prisão”.

Em sua opinião, estas operações contra a juventude independentista mostram “claramente que em Euskal Herria o trabalho político e social se paga com a detenção, a incomunicação, com a prisão e a dispersão. Trabalhar no movimento juvenil é terrorismo no Estado espanhol”, denunciaram. Por isso, apelaram à mobilização.
Fonte: Gara