sábado, 11 de fevereiro de 2012

Milhares de pessoas reclamam soberania política e económica para fazer frente à crise

Milhares de pessoas, convocadas por esquerda abertzale, Alternatiba, EA e Aralar, manifestaram-se esta tarde em Donostia, Bilbo, Gasteiz e Iruñea, reclamando a necessidade de alcançar a soberania política e económica para fazer frente à crise.

Segundo salientaram, é possível propor uma alternativa aos cortes que estão a ser feitos pelos governos e, para tal, insistiram na necessidade de obter a soberania.

Na capital navarra, o primeiro a tomar a palavra foi Txelui Moreno, da esquerda abertzale, que, depois de afirmar que esta reforma laboral pretende levar os trabalhadores de volta «aos tempos da escravidão», disse que o PP, «que nadou até hoje no mar da corrupção, com estas medidas vai-nos conduzir a um poço escuro, a um poço negro como jamais tínhamos imaginado».

Moreno referiu que «o país vizinho que temos aí em baixo é um lastro para a classe trabalhadora basca, para a nossa economia, para o nosso estado de bem-estar, para o nosso futuro» e, por isso, «quanto mais cedo cortarmos as amarras, melhor».
Neste sentido, defendeu a soberania como forma de «alcançar um quadro próprio de relações laborais, para que assim tenhamos as ferramentas que respondam às necessidades dos cidadãos e não de quatro banqueiros sem escrúpulos».

Pelo Aralar, Txentxo Jiménez afirmou que os governos de Iruñea e Gasteiz «não só não foram capazes de questionar o sentido desta doutrina imposta como requisição militar», como, pelo contrário, «a louvaram, defenderam e corroboram, impondo-a na nossa terra».
Para Jiménez, as questões que deviam ser «prioritárias» para o Governo durante a crise, como «travar o desemprego, evitar a marginalização social, defender os serviços públicos e não enfraquecê-los», deixaram de «estar na sua agenda».

«Espanha está em queda livre. Para além da sua limitada capacidade democrática, o seu modelo económico, o desemprego, a incapacidade de reacção e a falta de vontade para reagir não lhes auguram um bom futuro», referiu o dirigente do Aralar.

Por seu lado, a porta-voz da comissão territorial do EA em Nafarroa, Miren Aranoa, criticou o facto de «o nacionalismo espanhol do Governo UPN-PSN» não fazer outra coisa senão «copiar e aplicar mimeticamente as medidas neoliberais e anti-sociais que o PP determina em Madrid», o que «está a afundar o sistema de bem-estar» em Nafarroa.
Depois de criticar os «dramáticos cortes desenhados pelo Governo centralista espanhol e os seus submissos representantes em Nafarroa», Aranoa salientou que os ajustes efectuados na educação, na saúde ou nas prestações sociais atingem «quem menos tem, quem mais mal está a passar nesta duríssima crise».

Em Bilbo, estiveram presentes na mobilização a dirigente da esquerda abertzale Maribi Ugarteburu, o secretário-geral do EA, Pello Urizar, o deputado da Amaiur Jon Iñarritu, e o dirigente da Alternatiba, Oskar Matute. / Fonte: Gara / Ver também: Berria

Galiza:
«Milheiros de trabalhadoras e trabalhadores recorren A Corunha em defensa do Setor Naval» (boltxe.info)

Estado espanhol:
«Madrid embaratece o despedimento e assume que não vai criar emprego», de Alberto PRADILLA (Gara)

«Detenções e repressão para os que se manifestaram contra a reforma laboral em Madrid» (insurgente.org) / Ver também: SareAntifaxista

Leituras:
«"Minijobs" y pluriempleo», de Alvaro REIZABAL (boltxe.info)

«Una reforma a la medida de la patronal» (editorial do Gara)